DECRETO N. 13.755 – DE 10 DE SETEMBRO DE 1919
Approva o regulamento de tiro para a infantaria, em 2ª edição
O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, usando da attribuição que lhe confere o art. 48, n. 1, da Constituição, resolve approvar o regulamento de tiro para infantaria, em 2ª edição, o qual com este baixa, assignado pelo Dr. Alfredo Pinto Vieira de Mello, ministro de Estado da Guerra, interino.
Rio de Janeiro, 10 de setembro de 1919, 98º da Independencia e 31º da Republica.
EPITACIO PESSÔA.
Alfredo Pinto Vieira de Mello.
Regulamento de tiro para a infantaria
(Fuzil Mauser–1908)
I – NOÇÕES DE TIRO (*)
TRAJECTORIA
1. Chama-se trajectoria o caminho que o projectil percorre no ar.
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(*) Todos os homens devem estar familiarizados com as noções que se seguem. Para este fim não será bastante saber os nomes de cor ou recitar definições. E’ indispensavel que as prelecções sobre
2. A fórma da trajectoria depende da gravidade e da resistencia do ar, da velocidade do projectil na bocca, na direcção e da rotação com que o projectil, impellido pela acção dos gazes da polvora, deixa o cano do fuzil.
3. A força dos gazes da polvora tende a communicar ao projectil um movimento rectilineo uniforme na direcção do prolongamento do eixo do cano do fuzil. Sob a acção da gravidade o projectil cahe durante o seu trajecto e a velocidade da quéda augmenta com o tempo durante o qual elle se mantém no ar.
O projectil em movimento repelle as camadas de ar que encontra em seu caminho, afastando-as para os lados; neste trabalho elle sofre perdas continuas de velocidade e percorre espaços iguaes em tempo cada vez maiores.
Em virtude dessas factos, a trajectoria é curva e sua curvatura augmenta com a duração do trajecto.
4. Para attingir um ponto de um alvo collocado a uma distancia determinada deve-se dar ao cano do fuzil uma posição tal que o prolongamento de seus eixo passe acima desse ponto a uma distancia exactamente igual á altura de que o projectil tem de cahir antes de attingil-o (fig. 1).
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 205 Figura 1.
ab, prolongamento do eixo do cano; b, ponto a attingir; bc, altura da quéda do projectil no trajecto ac.
Para attingir o ponto b a bocca do cano deve ser levantada na quantidade bc, isto é, o seu prolongamento deve ser dirigido para o ponto b’.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 205 Figura. 2
A elevação do eixo do cano augmenta com a distancia; ella é dada ao fuzil com o auxilio do apparelho de pontaria.
5. A linha ideal que une o meio do entalhe de mira ao vertice de mira, chama-se linha de mira (ab, fig. 2); apontar, é dirigir com o olho esta linha para um ponto determinado do alvo. A linha de mira prolongada até o ponto do alvo que se quer visar, chama-se linha de visada. O ponto para o qual o prolongamento da linha de mira deve ser dirigido chama-se ponto de visada (c); aquelle para o qual está dirigido o prolongamento da linha de mira, no momento em que o tiro parte, ponto de partida; aquelle que o projectil fere ao chegar ao alvo, ponto de impacto (d); o ponto em que a trajectoria corta pela segunda vez a linha de visada, ponto de quéda.
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o tiro se façam com auxilio de quadros muraes representado a fórma das trajectorias, a extensão da zona razada contra os alvos de combate e a fórma dos grupamentos do tiro individual e collectivo. Como meio auxiliar tambem póde ser empregado para este fim o apparelho da representação da trajectoria (trajectoria materializada).
6. Si a linha de mira fosse parallela ao eixo do cano, seria preciso, para attingir um determinado ponto do alvo, apontar acima desse ponto.
Para facilitar a pontaria é preciso que o ponto de visada coincida com o ponto a attingir ou fique abaixo delle. A alça estando construida de modo que o entalhe de mira, em ralação ao eixo do cano, fica acima do vertice de mira, o projectil se eleva, acima da linha de visada a partir do momento em que abandona a bocca do cano.
Quanto maior é a distancia a que se acha o alvo, mais acima do eixo do cano se deve levantar, alçar, o entalhe de mira; quer isto dizer que se deve atirar com maior alça.
Quando se aponta com alça correspondente á distancia, o cano do fuzil toma a inclinação descripta no n. 4.
7. O ponto (b), o mais elevado da trajectoria (fig. 3, abc), chama-se vertice.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 206 Figura 3.
Os ramos da trajecoria, antes e depois desse ponto, denominam-se respectivamente, ramo ascendente (ab) e ramo descendente (cb).
Em virtude da curvatura crescente da trajectoria, o vertice não coincide com o meio dessa linha. O ramo ascendente é mais longo e mais tenso que o ramo descendente; este é tanto mais curto e inclinado acima da horizontal quanto maior é a distancia de tiro.
O ramo ascendente fórma com a linha de visada ac o angulo de projecção dac; o ramo descendente, o angulo de quéda eca, sempre maior que aquelle.
A distancia vertical de um ponto da trajectoria á linha de visada, chama-se ordenada da trajectoria á distancia considerada; bf é a ordenada á distancia af.
A ordenada do vertice chama-se flecha.
A distancia a que a trajectoria córta a linha de visada pela segunda vez, isto é, distancia a que coincidem o ponto de visada e o ponto de quéda, chama-se alcance de alça, o tiro correspondente, tiro de alça.
Si o ponto a attingir está a quem do alcance de alça, é preciso apontoar abaixo desse ponto, a uma distancia igual á ordenada da trajectoria nesse ponto (n. 23). Conforme o ponto de visada estiver no alvo, na sua borda inferior ou superior, se dirá; apontar no centro do alvo, no pé do alvo ou cobrindo o alvo (fig. 4).
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 207 Figura 4.
8. Para que o projectil descreva uma trajectoria uniforme, é preciso que elle se desloque no ar sempre com a ponta, para a frente. Isto é obtido pela rotação que o projectil adquire, percorrendo as raias cavadas no cano do fuzil, e que conserva durante todo o seus movimento no ar.
INFLUENCIA DO TEMPO
9. A alça do fuzil foi graduada nas condições médias de tempo, vento calmo (*) e velocidade média na bocca de 890 metros. Só atirando nessas condições se póde obter um tiro de alça.
Com as alterações de peso do ar modifica-se a resistencia por elle opposta ao movimento do projectil e, por consequencia, observam-se variações nos alcances obtidos com o
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(*) Velocidade do vento calmo; de 0m,0 a 0,5 por segundo.
emprego de uma mesma alça. Pequena densidade de ar occasiona tiros longos, grande densidade, tiros curtos.
Em geral, no calor deve-se contar com tiros longos e no frio com tiros curtos.
Vento de frente diminue, vento de retaguarda augmenta o alcance. As influencias do tempo se sommam quando são de mesmo sentido. A distancias médias ellas podem exigir uma modificação de alça até 100 metros e a grandes distancias até 150.
O projectil se desvia lateralmente no sentido em que sopra o vento, e esse deslocamento é tanto mais consideravel quanto mais forte é o vento e maior a distancia. Vento muito forte, soprando perpendicularmente á direcção do tiro, póde, á distancia de 1.000 metros, determinar um desvio lateral do projectil de 10 metros. Devido á derivação do projectil á direita, um vento da esquerda determina um desvio maior do projectil que um vento da mesma força soprando da direita.
10. Si a parte superior da massa de mira, fortemente illuminada pelo sol, scintilla, torna-se apparentemente maior, e leva a apontar por um vertice de mira apparente, acima daquelle que deve ser, o que occasiona tiros curtos. Inversamente, tempo sombrio, semi-obscuridade da paisagem, crepusculo conduzem a levantar demais o vertice de mira, o que occasiona tiros longos.
Si a massa de mira é lateralmente incidida pelos raios solares, a face illuminada é apparentemente maior que a face sombria. Isso leva a fazer coincidir, não o vertice de mira, mas a parte mais illuminada com o entalhe de mira, e o tiro sahe desviado no sentido da parte sombria.
RENDIMENTO DO TIRO
Rendimento do fuzil considerado isoladamente
11. O rendimento balistico do fuzil depende da efficacia do projectil, da fórma da trajectoria e da dispersão do tiro.
12. A efficacia do projectil, abstracção feita da resistencia do alvo, depende do peso, da fórma, do calibre, do material do projectil e da sua velocidade restante no momento de tocar o alvo.
13. A trajectoria é tanto mais vantajosa quanto mais tensa.
14. Chama-se zona rasada (*), para um alvo de altura determinada, a parte do terreno acima da qual a trajectoria não se eleva a uma altura maior que a altura do alvo (ab, fig. 5). A extensão da zona rasada depende da altura do alvo, do alcance e da fórma do terreno.
A distancias inferiores a 600 metros a extensão da zona rasada depende tambem da escolha do ponto de visada e, para pequenos alvos, tambem da posição do atirador, porque,
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(*) Zona perigosa, para um alvo de altura determinada, e a porção da linha de vizada, contada aquem do ponto de quéda, acima da qual a trajectoria não se eleva a uma altura superior á do alvo.
diminuindo a altura do fuzil sobre o sólo, augmenta a zona rasada.
Quanto mais extensa é a zona rasada maiores são as probabilidades de attingir o alvo, principalmente quando não
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 209 Figura 5.
se tem conhecimento exacto da distancia. Si a altura de uma parte da trajectoria excede á do alvo, só se considera a zona rasada em relação ao ramo descendente da trajectoria.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 209 Figura 6.
A zona rasada diminue si o terreno atrás do alvo é ascendente; si, ao contrario, elle é descendente, a zona rasada augmenta, emquanto o declive não excede á grandeza de angulo de quéda, pois dahi por deante passará o terreno a ser desenfiado ao tiro.
15. Em virtude das diversas circumstancias que influem sobre o tiro (differenças da carga dos cartuchos, aquecimento do cano, etc.), os projectis atirados por uma mesma arma, collocada em uma posição invariavel, descrevem trajectorias differentes. Em uma série de tiros feita contra um alvo vertical, com um fuzil nas condições acima referidas, os impactos obtidos cobrem uma superficie maior ou menor do alvo denominado – grupamento vertical (fig. 6). A altura do grupamento vertical é maior que sua largura e a densidade de impactos diminue do centro para as extremidades de grupamento. O ponto do grupamento vertical acima e abaixo, á direita e á esquerda do qual o numero de impactos é o mesmo, chama-se ponto de impacto central. «A largura em centimetros de uma faixa horizontal (vertical) do grupammento vertical, symetrica em m relação ao ponto central e contendo metade dos tiros, chama-se, praticamente, dispersão média em altura (largura)» (n. 24).
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 210 Figura 7.
O valor da dispersão média fornece a medida da precisão da arma: quanto menor é a dispersão média mais precisa é a arma.
Si a distancia do alvo augmenta, a dispersão média augmenta parallelamente (n. 24) e a probabilidade de attingir o alvo com um só tiro diminue (n. 110).
Conforme a altura do ponto de impacto central em relação ao ponto de visada, é superior (inferior) á ordenada da trajectoria no ponto considerado (n. 23) ou se acha á direita (esquerda) do ponto de visada, diz-se que o fuzil atira alto (baixo) á direita (esquerda).
16. No sólo os projectis se distribuem sobre uma superficie (fig. 7) cuja largura cresce com a distancia e cuja profundidade (dispersão em profundidade) cresce no sentido inverso do angulo de queda e na razão directa da dispersão em altura.
Effeito combinado de varios fuzis
17. O tiro simultaneo de varios fuzis contra um mesmo objectivo (tiro collectivo) produz o que se denomina feixe de trajectorias.
Devido ás differenças inevitaveis na fabricação das armas e das munições, a posição do ponto de impacto central varia de um fuzil para outro; dahi resulta que a dispersão em altura e a dispersão em profundidade do tiro collectivo são superiores ás do tiro individual.
A densidade do feixe, assim como a densidade de impactos no tiro individual, diminue gradualmente do centro para as extremidades do grupamento. Si em um plano horizontal de grandes dimensões se recolherem os impactos de um feixe de trajectorias provenientes de um grande numero de tiros, observar-se-ha que elles se distribuirão segundo a lei seguinte: cerca de metade occupa o quarto central, quatro quintos a metade central da superficie coberta (fig. 8).
18. A profundidade em metros do quarto central de um grupamento horizontal do tiro collectivo chama-se, praticamente, dispersão em profundidade do feixe.
A dispersão em profundidade do feixe depende da dispersão em altura e do angulo de quéda. Esses dous factores, á medida que o alcance augmenta, influem em sentido contrario. A dispersão em profundidade augmenta com a dispersão em altura e diminue á medida que o angulo de quéda augmenta; mas como nas distancias de tiro de infantaria, o angulo de quéda cresce mais depressa que a dispersão em altura, a dispersão em profundidade diminue á medida que o alcance augmenta.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 211 Figura 8.
A dispersão em profundidade augmenta si o terreno a partir do objectivo é em declive e diminue no caso contrario.
19. No tiro collectivo só se deve entrar em consideração com o feixe de trajectorias e não com a trajectoria do fuzil isolado.
Contra alvos pequenos e com grandes intervallos só ás pequenas distancias se póde contar com os effeitos do tiro individual (n. 110).
20. A dispersão em profundidade do tiro collectivo, resultante, da differença na fabricação dos fuzis e da munição, augmenta ainda em virtude de circumstancias diversas (gráo de instrucção, estado physico e moral dos homens, visibilidade do objectivo, velocidade de tiro, etc.), de modo que é impossivel exprimir exactamente em numeros a grandeza da dispersão em profundidade do tiro collectivo a differentes distancias. O n. 26 contem um quadro numerico da dispersão média em profundidade do tiro collectivo do fuzil Mauser 1908, que só deve ser consultado a titulo de exemplo.
21. A efficacia do tiro collectivo depende do exito com que se consegue engarfar o objectivo na parte mais densa do feixe; para este fim, a possibilidade de observar os pontos de quéda (9) é da maior vantagem. Quanto mais denso é o feixe de trajectorias mais efficaz é o tiro, si se atira com a alça da distancia, porém, menos efficaz si se atira com alça errada.
A’ medida que a distancia cresce, augmenta a difficuldade de determinar a alça exacta, diminue a profundidade do feixe e o exito do tiro torna-se cada vez mais aleatorio. Neste caso, obvia-se a difficuldade empregando varias alças que augmentem a profundidade do feixe. Desta fórma prefere-se a uma grande efficacia uma efficacia menor, porém, mais garantida.
Rendimento do fuzil mauser 1908
(Bala P de 9 grammos)
| Metros |
22. Velocidade média na bocca.................................................................................................... | 890 |
Alcance maximo sob um angulo de projecção de cerca de 32º................................................... | 4.000 |
Angulos de quéda:
A 4.000 metros – cerca de............................................................................................................ | 60º |
A 2.000 metros – cerca de ........................................................................................................... | 7º |
A 1.500 metros – cerca de............................................................................................................ | 3º |
A 1.000 metros – cerca de............................................................................................................ | 1º |
A 600 metros – cerca de............................................................................................................... | 22º |
Penetração da bala nas placas de aço da mais alta resistencia – As placas de aço de 0m,005 são atravessadas até a distancia de 250 metros; as de 0 m,004 até a de 390; as de 0 m,003 até á de 670.
Penetração da bala na madeira de pinho secco – A’ distancia de 100 metros a bala penetra de 0 m,60 a 1,0; á de 200, de 1,0 a 1,20; á de 400, de 1,0 a 1,10; a de 600, de 0,75 a 0,90; á de 800, de 0,60 a 0,70; á de 1.000, de 0,40 a 0,50; á de 1.200, de 0,25 a 0,50.
Penetração da bala na terra ou na areia secca – A distancias inferiores a 100 metros a bala penetra na terra ou areia secca até 0m,25 e se estilhaça em virtude de grande velocidade restante de que é animada; a distancia de 500 metros ella penetra de 0,40 a 0,45.
Penetração da bola nas alcenarias de tijolo – Os muros de meio tijolo podem ser, a pequenas distancias, atravessados por uma bala; os de maior espessura são sómente atravessadas quando varias balas attingem o mesmo ponto. A bala penetra nas alvenarias de tijolo de 0m,10 a 012.
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(*) Ponto de chegada é aquelle em que o projectil toca o terreno. Póde-se empregar, visto preferir-se na pratica, a designação de ponto de quéda para o que significa ponto de chegada.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 213 Tabela.
25 – PROFUNDIDADE DA ZONA RASADA
Distancias
| Para alvos da altura de metro | |||
2,50 |
1,70 |
1,00 |
0,50 | |
100.................................................................................................. | Total | Total | Total | Total |
200.................................................................................................. | » | » | » | » |
300.................................................................................................. | » | » | » | » |
400.................................................................................................. | » | » | » | » |
500.................................................................................................. | » | » | » | 162 |
600.................................................................................................. | » | » | » | 90 |
700.................................................................................................. | » | » | 145 | 64 |
800.................................................................................................. | » | 200 | 99 | 47 |
900.................................................................................................. | 228 | 132 | 72 | 35 |
1.000............................................................................................... | 148 | 95 | 54 | 27 |
1.100............................................................................................... | 109 | 70 | 41 | 20 |
1.200............................................................................................... | 85 | 54 | 32 | 16 |
26 – DISPERSÃO DAS BALAS NO TIRO COLLECTIVO
Alças
| Dispersão média em profundidade (50%) em metros |
400................................................................................................................................... | 255 |
500................................................................................................................................... | 223 |
600................................................................................................................................... | 198 |
700................................................................................................................................... | 176 |
800................................................................................................................................... | 157 |
900................................................................................................................................... | 142 |
1.000................................................................................................................................ | 130 |
1.100................................................................................................................................ | 119 |
1.200................................................................................................................................ | 109 |
Os valores da dispersão média em profundidade da presente tabella, foram em experiencias feitas com armas novas e atiradores de valor médio.
II – INSTRUCÇÃO DE TIRO
GENERALIDADES
27. O fim da instrucção de tiro á ensinar o homem a utilizar-se da sua arma com segurança em todas as situações de combate, o habilitar a tropa a resolver, sem sahir da mão de seu commandante, todos os problemas de tiro do campo de batalha. Para alcançar este resultado é indispensavel aprofundar a instrucção individual, ensinar aos subalternos a direcção methodica do fogo e habituar todas as fracções da companhia a combinarem seus esforços para o objectivo commum do combate.
A tropa estará bem instruida, quando souber fazer tudo que a guerra exige, e não tiver de desprezar no campo de batalha nada do que aprendeu no campo de exercicio. (R. E. I. 15.)
28. O capitão á responsavel pela instrucção regulamentar de tiro de sua companhia.
Os commandantes de batalhão e de regimento, os inspectores regionaes e todos os commandantes superiores têm o estricto dever de fiscalizar a instrucção de tiro, para que ella se faça de accôdo com o pressente regulamento. Para esse fim os commandantes de batalhão e de regimento dispõem durante o anno de uma certa quantidade de munição (ns. 218 e 219) que lhes permitte ordenar exercicios especiaes de tiro pelos quais verificarão o estado das companhias nesse ramo da instrucção. Para apreciação definitiva do gráo da instrucão de tiro não se deve apenas adoptar como criterio o exame dos livros de tiro das companhias, porque o numero de balas que cada homem consegue metter no alvo depende muitas vezes de causas exteriores, como as condições da linha de tiro, o valor da arma, etc.
O principal objectivo de uma inspecção de tiro é verificar si o homem utiliza sua arma com a segurança exigida para o combate, e tal desideratum só póde ser satisfeito si os superiores assistem pessoalmente aos exercicios que ordenam.
29. O commandante da companhia deve se interessar com o maior zelo pela instrucção de tiro de seus commandados: elle deve adoptar como principio que o successo da instrucção da tropa no tiro depende do gráo de preparação technica, de intelligencia e da infatigavel actividade do instructor de tiro e seus auxiliares.
A – TIROS DE INSTRUCÇÃO
30. Os tiros de instrucção constituem a escola preparatoria dos tiros de combate.
Não sómente os soldados, anspeçadas e cabos, mas tambem os sargentos e officiais da companhia, devem se esforçar para adquirir a maior habilidade na execução do tiro em todas a posições regulamentares.
Os tiros de instrucção permittem ao instructor observar de perto os atiradores e verificar o resultado de cada tiro; elles constituem o meio mais seguro de habituar os homens a sempre apontar com cuidado e accionar conscienciosamente o gatilho.
Marcha da instrucção
31. A instrucção do homem deve progredir gradualmente.
Começa-se ensinando separadamente os differentes actos do tiro; quando os homens estão seguros de cada um delles passa-se então a executal-os simultaneamente. O instructor deve ter em vista que a execução depende da constituição physica do homem e da sua intelligencia, e que á preferivel a precisão dos movimentos a uma torturada uniformidade.
Deve-se por todos os meios procurar instruir os homens com paciencia e sem intimidal-os. Os máos resultados de tiro só em casos muito raros são devidos ao desleixo ou á preguiça. De todos os ramos da instrucção militar é o tiro o que desperta mais enthusiasmo e boa vontade da parte dos homens. Cumpre ao instructor entreter e desenvolver essas boas disposições.
32. A instrucção do tiro começa pelas explicações dadas ao recruta, em linguagem simples e clara, sobre o que occorre na arma no momento do tiro, sobre o emprego do apparelho de pontaria e a noção de apontar.
33. Em seguida começam os exercicios de pontaria (39) e de accionamento do gatilho (44). Depois exercitam-se as differentes posições de tiro (51) .
Antes do inicio dos exercicios de pontaria os recrutas devem ser submettidos a uma gymnastica de desenvolvimento destinada a desembaraçar as articulações que trabalham nos actos do tiro e a fortificar os musculos dos dedos e dos braços (movimento giratorio da cabeça; flexão e movimento giratorio do tronco; flexão e movimento giratorio dos braços; flexão das mãos e dos dedos; extensão dos braços com a arma adeante do corpo e para os lados; movimento lateral dos braços com a arma; estender o braço horizontalmente, a arma ficando parallela ao corpo, e girar o braço em torno dos hombros; ascenção na corda, etc.).
34. Tendo os recrutas aprendido com segurança a apontar, a accionar o gatilho e a executar correctamente todas as posições de tiro, passa-se aos exercicios com cartuchos de festim. Finalmente, começam os exercicios de tiro com cartucho de guerra.
35. Quando no correr de um exercicio o instructor quer indicar os erros commettidos e os meios de evital-os no futuro, manda os homens «descançar». E' inutil tambem continuar o exercicio si os homens dão mostra de fadiga; neste caso, é mais conveniente ordenar uma pausa ou substituir os homens cançados por outros.
36. A capacidade visual do recruta deve ser objecto de particular attenção. Logo depois da chegada dos recrutas ao corpo deve-se experimental-os no reconhecimento de objectivos distantes. A marcha desses exercicios deve obedecer a uma complicação crescente, empregando-se alvos de pequenas dimensões que se approximem dos objectivos de campo de batalha. Os recrutas com defeito na vista devem ser submettidos a um exame medico no corpo, de accôrdo com as instrucções a que se refere o art. 22 do regulamento approvado por decreto n. 3.220, de 7 de março de 1899. Os homens que teem o olho direito defeituoso ou que veem melhor com o olho esquerdo, bem como os canhotos aprendem as posições de tiro á esquerda.
Apontar
37. Uma arma está apontada quando ella tem uma inclinação e uma direcção taes que o prolongamento da linha de mira passa pelo ponto de visada. A crista da cabeça da alça deve estar horisontal e o vertice de mira há de ficar no meio da base (lado aberto) do entalhe (fig. 9 a).
38. Os erros de pontaria mais frequentes são os seguintes:
Excesso ou insufficiencia de mira, occasionando tiros longos ou curtos, quando a massa de mira apparece no entalhe de mira, como indica a figura 9, b e c.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 217 Figura 09.
Arma torcida, occasionando tiros um pouco curtos e desviados para o lado para onde a arma está torcida, quando a cabeça da alça não está horizontal (fig. 9, d).
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 217 Figura 09.
Mira mal enquadrada, quando o atirador não faz exactamente coincidir o vertice de mira com o meio do entalhe de mira (fig. 9, e e f): o tiro sahe desviado para a direita ou para a esquerda, conforme o vertice estiver mais á direita ou mais á esquerda.
EXERCICIOS DE PONTARIA
39. Os exercicios de pontaria começam com a arma assestada no cavallete de pontaria (homem de pé) e apoiada em um sacco de areia. A arma estando assestada no cavallete de pontaria, o instructor aponta-a para um ponto do alvo collocado a dez metros de distancia e em seguida faz o recruta vizar e indicar o ponto para o qual está dirigida a linha de mira. Quando a operação está terminada, o instructor retira-se do cavallete e o recruta, vindo occupar o seu logar, dirige a linha de mira fechando o olho esquerdo, a cabeça da alça esteja no plano horizontal, o entalhe e o vertice de mira occupem a posição convencional (fig. 9, a). Aos homens que não aprenderem a fechar o olho esquerdo á permittido apontar com os olhos abertos. Dada por terminada essa pontaria, o instructor a verifica e critica.
Uma vez que o recruta age desembaraçadamente, o instructor procura verificar a pontaria sem perturbal-o. O processo mais efficaz e mais simples para obter esse resultado é ainda o seguinte: colloca-se um fuzil em um cavallete (apoiado em um sacco de areia) e apontado para um alvo situado mais ou menos a dez metros. Assignala-se no alvo o ponto de visada com lapis vermelho (ponto de referencia); um auxiliar colloca-se perto do alvo com um pequeno disco de folha furado no centro e minido de um cabo; o instructor diz ao recruta que mediante signaes faça com que o auxiliar mova o disco até que a linha de mira passe pelo centro do mesmo. Marca-se no alvo com a ponta de uma lapis, o ponto determinado pelo centro do disco; sem mover a arma, faz-se esta operação tres vezes. O maior ou menor grupamento dos pontos e sua distancia ao ponto de referencia darão uma idéa de regularidade obtida na pontaria. (*).
40. Tendo o recruta, com o fuzil assentado no cavallete, aprendido a dirigir a linha de mira para o ponto de visada, começam os exercicios de pontaria na mesa dos tiros de verificação, sem accionar o gatilho. O recruta senta-se e apoia o cano da arma em um sacco de areia. O instructor, collocando o verificador de pontaria sobre a arma, acompanha a pontaria em todos os seus detalhes. O recruta apoia os cotovellos sobre a mesa, retira um pouco o hombro direito apoia ligeiramente a parte esquerda do corpo contra a mesa e empunha com a mão direita o delgado e com a esquerda o couce da arma. Partindo dessa posição respira suavemente, levanta o couce com a mão esquerda e apoia a soleira com calma e firmesa no concavo do hombro sem levantar esta nem o avançar. A cabeça fica ligeiramente inclinada para a direita e para a frente, afim de tornar a linha de mira e dirigil-a para o alvo. E’ preciso evitar apoiar a soleira perto do pescoço, sobre a clavicula ou sobre os musculos do braço. Com a arma na posição de apontar não se deve permittir afrouxar ou deixar correr a mão direita. Depois de Ter apoiado a soleira e inclinado a cabeça o homem fecha o olho esquerdo e aponta. Para dar á linha de mira a necessaria altura, afasta ou approxima os cotovellos e para dar a direcção desloca os cotovellos para a direita ou para a esquerda. Deve-se evitar apontar em altura levantando um braço.
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(*) Nestes exercicios de pontaria os homens deverão ser classificados apontadores de: 1ª categoria, quando o menor lado do triangulo fôr menor que 0,5 millesimos da distancia; 2ª, quando entre 0,5 e 1 millesimo; 3ª, quando maior que 1 millesimo. Pode-se estabelecer como criterio para iniciar o tiro com cartuchos de guerra que cada homem além das outras condições que são necessarias ao tiro esteja pelo menos incluido na 2ª categoria. Para classificar bom o resultado de uma unidade exigir que pelo menos 505 de apontadores sejam das duas primeiras categorias. Os commandantes de batalhão deverão exigir dos de companhias mappas mensaes consignando: numero de exercicios de pontaria por homem, classificação, indicação dos que já atiravam e dos que passaram a atirar no correr do mez.
41. Desde o inicio do exercicios de pontaria, deve-se combater energicamente os erros habitualmente commettidos nesta operação e sobre tudo os máos habitos (por exemplo, serão depois difficeis de desenraizar
42. Durante os exercicios na mesa dos tiros do verificação deve-se começar a ensinar o recruta o modo conveniente de empunhar a arma para atirar. A mão direita avança e empunha o delegado da arma, de modo que o dedo inidicador se introduza no guarda-matto e possa vir posteriormente agir na tecla, com a raiz, da primeira phalange ou com a segunda: os outros dedos da mão direita applicam-se fortemente ao delegado da arma, mas de modo que o pollegar se approxime da primeira phalange do dedo médio. A. palma da mão direita, até a munheca, aperta fortemente o delgado.
43. Os exercicios de pontaria devem se repetir durante todo o anno de tiro; augmentam-se gradativamente as distancias e empregam-se alvos cada vez mais difficeis, de sorte a vencer todas as difficuldades de apontar.
Accionnar o gatilho
44. O modo de accionar o gatilho até que o percussor tenha funccionado é da maior importancia, para a possibilidade de acertar no alvo. Isso deve constituir o objecto de constantes recomendações e exercicios, sendo que, a principio estes devem ser feitos com a arma apotada. A raiz da phalanginha ou a phalangeta do dedo indicador toma contacto com a tecla. Estas duas halanges encurvam-se e puxam o gatilho para traz até que se sinta a resistencia do resalto de pressão, a partir dahi, ellas continuam lentamente a puxal-o até que a arma dispare. A palma da direita até a munheca deve manter-se firmemente aplicada ao delegado, mas de modo que os dedos tenham teda flexibilidade e que seus movimentos não se transmittam á braço do atirador. Tendo o percussor funccionado, o dedo indicador deve ainda por um momento manter o puxado e depois distender-se lentamente.
45. E’ de recommendar que o instructor ensine o recruta a accionar o gatilho applicando o seu proprio dedo indicador sobre o do recruta, ou vice-versa, que o recruta guie com seu proprio dedo o do instructor applicado á tecla.
Apontar e accionar o gatilho
46. Uma vez que o recruta aprendeu a apontar e accionar o gatilho com segurança, as duas operações passam a ser executadas simultaneamente; estes exercicios devem tambem, a principio, ser feito com a arma apoiada na mesa dos tiros de verificação, e com o recruta sentado. Desde que se asseste o fuzil até a partida do tiro, a respiração deve ser suspensa. Para assentar o fuzil deve-se empunhar a arma (n. 42), fecha o olho esquerdo, dirigir e linha de mira para o ponto de visada, trazer o gatilho ao descanço e, mantendo ou retificando a pontaria, continuar a arrastar o gatilho lentamente. Si a linha de mira oscilla, não se deve continuar a accionar o gatilho além do descanço, antes que a mesma se firme. Si a oscillação presiste ao mesmo si o atirador se sente incapaz de poder accionar gradualmente o gatilho se arma deve ser retirada. O atirador não se deve habitua a esta concessão; ao contrario, cumpre-lhe desde o começo da instrucção agir com firmeza e sem receio.
47. Partido o tiro, o fuzil deve continuar assentado, accusando o atirador em voz alta o ponto de partida, este é o melhor meio de pôr em evidencia os erros devidos ao desassocego, falta de segurança ou receio do tiro. O homem abre o olho esquerdo, estende o dedo indicador, levanta a cabeça e retira tranquilamente a arma, conservando a mão esquerda applicada ao couce.
48. Todas as operações devem ser executadas com o maior cuidado. O instructor, collicando-se á esquerda e adeante do atirador, observará melhor a posição, o assentamento da arma, o modo de apontar, de accionar o garilho, etc.
Depois de disparada a arma, o instructor mostra os erros commettidos e os meios de evital-os.
49. deve-se attribuir grande importancia á indicação exacta do ponto de partida. Si o homem dá mostras de não saber exactamente a direcção para onde estava apontada a arma, quando foi disparada, deve-se procurar com habilidade e paciencia arrancar-lhe a confissão de que a pontaria foi incerta. Só uma instrucção assim dirigida póde assegurar o progressivo melhoramento da preparação do tiro.
50. Nos exercicios com cartucho de guerra occorrem alguns erros particulares cuja causa reside principalmente no receio de não attingir o alvo. Assim, algumas vezes, logo que o atirador consegue dirigir a linha de mira para o ponto de visada, pucha o gatilho de um só tirão, com receio de perder a opportunidade de dispara a arma; outras vezes, na expectativa da detonação ou do recúo, inclina a cabeça para a frente, pisca os olhos e avança o hombro direito. Taes casos, que impossibilitam o conhecimento da direcção em que partiu o projectil, são bem observados, quando inesperadamente o tiro falha. O melhor meio de pôr em evidencia para julgar do estado physico e moral dos homens é, no correr de um exercicio de tiro, entregar-lhes uma arma capciosamente carregada com um cartucho de maneio
Posições de tiro
51. Em todas as posições de tiro os olhos devem estar constantemente voltados para o alvo; o corpo firme, porém desembaraçado, mantém-se em posição sem constrangimento; a arma apoia-se com firmeza no hombro sem que este se eleve ou avance além de sua posição natural. Durante os movimentos de assentamento do fuzil, o homem deve respirar lentamente, e a partir do momento em que a arma está apontada até que o tiro parte a respiração deve ser suspensa. Toda torção forçada do corpo e todo emprezo exagerado de força impedem a immobilidade da arma e difficultam a pontaria. Peças de fardamento e de equipamento mal ajustadas no corpo impedem o manejo desembaraçado da arma.
52. Atirador deitado. – O corpo deve occupar uma posição um pouco obliqua em relação á frente do alvo, sem que para isso o homem tenha necessidade de dobrar o renco em torno da cintura; as pernas devem ficar afastadas uma da outra sem exagero. O busto apora-se firmemente nos cotovellos. A mão direita empunha o delgado da arma, o pollegar exercendo forte pressão contra a mesma; a palma da mão esquerda sustenta o fuzil pelo fuste adeante do guarda-matto. E dedo pollegar estendido ao longo do luste e os outros ligeiramente encurvados e applicados á arma sem esforço. Os dous braços, sem fazer um esforço exaggerado, dão a arma a direcção conveniente para apontar. A mão direita exerce com a arma uma forte pressão contra o hombro.
O atirador deitado com a arma apoiada póde agarrar o couce com a mão esquerda, exercendo com a mesma uma pressão na direcção do hombro.
No tiro a grandes distancias o couce deve ser baixado no concavo do hombro.
53. atirador de joelho – O soldado ajoelha como manda o R. E. I., 50, e assenta-se sobre o calcanhar do pé direito, a planta do pé direito póde ficar proximamente vertical ou o peito do pé direito póde encostar no chão; o pé esquerdo deve avançar ou recuar, como melhor convenha a distribuição do peso do corpo. O homem empunha o delegado com a mão direita e traz a arma á frente do corpo de modo que o couce fique na altura da cartucheira da direita e a bocca do cano na altura dos olhos; o braço direito apoia-se ligeiramente no cauce; a mão esquerda recebe em cheio a arma, sustentando-a mais ou menos na altura do centro de gravidade; o cotovello esquerdo assenta sobre os musculos da coxa esquerda, ou o braço esquerdo acima do cotovello, apoia-se sobre o joelho esquerdo (R. E. I. 70). A arma deve ficar sufficientemente afastada do corpo para evitar que a coronha chegue á axilla.
Para apontar, traz-se a arma ao lado direito do peito e se dirige em seguida para o alvo, fazendo ao mesmo tempo, com a mão direita, uma pressão na direcção do hombro. Nesta posição o cotovello não se deve elevar acima do hombro; a cabeça deve ser inclinada para a frente, os musculos do rosto devem tocar ligeiramente o couce e os musculos do pescoço não devem ser entezados.
Para fazer variar a posição do fuzil, o homem approxima ou afasta a ponta do pé direito, avança ou recua o pé esquerdo ou o ponto de apoio do joelho direito sobre o solo. E’ erro querer obter o mesmo resultado levantando a ponta do pé esquerdo ou a mão esquerda.
No tiro a grande distancia o couce da arma deve ser baixado no concavo do hombro. (*)
54. Atirador de pé – O homem suspende a arma e volve multaneamente o pé direito cerca de meio passo á direita, na nova posição; colloca a arma com o couce encostado ao lado
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(*) O homem deve tambem aprender a apostar de joelhos com arma livre, isto é, sem apoiar o braço esquerdo no joelho. Esta posição se emprega contra objectivos que se movem lateralmente com repidez.
interior do pé direito e a guarda-matto coltado para a frente; os quadris e os hombros a mesma conversão que os pés.
Para apontar procede-se como na posição de tiro de joelhos.
Os joelhos devem ser ligeiramente entezados, devendo o peso do corpo descansar igualmente sobre as pontas dos pés e os calcanhares (R. E. I. 70).
A cabeça, um pouco inclinada para a frente, tocará ligeiramente o couce da arma; os musculos do pescoço não devem ser entezados.
55. Quando o homem tem de atirar protegido, por uma massa cobridora, encosta a parte anterior do corpo ao talude, apoia os cotovellos sobre a berma, assesta o fuzil, apoiando-o e aponta, como foi descripto no n. 52.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATIRADORES E EXECUÇÃO DOS TIROS DE INSTRUCÇÃO
56. O anno de tiro começa no dia da incorporação dos recrutas e termina na vespara de igual dia do anno seguinte. Elle é designado pela denominação do anno de incorporação.
57. Para os tiros de instrucção o pessoal da companhia (subalternos inclusive) é distribuido em tres classes de tiro. Pertence á Segunda classe, os que ainda não tenham satisfeito as condições prescriptas para os exercicios dessa classe; á primeira, os que tenham satisfeito as condições da segunda; todo os que tenham satisfeito as condições da primeira classe pertencem á classe especial.
58. A passagem de uma classe á seguinte só será permittida tendo atirador satisfeito todas as condições prescriptas para a classe anterior.
O commandante da companhia, logo que cada homem tenha satisfeito todas as condições exigidas em sua classe de tiro, lhe concederá transferencia para a classe immediatamente superior. Si um atirador commette ainda erros tão grandes da companhia é obrigado a adiar sua transferencia de classe, mesmo quando o numero de cartuchos consumidos tenha sido relativamente pequeno.
E’ prohibido fazer um atirador retrogradar de classe. (*)
Os recrutas que antes de sua incorporação tenham recebido instrucção de tiro de accôrdo com este regulamento, em sociedade de tiro, institutos de ensino e associações dependentes da Directoria Geral do Tiro de Guerra, são considetados com a classificação alli obtida, comprovada com a respectiva caderneta de tiro, observando-se, porém, a ultima parte do n. 60.
59. Tomam parte nos tiros de instrucção todos os subalternos, aspirantes, sargentos e demais praças da companhia, salvo si se acharem destacados do corpo. Aquelles que já ti-
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(*) Na caderneta de reservista menciona-se a ultima classe de tiro a que o homem pertenceu na companhia.
verem satisfeito todas as condições da classe especial repetirão annualmente os tiros dessa classe.
60. Normalmente, cada atirador tem de executar no correr do anno de tiro todos os exercicios de tiro prescriptos para a sua classe. Os homens que no correr do anno de tiro galgarem uma classe de tiro mais elevada e aquelle que comparecerem ao tiro pela primeira vez tres mezes ou mais depois do inicio do anno de tiro farão os exercicios da classe até onde fôr possivel. Os atiradores que interromperem os exercicios de tiro, quer durante o anno, quer com a passagem de um anno para outro, continuarão depois a atirar na posição em que se achavam, si a interrupção não fôr superior a tres mezes; si superior, voltarão ao primeiro exercicio prévio de sua classe, como si a ella pertencessem pela primeira vez.
61. Cada classe de tiro comprehende exercicios prévios e exercicios principaes. Os primeiros comportam tres, os segundos cinco cartuchos (*)
62. O officiaes da reserva e reservistas convocados para um periodo de instrucção, ou que se apresentarem para fazel-o voluntariamente, durante o tempo que servirem atirarão de accôrdo com a classificação de tiro mencionada na sua caderneta, salvo si não tiverem frequentado uma linha de tiro nos ultimos tres mezes, caso em que lhe será applicada a ultima parte do n. 60.
63. Cada homem deve atirar sempre com o fuzil que lhe pertence, excepto ocaso em que sua arma esteja em reoaração. A utilização de um outro fuzil (quando possivel, sempre o mesmo) que não o proprio, deve se assignalado em cada caso na columna de observação dos livros de tiros, boletins e cadernetas de tiro, com o numero da arma.
Os homens que atirarem de fuzil (mosquetão) e que no correr dos exercicios de sua classe passarem a atirar com mosquetão (fuzil), voltarão ao primeiro exercicio prévio de sua classe, nas mesmas condições do n. 60.
64. Os homens armados a mosquetão farão os exercicios de tiro, de accôrdo com as condições para o mosquetão.
65. Antes do inicio dos exercicios prévios os atiradores de todas as classes de tiro (exepção dos que tiverem feito o tiro de verificação dos fuzis), devem executar, sentados e com a arma apoiada, alguns tiros preparatorios á distancia de 150 metros.
66. Os homens de vista abaixo da normal atiram com aculos (n 36).
Os atiradores cuja capacidade visual, mesmo com aculos, fôr inferior a tres quartos da vista normal, podem ser autorizados pelo commandante do batalhão a executar os tiros a distancias reduzidas, indicadas pelo mesmo, mas devendo satisfazer as mesmas condições que correspondem ás distancias normaes.
O commandante do batalhão só profére esta decisão á vista de um exame medico que se realizará todos os annos antes do inicio dos tiros com artuchos de guerra e não em
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(*) Para o mosquetão só o ultimo exercicio de cada classe comporta cinco cartuchos.
seguida ao primeiro exame medico feito no acto da incorporação dos recrutas (n. 36).
67. No intuito de não desanimar os recrutas com os resultados dos seus primeiros tiros, deve-se, no inicio da instrução, attender ás condições do tempo para a escolha dos dias de exercicio.
68. É prejudicial á instrucção accelerar a execução dos tiros no mesmo exercicio e bem assim interrompel-os por muito tempo, salvo o caso de atiradores fracos dando mostra de fadiga ou desanimo.
69. É absolutamente prohibido empregar meios não regulamentares facilitando o tiro de modo a obter resultados superiores; assim, por exemplo: fazer nos alvos signaes especiaes. Estes processos prejudicam a instrucção para a guerra. É entretanto permittido, nos tiros de instrucção, abrigar o atirador contra a chuva ou o sol com o emprego provisorio de certos abrigos, por exemplo: guarda-chuva, etc.
Nos exercicios principaes é prohibido empregar apparelhos para verificar a pontaria (verificador e oculos de pontaria).
70. As condições de um exercicio só serão satisfeitas quando forem feitos tres ou cinco tiros no mesmo dia, sem interrupção.
71. É prohibido exigir de um atirador mais de dous exercicios differentes no mesmo dia.
Começado um exercicio, este não deve ser interrompido, salvo em casos excepcionaes, por exemplo: si o atirador dá mostra de grande perturbação; neste caso póde descansar a arma, retirar-se e continuar o tiro depois.
Os pessimos atiradores recomeçam os exercicios do numero 39, e só depois que o commandante da companhia se certificar que elles teem feito progresso nessa instrucção preparatoria, admitte-os de novo nos tiros de instrucção.
72. Devido á escassez de carturchos, o commandante da companhia será muitas vezes obrigado a permittir que um atirador passe á execução de um exercicio de ordem mais elevada, dentro da mesma classe de tiro, sem que o mesmo tenha satisfeito as condições prescriptas para o exercicio immediatamente anterior; neste caso uma parte da economia de munição feita nos tiros de instrucção deve ser empregada para a repetição do exercicio cujo resultado foi insufficiente. Em nenhuma hypothese, porém, os recrutas começarão os exercicios principaes sem terem percorrido, com os resultados exigidos, todos os exercicios prévios.
Condições para o fuzil – Segunda classe – Exercicios prévios – (Tres tiros)
Numero | Distancia |
Posição |
Alto |
Condição(*) |
1 | 150 | Deitado, arma apoiada. | Z. C. S...... | Nenhum tiro abaixo de 7, ou 25 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 5. |
2 | 150 | Deitado, arma livre........ | Idem......... | Nenhum tiro abaixo de 6, ou 21 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 4. |
3 | 150 | De pé, arma livre.................. | Z. C........... | Nenhum tiro abaixo de 4, ou 12 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 2. |
Exercicios principaes – (Cinco tiros)
4 | 200 | Deitado, arma livre .............. | Z. C. S. | 5 impactos, 27 pontos, só em tiro abaixo de 5. |
5 | 200 | De joelhos ........................... | Idem......... | 5 impactos, 25 pontos, só um tiro abaixo de 5. |
6 | 300 | Deitado, arma apoiada......... | Idem......... | 5 impactos, 25 pontos. |
7 | 300 | Deitado, arma livre .............. | Idem......... | 5 impactos, 20 pontos. |
8 | 300 | De joelhos ........................... | Idem......... | 5 impactos, 10 pontos. |
9 | 400 | De pé, em uma trincheira ( n. 53).................................... | T. I. 400.... | 5 impactos, 8 pontos. |
10 | 400 | Deitado, arma livre........ ...... | Idem......... | 4 impactos, 6 pontos. |
11 | 400 | De joelhos ........................... | Idem......... | 4 impactos, 6 pontos. |
Observações – Os cinco tiros do exercicio n. 10 devem ser feitos consecutivamente, sem esperar o resultado de cada tiro: a marcação dos impactos se fará no fim da série. Os cinco tiros devem ser feitos em um minuto, contado da partida do primeiro tiro. Inicia-se este exercicio com o fuzil apenas carregado com tres cartuchos.
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(*) Os resultados (+) e (∞) não se contam como impactos para passagem de condição.
Condições para o fuzil – Primeira classe – Exercicios prévios – (Tres tiros)
Numero | Distancia |
Posição |
Alto |
Condição(*) |
1 | 200 | Deitado, arma livre............... | Z. C. S...... | Nenhum tiro abaixo de 6, ou 21 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 4. |
2 | 200 | De joelhos............................ | Idem......... | Idem................................................................. |
3 | 200 | De pé, arma livre.................. | Z. C........... | Nenhum tiro abaixo de 5, ou 18 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 4. |
Exercicios principaes – (Cinco tiros)
4 | 300 | Deitado, arma livre .............. | Z. C. S. | 5 impactos, 25 pontos. |
5 | 300 | De joelhos ........................... | Idem......... | Idem. |
6 | 400 | De pé, em uma trincheira (n. 55). | T. I. 400.... | 5 impactos, 9 pontos. |
7 | 400 | Deitado, arma livre .............. | Idem......... | 5 impactos, 7 pontos. |
8 | 400 | De joelhos ........................... | Idem......... | 5 impactos, 7 pontos. |
Observações – O exercicio n. 7 deve ser executado como o exercicio n. 10 da segunda classe, mas em 45 segundos. O fuzil deve ser préviamente carregado apenas com tres cartuchos.
________________
(*) Os resultados (+) e (∞) não se contam como impactos para passagem de condição.
Condições para o fuzil – Classe especial – Exercicios prévios – (Tres tiros)
Numero | Distancia |
Posição |
Alto |
Condição(*) |
1 | 200 | Deitado, arma livre............... | Z. C. S...... | Nenhum tiro abaixo de 7, ou 24 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 6. |
2 | 200 | De joelhos............................ | Idem......... | Nenhum tiro abaixo de 7, ou 24 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 5. |
3 | 150 | De pé, arma livre.................. | Z. C........... | Nenhum tiro abaixo de 8, ou 27 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 6. |
4 | 200 | De pé, arma livre.................. | Idem......... | Nenhum tiro abaixo de 7, ou 24 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 5. |
Exercicios principaes – (Cinco tiros)
5 | 300 | Deitado, arma apoiada......... | Z. C. S...... | 5 impactos, 35 pontos. |
6 | 300 | Deitado, arma livre............... | Idem......... | 5 impactos, 30 pontos. |
7 | 300 | De joelhos............................ | Idem......... | Idem. |
8 | 400 | Deitado, arma livre............... | T. I. 400.... | 5 impactos, 8 pontos. |
9 | 400 | De joelhos............................ | Idem......... | 4 impactos, 8 pontos. |
Observações – O exercicio n. 9 será executado como o do n. 10 da Segunda classe, mas em 45 segundos. A arma deve ser carregada préviamente apenas com tres cartuchos.
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(*) Os resultados (+) e (∞) não se contam como impactos para passagem de condição.
Condições para o mosquetão – Segunda classe – Exercicios prévios – (Tres tiros)
Numero | Distancia |
Posição |
Alto |
Condição(*) |
1 | 150 | Deitado, arma apoiada......... | Z. C. S...... | Nenhum tiro abaixo de 5, ou 18 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 3. |
2 | 150 | Deitado, arma livre............... | Idem......... | Nenhum tiro abaixo de 4, ou 15 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 3. |
3 | 200 | De joelhos............................ | Idem......... | Nenhum tiro abaixo de 4, ou 13 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 3. |
4 | 150 | De pé, arma livre.................. | Z. C........... | Nenhum tiro abaixo de 4, ou 15 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 3. |
Exercicios principaes – (Tres tiros para os exercicios ns. 5, 6, e 7 e cinco tiros para o de n. 8)
5 | 200 | Deitado, arma livre............... | Z. C. S...... | Nenhum tiro abaixo de 4, ou 15 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 3. |
6 | 300 | De joelhos............................ | Z. C........... | 2 impactos, 9 pontos. |
7 | 300 | Deitado, arma livre............... | Z. C. S...... | 3 impactos, 9 pontos. |
8 | 400 | De pé, apoiado no parapeito de uma trincheira (n. 55). | T. I. 400.... | 3 impactos, 5 pontos. |
Observações – Os cinco tiros do exercicio do n. 8 devem ser feitos consecutivamente, sem esperar o resultado de cada tiro; a marcação dos impactos se dará no fim da série. Os cinco tiros devem ser feitos em um minuto, contado da partida do primeiro tiro. Inicia-se este exercicio com o fuzil apenas carregado com tres cartuchos.
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(*) Os resultados (+) e (∞) não se contam como impactos para passagem de condição.
Condições para o mosquetão – Primeira classe – Exercicios prévios – (Tres tiros)
Numero | Distancia |
Posição |
Ativo |
Condição (*) |
1 | 150 | Deitado, arma apoiada......... | Z. C. S...... | Nenhum tiro abaixo de 7, ou 24 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 5. |
2 | 200 | Deitado, arma livre............... | Idem ........ | Nenhum tiro abaixo de 5, ou 18 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 4. |
3 | 200 | De joelhos............................ | Idem ........ | Nenhum tiro abaixo de 7, ou 24 pontos, neste caso nenhum tiro deverá ser menor de 5. |
4 | 150 | Em pé, arma livre................. | Z. C........... | Nenhum tiro abaixo de 6, ou 21 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 4. |
Exercicios principaes – (Tres tiros para os exercicios ns. 5 e 6 e cinco tiros para o exercicios de n. 7)
5 | 300 | Deitado, arma livre............... | Z. C. S. .... | 3 impactos, 12 pontos. |
6 | 300 | De joelhos.................................. | Idem......... | Idem. |
7 | 400 | Deitado, arma livre............... | T. 1.400.... | 4 impactos, 7 pontos. |
Observações – Os cinco tiros do exercicio de n. 7 devem ser executados um após outros e dentro de 45 segundos, contando o tempo a partir do primeiro. O resultado só se dará no fim do exercicio. A arma deve ser préviamente carregada com tres cartuchos.
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(*) Os resultados (+) e (∞) não se contam como impactos para passagem de condição.
Condições para o mosquetão – Classe especial – Exercicios prévios – (Tres tiros)
Numero | Distancia |
Posição |
Ativo |
Condição (*) |
1 | 200 | Deitado, arma apoiada......... | Z. C. S...... | Nenhum tiro abaixo de 7, ou 24 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 5. |
2 | 200 | Deitado, arma livre............... | Idem......... | Nenhum tiro abaixo de 6, ou 22 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 5. |
3 | 200 | De joelhos............................ | Idem......... | Nenhum tiro abaixo de 7, ou 24 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 5. |
4 | 150 | Em pé, arma livre................. | Z. C. ......... | Nenhum tiro abaixo de 7, ou 22 pontos, neste caso nenhum tiro abaixo de 6. |
Exercicios principaes – (Tres tiros para os exercicios ns. 5, 6 e 7 e cinco tiros para o de n. 8)
5 | 300 | Deitado, arma apoiada......... | Z. C. S. .... | 3 impactos, 18 pontos. |
6 | 300 | Deitado, arma livre............... | Idem......... | 3 impactos, 15 pontos. |
7 | 300 | De joelhos............................ | Idem......... | Idem. |
8 | 400 | Deitado, arma livre. | T. 1.400 | 5 impactos, 8 pontos. |
Observações – O exercicio do n. 8 deve ser feito dentro de 45 segundos contados a partir do primeiro tiro. O resultado se dará no fim do exercicio. A arma deverá ser encarregada com tres tiros.
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(*) Os resultados (+) e (∞) não se contam como impactos para passagem de condição.
REGRAS PARA O SERVIÇO DE TIRO
a) instrucções preparatorias
73. Todos os annos antes de se iniciarem os exercicios de tiro, o commandante da companhia ou o instructor de tiro sob suas vistas, instruirá os officiaes e demais homens que tenham de tomar parte nesses exercicios como auxiliares:
1º, sobre as obrigações e medidas de segurança nos exercicios de tiro;
2º, sobre as penas em que incorrem todos aquelles que infringirem as respectivas prescripções regulamentares.
Esta instrucção, que terá logar no proprio stand, e todas as vezes antes de cada sessão, é repetida sempre que se verificarem modificações no pessoal.
74. Os preparativos para o tiro são feitos pelo sargento de tiro da companhia, sendo elle, portanto, quem regula o trabalho dos homens para as marcações e transporte do material necessario para o tiro (alvos, binoculo, um R. T. I., etc.). As suas outras obrigações são: ter em dia o livro de tiro da companhia, encarregar-se de toda a escripturação necessaria ao tiro, zelar pela conservação e guarda de todo o material, examinar a munição que receber do cabo do material bellico e fazer recolher, depois, os cartuchos não utilizados, os carregadores e os estojos. O commandante da companhia póde dar-lhe para este serviço um homem como auxiliar.
O sargento de tiro e seu auxiliar devem ser designados pelo commandante da companhia antes de se iniciarem os exercicios de tiro.
b) medidas de segurança
75. Os gritos durante os exercicios de tiro, mesmo com o objectivo de estabelecer communicações entre o stand e os marcadores, assim como conversas ou commentarios em torno dos homens que atiram, não são, em hypothese alguma, permittidos. E’ igualmente prohibida toda circulação de homens entre os abrigos e o stand sem ser em objecto de serviço, assim como movimento de pessoas nas proximidades dos homens que atiram.
Para estabelecer communicações por homens é preciso que ellas se façam por caminhos abrigados.
As communicações entre o stand e os marcadores serão sempre que possivel, feitas por telephone, ou, na sua falta, por signaes deve existir no abrigo dos marcadores.
Os signaes do stand só podem ser feitos por ordem do official. Estes signaes devem ser correspondidos pelos marcadores com o signal – entendido.
Todos os fuzis pertencentes á turma de tiro (n. 84) devem ser conservados com a culatra aberta. Um fuzil que passe de uma a outra mão, estando carregado, deve ser acompanhado do aviso – está carregado. Em caso nenhum se deixará abandonado um fuzil carregado.
No mesmo stand os exercicios de pontaria na occasião em que se fazem exercicios de tiro assim como os exercicios de tiro a distancias differentes, não são permittidos.
76. Os commandantes de unidades, de accôrdo com o commandante da guarnição, devem examinar, si, para cada stand, não são necessarias algumas medidas especiaes de segurança (collocação de sentinellas, interrupções de passagens transversaes, etc.). Todas as prescripções sobre medidas de segurança devem ser affixadas á entrada dos stands.
c) pessoal de vigilancia
77. Para cada stand é preciso o seguinte pessoal de vigilancia: um official para a direcção, um sargento (monitor de tiro) para observar o atirador e distribuir a munição, e um homem para fazer a escripturação. Este pessoal não deve ficar de serviço por mais de duas horas, e todo elle é tirado do proprio pessoal convocado para o tiro.
78. O official é quem determina ao sargento de tiro qual o pessoal que deve comparecer á sessão de tiro do dia, e, na linha, é o responsavel por tudo quanto occorrer durante a sessão. Por isso, elle deve chegar ao stand antes do inicio do exercicio, verificando antes, no correr e depois do mesmo, si são observadas todas as medidas de segurança e de ordem prescriptas neste regulamento. Durante o tiro incumbe-lhe especialmente guiar o atirador, fiscalizar a escripturação e os marcadores. Uma vez terminado o exercicio, o official compara os impactos no alvo com as annotações do borrão e verifica a munição consumida na sessão. Durante o exercicio elle tem no stand autoridade absoluta para tomar todas as medidas que forem necessarias e não foram aqui previstas. Deve ser sempre o ultimo a se retirar do stand.
79. Ao sargento monitor de tiro incumbe: conduzir os homens ao stand; fiscalizar, na linha, como os homens carregam, descarregam, travam e destravam a arma e observar os signaes dos marcadores; receber a munição do sargento de tiro da companhia, distribuil-a á medida que os homens forem necessitando e fazer os signaes para os marcadores. Os cartuchos não utilizados, os estojos vasios e os carregadores são por elle restituidos ao sargento de tiro, sendo, portanto, o responsavel por qualquer extravio desse material (*).
80. O encarregado da escripturação no stand (77) colloca-se proximo do official e de modo que possa ver os signaes dos marcadores; toma nota do resultado dos tiros no borrão e, a tinta, na caderneta de tiro do atirador. Estes resultados serão successivamente registrados após cada tiro e só depois que o proprio atirados os annuncia. Depois de annotados, o encarregado da escripturação repete os respectivos resultados, pronunciando tambem o nome do atirador. As discordancias que se verificarem devem ser communicadas immediatamente ao official.
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(*) Nos tiros de instrucção não se permitte o extravio de cartuchos, carregadores ou estojos vasios. Para a carga a companhia deve guiar-se pela tabella de preços da Directoria do Material Bellico.
d) serviço junto dos alvos
81. O serviço nos alvos exige: um chefe do serviço e dous homens como auxiliares. Este serviço não se deve prolongar por mais de duas horas.
O cabo é o responsavel pela boa collocação dos alvos e do periscopio, pela escrupulosa observação das medidas de segurança junto aos alvos, pela precisa determinação dos impactos e respectivos resultados e pela cuidadosa collocação das obreias nos orificios produzidos pelos tiros. Sua incumbencia especial, porém, consiste em observar a linha de tiro por meio do periscopio e marcar no alvo os impactos com um traço de lapis. Quando os signaes dos marcadores não forem visiveis a binoculo suspende-se o exercicio.
82. O resultado do tiro é assignado collocando-se primeiramente o disco (Annexo I) sobre o impacto, e depois no logar (ou logares, fazendo a somma) do alvo que corresponde ao numero de pontos (fig. 13).
Nos alvos de doze zonas a marcação de 1 a 8 será feita voltando para o alvo o lado branco do disco, collocando-o sobre os numeros 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, respectivamente. De 9 a 12 a marcação será feita voltando par ao alvo o lado preto do disco, collocando-o nos cantos 1, 3, 5 e 7, respectivamente.
Para facilitar a marcação, os numeros correspondentes serão estampados nos referidos logares dos alvos, sendo os de 9 a 12 entre parenthesis. Nos alvos de 24 zonas a marcação será feita até 12 como se acha indicado, e dahi por diante por somma, mediante duas marcações seccessivas, uma correspondente a 12 e a outra ao numero necessario para completar o total de pontos.
A 400 metros a marcação será regulada por estas indicações.
Salvo ordem contraria, dada pelo official, a marcação terá sempre logar após cada tiro.
Se um impacto está na separação das zonas, attribue-se-lhe sempre o numero da de maior valor; da mesma maneira se procede se o impacto fere o limite do alvo.
Os tiros errados e os que alcançaram fóra das zonas são annunciados agitando-se o disco da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. Para os ultimos indica-se ainda com o disco o logar do impacto. Para os ricochetes indica-se apenas o logar do impacto.
O tiro póde começar logo que do stand se faça o signal de fogo, que o alvo esteja no logar, que os marcadores se tenham abrigado e que tenham respondido com o signal entendido. Para interromper o tiro, empregar o signal respectivo. Os marcadores, porém, só poderão circular na linha quando ao abrigo tenha chegado um homem enviado do stand. A’ volta desse homem o official resolverá se o tiro deve ou não continuar. Terminado o exercicio transmitte-se aos marcadores a ordem de retirar os alvos.
Dos homens auxiliares um fica encarregado de collocar o alvo e tapar os impactos, o outro signalisa, communicando o resultado.
Os alvos muito usados não devem ser empregados. E’ conveniente tambem, para facilitar as verificações, que o impacto produzido seja apenas assignalado com um traço do lapis na occasião, só devendo ser coberto depois que um outro impacto tenha tido logar.
e) marcha do exercicio
83. O uniforme para os exercicios é o de serviço interno. Para os exercicios prévios os homens levarão cinturão, cartucheira, mochila carregada com quatro kilogrammos, cantil e bornal (*).
Para executar o tiro a bandoleira do fuzil deve ser alongada.
Os homens são conduzidos ao stand por um sargento ou cabo, dos que devam tomar parte no exercicio; immediatamente antes e depois de cada sessão de tiro, o monitor de tiro revista os fuzis e as cartucheiras, tendo o cuidado de examinar o estado de limpeza das armas para que no interior do cano e na culatra não se conservem corpos extranhos. Estas prescripções devem ser observadas com quaesquer que sejam os cartuchos empregados em exercicios de tiro. Concluido o exercicio, os homens devem, mesmo no stand e antes que o sargento tenha examinado as armas, correr um cordel com panno secco no interior do cano (limpeza preparatoria).
84. Para a execução dos tiros os homens serão chamados por grupos (turma da tiro), de cinco, no maximo. Os não chamados ficarão sufficientemente separados para evitar qualquer perturbação aos que vão atirar: suas armas ficam encostadas nos cabides. Os da turma chamada vão entregando suas cadernetas ao encarregado da escripturação e formando em uma unica fileira com a frente para o alvo a alguns passos da platafórma de tiro: suas armas ficam descançadas, sem cobremira e com as culatras abertas. Partindo dahi, cada homem por sua vez avança até a platafórma de tiro: toma a posição em que tem de atirar, carrega sem commando (introduzindo um cartucho de cada vez nos exercicios prévios ou um carregador completo nos principaes, excepto nos numeros 10, 7 e 9, respectivamente da 2ª, 1ª e classe especial) e se prepara para atirar, trazendo a bocca do fuzil na direcção da linha. Aponta e atira, annunciando depois o ponto de partida: descança a arma, observa a marcação, dá seu nome em voz alta e o resultado de cada tiro.
Se o atirador retira a arma sem a ter disparado e se tem apenas a intenção de interromper momentaneamente o tiro, a arma deve continuar preparada para atirar: se o atirador porém tem permissão para descançar, deve immeditamente travar a arma ou descarregal-a.
Depois de terminada a sua serie cada homem recebe sua caderneta e volta para a turma, vindo um outro por sua vez
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(*) Os officiaes executam o tiro de instrucção á vontade.
As praças que tomarem parte nos tiros de preparação achando-se ainda nos exercicios prévios usarão mesmo nestes o uniforme dos principaes.
fazer a sua serie. Só depois de todos terem feito seus exercicios a turma se retirará, vindo, então, uma outra para a platafórma de tiro (*).
85. Si durante o tiro houver uma falha, o atirador deve esperar alguns segundos antes de abrir a culatra para evitar o perigo de um accidente devido a um retardo de deflagração. Aberta depois a culatra, retira o cartucho, gira-o sobre si mesmo, o introduz na camara e atira de novo. Si o cartucho falha segunda vez, elle é empregado em uma outra arma: em caso de nova falha, é considerado definitivamente imprestavel. São considerados nas mesmas condições os que não puderem ser introduzidos na camara, ou cujos estojos e capsulas se acharem visivelmente arruinados.
O numero de falhas e cartuchos imprestaveis é indicado no boletim de tiro do dia, e, posteriormente, com as devidas observações, registrado no livro de tiro da companhia.
Os cartuchos nesse estado devem ser no fim do anno de tiro recolhidos á intendencia do corpo e a acompanhados das necessarias observações.
TIRO DE PROVA
86. Quando o máo resultado de um tiro fôr attribuido a um defeito do fuzil, o official que dirigir o exercicio, atira ou faz atirar por um bom atirador alguns cartuchos com a arma em questão, afim de verifical-a. O resultado desses tiros de prova deve figurar no boletim de tiro do dia e no livro de tiro da companhia ao lado do resultado do exercicio que motivou a prova.
TIRO ESPECIAL
(R. I. S. ., 59)
a) Officiaes
87. O exemplo do chefe é sempre o mais fecundo incentivo para a tropa.
Os homens devem ser testemunhas do interesse pessoal dos officiaes de tiro, e este não devem desprezar as occa
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(*) Para evitar gasto inutil de munição e que o atirador estacione num exercicio, observar o seguinte:
1º, todas as séries pelo menos o 3º tiro (4º e 5º nos exercicios, cujas séries são de cinco) esteja dentro da condições do exercicio, continuada;
2º, aquelle 3º (4º) tiro assim aproveitado é considerado 1º de uma nova série;
3º, a nova série é definitivamente interrompida logo que occorra um tiro fóra das condições, e neste caso o atirador só póde recomeçar o exercicio no mesmo dia uma vez, depois de um quarto de hora pelo menos;
4º toda série visivelmente prejudicada só deve ser continuada si o resultado do tiro fôr tal que permitta ao atirador corrigir a pontaria anteriormente feita;
5º, tiros reconhecidamente accidentaes, mesmo de bons resultados, os ricochetes e o zero devem fazer cessar immediatamente a série salvo nos exercicios, cuja condição comporte tal resultado.
siões de se aperfeiçoar no tiro, de modo a se tornarem neste, como nos outros ramos da instrucção, o modelo da companhia.
88. O commandante do batalhão convoca para este fim os officiaes e aspirantes do batalhão para diversos exercicios especiaes de tiro que devem ter logar na melhor estação do anno. Taes exercicios são dirigidos pelo commandante do batalhão e se executam com certa liberdade, de modo a desenvolver o gosto pelo tiro; assim é que se podem empregar alvos especiaes, não regulamentares, e atirar com armas de propriedade particular. Uma certa parte da dotação de munições destinadas a este fim póde ser posta pelo commandante do batalhão á disposição dos commandantes de companhia, que deverão empregal-a para organizar dentro de suas unidades sessões especiaes de tiro para officiaes (n. 28).
O resultado do tiro dos officiaes convocado no ambito do batalhão será registrado em um livro especial, a cargo do batalhão, e não figurará no livro de tiro das companhias.
89. Nas sessões de tiro para officiaes, o commandante do batalhão designará um official para encarregar-se de todas as medidas de ordem e segurança no stand.
90. Os officiaes que atirarem com armas não regulamentares devem, na occasião do tiro, observar as prescripções deste regulamento.
b) Sargentos e outras praças
91. Uma parte das economias de munição feita pelo commandante da companhia durante o anno (cerca de metade) póde servir para a organização de exercicios especiaes destinados a aperfeiçoar o tiro.
92. Estes exercicios serão tanto mais proficuos e attrahentes quanto mais se afastarem dos exercicios prévios e principaes. Far-se-ha de preferencia emprego de alvos especiaes, em geral objectivos do campo de batalha.
93. O commandante da companhia fixará os resultados a obter nestes tiros.
E' prohibido na execução dos mesmos exercer qualquer pressão sobre os atiradores no sentido de melhorar os resultados.
94. O resultado destes tiros figurará no livro de tiro da companhia sob a rubrica: Tiros especiaes determinados pelo commandante da companhia.
B – TIROS DE COMBATE
95. O tiro de combate constitue a parte mais importante da instrucção de tiro. Elle offerece occasião de fazer do homem um atirador consciente e autonomo e do official subalterno um conhecedor perfeito das regras de direcção de fogo e em geral de seus deveres em todas as situações do combate pelo fogo.
96. No tiro de combate o atirador applica em condições que se aproximarem tanto quanto possivel de uma situação real de guerra tudo quanto aprendeu nos tiros de instrucção e nos exercicios do combate.
O manejo correcto da arma em todas as posições, a execução conscienciosa de cada tiro e a vontade tenaz de attingir um determinado objectivo, são as condições capitaes de successo. Deve-se exigir que a conducta do homem em um exercicio de tiro de combate seja tão inflexivel como na guerra e que cada um proceda sempre como se estivesse em um combate real.
97. Em tempo de paz as differentes phases do combate se desenrolam muito mais rapidamente que na realidade, e os resultados dos tiros de combate são superiores aos que se obterão em condições analogas no campo de batalha. Não se deve, pois, tirar dos tiros de combate do tempo de paz uma falsa conclusão sobre a efficacia do fogo; os homens e os officiaes devem ser devidamente elucidados a respeito desta questão.
98. Os tiros de combate podem ter logar em todas as estações do anno (*).
99. Os superiores, a partir dos commandantes de corpos inclusive, devem empregar todos os meios para que a infantaria disponha sempre do tempo necessario á execução judiciosa e instructiva de seus tiros com cartucho de guerra, pois esta é parte da instrucção mais importante para a preparação da guerra. Para attingir este desideratum é necessario utilizar equitativamente os locaes de exercicio (campo de instrucção) durante a permanencia annual das tropas nos mesmos.
Marcha da instrucção
100. Assim como nos tiros de instrucção, tambem nos de combate a base é o preparo individual do atirador. Depois de se ter instruido e educado cada homem em particular, passa-se progressivamente á esquadra, ao pelotão e á companhia.
Nos exercicios de esquadra deve-se especialmente ter em vista instruir os graduados na direcção do fogo.
101. Deve-se sempre começar esta instrucção recapitulando as noções sobre theoria do tiro e os conhecimentos praticos adquiridos nos tiros de instrucção.
O homem deve habituar-se, através de repetidos exercicios, adaptar ao terreno as differentes posições de tiro, de modo a proteger-se o mais possivel contra os effeitos do fogo do inimigo e augmentar a precisão de seu tiro.
102. Assiduamente, durante todo o tempo do serviço militar, far-se-hão exercicios de pontaria e de assentamento do fuzil com todas as graduações da alça e a distancias correspondentes a differentes alças; taes exercicios não deverão ser muito demorados.
Deve ser rigorosamente exigido que durante todo o correr do anno se executem exercicios de pontaria em terreno variado a distancias, de combate, escolhendo objectivos e faixas de terreno pouco visiveis.
Só através de taes exercicios se conseguirá desenvolver a capacidade visual e a faculdade do descobrir os objectivos;
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(*) Comtudo devem ser iniciados o mais tardar com o periodo de companhia, de modo que no exame respectivo essa unidade já esteja em condições de ser submettida á uma prova até o tiro de esquadra.
especialmente modificando a posição dos objectivos e seu apparecimento, poder-se-ha tambem, nestes exercicios, experimentar o espirito de observação e a actividade de combate dos chefes e dos homens.
103. Deve-se attribuir grande importancia á rapidez no carregamento, á presteza na collocação da alça, á rapidez e destreza no assentamento da arma e á execução cuidadosa do tiro em todas as posições.
104. Só se deve passar ao tiro com cartucho de guerra depois que os homens aprenderem detalhadamente os processos do combate de atiradores nos exercicios de combates simulados organizados, de accôrdo com o R. E. I., e depois de ter desenvolvido nos commandantes e na tropa o julgamento e a confiança em suas proprias acções.
105. Os exercicios de dupla acção com cartuchos de manejo ou de festim constituem um complemento necessario dos tiros de combate; a presença de alvos vivos torna-se mais variados e mais interessantes que os exercicios de tiro com cartucho de guerra; elles facultam, sem perigo para as circumvizinhanças, uma utilização completa do terreno e permittem que no desenvolvimento da acção prevaleçam sempre as razões de ordem tactica. Os tiros com cartucho de guerra são, porém, os unicos que permittem julgar do modo por que a acção foi dirigida e constituem o unico meio de se adquirir a verdadeira habilidade na direcção do fogo, isto é engarfar o objectivo no feixe de trajectorias; por outro lado, elles provocam no homem e no commandante certa excitação moral que poderosamente influe sobre o julgamento e a acção.
106. Estes dous generos de exercicios formam a base do ensino do combate e devem se completar para a efficacia da instrucção da tropa.
107. A instrucção dos commandantes de pelotão, de secção e de esquadra, no ponto de vista da direcção do fogo, faz-se partindo do simples para o composto. Collocam-se os principiantes nas condições de um tiro observado e se lhes determina que fixem a alça para engarfar o objectivo. Exercicios assim feitos permitem adquir a experiencia necessaria para a solução de problemas mais difficeis. Os objectivos escolhidos para os primeiros exercicios deverão ser bem visiveis.
108. Os exercicios de tiro de combate em que figura a acção combinada da infantaria e das metralhadoras offerecem occasião de dar a conhecer aos homens o emprego das metralhadoras no combate e o effeito de seu fogo; para que a observação deste ultimo seja concludente é indispensavel que nestes exercicios os alvos attribuidos ás metralhadoras não tenham de ser batidos pela infantaria.
109. Os exercicios de tiro de combate em que figura a acção combinada da infantaria e da artilharia só podem ser proficuos si fôr possivel realizal-os em condições que correspondam á guerra.
Efficacia do fogo
110. A diminuição da zona rasada (ns. 14 e 25), a dispersão crescente devida á (15 e 26) e a devida ao ati rador, limitam o emprego do tiro individual ás pequenas distancias; dentro deste limite a propabilidade dos resultados de tiro augmenta com a approximação, dimensão e densidade do objectivo. Contra pequenos objectivos isolados só se póde contar com o exito do tiro individual até a distancia de 400 metros.
No tiro individual até 400 metros o atirador escolhe seu ponto de visada (centro, pé ou cobrindo o alvo) conforme sua experiencia dos tiros de instrucção; dahi por deante é geralmente indicado visar o pé do alvo.
111. A efficacia do fogo collectivo (ns. 17, 21 e 26) depende de diversas circurnstancias que em parte escapam á vontade da fracção que atira, porém, que devem ser levadas em conta para julgar do rendimento de seu fogo.
112. Abstracção feita do numero de tiros (numero de fuzis), duração e velocidade do fogo, devem ser tomadas em consideração, para julgar do resultado do tiro collectivo, as dimensões e natureza do objectivo (altura, largura, profundidade, densidade e visibilidade), a natureza do terreno nas proximidades do objectivo (maior ou menor facilidade de observar os pontos de chegada, terreno mais ou menos propicio á producção de ricochetes e estilhaços de toda sorte, inclinação do terreno em relação á linha de mira), o estado do tempo (n. 9) e finalmente a dispersão em profundidade (n. 26) . Os factores capitaes da efficacia do fogo collectivo são porém a direcção do fogo e o rendimento dos atiradores (ns, 20 e 21).
O rendimento dos atiradores depende de sua instrucção, educação (disciplina de fogo), do seu estado de fadiga e alteração physica e moral.
113. Os objectivos altos e profundos podem ser vulneraveis até os limites extremos da alça, si o fogo é bem dirigido.
A médias e pequenas distancias taes objectivos podem ser completamente destruidos.
Si se atira contra objectivos pouco largos, é de temer que o feixe de trajectorias caia á direita ou á esquerda do mesmo; quanto maior é a distancia mais se deve recear esta eventualidade. Contra objectivos pequenos e densos só é possivel obter resultado efficaz a distancias médias (entre 800 e 1.200 metros); a partir dahi, é preciso dispor de grande quantidade de cartuchos.
114. As linhas de atiradores avançando em terreno descoberto sob o fogo de uma infantaria ainda não molestada pelo tiro, soffre a médias e mesmo a grandes distancins perdas consideraveis, que tanto maiores serão quanto mais densas as mesmas forem. Movimentos demorados para a frente de linhas de atiradores densas e continuas sob fogo do inimigo, a pequenas e médias distancias, são absolutamente inexequiveis.
Neste caso as fracções de tropa empenhadas na luta devem, reciprocamente, se auxiliar para ganhar o terreno que as separa do inimigo (combinação da marcha e do fogo).
115. Não é possivel contar com os effeitos do fogo quando a infantaria ataca de frente a artilharia de campanha com escudos, mesrno quando se combate a pequenas distancias.
A infantaria, porém, póde immobilizar a artilharia e perturbar seu tiro. Consideravel efficacia de fogo póde sempre se esperar si a infantaria consegue atacar a artilharia de flanco, empregando, grande numero de fuzis e não poupando cartuchos; para obter resultados rapidos é preciso abrir o fogo com segurança e de surpreza. A situação critica da artilharia em face do fogo da infantaria o quando ella está em marcha ou engata ou desengata os armões. Uma infantaria que tem a felicidade de surprehender as baterias nesta situação, póde inutilizal-as para a batalha.
116. A efficacia do fogo de infaritaria contra a metralhacioras transportadas em carros ou em cargueiros é a mesma, que contra a artilharia em marcha; contra as metralhadoras em movimento mas transportadas á mão, a mesma que contra simples atiradores.
As metralhadoras em posição de tiro constituem para o fogo da infantaria objectivos difficeis de destruir; a potencia do fogo das metralhadoras não diminue, mesmo que uma parte dos serventes seja posta fóra de combate. Para obter resultados contra as mesmas é preciso a médias e grandes distancias empregar muitos fuzis e dispôr de abundancia de cartuchos.
117. O fogo de flanco é sempre o mais efficaz a todas as distancias e contra todos os objectivos.
Direcção do fogo
118. A direcção do fogo comprehende:
– Escolha e designação do objectivo;
– Avaliação ou medição da distancia;
– Determinação da alça;
– Repartição do fogo e em certos casos determinação do ponto de visada;
– Observação dos effeitos do tiro no objectivo;
– Influencia do chefe sobre a actividade de combate da tropa;
– Disciplina do fogo.
119. A occasião em que o fogo deve ser aberto depende, em todos os casos, da situação tactica correspondente; em geral o fogo é aberto segundo indicação do commandante da tropa que se acha mais perto do inimigo.
Em principio só se deve começar a atirar quando o tiro póde ser efficaz ou quando forem precisos grandes sacrificios onra avançar sem o auxilio do fogo. Uma abeitura prematura do fo o revela na tropa desassocego e falta de confiança em seus meios de acção. O consumo de cartuchos sem resultado correspondente significa um desperdicio de forças; um fogo inefficaz levanta o moral do inimigo. (R. E. I., 225.)
Para attingir o firn de um combate não se hesitará em consumir todos os cartuchos necessarios.
120. A direcção do fogo se exerce, si possivel, durante todo o combate; é uma questão de honra para o commandante conservar até o ultimo momento a liberdade de dispor de todos os seus fuzis.
A tropa deve ser exercitada em constituir rapidamente novas unidades, isto é, deve-se habituar os atiradores das fracções ministradas a se submetterem, sem perda de tempo, a uma nova direcção de fogo.
121. E’ contrario aos principios do combate de infantaria estabelecer limites inflexiveis para as attribuições de cada commandante. Os exercicios de tempo de paz devem conduzir á convergencia de todos os esforços para o fim commum.
Os superiores não se afastarão de seus deveres de direcção para prescrever medidas de detalhe. A educação dos subalternos é dirigida no sentido de desenvolver nos mesmos a coragem da responsabilidade e das decisões immediatas, afim de que elles tomem a iniciativa de ordenar além do que lhes foi prescriptos ou contra o que lhes foi prescriptos quando uma nova situação ou mudança de circunstancias assim exigirem. (R. E. I., 334.).
122. o clamor do combate nas linhas de fogo impedirá muitas vezes de ouvir as ordens e os commandos; neste caso, elles são transmittidos de bocca em bocca, de commandante de esquadra a commandante de esquadra ou, si fôr necessario, de homem a homem. Transmittindo uma ordem, deve-se indicar sua proveniencia e seu destino. As ordens podem tambem ser transmittidas na linha de atiradores por escripto. Os commandantes de esquadra são responsaveis pela sua transmissão; elles accusam a recepção de uma ordem levantando o braço. Os exercicios de transmissão de uma ordem levantando o braço. Os exercicios de transmissão de ordens nas linhas de atiradores devem se executar com toda a frequencia e com todo o desvelo.
123. Para a escolha do objectivo deve-se attender antes de tudo á sua importancia tactica; em segundo logar decidem as considerações relativas ás dimensões do mesmo.
Continuas mudanças de objectivo provocam perturbações na tropa e conduzem á dispersão de forças. A approximação de reservas inimigas de uma linha de atiradores já batida pelo fogo em regra não obriga a uma mudança de objectivo; a dispersão em profundidade do feixe é sufficiente para tornar perigoso todo terreno que os reforços do inimigo teem de atravessar.
124. A designação do objectivo deve ser tão curta quanto possivel, precisa, para que o atirador não hesite e clara para que elle o encontre rapidamente. Si o objectivo só é visivel com o auxilio do binoculo, deve-se indicar uma faixa do terreno como objectivo auxiliar. Si fôr possivel, o commandante da fracção fará passar seu binoculo de mão em não entre seus homens.
125. Uma exacta avaliação da distancia constitue a base de uma boa direcção do fogo; a medição das distancias com auxilio de telemetros, as informações fornecidas pela artilharia ou infantaria já engajadas no combate, podem completar a avaliação das distancias mas nunca substituil-a.
O commandante de pelotão faz com que os commandantes de esquadra cooperem na avaliação das distancias; além disso ao lado delle devem achar-se sempre dous «avaliadores de distancias»; estes homens communicam ao commandante de pelotão, mesmo sem serem solicitados, os resultados de sua avaliação; estes homens communicam ao commandante de pelotão, mesmo sem serem solicitados, os resultados de sua abaliação; mesmo sem serem solicitados, os resultados de sua avaliação; elles coadjuvam ainda observando não sómente o objectivo mas outros pontos do terreno de combate e asseguram a ligação entre o commandante da companhia e o commandante do pelotão, salvo no caso de um corneteiro já Ter sido incumbido da mesma.
Esta cooperação na avaliação das distancias deve ser objecto de exercicios especaes afim de que ella tenha no campo de batalha a realização desejada. O commandante de pelotão só ordenar que os «avaliadores de distancia» tomem parte no fogo quando suas funcções, como taes, se tornem desnecessarias.
126. A alça deve ser determinada de accôrdo com o resultado da avaliação ou da medição da distancia; além disso, deve se levar em conta o estado do tempo e a dispersão em profundidade (9 e 26).
Em caso de incerteza da distancia deve-se abrir o fogo com a alça curta para que os tiros não passem acima do objectivo, o que deve ser evitado a todo custo.
127. Até a distancia de 1.000 metros deve-se atirar, por principio, com uma só alça.
Acima de 1.000 metros e quando não se tiver um conhecimento exacto da distancia deve-se em regra atirar simultaneamente com duas alças differentes de cem metros. Desde que o commandante adquire por determinação exacta da distancia ou pela observação dos pontos de quéda uma base segura para a fixação da alça correspondente, deve mesmo acima de 1.000 metros fazer atirar com uma só alça.
Quando se tem de atirar simultaneamente com duas alças, os homens que na formatura precedente da esquadra,pelotão ou companhia occupavam a primeira fileira atiram com a alça menor os da Segunda fileira com a alça maior.
128. Com o auxilio do binoculo é sempre possivel observar o effeito do fogo da infantaria.
Pela situação dos pontos de dhegada dos projectis ou pelas alterações sobrevindas na situação do inimigo, o commandante procurará verificar si as suas resoluções são acertadas.
A observação da efficacia do fogo e o valor real das observações feitas exigem uma pratica especial. Alguns projectis cahindo em pontos particularmente visiveis do terreno induzem muitas vezes a illusões sobre o valor exacto da alça empregada e conduzem o commandante a intempestivas resoluções.
No tiro contra atiradores cobertos por uma elevação do terreno deve-se attender que só se póde observar a parte do feixe de trajectorias aquem da crista.
129. A alça deve ser em geral considerada boa quando o effeito produzido no objectivo corresponde á munição empregada, ou quando se observam os pontos de chegada dos projectis aquem e além do mesmo.
Para augmentar o effeito do fogo póde-se neste caso modificar a alça de 50 metros, para mais ou para menos.
Si o effeito produzido pelo fogo é nullo ou insufficiente impõe-se uma modificação de alça. No caso de effeito nullo deve-se immediatamente modificar a alça de 200 metros; no caso de effeito insufficiente, de 100 metros.
Em certos casos póde ser conveniente, antes ou depois da abertura do fogo concentrar o fogo de um meio pelotão sobre uma parte do terreno situada no objectivo ou nas suas proximidades que permitta uma melhor observação do tiro; deste modo poder-se-há obter um ponto de referencia para a conveniente posição do feixe.
130. Em geral o ponto de risada para cada atirador deve ser o pé do alvo que lhe corresponde no conjunto do objectivo (n. 132).
Existem porém casos especiaes em que o ponto de visada deve ser deslocado para fora do objectivo; em geral as proprias dimensões do objectivo devem ser utilizadas como medidas para avaliar esses deslocamentos.
Contra pequenos objectivos fixos, sempre que se queira levantar ou baixar o feixe de trajectorias, dever-se-há modificar immediatamente a alça, qualquer que seja a distancia, porque mesmo ás pequenas distancias não basta deslocar insensivelmente o ponto de visada.
Si se atira contra objectivos deslocando-se lateralmente, deve-se escolher ponto de visada, attendendo á velocidade do objectivo e á duração do trajecto do projectil á distancia considerada (annexo III).
131. Contra objectivos em movimento que avançam ou recuam é preciso modificar a alça quando elles transpõem o limite efficaz da mesma. Si o objectivo recua e si seu deslocamento é muito pequeno, póde-se conservar a alça levantando apenas o ponto de visada.
Contra objectivos que avançam ou recuam com muita rapidez é preciso modificar sensivelmente a alça, para menos ou para mais. Aquem de 800 metros não é preciso mudar a alça quando se atira contra cavalleiros (25).
O lance das linhas de atiradores inimigos, qualquer que seja a sua extensão, não exige mudança de alça; esta só deve ser feita quando as mesmas entram em posição.
Quando se atira contra objectivos de pequena largura e se o vento sopra lateralmente, deve-se deslocar o ponto de visada para fóra do objectivo (9 e 112). O deslocamento do ponto de visada augmenta com a distancia; elle é maior si o vento soprea da esquerda.
Nos casos em que o deslocamento do posto de visada é difficil de avaliar devido o um vento forte, poder-se-ha para augmentar a probabilidade do resultado de tiro, distribuir o fogo ao longe de uma frente mais extensa.
Exemplo: em vez de commandar; ponto de visada, duas frentes de columna á esquerda! commandar; distribuir o fogo sobre a frente de quatro dedos (aferição da mão) a esquerda da columna!
Contra a artilharia e as metralhadores, cujas peças são individualmente difficeis de descobrir ou de indicar, deve-se na maioria dos casos bater pelo fogo toda a linha occupada pelas mesmas.
No tiro contra linhas de atiradores extensas não se deve levar em conta a acção de um vento lateral, salvo quando se atira contra uma ala do inimigo ou contra uma linha apresentando grandes intervallos.
132. A repartição do fogo sobre a frente total do objecto é da mais alta importancia. O commandante do pelotão assignala os limites da frente que seu pelotão deve bater pelo fogo. Esses limites são assignalados tomando um ponto de referencia no terreno e são expressos de fórma expedita.
Exemplo: o pelotão N atira até dous dedos á direita e quatro dedos á esquerda do capão de matto.
A repartição do fogo póde ser feita antes ou depois da abertura do mesmo; isto depende do tempo de que se dispõe. (R. E. I., 228.)
Afim de evitar que partes do objectivo deixem de ser batidas pelo fogo, é de recommendar que as fracções de uma linha de atiradores usurpem até certo ponto a frente que a fracção visinha tem de bater pelo fogo.
133. Em geral cada fracção e cada atirador em particular tem a bater pelo fogo a parte do objectivo que lhe fica directamente em frente; isto não quer dizer que não occorram casos em que o fogo deva ser cruzado. Em caso algum, porém, o facto da parte de objectivo que lhe corresponde não ser bem vísivel, deve outra parte mais visível.
Não se conclua dahi que o atirador não deva aproveitar felizes occasiões (como por exemplo, um lance dos atiradores inimigos, etc.) para augmentar a efficacia do fogo.
134. A velocidade do fogo deve ser regulada pela situação tactica, pelo fim do combate, pela munição disponivel e pela natureza do objectivo.
A grandes distancias em caso de difficil reconhecimento do objectivo, ou más condições de luz (tempo ennevoado, levantar ou pôr do sol, etc.) a velocidade de tiro deve ser moderada.
Em geral grande velocidade de tiro diminue a efficacia do tiro isolado e augmenta a dispersão em porfundidade do feixe de trajectorias. Póde acontecer que a situação tactica, o fim do combate e a situação do inimigo obriguem a augmentar a intensidade do fogo para obter o maximo de effeito no minimo de tempo: neste caso justifica-se um grande consumo de cartuchos.
Os homens devem ser instruidos de modo a saberem reconhecer estas situações e a aproveital-as iniciativa propria.
135. A continuação ou cessação do fogo, o augmento ou diminuição de sua velocidade, devem no fogo á vontade ser da iniciativa do atirador; uma bôa educação e uma correcta instrucção constituem a melhor garantia do bom emprego desta liberdade.
O que se deve exigir de cada atirador é um tiro seguro feito com a vontade tenaz de attingir o seu alvo particular; para satisfazer esta condição o atirador regulará em cada caso a intensidade de seu proprio fogo. Auxiliando-se mutuamente em sua actividade de fogo os atiradores visinhos podem augmentar a intensidade geral do mesmo. A velocidade do fogo póde ser agmentada accelerando os movimentos para carregar e assestar a arma, mas em caso algum precipitando a pontaria ou accionando o gatilho de um só tiro.
136. A maior intensidade de fogo deve ser empregada na offensiva, nos ultimos momentos de preparação ao assalto; na defensiva, quando o inimigo se lança ao assalto; nos casos de ataque da cavallaria; em todos os encontros inesperados e immediatos com o inimigo e, finalmente, na perseguição.
137. A salva (tiro de uma fracção sob commando) póde servir quando se quer fazer uma surpreza ou recuperar o ascendente sobre a tropa no caso em que os effeitos desorganizadores do combate tenham abalado o moral da mesma. Fóra destas situações exepcionaes ella não deve ser empregada.
138. Deve ser sempre possivel uma interrupção instantanea do fogo de uma linha de atiradores. O commando de – Cessar fogo! deve ser repetido por todos os homens. O fogo e o carregamento da arma cessarão immediatamente (R. E. I. 219); a arma porém continuará assestada; os atiradores guardarão o mais absoluto silencio, com a attenção voltada para o commandante e sem desprezar o inimigo.
As pausas a influencia moral do commandante sobre a tropa e permittem regular o consumo dos cartuchos.
Si o objectivo desapparece, os atiradores devem cessar o fogo por iniciativa propria.
139. O commandante exerce sua influencia sobre a actividade de combate dos atiradores, dirigindo-os sem precipitação; emittindo ordens judiciosas, intervindo pessoalmente junto aos mesmos, quando se tornar necessario, vigiando a execução das ordens emittidas e observando si todas as recommendações relativas ao aproveitamento do terreno e a disciplina de fogo são applicadas. A escolha do logar a occupar pelo commandante na linha de atiradores é de capital importancia para a direcção do fogo.
Nos exercicios de tiro de combate os commandantes devem dirigir o fogo do logar que elles deveriam occupar em um combate real.
Mais difficil ainda do que este exercicio exterior da autoridade será, no campo de batalha, dada a rude missão da infantaria, manter na tropa a calma, a confiança, a energia e a faculdade de reflectir, nas mais rudes situações, pela simples influencia moral e pelo exemplo do commandante.
Este é o apanagio de uma solicita instrucção e educação no tempo de paz.
140. Disciplina de fogo – Entende-se por disciplina de fogo a execução conscienciosa de todas as ordens que se succedem na linha de fogo e a exacta applicação de todas as prescripções regulamentares relativas ao manejo da arma e á conducta no combate, como por exemplo:
– Exactidão na collocação da alça;
– Não disparar a arma sem estar seguro na pontaria;
– Aproveitar o terreno para augmentar a efficacia do fogo e cobrir-se;
– Estar sempre com a attenção voltada para o inimigo e o chefe;
– Augmentar a velocidade do fogo por iniciativa propria, quando o objectivo se tornar mais vulnerave;
– Cessar o fogo por iniciativa propria, quando o objectivo desapparecer;
– Regular o consumo dos cartuchos.
Pressão e execução dos tiros de combate
141. Os tiros de combate comprehendem:
– Tiros de preparação;
– Tiros de esquadra;
– Tiros de pelotão;
– Tiros de companhia;
– Tiros de exame.
142. Todos os homens da companhia, excepção dos que estiverem destacados ou fóra della por motivo superior e dos que desempenham funcções especiaes previstas nos quadros de organização, tomam parte nos tiros de combate; todos os cabos devem executar os tiros de preparação e de esquadra, podendo formar nestes ultimos um grupo especial.
Como commandantes de esquadra devem ser instruidos não só os cabos e anspeçadas mas um certo numero de soldados, com aptidões especiaes, a juizo do commandante da companhia. Os aspirantes e os sargentos devem ser instruidos como commandantes de pelotão. Os tenentes (1º e 2º) mais antigos devem ter occasião, nos tiros de combate, de comandar a companhia. (*).
143. Da direcção dos tiros de combate só podem ser incumbidos officiaes.
Os tiros de preparação, de esquadra e de pelotão se realizam na companhia e são, em geral, dirigidos pelo seu commandante. Os tiros de companhia são dirigidos pelo commandante de batalhão e os tiros de exame pelo commandante do regimento.
144. Os exercicios de tiro de combate devem ser concebidos de um modo simples; os objectivos empregados e a execução dos tiros se approximarão, tanto quanto possivel, das condições da guerra, de sorte que não se venha a adquirir uma falsa noção da efficacia real do fogo.
Importar estimular o mais possivel a iniciativa, a capacidade e presteza de resolução acertada. Com este intuito serão tambem admittidas situações em que falte a direcção do fogo, os atiradores tenham que usar de completa autonomia.
O emprego dos alvos de quéda (**) facilita a verificação dos effeitos do fogo; os effeitos do fogo do inimigo sobre a fracção que atira devem ser indicados ao commandante desta pelo director do tiro; esses podem ainda ser figurados pondo fóra de combate um certo numero de homens.
145. O official encarregado de dirigir o tiro formulará préviamente um thema cuja execução seja compativel com o numero de cartuchos dsponiveis. Os themas para os tiros de combate não consistirão apenas em um problema technico, mas encerrarão sempre uma idéa tactica que obrigue os executantes a refletir sobre o modo de ligar seus esforços aos das fracções amigas.
146. E’ de recommendar que se façam com frequencia exercicios de tiro de combate com as unidades (esquadra, pelotão, companhia) em effectivo de guerra, bem assim depois de marchas forçadas; não se devem desprezar as occasiões que se offereçam para executar tiros de combater empregando
________________
(*) Por excepção póde o commandante da companhia, a seu juizo, deixar de levar ao tiro de combate os homens da 2ª classe que nos tiros de instrucção não tenham revelado o menor aproveitamento, registrando, porém, esta circumstancia na folha de tiro e no relatorio.
(**) Emquanto não forem regulamentadas as indicações necessarias, os dispositivos a empregar na collocação dos alvos de combate ficam dependendo da iniciativa e recursos materiaes dos corpos.
os meios de remuniciamento das linhas de atiradores, regulamentados para a guerra.
147. Os exercicios de tiro de unidades superiores á companhia teem a incontestavel vantagem de demonstrar como crescem as difficuldades da direcção de fogo quando augmentam os effectivos a desenvolver. Estes exercicios, porém, não entram no quadro dos tiros de combate do presente regulamento. A sua execução póde ter logar por ordem dos commandantes de regimento ou das autoridades superiores, quando se dispuzer para tal fim de tempo e de munições.
Dado o numero reduzido de cartuchos de que se poderá dispôr para esses exercicios, nunca será possivel o desenvolvimento completo de uma acção de infantaria; em geral, figurar-se-hão phases de combate, sendo de recommendar que estas representem uma luta contra a infantaria e metralhadoras.
Mesmo nos exercicios de tiro de unidades superiores não deve desprezar a observação meticulosa de certos detalhes, como por exemplo o modo de carregar, assestar a arma e accionar o gatilho.
148. Na apreciação do resultado de tiro de combate deve-se attender antes de tudo á conducta da tropa e do commandante no ponto de vista da tactica, da direcção e da disciplina do fogo. Em caso algum se deve procurar melhorar os resultados empregando meios inexequiveis no campo de batalha ou não correspondentes á guerra.
149. Nos tiros de esquadra e de pelotão, um sargento ou uma simples praça, habil na escripta, deve registrar todas as disposições ordenadas pelo commandante; nos tiros de compahia e nos de exame um official será encarregado deste serviço. De posse destas notas e dos resultados obtidos, o director do tiro fará uma critica instructiva, que deverá constituir o acto final de cada exercicio, as disposições do commandante e todas as circumstancias que influiram para augmentar ou diminuir a efficacia do fogo.
150. Si por qualquer circumstancia a critica do tiro não puder ser devidamente desenvolvida no terreno do exercicio, o director a realizará mais tarde.
Assim será sempre que as informações dos annotadores forem incompletas, ou não possam ser examinadas com o cuidado devido. Visto como as circumstancias dos tiros das diversas fracções só rarissimamente serão as mesmas e jamais deixará de influir o acaso, não se podem estabelecer comparações baseadas apenas nos resultados.
151. Afim de que os ensinamentos a tirar de cada exercicio não aproveitem apenas á fracção que o executou, é de recommendar que todos os homens, sargentos e offficiaes assistam aos tiros de esquadra e de pelotão na sua companhia.
Os officiaes assistirão aos tiros de companhia e de exame no seu batalhão.
152. As compahias devem possuir cadernos especiaes para registrarem o resultado dos tiros de combate. O formato e a escripturação destes cadernos não devem ser regulamentados; nelles serão mencionados o logar e a data do exercicio, a posição em que os atiradores executaram o tiro, e consumo de munições a distancia e a natureza dos alvos empregados para cada tiro. As informações sobre os resultados a mencionar nos tiros de esquadra, pelotão e companhia, serão as mesmas que figuram no modelo n. VI para os tiros de exame, devendo estas ser acompanhadas de um diagramma (modelo VIII) que seá collocado no proprio caderno em seguida aos dados relativos a cada tiro. Nos tiros de preparação dever-se-há mencionar o nome de cada atirador.
No livro de tiro da companhia serão mencionados o numero de tiros dados, o logar e a data em que cada homen executou os tiros de combate.
153. O uniforme para os tiros de combate será o mesmo que para os exercicios principaes dos tiros de instrucção, ajuntando-se ainda ao equipamento o panno de barraca, a ferramenta de sapa e o capote em torno da mochila.
154. Os tiros de combate se executam em terreno variado nas praças de exercicio, campos de instrucção e nos arredores das guarnições, dentro dos limites que a segurança das povoações visinhas permittir.
Os tiros de preparação podem ser executados nos proprios stands destinados aos tiros de instrucção; neste caso a sua execução se approxima da destes ultimos. Quando se fôr obrigado a executar os tiros de preparação nos stands devem ser tomadas todas as precauções afim de não tornar perigoso o terreno situado na retaguarda e nos flancos do mesmo. Si apezar das medidas de segurança a fórma do terreno não afastar de todo o perigo para as circumvisinhanças, será preferivel reduzir a distancia a executar os tiros de preparação com menos desenvolvimento.
E’ terminantemente prohibido collocar os objectivos sobre parapeitos que possam facilitar os ricochetes, bem como no talude do parabalas. Quando se executar o tiro de preparação em um stand, a largura do objectivo não deverá exceder á do alvo para o tiro á distancia de 400 metros. Em todos os casos os objectivos serão collocados, como os alvos dos tiros de instrucção, acima do nivel do solo.
155. O terreno onde se deverão realizar os tiros de combate propriamente ditos será escolhido de modo a afastar todo o perigo para a vida e a propriedade dos visinhos. Deve-se sempres attender á natureza do solo afim de que não se produzam accidentes devidos ao ricochete das balas. Durante o tiro toda a zona impedida deve ser guardada de modo a evitar que qualquer pessoa a invada. Chama-se zona impedida, a extensão de 4.000 metros no sentido do tiro e de 650 metros a partir dos flancos dos alvos exteriores. O director do tiro poderá reduzir as dimensões da zona impedida se as circumstancias locaes permittirem.
156. Os postos de segurança destinados a impedir o accesso da zona impedida serão installados fóra da mesma. Alguns desses postos serão apenas de aviso; os outros, funccionarão como verdadeiras, sentinellas, competindo ao director do tiro fazer esta distincção.
O accesso dessa zona será impedido, mesmo por meio da força, a todas as pessoas que manifestamente não comprehenderem os aviso feitos, seja por ignorancia da lingua, seja por falta de comprehensão do perigo (será o caso das crianças e das pessoas atacadas das faculdades mentaes).
157. Os marcadores e os montadores dos alvos serão vigiados por um ou mais sargentos (em certos casos todos se acharão sob as ordens de um official). Si os marcadores não puderem ficar obrigados na visinhança dos alvos, dever-se-ha fazer com que elles se recolham ao logar occupado pelo atiradores. Antes do inicio do tiro verificar-se-ha se esse pessoal conhece precisamente o seu serviço.
Tiros de preparação
158. Estes tiros assignam a transição entre os tiros de instrucção e os tiros de combate propriamente ditos. O seu fim capital é preparar o homem para exercer sua actividade de fogo como membro de uma fracção de tropa.
Os commandantes das esquadras devem tambem nestes tiros aprender a utilizar o terreno para conduzir sua esquadra no combate, a emittir as ordens de fogo, a observar seus effeitos e a vigiar na linha de fogo a actividade de cada atirador em particular.
159. Nos tiros de preparação deve-se especialmente exigir:
– Utilisação do terreno para executar as operações de carregar e assestar a arma;
– Collocação rapida e segura da alça;
– Escolha do ponto de visada;
– Cuidadoso e consciente disparo da arma;
– Destreza para se levantar, executar um lance e tomar novamente a posição do tiro;
– Exercicio da vista para reconhecer rapidamente os objectivos e batel-os immediatamente pelo fogo;
– Aproveitar rapida e decisivamente os momentos mais favoraveis para a efficacia do fogo;
– Observar o objectivo, mesmo com o emprego do binoculo;
– Estar sempre com a attenção voltada para o commandante e para o inimigo;
160. Não é possivel dar instrucção precisas sobre o modo mais pratico e criterioso de organizar os exercicios de tiro de preparação.
Será preciso attender antes de tudo ás circumnstancias locaes e ao tempo de que se dispuzer para realizal-os.
De um modo geral é de recommendar que nestes exercicios o instructor se occupe individualmente de cada homem, sem perder de vista que elle faz parte da esquadra. O instructor deverá observar em detalhe o modo de agir de cada atirador e attrahir a attenção deste para os erros commettidos. Poder-se-ha depois fazer com que varios homens atirem simultaneamente, não deixando, porém, de continuar a vigiar a execução das menores operações. Por este processo conseguir-se-ha pouco a pouco que os atiradores se habituem a agir em commum.
161. No caso em que os tiros de preparação tenham de ser executados nos stands (que será sempre uma desvantagem), não será sufficiente fazer atirar em uma determinada posição de tiro contra um alvo fixo. E’ de recomendar, para attingir o fim desses exercicios e tornal-os mais interessantes, empregar alvos de quéda, fazer variar a grandeza dos objectivos, o processo e a velocidade do tiro; deve-se ainda collocar os homens sob o commando de um commandante de esquadra que emittirá as ordens de fogo.
162. Quando os tiros de preparação se executarem nos stands de tiro não se deve nunca permittir que mais de dous homens atirem ao mesmo tempo. Os homens restantes da esquadra (ou pelo menos alguns destes) se collocarão ao lado dos atiradores de modo a aproveitarem tambem das observações feitas pelo commandantes e principalmente para se habituarem á observação dos pontos de quéda dos projectis.
163. Dado o caracter transitorio dos tiros de preparação, devem-se empregar, para os mesmos, alvos faceis de attingir. Ao lado de um conveniente emprego tactico do fogo e de uma execução cada vez mais perfeita do tiro, procurar-se-ha nestes exercicios augmentar a confiança do homem na perfeição da sua arma: para isto é indispensavel que o atirador tenha todas as probabilidades de attingir o alvo. Convém, pois, que os objectivos sejam collocados a distancias conhecidas e se facilite a observação dos effeitos do fogo (alvos de quéda).
164. Si os tiros de preparação se executam em condições de permittir o tiro simultaneo de varios atiradores, deve-se, ora collocar os alvos com intervallo sufficiente, para que cada atirador fique responsavel pelos effeitos a obter contra seu alvo particular, ora mais proximos um do outro, de modo a permittir a observação dos effeitos do feixe de trajectorias contra o conjunto do objectivo, embora os atiradores façam fogo individual.
Em qualquer dos casos acima referidos só se indicará o resultado do tiro quando todos os homens tiverem atirado.
Tiros de esquadra, de pelotão e de companhia
165. O fim dos tiros de esquadra é enraizar nos homens a disciplina de fogo cujas primeiras noções foram inculcadas nos tiros de preparação e ensinar aos commandantes de esquadra seus deveres e responsabilidades de combate. Nos exercicios de tiro de esquadra os homens constituem já uma unidade de combate onde se procura reunir os esforços individuaes para um fim commum; mas, apezar disso, taes exercicios deverão ser executados de modo a permittir sempre observação particular da actividade de cada atirador. Como sem os graduados os chefes que se acham nas melhores condições para influir sobre os atiradores, contra os effeitos desmoralizadores do fogo, os tiros de esquadras são os que se podem executar com mais cuidado e que permittem uma melhor observação da conducta dos atiradores.
Os themas para os tiros de esquadra devem ser muito simples. Figurar-se-ha sempre que a esquadra faz parte de uma unidade superior representada pelos homens que não atiram. O commandante da esquadra será instruido em utilizar o terreno para conduzir sua fracção, a dar uma ordem de fogo, a cooperar na repartição do fogo e na observação dos seus effeitos, a escolher a alça, a regular a intensidade do fogo e o consumo das munições, a transmittir as ordens e a julgar da occasião propicia para effectuar um lance.
Dada a escassez de cartuchos, não será sempre possivel nos tiros de esquadra variar os objectivos. O interesse desses tiros póde ser augmentado empregando alvos moveis e de eclipse. Na execução dos tiros de esquadra não se deve, em geral, atirar além das pequenas distancias.
166. Nos tiros de pelotão os subalternos praticam a vencer, em condições approximando-se de um combate real, as difficuldades da direcção de fogo que constituem seu principal dever de combate.
Ao mesmo tempo os tiros de pelotão permittem aperfeiçoar a instrucção dos commandantes de esquadra e lhes dão a occasião de se exercitarem em combinar seus esforços e a secundarem judiciosamente o commandante do pelotão na direcção do fogo.
Nestes exercicios dever-se-ha tambem suppôr situações tactivas muito simples e é de recommendar que os objectivos escolhidos sejam linhas de atiradores, pouco visiveis, a pequenas e médias distancias.
167. Nos tiros de companhia os commandantes dessas unidades praticarão no modo de combinar a acção dos seus pelotões para attingir com segurança o fim do combate. Só dirigindo um exercicio de fogo real elles comprehenderão a difficuldade de manter sobre a tropa o ascendente moral, quando as circumnstancias do campo de batalha impõem a dispersão total da mesma ou a sua divisão em dous escalões de combate. Os commandantes de pelotão, de esquadra e a tropa propriamente dita teem nestes exercicios occasião de praticar na direcção e disciplina de fogo em condições mais difficeis que anteriormente, devido á inevitavel mistura das fracções e á dificuldade da transmissão das ordens.
Para a execução dos tiros de companhia deve ser observado o que foi prescrito para os exercicios de tiros de unidades superiores (147).
Tiros de exame
168. Os commandantes de corpo inspeccionarão annualmente a instrucção de tiro de combate das companhias. Para esse fim cada companhia resolverá em presença do commandante de corpo um thema de tiro por este organizado.
Os tiros de exame das companhias se executarão de preferencia durante a permanencia as tropas nas praças de exercicio (campos de instrucção) e devem ser, si possivel, assistidos pelos commandantes de brigada. O relatorio dos tiros de exame (modelo VI) será remettido todos os annos, até 30 dias depois da conclusão do anno de tiro, ao Estado-Maior do Exercito, por intermedio dos commandantes de região (227).
6 – TIROS DE APPLICAÇÃO
169. Estes tios teem por fim:
a) demonstrar a força de penetração da bala;
b) resolve certos problemas de tiro da guerra de campanha, inclusive os de tiro contra balões, aeroplanos, etc.;
c) resolver certos problemas de tiro da guerra de sitio;
d) execução do tiro com alvo auxiliar.
Os tiros a que se referem as alineas b e c serão de preferencia executados no regimento ou mesmo na brigada, quando occorrer que os regimentos se reunam em uma mesma praça de exercicios, porque elles serão tanto mais instructivos quanto maior fôr o numero de cartuchos de que se dispuzer.
A tropa não deve ser exercitada na execução do tiro com alvo auxiliar. Este tem apenas por fim demonstrar aos officiaes e aos sargentos os processos a empregar neste caso.
a) Demonstração da força de penetração da bala
170. Para este fim dever-se-ha atirar contra a terra, areia, terreno coberto de vegetação, pantanoso, estrumado; contra arvores, muros, ferro, etc. Do resultado destes tiros os homens concluirão a espessura que devem possuir as obras de defesa para protegel-os contra os effeitos das balas inimigas.
171. Quando se atira contra corpos capazes de produzir estilhaços perigosos é de recommendar a applicação de para-estilhaços (anteparos de papelão ou de panno recobertos de papel): os marcadores evacuam os abrigos.
b) Tiros para resolver certos problemas da guerra de campanha
172. Estes tiros teem especialmente por fim elucidar certas questões das tactica e de tiro de guerra, como por exemplo: a densidade das linhas de atiradores, a extensão dos lances, a extensão da frente das que executem um lance, a marcha de rastro em comparação com a marcha por lances, o reforçamento das linhas de atiradores pelos apoios, a influencia do vento sobre o feixe de trajectorias, a repartição do fogo sobre um objectivo estreito, a efficacia do fogo com a alça exacta em comparação com a do fogo feito com um pequeno erro de alça, a efficacia do fogo executado com uma só alça comparado com a do fogo executado com duas alças, a efficacia do fogo feito contra uma faixa do terreno etc.
Tiros contra balões, dirigiveis e aeroplanos
173. Desde que um desses objectivos se assignale no horizonte, aprecia-se rapidamente, á simples vista, sua distancia e respectivo angulo de sitio. De posse desses dous elementos recorre-se á tabella do annexo IV, na qual d é a distancia e a o angulo de sitio.
Verifica-se pelo exame dessa tabella que emquanto os angulos de sitio forem inferiores a 30º (cerca de uma largura de mão), póde-se empregar a alça correspondente á distancia avaliada. Para angulos maiores torna-se preciso diminuir a alça á medida que o angulo augmenta. Por exemplo: para a distancia de 1.600 metros e angulo de sitio de 60º a alça a empregar será a de 1.200.
O angulo de sitio póde ser calculado com o auxilio de um pequeno quadrante (fig. 10), cuja haste se introduz na bocca de um fuzil. Feita a pontaria para o objectivo (balão, etc.) com a alça deitada, o fio a prumo indicará immendiatamente o angulo de sitio. A fracção encarregada do tiro contra esses objetivos destacará uma praça exclusivamente para o serviço de determinação desse angulo, a qual, para isso, procurará manter a arma sempre apoiada.
c) Tiros para resolver certos problemas da guerra de sitio
174. Estes tiros serão em geral menos destinados ao immediato desenvolvimento da instrucção de tiro que a dar á tropa uma noção das questões especiaes que ella terá de resolver na guerra de sitio.
175. Tiro de dia – Far-se-ha com que atiradores isolados, collocados em uma trincheira ou atrás de um parapeito, atirem a cerca de 200 metros, contra alvos igualmente abrigados (atrás de setteiras, chapas de aço, saccos de terra). A altura das setteiras, deixando apparecer a figura do alvo, será de 10 a 12 e a sua largura de cinco a oito centimetros.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 253 Figura 10.
Em alguns casos será bastante empregar como objectivos alvos da fórma, côr e dimensão das obras de defesa; as setteiras serão pintadas com uma côr mais escura.
Os visinhos do atirados observarão os resultados e os communicarão áquelle.
Esses exercicios teem por fim familiarizar os homens com as obras de defesa empregadas na guerra de sitio; monstrar-lhes sua influencia sobre o tiro e principalmente demonstrar-lhes como é importante observar e corrigir o tiro si se quer attingir um alvo de pequenas dimensões.
176. Tiro á noite – Na guerra de sitio, quando se quer durante a noite ou em um dia ennevoado bater pelo fogo uma certa extensão de terreno, faz-se emprego de estativas ou de simples estacas, destinadas a dar á arma mais ou menos a direção exacta do tiro e a fixal-a de modo a se poder conservar a mesma efficacia depois de uma longa duração do fogo.
A construcção e o emprego destes supportes serão simples para que em caso de necessidade se os possa construir em pouco tempo e em grande quantidade, com os materiaes correntes e tambem para que os homens em pouco tempo aprendam a utilizal-os.
177. Ao cahir da noite os homens installarão as armas sobre os supportes effectuarão a pontaria e só quando a escuridão fôr completa, terá o tiro.
Os objectivos empregados representarão uma reunião de tropas de certa importancia collocada a distancias variando entre 200 e 700 metros.
d) Tiro com alvo auxiliar
178. Si da posição desenfiada ab se deve bater pelo fogo o espaço A, que o inimigo tem de atravessar , é preciso apontar para c, ponto de interseccção das linhas ay e bx.
Para determinar o ponto c assim se procede: dous homens collocam-se em d e c, mais ou menos á distancia de 50 passos de ab e no alinhamento do ay e de bx; um terceiro homem marcha na direcção de A, faz mela volta e collocar-se ao mesmo tempo no alinhamento de ad e de be: quando esta posição estiver determinada elle a assignala plantando no chão uma bandeirola que deverá ter o comprimento necessario para ser vista de todos os pontos da linha ab.
Si a alça foi bem determinada, todos os tiros partindo de, ab na direcção de c cabem em A.
179. Para determinar a alça exacta colloca-se uma arma em um ponto qualquer da linha aó apoiada em um sacco de terra ou em monte de terra e aponta-se com a alça de xy para um ponto da linha xy situado na direcção do ponto c.
Dirige-se depois a linha de mira sobre c, sem mudar a po-
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 254 Figuras 11 e 12.
sição da arma, mas apenas modificando a altura, da alça.
Para atirar aponta-se para p ponto e com a alça assim obtida.
Si os pontos a, c e, y se acham na mesma altura, esta alça differirá pouco da alça correspondente á linha xy.
Quando não se puder colocar a arma na altura necessaria para visar o ponto y a pontaria em direcção será feita approximadamente atraz, da massa cobridora e em fazer conta da mesma.
180. A figura 12. representa o processo a empregar para da posição desenfiada ab bater pelo fogo varias zonas de terreno. As bandeirolas c, d e e devem achar-se suffivinntementer, separadas para não serem confundidas. Quando se quizer empregar a mesma alça para atirar contra A, B c C procede-se do modo seguinte: por exemplo, determina-se primeiro a alça correspondente a A, como 101 descrepto no numero 178 e depois collocam-se as outras bandeirolas de modo que a alça empregada contra A sirva tambem conta B e C.
181. Si se quer atirar a noite com a alvo auxiliar, devem se empregar bandeirola de carta dimmensão pintadas de branco. E preciso que estas bandeirolas sejam bem visiveis, si for necessario poder-se-há assestar um alanterna junto as mesmas, a qual será encoberta por um movimento de terra, para não altrahir a altenção do inimigo.
III. DETERMINAÇÃO DAS DISTANCIAS
182. A effecacia do fogo depende em primeiro logar do conhecimento da distancia.
Em geral, a distancia e estimada á vista (avaliação da distancia, ou medida com auxilio de instrumentos. Chamam-se pequenas distancias as que são inferiores a 800 metros; médias, as comprehendidas entre 800 e 1.200; grandes, as que excedem de 1.200.
183. Os exercicios de avaliação de distancias serão feitos em terreno variado, aproveitando os pontos notaveis do terreno ou mantado collorar a distancias conhecidas do instrutos alvos vivos, como homen de pe, de joelhos e deitados, ou alvos representando objectos do campo de batalha, como atiradoras, peças de artilharia, cavalleiros, etc. Depois que esta instrucção adquirir um certo desenvolvimento, os homens se exercitarão tambem em avaliar as distancias na posição de tiro que realmente ocuupariam no campo de batalha.
Em todos os exercicios de combate e de tiro, as operações dos avaliadores de distancias devem ser acompanhadas e examinadas com cuidado; é indispensavel que os officiaes, sargentos e demais praças da companhia adquiram uma certa habilidade nessas operações. Vd. « Guia para o ensino da avaliação de distancias.)
AVALIADORES DE DISTANCIAS
184. Os officiaes, os sargentos e no minimo oito homens por companhia devem saber avaliar á vista, com rapidez e segurança, todas as distancias a que a infantaria deve atirar no combate. Os homes restantes da companhia apenas serão instruidos na avaliação á vista das pequenas distancias.
185. Os exercicios de avaliação de distancias devem conmeçar logo depois da incorporação dos recrutas e continuarão durante todo o tempo de servoço militar.
186. Pra avaliar a distancia á vista deve-se medir com os olhos no terreno toda a extensão que separa o avaliador do alvo. O gráo de exactidão de uma distancia avaliada depende do gráo nitidez do alvo.
Independentemente da forma do terreno, é preciso attender na avaliação das distancias ás condições de luz e de tempo, á hora da observação e ás dimensões do alvo.
Em geral se commette um erro para menos quando o sol brilha muito forte, quando ha muita luz, quando se tem o sol pelas costas, quando o alvo se destaca em fundo claro, quando o solo é muito unido, quando se tem avaliar a distancia sobre a superficie das aguas ou quando o terreno e ondulado e certas variações do mesmo escapam á vista; commette-se sempre erro para mais quando faz muito calor, quando o alvo se destaca em fundo sombrio, quando se dá a frete para o sol, quando se tem de avaliar distancias nas proximidades de bosques e quando só uma parte do objectivo é visivel.
187. Todos os homens da companhia devem se familiarizar com as distacias inferiores a 400 metros. Para este fim far-se-ha planatr bandeirolas, em differentes direcções a 200,300 e 400 metros; os homens gravarão na memoria estas distancias. Para verificar a efficacia deste meio e a habilidade aduirida, o instructor mandará um homem caminhar até um ponto do terreno situado a uma distancia determinada, ou designar objectos situados a uma distancia determinada.
188. Sai adistancia a avaliar for muito grande covira proceder parcialemente dividindo a mesma em duas partes iguaes ou fraccionando-a de accôrdo com os pontos notaveis do terreno; a avaliação de cada parte será feita tomando para base as extensões com que os homens estiverem mais familiarizados.
Muitas vezes a distancia a avaliar poderá ficar comprehendida entre uma avaliação maxima e outro minima; neste caso, dever-se-ha adoptar a média das duas avaliações.
189. Quando cetas partes do terreno adiante do abjectivo escaparem á vista, ou quando se tiver de avaliar a distancia em um terreno mais ou menos plano, extenso e uniforme, é de recommendar que se transporte pelo pensamento á distancia em questão a uma liha situada lateralmente, como por exemplo, uma fileira de arvores, a orla de um bosque, etc.
E’ tambem de recommendar que se façam exercicios de avaliação de distancias cuja origem não coincida com a estação do observador.
190. Antes e depois do exercicio deve-se verificar com um telemetro, uma corda ou ao passo a distancia exacta dos differentes objectivos. Os homens devem ser informados, depois de terminado o exercicio, do resultado desta medida, afim de que possam julgar do valor de suas avaliações. E’ conveniente para avaliar a distancia.
Todos os homens precisam estar em condições de medir ao passo com toda a exactidão as pequenas distancias. Para este fim é preciso realizar repetidos exercicios em terreno variado, afim de que cada homem rectifique o seu passo e saiba com segurança com quantos passos elle póde percorrer uma distancia de 100 metros.
INSTRUCÇÃO DOS TELEMETRISTAS
191. Um telemtro funccionando bem e manejado com pericia constitue um valioso para a determinação das distancias, quer na offensiva, que na defensiva. Na offensiva elle permittirá, aquem da zina effecaz do fogo inimigo, determinar a distancia existente entre a posição a bater e o ponto de onde se quer abrir o fogo (*).
192. A instrucção para medição das distancias com telemetro será dada na companhia por um official da mesma, que conheça perfeitamente o principio, o manejo e o emprego do instrumento.
193. Terminada a instrucção dos recrutas, cada companhia designará dous homens da classe mais moderna que, a ,juizo do commandante da companhia, deverão ser especialmente instruidos como telemetristas.
A instrucção dos telemetristas será continuada durante todo o tempo de serviço dos mesmos, afim de que se possa contar sempre com um pessoal numeroso instruido no manejo dos telemetros.
194. Não só os officiaes, mas tambem todos os sargentos da companhia devem saber manejar com pericia e habilidade os telemetros usados em sua unidade.
195. Quando os homens que foram instruidos como teletristas passarem para a reserva, será mencionada nas suas cadernetas a natureza do telemetro que elles aprenderam a manejar.
196. O commandante do regimento é responsavel (e os commandantes de batalhão dentro de suas unidades) para que existam por batalhão ao monos tres officiaes conhecendo perfeitamente os telemetros em serviço no corpo.
197. Annualmente os commandantes de regimento e batalhões deverão passar, ao menos uma vez, uma inspecção na instrucção dos telemetristas (officiaes e telemetristas das companhias). Os pontos principaes para estas inspecções serão os seguintes: descripção do telemetro, sua verificação e regulação, limpeza e medidas de conservação, modo de transportar e exemplos de medição pratica de distancias.
198. Em todos os exercicios e em todas as inspecções deve-se ter o maior cuidado para que as operações com o telemetro se façam rapidamente e nas condições em que terão logar na realidade.
IV – RECOMPENSAS DE TIRO
DISTINCTIVOS
199. Os corpos de infantaria distribuirão distinctivos ás praças e aos sargentos que tiverem obtido os melhores resultados nos tiros de instrucção. Estes distinctivos serão conferidos por companhias e estados menores:
aos tres primeiros atiradores da classe especial,
aos cinco primeiros atiradores da primeira classe,
aos sete primeiros atiradores da segunda classe.
Os homens dos estados-menores do batalhões e do regimento concorrerão conjunctamente na conquista desses premios como si formassem uma companhia.
________________
O telemetro de inversão de 70 centimetros de base (Zeiss ou Goerz) é sufficiente para medir com certa exactidão as distancias de tiro da infantaria e possue ainda a vantagem de ser um excellente binoculo. Este telemetro póde acompanhar o commandante da companhia mesmo quando esta estiver estendida, em atiradores.
Os distinctivos serão escudos de metal amarello collocados no braço esquerdo, a meia altura entre o cotovello e o hombro, destinado-se os assigualados com a lettra E aos atiradores da classe especial, com o n. 1 aos de primeira classe e com o n. 2 aos de segunda classe.
Os distinctivos serão fornecidos aos corpos pela Intendencia da Guerra, independente de requisição, antes do inicio de cada anno de tiro, na proporção estabelecida neste numero.
200. Os distinctivos de tiro só serão conferidos aos homens que executarem todos os exercicios da sua, classe de tiro, a distancias regulamentares e obtiverem os resultados exigidos. Os homens que no correr do anno tenham feito jús a mais de um distinctivo, receberão apenas o correspondente a, classe mais elevada.
Para conferir estes distinctivos tomar-se-ha por base o numero de balas atiradas, o numero do impactos e finalmente e total de, pontos obtidos.
Quando dous ou mais atiradores obtiverem o mesmo resultado, compete ao commandante da companhia (*) decidir da sua classificação, podendo o mesmo para este fim ordenar um tiro de desempate.
O julgamento para a distribuição dos distinctivos será feito em um dia determinado pelo commandante do corpo e de modo que a distribuição se faça após as manobras e antes dos homens passarem para a reserva.
201. Na guia e na caderneta de reservista será mencionaria a recompensa de tiro que cada um conquistou. Por occasião da passagem á reserva ou da baixa os distinctivos tornar-se-hão propriedade dos que os conquistaram o estes deverão usal-os durante, os periodos de instrucção ou quando eventualmente voltarem ao serviço.
PREMIO DE HONRA
202. Annualmente terá logar em todas as regiões militares um concurso de tiro entre os officiaes e outro entre os sargentos. O melhor atirador entre os officiaes receberá uma espada e entre os sargentos um relogio de pulso. Estes premios serão conferidos em nome do Presidente da Republica.
203. O concurso para o premio de honra se executará dentro de cada corpo em época determinada pelo respectivo commandante, mas de preferencia na melhor estação do anno. Para a escolha do dia dever-se-ha attender ás condições de tempo mais favoraveis. Uma vez começado o tiro de, concurso, este só será, interrompido por motivo superior, a juizo do commandante do corpo.
Os commandante de brigada devem assistir pessoalmente ao concurso de suas unidades , fazendo-se representar pelo seu assistente quando por força maior estejam impossibilitados de comparecer á sessão de tiro assignando porém em qualquer caso o acto do certamen.
204. São obrigados a tomar parte neste concurso todo os primeiros, segundos tementes o aspirantes do corpo, bem assim todos os sargentos do corpo que se acharem presentes
________________
(*) o ajudante no caso do estado menor.
Na guarnição, no dia do tiro, salvo se disso ferem impedidos por motivo de força maior; os demais officiaes, facultativamente.
205. Os officiaes que obtiverem um prêmio de honra não poderão concorrer ao mesmo nos dous annos seguintes.
206. O alvo empregado para concurso será o de 24 zonas circulares, com as mesmas dimensões do de 12 zonas, apenas diferindo no numero destas: o espelho abrangerá as zonas 24, 23 e 22, sendo as duas ultimas pintadas de preto.
As condições do concurso serão:
Distancia – 150 metros;
Numero de tiros – 7;
Posição de atirador deitado com arma não apoiada e os quatro ultimos na mesma posição com arma apoiada.
Neste concurso os atiradores poderão Ter direito a um cartucho para executarem com sua arma um tiro de ensaio.
207. Só será conferido o premio de honra ao atirador que tiver obtido no minimo 140 pontos. Quando dous ou mais atiradores tiverem obtido o mesmo numero de pontos, elles serão classificados segundo o resultado do ultimo tiro; si este ainda fôr igual, ao penultimo, e assim por deante.
208. Os commandantes de corpos enviarão aos commandantes de região o nome e o resultado do official e do sargento que obtiveram o premio logar no corpo. Os commandantes de região depois de terem recebido o resultado dos concursos feitos em todos os corpos, communicarão ao ministro da guerra, antes de 15 de novembro, o nome do melhor atirador da região (official e sargento).
209. O premio de honra para official e sargento será remettido directamente ao regimento pelo ministro da Guerra e sua entrega será feita com toda a solenidade, em presença do corpo de officiaes.
PREMIOS DE TIRO
210. Os conselhos administrativos dos corpos de infantaria providenciarão para que annualmente o Estado-Menor e cada uma das companhias disponham da quantia de 25$ destinada á acquisição do premio de tiro.
Os homens do estado-menor (dos batalhões e do regimento) tomarão conjuntamente parte no concurso, identicamente como se formassem uma companhia.
As quantias em dinheiro serão destinadas exclusivamente á acquisição de premios de tiro que terão o carater de uma lembrança e serão, sempre que possivel, munidos de uma inscripção.
A distribuição de premios de tiro em dinheiro é expressamente prohibida.
211. O concurso de tiro para a obtenção destes premios terá logar na melhor estação do anno. Ao commandante da companhia (*) cabe organizar o concurso dentro de sua unidade, a classificação dos atiradores e a distribuição dos respectivos premios.
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(*) O ajudante no caso do estado-menor.
212. O tiro de concurso será feito á distancia de 150 metros, na posição de atirador deitado com arma não apoiada; o alvo a empregar será o de 24 zonas e os atiradores farão tres alvo a empregar será o de 24 zonas e os atiradores farão tres tiros.
Para classificar os atiradores tomar-se-há por base o numero total de pontos obtidos.
Quando dous ou mais atiradores tiverem obtido o mesmo resultado, far-se-há a classificação segundo o valor do ultimo tiro; si o resultado deste ainda for o mesmo, pelo do penultimo, e assim por deante. Si o resultado dos tres tiros for o mesmo, far-se-há um quarto para desempate.
V – ALVOS E MUNIÇÕES
ALVOS
213. Os alvos empregados nos tiros de instrucção serão de papelão ou panno recobertos de papel, com molduras de madeira. Os de papelão tambem poderão ser recobertos de papel, mas essa medida só é obrigatoria para os alvos de panno.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 260 Figura 13.
214. O alvo de zonas circulares (Z. C. fig. 13) será de fundo branco contendo 12 circulos concentricos formando 12 zonas de igual largura e terá uma altura de 1m,70 por uma largura de 1m,20.
As zonas serão numeradas de 1 a 12, partindo da zona exterior. As numeradas 10 e 11 serão pintadas de preto e constituirão com a zona 12o espelho do alvo. O raio do circulo exterior do alvo terá 0m,55.
215. O alvo de zonas circulares com silhueta (Z. C. S. fig. 14) terá as mesmas dimensões e o mesmo numero de circulos que o alvo Z.C.; será de fundo branco e o rosto da silhueta pintado de vermelho escuro, sendo a cabeça e o busto de listas alternativas brancas e vermelhas, nas condições da fig. 14.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 261 Figura 14.
A silhueta será pregada no meio do alvo, de sorte que sua linha média coincida com o raio vertical do mesmo; em altura a silhueta não deve exceder muito a zona de numero 10.
216. A figura 15 representa o alvo para o tiro de instrucção a 400 metros (T. I. 400); este será de fundo branco, tendo a latura de 1m,70 e a largura de 2 metros.
Sobre a superficie do alvo e com intervalo de 25 centimetros serão traçadas tres silhuetas de homem deitado; a linha inferior das silhuetas achar-se-há a 60 centimetros acima da borda inferior do alvo. Duas linhas vermelhas e horizontaes, apenas visiveis para os marcadores, dividirão o alvo em tres zonas.
O retangulo central será tambem traçado com tinta vermelha.
A Intendencia da Guerra distribuirá gratuitamente pelos corpos de tropa e mediante pedido destes, os alvos necessarios á instrucção do tiro.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 262 Figura 15.
O annexo II fornece as dimensões e fórmas dos alvos a empregar no tiro de combate.
Indepedente das obrigações contidas no n. 216 e com as indicações fornecidas pelo annexo II, a descripção anteriormente feita permitte que, em caso de necessidade os proprios corpos possam confeccionar os alvos necessarios á sua instrucção.
MUNIÇÕES
217. As unidades de infantaria receberão annualmente uma quantidade de munição compativel com o effectivo de instrucção e a execução dos tiros do presente regulamento.
A quantidade de cartuchos para cada unidade será estabelecida de sorte que cada companhia disponha annualmete:
a) para os tiros de instruccão;
de 60 cartuchos por homem;
b) para os tiros do combate e por homem combatente (*);
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(*) Deve-se attender no calculo da munição que o tiro de combate só é obrigatorio para o pessoal effectivamente combatente, excepto os sargentos commandantes de secção (142); os homens que teem funcções especiaies previstas nos quadros de organização (archivistas, intendentes, corneteiros, etc.) não fazem o tiro
de 20 cartuchos para os tiros de preparação, 40 para os de esquadra, 30 para os de pelotão, para os de companhia e 20 para os de exame.
Os tiros de verificação e de concurso; os preparatorios, os de desempate e os de ensaio; os de prova e os dados em novas classes de tiro pelos homens que no correr do anno mudem de classe, etc., e para os quaes não se estabelece aqui nenhuma dotação especial, serão feitos com a economia de munição verificada nos tiros de instrucção.
218. Além dos cartuchos acima especificados o commandan do batalhão (incorporado e de caçadores ainda de 60 cartuchos por homem para a execução dos tiros de instrucção do pessoal proprio do batalhão (ajudante e estado-menor) e mais 1,500 cartuchos para os tiros de concurso deste pessoal de e para os tiros especiaes que entender determinar (ns. 28 e 88).
219. A' disposição immediata do commandante do regimento existirá, além de 60 cartuchos por homem para a execução dos tiros de instrucção do pessoal proprio do regimento (estado-menor e subalternos do estado-maior), 5.000 cartuchos para a execução dos tiros de concurso deste pessoal e para as inspecções de tiro que elle houver por bem ordenar (tiros especia), inclusive exercicios de applicação.
Para attender os casos previstos no n. C2 e cuja distribuição se fará a razão de 60 culpados por homem incluido, para os casos da lettra b do art. 35 da lei do sorteio e dos candidatos a officiaes da reserva, cada regimento e batalhão de caçadores deve ainda dispôr de um stock de 5.000 cartuchos.
220. Toda economia de cartuchos feita nos tiros de instrucção será empregada pelo commandante da companhia para o aperfeiçoamento desta parte da instrucção do tiro (72 e 91), attendido o que prescreve o ultimo periodo do n. 217.
Não se deve esperar economias nos cartuchos destinados aos tiros de combate, mas se estas occorrerem e forem previstas a tempo, deverão ser consumidas no correr do anno nos proprios tiros de combate. As economias de cartuchos destinados aos tiros de combate que forem verificadas no fim do anno de tiro deverão constituir uma reserva para os tiros de combate do anno seguinte.
Si acontecer, porém, que no fim de um anno de tiro a economia accumulada de munição attinja a uma porção igual á dotação annua, a intendencia do corpo não fará entrega da detação de munição correspondente ao anno seguinte, devendo, entretanto, para o ajuste fazer constar esta circumstancia na carga de munição do corpo.
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de combate. Os commandantes de esquadra apenas fazem o de preparação e o de esquadra, e quando tomem parte no fogo (185 R. E. I.) e tambem os corneteiros, tambores e avaliadores de distancias farão uso de uma parte da munição distribuida pelos homens de suas unidades ou com munição da economia já verificada.
VI – A ESCRIPTURAÇÃO DO TIRO
221. O livro de tiro da companhia conterá:
1º, um indice por ordem alphabetica de todos os militares da companhia, capitão, inclusive, com uma columna para indicação da pagina do livro onde estão registrados os resultados dos tiros e outra para observações;
2º, um registro das armas por ordem numerica (modelo I);
3º, um mappa indicando os dias de tiro e as munições consumidas (modelo II);
4º, as folhas de tiro de todos os militares da companhia (modelo III);
5º, a cópia do relatorio de tiro da companhia (modelo IV).
O indice alphabetico, que deverá ser organizado immediatamente, após a incorporação, comprehenderá um espaço em seguida para os provaveis incorporados durante o anno.
Para cada atirador reservar-se-há uma folha de tiro com o respectivo verso; todas as vezes que uma folha se tornar insufficiente para o registro dos tiros, abrir-se-há nova, devendo-se fazer em ambas a devida observação.
O livro de tiro da companhia deve sempre se achar em dia, e de sua escripturação será encarregado um sargento (74); elle será renovado todos os annos e suas folhas rubricadas pelo commandante da companhia.
Os livros de tiro serão conservados nas companhias durante tres annos.
222. O modo de indicar os resultados de tiro será o seguinte:
1º, nos tiros contra os alvos de zonas com ou sem silhuêta, as balas que attingirem uma zona serão registradas com o numero da zona (1 a 12); as que attingirem o alvo fóra das zonas serão indicadas com o signal +.
2º Nos tiros á distancia de 400 metros as balas que attingirem o rectangulo central do alvo valerão por 3; as que attingirem a zona do meio, fóra do rectangulo, por 2; as que attingirem as zonas exteriores, por 1.
3º Nos tiros de verificação das armas as balas que attingirem o rectangulo são registradas com a lettra R e as que cahirem fóra do rectangulo com o signal +.
4º Nos tiros contra alvos representando figuras as balas que attingirem as figuras serão assignaladas pela lettra F.
5º Em todos os tiros as balas que não attingirem o alvo serão assignaladas por um 0 (zero); o signal ∞ indicará um ricochete que attingir o alvo.
A posição exacta do impacto será indicada por um ponto e os resultados de um mesmo exercicio escriptos na mesma linha um em seguida ao outro, exemplo:
·|· . ·9·9 6. 3.
Quando o resultado obtido satisfazer a condição exigida para o exercicio será registrado em vermelho.
223. Nos tiros de instrucção os resultados serão registrados no proprio stand em um caderno que servirá de borrão para o livro de tiro da companhia. Os resultados dos tiros de combate serão registrados em cadernos especiaes (n. 152).
224. A caderneta de tiro que cada homem deverá possuir e que lhe será entregue no inicio de sua instrucção de tiro, será de um formato pratico e conterá:
1º, indicações sobre o fuzil com o grupamento do ultimo tiro de verificação;
2º, o resultado dos tiros registrados no livro de tiro da companhia;
3º, quando possivel, desenho dos alvos dos tiros de instrucção com a posição dos pontos de impacto.
A caderneta de tiro fica em poder de cada homem, o qual deverá trazel-a em todos os exercicios de tiro de instrucção; á passagem para a reserva o homem a conduzirá para continuar ahi o registro de seus tiros.
Nos tiros de instrucção os resultados serão assignalados na caderneta logo após cada exercicio.
225. O exame dos livros de tiro permittirá acompanhar a marcha e o progresso da instrucção de tiro de cada companhia. E’ terminantemente prohibido pedir cópias dos livros de tiro das companhias para julgar do gráo de instrucção das mesmas, só pelo numero de cartuchos consumidos e pelos resultados obtidos (n. 28).
RELATORIOS DE TIRO
226. Quinze dias depois da conclusão do anno de tiro, os commandantes de companhia apresentarão ao do batalhão um relatorio annual de tiro, segundo o modelo IV.
227. O relatorio de tiro do commandante do batalhão será organizado de accôrdo com o modelo V. (*)
Annualmente, até 30 dias depois da conclusão do anno de tiro, o commandante do regimento remetterá com seu relatorio dos tiros de exame (modelo VI), os relatorios dos commandantes de batalhão ao Estado-Maior do Exercito, por intermedio dos commandantes de brigadas e de divisão.
Os commandantes de batalhão e de regimento farão annexar ainda aos seus respectivos relatorios uma parte identica á primeira do modelo IV do de companhia e relativa ao pessoal proprio dessas unidades, e terão sempre em vista nas observações geraes todos os esclarecimentos que permittam ás autoridades superiores formar um juizo seguro sobre o gráo de instrucção de cada unidade e de suas necessidades nessa parte da instrucção. Os relatorios de tiro dos commandantes de companhia ficarão no regimento emquanto não forem requisitados pelas autoridades.
Os commandantes de brigada e de divisão devem, principalmente quando assistirem aos tiros de combate, emittir, as suas impressões, registrando-as em folhas annexas aos re-
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(*) Os estados menores, as companhias de metralhadoras e de estabelecimentos organizarão seus relatorios segundo o modelo IV, supprimindo os dizeres correspondentes ás prescripções que não lhes são extensivas.
latorios de tiros. Estas autoridades devem considerar os relatorios como se fossem a ellas destinados, não se limitando a envial-os ás autoridades superiores; cabe-lhes estudal-os minuciosamente, e não só tomar nos limites de suas attribuições as providencias que os mesmos reclamarem como propôr áquellas autoridades as medidas que, julgadas acertadas, escaparem á sua competencia. Cópias daquellas impressões devem ser enviadas aos corpos a que interessarem para serem lidas no circulo dos officiaes.
VII – VERIFICAÇÃO DAS ARMAS E MUNIÇÕES
VERIFICAÇÃO DAS ARMAS
228. Deve-se fazer o tiro de verificação da justeza:
1º, antes do inicio dos tiros de instrucção – com todas as armas que pertencerem á companhia e que devam ser utilizadas nos tiros de instrucção;
2º, antes de sua utilização, em qualquer época – as armas que tenham estado em reparo ou fóra da companhia na época de que trata o item 1º.
FUZIL MAUSER 1908
Alvo para o tiro de verificação á distancia de 150 metros
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 266 Figura 16.
MOSQUETÃO MAUSER 1908
Alvo para o tiro de verificação á distancia de 150 metros
229. A data e o resultado do tiro de verificação serão mencionados na columna de observações do registro das armas, se a verificação teve logar no correr dos tiros de instrucção, a data e o resultado figurarão na columna de observações da folha de tiro correspondente.
230. A verificação das armas terá logar em condições de tempo as mais favoraveis e o tiro deverá ser feito por sargento ou praça simples da companhia que inspire toda
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 267 Figura 17.
a confiança como atirador eximio. Um official deverá sempre assistir á verificação das armas. Evitar-se-há precipitar a operação e fatigar o atirador.
231. O tiro de verificação se fará á distancia de 150 metros. O atirador sentar-se-há para atirar e o cano da arma ficará apoiado em um sacco de terro collocado sobre a mesa de pontaria.
O alvo a empregar-se para o fuzil Mauser 1908, será o representado pela figura n. 16 e para o mosquetão Mauser 1908 o representado pela figura n. 17.
A alça a empregar para o fuzil será 300 e para o mosquetão 200 metros. O ponto de visada será a borda inferior do espelho.
E’ expressamente prohibido fazer um tiro de verificação das armas a distancias superiores á 150 metros. (Vide observação do numero 24.)
232. A verificação das armas se fará com tres tiros, um em seguida ao outro, sem o levantamento intermediario dos resultados parciaes. Os resultados do tiro serão levantados depois de concluida a série e assignalados em um diagramma representando o alvo na escala de 1/10.
Estes diagrammas serão conservados na companhia durante dous annos; elles deverão ser apresentados nas inspecções de armamento quando a pessoa encarregada das mesmas os requisitar.
233. Uma arma deverá ser considerada justa quando as tres balas cairem no interior do rectangulo e além disto o afastamento entre os impactos extremos quer vertical, quer horizontal não exceder de 20 centimetros si se tratar do fuzil, de 25 centimetros se do mosquetão, ambos do modelo 1908.
234. Se o official que assistir ao tiro de verificação contatar que o atirador commeteu um erro ou que, de modo geral, influencias estranhas á arma concorreram para o máo resultado do tiro, o commandante da companhia poderá ordenar uma segunda pesquizo.
Será um erro repetir os tiros de verificação de uma arma sem justeza até obter um grupamento correspondente ás condições exigidas; este resultado, se fôr alcançado, será obra do acaso e não modificará de fórma alguma o juizo feito sobre a arma em questão.
235. As armas que não que não estiverem justas serão mediante autorização préviamente solicitada á D. do M. B. enviadas, com os diagrammas dos tiros de verificação, directamente pelos commandantes de corpos aos arsenaes ou officinas de reparação de armas da região.
236. As armas que nos tiros de verificação derem logar a impactos ovaes, mesmo se os grupamentos obtidos corresponderem ás condições estabelecidas no numero 233, terão o destino indicado no numero 235.
237. E’ terminantemente prohibido atirar nos tiros de instrucção com armas sem justeza.
VERIFICAÇÃO DOS CARTUCHOS DE GUERRA
238. Quando em um corpo de infantaria se verificar defeitos nos cartuchos que façam duvidar da possibilidade de continuar a utilizar a munição existente sem prejuizo para a instrucção, o commandante nomeará uma commissão encarregada de verificar o estado da mesma.
239. Esta vreificação terá logar, si no correr dos exercicios de tiro os factos seguintes tiverem se reproduzido:
1º, falhas de cartucho;
2º, retardos de deflagração (o golpe do percussor não é seguido da detonação; esta se produz depois de um apreciavel intervallo de tempo);
3º, escapamento de gazes de polvora incommodando ou ferindo os atirador;
4º, cartuchos que não poderem ser introduzidos na camara.
240. Se outros defeitos forem observados, será preciso pedir autorização ao Ministerio da Guerra para effectuar a verificação da munição.
241. A verificação da munição só attingirá o lote a que pertencerem os cartuchos que tiverem apresentado os defeitos acima referidos.
Entende-se por lote o conjunto de cartuchos oriundos de uma mesma fabrica e confeccionados com uma mesma polvora.
As indicações rleativas a cada lote figuram nos cunhetes e nas caixetas contendo os cartuchos de guerra.
242. A commissão encarregada de verificar os cartuchos compôr-se-há de um capitão e dous tenentes. A’ disposição da commissão achar-se-ha cinco atiradores munidos de suas respectivas armas.
As armas serão préviamente examinadas pela commissão que julgará do modo de funccionamento do ferrolho e verificará o estado de conservação da camara (ferrugem, etc.); as molas do percussor serão substituidas por molas novas, pertencentes ás peças de sobresalente que o corpo possuir.
243. Da sessão de verificação lavrar-se-ha uma acta na qual serão mencionados o motivo que determinou a reunião da commissão, o lote de cartuchos verificado, o numero de matricula das armas e os resultados obtidos (vide modelo n. VII).
244. A commissão emittirá seu parecer sobre o valor dos cartuchos, limitando-se a declaral-os utilizaveis ou não utilizaveis. Este parecer será baseado nas indicações mencionadas no numero 245.
245. Para verificação dos defeitos mencionados no numero 239, a commissão fará disparar 1.000 cartuchos (200 em cada fuzil) a uma distancia de 50 metros de trincheira do stand de tiro.
Depois de cada série de 50 tiros far-se-ha passar agua no cano dos fuzis para resfrial-os e em seguida si os fará enxugar com a vareta envolvida em estopa.
Para verificação das falhas vêr o numero 85.
Si na verificação dos retardos de deflagração occorrerem falhas, o ferrolho só será aberto 10 segundos depois da pancada do percussor.
Si se tratar de examinar os cartuchos no ponto de vista do escapamento de gazes da polvora, dever-se-ha attender que estes só se poderão produzir devido a fendas no corpo do estojo, ao deslocamento das capsulas ou ao repuxamento das bigornas. A verificação terá por fim determinar qual destes defeitos dá logar a cuspidella de gazes e constatar com toda a segurança si esta incommoda ou ferre o atirador. Para evitar enganos, o ferrolho só será aberto tres segundos depois da partida do tiro.
O parecer da commissão será baseado sobre o conjuncto dos resultados obtidos com as cinco armas.
O lote de cartuchos será considerado inutilizavel:
1º, quando as falhas ou retardos de deflagração forem na razão de 2 %;
2º, quando as fendas do estojo, o deslocamento de capsulas ou repuxamento de bigornas forem na razão de 2 %, sob a condição de que taes defeitos deem logar a um escapamento de gazes, podendo incommodar ou ferir os atiradores.
3º, quando varios destes defeitos reunidos occorrem na razão de 3 5.
246. Verificar-se-ha calibre dos cartuchos, introduzindo na camara com a bocca da arma voltada para a trincheira de tiro, 100 cartuchos em cada arma. Si a quantidade de cartuchos que não podem ser introduzidos (cartuchos imprestaveis, vd. 85) exceder de 2 %, o lote será considerado inutilizavel.
247. Quando os cartuchos forem julgados inutilizaveis pela commissão, enviar-se-hão ao inspector da região a que pertencer o corpo:
a) a acta da sessão de verificação;
b) um cunhete de cartuchos do lote verificado;
c) uma relação dos cartuchos do mencionado lote existente na carga do corpo.
Si em virtude dos defeitos verificados nos cartuchos o corpo vier a soffrer falta de munição, o seu commandante requisitará ao inspector da região a substituição immediata da munição inutilizavel.
Rio de Janeiro, 10 de setembro de 1919. – Alfredo Pinto Vieira de Mello.
MAPPAS, DIAGRAMMAS E ANNEXOS
Registro das armas
N. da arma por or-dem | Série | Data de entrada na companhia (esta- do-menor, etc.) | Calibrou com que en- trou |
Nome do ati-rador | N. da folha do tiro | Total dos tiros até ..............(a) | Tiros dados | Total dos tiros até hoje | 2º, 3º e 4º trimestraes identicos ao anterior | Total dos tiros até ..........(s) |
(c) Observações | |||
Janeiro | Fevereiro | Março | Somma | |||||||||||
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Nota explicativa: (Vide Boletim do Exercito n. 440, de 25-7-915).
(a) completa-se com a data de 31 de dezembro do anno anterior;
(b) o mesmo, porém com a de 31 de dezembro do anno de instrucção;
(c) destinada ao registro de tudo que interessa exclusivamente á arma e tambem á data e ao resultado dos tiros de verificação (n. 229), quando esses tiros se realizam antes do inicio dos tiros de instrucção.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 272 (Mappa demonstrativo dos exercicios de tiro e da munição consumida)
Nota explicativa:
(a) tambem destinada aos preparatorios do n. 65, aos do ensino e desempate (ns. 200, 206 e 212);
(b) no mappa da companhia, é destinada aos tiros dos officiaes em sessões convocadas no ambito desta unidade.
Modelo III
(a) Folha de tiro n......
Nome.....................................................................
Atirador de... classe Fuzil (mosquetão) n....
TIROS DE INSTRUCÇÃO
N: de ordem |
Data | Natureza do exercicio | Resultado dos tiros | Total dos |
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Exercicios prévios
1 2 3 etc. |
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Total |
Exercicios principaes
1 2 etc. |
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Total |
Exercicios determinados pelo commandante da companhia
1 etc. |
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Total |
(c) Exercicios determinados pelas autoridades superiores
1 etc. |
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Total | |||||
Total dos tiros de instrucção |
TIROS DE COMBATE
Em que tomou parte |
Data |
Logar de exercicio | Tiros dados |
Observações |
Nos de preparação |
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Nos de esquadra |
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Nos de pelotão |
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Nos de companhia |
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Nos de exame |
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Total de tiros |
Concursos – Tomou parte:
(a) no de (data), dando tantos tiros;
(b) no de etc.
Recompensas de tiro – Recebeu:
(a) o premio do concurso de (data);
(b) etc.
Passagem de classe – Passou para a classe superior em (data).
Nota explicativa – (a) dispensavel nos livros já paginados;
(b) destinada a tudo que possa esclarecer a interessar á marcha da instrucção; baixas, licenças, interrupções prolongadas, doenças; motivo por que o homem executou precipitadamente sues tiros; razão por que não executou todos os tiros da série; particularidades de arma; os tiros preparatorios e respectivos resultados; os de ensaio e de desempate; os de prova ao lado do exercicio que os motivou; os de verificação, quando feitos depois de iniciados os tiros de instrucção; os feitos com arma de outro homem; as falhas e os tiros dados em sessões estranhas á companhia, por exemplo, em concursos em sociedades de tiro, etc.;
(c) Não se registram ahi os tiros dos officiaes quando dados em sessões estranhas á companhia; faz-se apenas constar na columna – Observações: não se registram igualmente os dados por armas particulares.
Com excepção dos exercicios prévios e principaes, todo o resto da escripturação vae no verso da folha.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 274-I (Modelo IV – Relatorio de tiro)
II – TIROS DE COMBATE
Natureza do exercicio | Data | Logar do exercicio | N. de homens | Numero de tiros | Observações |
De preparação.................. |
| Realengo............... |
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| Gericinó................. |
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| Etc......................... |
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De esquadra.....................
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| Santa Cruz............ |
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| Etc......................... |
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De pelotão........................ |
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De companhia.................. |
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De exame......................... |
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Total dos tiros |
Não tomaram parte: Nos tiros de preparação: Em Realengo: 1º Cabo X. por... (motivo); 2º A praça Z. etc.; 3º Etc. | Esclarecimentos Em G ericinó: 1º A praça... 2º Etc. Nos tiros de esquarda; Em Santa Cruz; 1º O cabo Y... Etc. |
III – MUNIÇÃO
(a) Receita | (b) Despeza | Falhas (c) | Cartuchos inutilizaveis (d) | Saldo para o anno seguinte (e) (e = a - b - c - d) | Observações (Esta columna é destinada a algum esclare- cimento sobre a munição, par- ticularmente sobre as das columnas (c) e (d).
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Excesso do anno anteior
| Dotação annua | Suplemento | Somma | Tiros de instrucção | Tiros especiaes | Tiros de combate | Tiros de applicação | Tiros de verificação | Tiros de concurso | Tiros de prova | Tiros dados por homens da reserva | Somma | ||||||
De Officiaes | De sargentos e praças | |||||||||||||||||
Determinados pelo commandante da companhia | Determinados pelas autoridades superiores | |||||||||||||||||
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IV – OBTIVERAM DISTINCTIVOS DE TIRO
Da classe especial:
3º sargento X., cabo Y., etc.
Da 1ª classe:
Cabo Z.
Da 2ª classe:
Etc.
V – OBSERVAÇÕES
(Aqui veem as observações importantes do commandante da companhia).
Logar e data
Nome
Posto
Nota explicativa:
Da parte I:
O numero 4 = 1 + 2 – 3:
A somma dos effectivos (a), (b), etc. do n. 5 é igual ao do n. 4;
Em geral, nos esclarecimenots só se explica do n. 5 a letra c;
Os effectivos do n. 6 são sempre iguaes aos da letra a do n. 6; excepcionalmente inferiores (58);
No fim destes esclarecimentos mencionem-se os homens que no correr do anno atiraram em mais de uma classe.
Da parte II:
Na columna – Observações – veem a justificativa por que não realizaram determinados exercicios.
Da parte III:
A columna – supplemento – é destinada a toda munição posta á disposição da unidade e não contemplada na dotação annua.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Págs. 278-1 e 278-2 Tabelas
Modelo VII
Relatorio dos tiros feitos para verificação da munição no ...regimento de infantaria
Numero de séries |
Providencia do lote | Numero fuzis | Numero de tiros | Falhas | Retardos de deflagação | Com escapamento de gazes incommodando ou ferindo os atiradores | Sem escapamento de gazes |
Parecer da commissão
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Fendas de estojo | Capsulas descoladas | Bigornas repuxadas | Fendas de estojo | Capsulas descoladas | Bigornas repuxadas | |||||||
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| O lote deve ser considerado in utilisavel por se terem verificado 2% de estojos fendidos.
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| Utilizavel. |
Logar: Nome Nome Nome Data: Posto Posto Posto |
MODELO VIII
DIAGRAMMAS PARA REGISTRO DOS TIROS
Os impactos são representados por um ponto ( . ) e os ricochetes por um xis (X).
E, geral dá-se ao graphico um contorno approximado do que apresenta o objectivo, exemplos:
a) Infantaria e cavallaria
Resultado:
Cheiros ............................................................................................................................................ | 11 |
Richocetes ....................................................................................................................................... | 2 |
Total ................................................................................................................................................. | 13 |
Figuras attingidas ............................................................................................................................ | 12 |
Pedro, cabo (nome do marcador).
b) Trenóes com silhuetas
Resultado | Durante o lance | Após o lance |
Ceheiros .............................................................................................................. | 6 | 2 |
Ricochetes ........................................................................................................... | 1 | 1 |
Total ..................................................................................................................... | 7 | 3 |
Figuras attingidas ................................................................................................ | 7 | 3 |
| Diniz aspirante. |
|
c) Artilharia
Resultado | Pessoal | Material |
Cheiros .............................................................................................................. | . | . |
Ricochetes ........................................................................................................... | . | . |
Total ..................................................................................................................... | . | . |
Figuras attingidas ................................................................................................ | . | . |
| Luiz aspirante. |
|
d) Metralhadoras, etc.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Págs. 280-1 a 280-4 Tabelas.
ANNEXO I
I – SIGNAES FRITOS DO STAND
a) Para o fogo
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 281 Figuras (1-2-3-4-5.).
(1) Fogo 1
(2) Cessar fogo.
(3) Marcar de novo.
(4) Sério terminada, Marcae! (Para quando o resultado é marcado após uma série.)
(5) Tiro disparado, Marcae!
b) Para as mudanças de alvos
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 281 Figuras(Z. C. S. – T. I. 400 – Z. C. e 24 Z.)
Todos os signaes de (a) e (b) são feitos com uma só placa com cerca de 0,5 X 0,5, pintada de um lado como em (a), de outro como em (b).
II – SIGNAES FEITOS PELOS MARCADORES
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Pág. 282 Figuras (1-2-3).
(1) Signal para fazer cessar o tiro. Recolhe-se o alvo ao abrigo, si for possivel, elevando-se depois o signal verticalmente, tanto quanto for necessario.
(2) Disco de marcar com 0,15 de raio. Um lado pintado de branco, o outro de preto.
(3) Signal querendo dizer que o signal feito do stand foi entendido.
Os signaes (1) e (3) são em uma só placa e feitos sem o signaleiro sahir do abrigo.
ANNEXO II
INDICAÇÕES SOBRE ALVOS PARA O TIRO DE COMBATE
A instrucção de tiro exige a figuração dos objectivos consoante á guerra.
A figuração dos objectivos só preencherá seu fim se os alvos por sua apparencia, especie e velocidade e se sua installação obedecer aos preceitos tacticos para o aproveitamento do terreno.
Visto darem indicações sobre a superficie approximada com que os objectivos se apresentarem em combate, as dimensões aqui estabelecidas devem ser rigorosamente observadas.
Aos commandantes de corpos cumpre velar para que a preparação dos alvos necessarios aos exercicios de sua unidade seja feita a tempo e de accôrdo com essas indicações.
Os alvos commandantes de corpos cumpre velar o para que a preparação dos alvos necessarios aos exercicios de dua unidade seja feita a tempo e de accôrdo com essas indicações.
Os alvos empregados pela infantaria são, em geral, planos; póde-se empregal-os em varias linhas quando se tem em vista a apreciação de effeitos no sentido da profundidade.
Os alvos podem ser recortados ou pintados sobre rectagulos de madeira, tela, etc., figurando-se apenas o contorno. Em qualquer dos casos convém, para a conservação do material, pintal-os com tinta a oleo do côr adequada. Os detalhes são dispensaveis.
Póde-se tambem fazer emprego de alvos já impressos e neste caso as folhas respectivas serão collodas cobre madeira, papelão, etc.
CLBR Vol. 03 Ano 1919 Págs. 283 e 284 Figuras.
Annexo III
Distancias em metros percorridas pelas tropas em marcha durante o trajecto, no ar, da bala P, de 9 grammas
Distancias | Tropas a pé | Tropas montadas | |||
Ao passo (100 metros por minuto) | Ao passo accelerado (150 metros por minuto) | Ao trote (250 metros por minuto) | Ao galope (400 metros por minuto) | Ao galope de carga (600 metros por minuto) | |
100.................... | 0,2 | 0,3 | 0,5 | 9,7 | 1,1 |
200.................... | 0,4 | 0,6 | 1,0 | 1,5 | 2,3 |
300.................... | 0,6 | 0,9 | 1,5 | 2,4 | 3,6 |
400.................... | 0,8 | 1,2 | 2,1 | 3,3 | 5,0 |
500.................... | 1,1 | 1,7 | 2,8 | 4,4 | 6,6 |
600.................... | 1,4 | 2,1 | 3,5 | 5,5 | 8,3 |
700.................... | 1,7 | 2,6 | 4,3 | 6,8 | 10,2 |
800.................... | 2,1 | 3,1 | 5,1 | 8,2 | 12,3 |
900.................... | 2,5 | 3,7 | 6,1 | 9,8 | 14,7 |
1000.................. | 3,9 | 4,3 | 7,2 | 11,5 | 17,3 |
1.100................. | 3,4 | 5,1 | 8,4 | 13,5 | 20,2 |
1.200................. | 3,9 | 5,8 | 9,7 | 15,5 | 23,3 |
Annexo V
Modo de caracterizar a intensidade do vento
Intensidade do vento 0 até 12 | Velocidade do vento em ms. no segundo | Effeito do vento | |
0 | Calmo | 0 a 0,5 | A fumaça sobe verticalmente. |
2 | Leve | 0,5 a 3 | Torna-se sensivel aos sentidos. |
4 | Regular | 3 a 6 | Move os pequenos ramos das arvores. |
6 | Forte | 6 a 10 | De dentro das casas ouve-se o ruido do vento. |
8 | Muito forte | 10 a 15 | Uma pessoa que caminha contra o vento é sensivelmente detida. |
10 | Tempestade | 15 a 23 | Derruba as arvores. |
12 | Tufão | Acima de 23 | Effeito devastador. |
Annexo VI
A applicação do presente regulamento se entende ás outras armas nos tiros feitos com o armamento Mauser, ficando, porém, sujueita ás seguintes restricções:
Companhia de metralhadoras: não faz os tiros de combate.
Companhia de estabeleimento: o mesmo que a companhia de metralhadoras.
Cavallaria: executa os tiros previstos no seu regulamento, orientando-se, porém, pelas alterações introduzidas com esta edição; o corpo de trem fica em situação identica á da companhia de metralhadoras. Quanto á dotação especial de munição, os regimentos ficam equiparados aos regimentos de infantaria, o corpo de trem ao batalhão incorporado.
Engenharia: só é obrigada á execução dos tiros de instrucção, ficando, porém, os mesmos facultativos para os officiaes; quanto á dotação especial de munição, os batalhões ficam em condições identicas aos batalhões incorporados da infantaria.
Artilharia: a de campanha é apenas obrigada a fazer algumas sessões especiaes de tiro, cada bateria recebendo para isso a dotação annual de mil cartuchos; a de costa só é obrigada á execução dos tiros de instrucção (menos officiaes), recebendo para isso 60 cartuchos por homem.
Observação geral: a execução do tiro de verificação é obrigatoria com todas as armas que tenham de ser utilizadas e nas condições estabelecidas neste regulamento.
Annexo IV
Tabella para a emprego da alça do fuzil Mauser 1908, nos tiros contra dirigiveis, aeroplanos, etc.
d |
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a | 400 | 500 | 600 | 700 | 800 | 900 | 1000 | 1100 | 1200 | 1300 | 1400 | 1500 | 1600 | 1700 | 1800 | 1900 |
10º..... | 400 | 500 | 600 | 700 | 800 | 900 | 1000 | 1100 | 1200 | 1300 | 1400 | 1500 | 1600 | 1700 | 1800 | 1900 |
20º..... | 400 | 500 | 600 | 700 | 800 | 900 | 1000 | 1100 | 1200 | 1300 | 1400 | 1500 | 1600 | 1700 | 1800 | 1900 |
30º..... | 400 | 450 | 550 | 650 | 750 | 850 | 950 | 1050 | 1150 | 1250 | 1350 | 1450 | 1550 | 1650 | 1750 | 1850 |
40º..... | 400 | 450 | 500 | 600 | 700 | 800 | 900 | 950 | 1050 | 1150 | 1250 | 1350 | 1450 | 1550 | 1650 | 1750 |
50º..... | 400 | 400 | 450 | 500 | 600 | 700 | 850 | 900 | 950 | 1050 | 1150 | 1250 | 1350 | 1450 | 1550 | 1650 |
60º..... | 400 | 400 | 400 | 450 | 500 | 600 | 700 | 750 | 850 | 950 | 1050 | 1150 | 1200 | 1300 | 1400 | 1500 |
70º..... | 400 | 400 | 400 | 400 | 400 | 450 | 500 | 600 | 700 | 750 | 850 | 950 | 1000 | 1100 | 1150 | 1250 |
80º..... | 400 | 400 | 400 | 400 | 400 | 400 | 400 | 400 | 400 | 450 | 550 | 600 | 700 | 750 | 850 | – |