DECRETO N

DECRETO N. 14.446 – DE 29 DE OUTUBRO DE 1920

Approva o regulamento provisorio de exercicios para a artilharia

O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, usando da autorização que lhe confere o art. 48, n. 1, da Constituição, resolve approvar o regulamento provisorio de exercicios para artilharia, que com esta baixa assignado pelo Dr. João Pandiá, Calogenas, ministro de Estado da Guerra.

Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1920, 99º da Independencia e 32º da Republica.

EPITACIO PESSÔA.

João Pandiá Calogenas.

INTRODUCÇÃO

I – DA INRTODUCÇÃO

1. O regulamento dá os preceitos para a instrucção e os principios fundamentaes para o combate, attendendo á conducta das outras armas, pois que a artilharia de campanha só faz a guerra em cooperação com ellas.

2. A guerra, exige uma disciplina completa e o empenho de toda a energia. Especialmente o cambate requer chefes conscientes, habituados á iniciativa, e guarnição que, mesmo sob o fogo inimigo, continuem o serviço das peças com sangue frio e ponderação e que revelem sua dedicação á Patria pela inabalavel vontade de vencer, ainda que os superiores tenham tombado.

3. Na guerra só dá resultado o que é simples.

Só se deve, pois ensinar e applicar fórmas simples, praticando-se até a plena segurança.

São prohibidos os tempos, cadencias e movimentos particulares não prescriptos no regulamento.

4. o fogo da artilharia de campanha deve abrir o caminho da victoria. Por isso o principal para ella é atirar bem, a tempo, da posição apropriada, contra o objecto conveniente.

Isso reclama o perfeito conhecimento da peça, grande mobilidade da tropa e senso tactico dos commandanres.

5. Cada commandante, a partir do de bateria, é responsavel pela instrucção regulamentar de seus subordinados, e, na escolha dos meios apropriados, deve ter toda a liberdade.

6. os exercicios formaes, isto é, sem objecto tactico, não vão além da escola de bacteria.

A partir do grupo os exercicios devem sempre ser subordinados a um thema tactico; nelles aprende-se a cooperação das unidades para objecto commum de combate.

7. O exercicio demasiadamente prolongado sobre um mesmo assumpto fatiga o escripto e o corpo. E’ por isso necessario variar os exercicios sem prejuizo da cosntancia e da tenacidade que se devem dos exercicios devem obedecer a uma programação criteriosa, de harmonia com as forças dos homens dos cavallos, sem o que será inevitavel um afrouxamento dos esforços, nocivo á disciplina.

A instrucção em terreno facilmente praticavel deve ser completada por frequentes e variados exercicios em terreno difficil; toda opportunidade e todas as estações do anno devem ser aproveitadas de modo a approximal0os do que se passa na guerra.

8. Aos officiaes subalternos devem ser proporcionadas occasiões de commandar bateria em exercicios.

Os artilheiros e os conductores devem ser instruidos de modo a poderem servir tanto ás viaturas-peças como ás viaturas-munições.

O exercicios com effectivo de guerra teem uma importancia especial: se o effectivo das baterias não permitte efectual-os é preciso completar umas com as outras.

A partir do grupo inclusive devem ser feitos exercicios em que a profundidade da columna de marcha seja igual á pé de guerra, augmentando-se as distancias entre as viaturas, isto é, deixando, para isso, desocupado o espaço correspondente ás viaturas que não formar.

Teem muita importancia os exercicios á noite.

E’ tambem necessario por occasião de alguns exercicios figurar o remuniciamento (columna ligeira de munições).

9. A instrucção deve ser dada com methodo, do mais difficil, sem preciptação, attendendo-se aos minimos detalhes.

Sómente por um solido preparo individual é que se poderá obter a convergencia necessaria dos esforços collectivos.

Uma instrucção má ou incompleta dos recrutas faz sentir seus effeitos durante todo o tempo de serviço, pois é impossivel remediar os erros do ensino individual nos exercicios de conjuncto.

10. E’ dever de todo o chefe economizar as forças de seus homens e cavallos. Por isso deve mandar descansar ou apear sempre que não haja necessidade de conservar a tropa firme ou a cavallo.

11. A tropa estará bem instruida quando souber fazer tudo o que a guerra exige e não tiver que despezar no campo de batalha nada do que aprendeu nos exercicios.

12. A instrucção pratica da artilharia de campanha comprehende: gymnastica a pé e a cavallo, equitação, tiro de pistola e de artilharia, exercicios de infantaria, cavallaria, manejo da espada e da pistola, serviço de campanha, tudo segundo os respectivos regulamentos especiaes e finalmente o assumpto deste.

Mesmo na artilharia a cavallo a instrucção a pé será dada pelo R. E. I. dando-se pelo R. E. C. apenas a instrucção a cavallo sem material.

Os exercicios de infantaria comprehendem toda a instrucção individual da escola desarmada e a da ordem unida até a companhia: nos commandos onde o R. E. I. diz «companhia» dir-se-há «bateria». O manejo do sobre-facão se faz como o da espada.

13. A instrucção especial de artilharia divide-se em

PRIMEIRA PARTE

Instrucção sem atrellagem: escolas do servente, da peça, da bateria e do grupo.

SEGUNDA PARTE

Instrucção com atrellagem: escola do conductor, escolas de bateria e de grupo.

TERCEIRA PARTE

O combate.

QUARTA PARTE

Paradas.

II – DOS COMMANDOS

14. Os commandos são feitos directamente ou por um meio de transmissão.

Os commandos directos fazem-se a voz ou por gestos.              

São meios de transmissão: telephone (1º), signalização a braços e optica, portadores de ordens verbaes ou escriptas, cadeia de repetidores, toques de corneta ou clarim.

Distingue-se tres especies de commandos:

– O commando de advertencia, que serve de signal para chamar a attenção;

– O commando preparatorio, que faz conhecer o movimento a executar;

– O commando de execução, que determina a execução.

Os commandos a voz devem ser emittidos em voz sufficientemente elevada e incisiva para que sejam seguramento ouvidos pela tropa e executados com energia (Vide 326).

Nos commandos por gestos emprega-se o apito exclusivamente para chamar a attenção da tropa

17.Gestos de commando:

Attenção – Levantar o braço direito verticalmente. Todos os outros gestos de commando devem ser precedidos deste; quando elle não é seguido de outro significa – sentido.

Marche – Baixar e levantar o braço duas ou tres vezes, approximando e afastando o punho do hombro. O mesmo gesto serve para commandar o trote, estando ao passo ou o galope, estando ao trote, isto é, para augmentar o, andadura.

Diminuir a andadura – Da posição «attenção» baixar lentamente o braço estendido até o prolongamento da linha dos hombros. O mesmo gesto empregado na marcha ao passo significa – alto.

Serventes a pé – Da posição «attenção» baixar inteiramente e braço com vivacidade.

A pé (para o pessoal a cavallo) – Repetir o gesto anterior.

Para mandar «a pé» simultaneamente o pessoal a cavallo e o dos cofres, fazer esse gesto duas vezes seguidas (na artilharia a cavallo, só uma vez).

A cavallo – Da posição «attenção» baixar o ante-braço e levantal-o de novo vivamente.

Serventes aos cofres – Repetir esse gesto.

Para marchar simultaneamente «a cavallo» e «serventes aos cofres» fazer esse gesto duas vezes segundas.

Columna por peça – Apontar com o indicador para a peça que deve formar a testa e estender em seguida o braço para cima com o indicador erguido.

Columna por secção – Apontar com o indicador e o médio escachados para a secção que deve formar a testa e erguer em seguida o braço de modo que todo, a bateria seja o V formado pelos dous dedos. A posição do cavallo do commandante indica o lado por onde deve ser tomada a formação.

Columna dupla – Estender o braço direito ou esquerdo (segundo o lado por onde deve ser tomada a formação) para a retaguarda a descrever horizontalmente um meio circulo para a frente.

__________________

(1) A's vezes T. S. F, para o grupo e unidade de artilharia superiores ao grupo.

 

Em linha – Ante-braço o Horizontal por cima da cabeça a posição do cavallo do commandante indica o lado e a direcção por onde se deve tomar a formação.

Execução – Executar com o braço um molinete vertical e terminar o movimento fazendo o gesto de quem da sôcos na direcção em que se quer fazer o accionamento.

Aludar de lado, isto é, fazer que as viaturas da columna de marcha passem simultaneamente de um lado da estrada para o outro – Da posição «attenção» baixar o punho á altura do hombro e estender vivamente o braço para o lado a tomar.

Cerrar intervallos – Do gesto «attenção» abrir a fechar a mão repetidas vezes, descendo-a na altura do hombro para o lado conveniente quando se quizer cerrar sobre um dos flancos.

Abrir intervallos – Do gesto «attenção» fazer oscillar o ante-braço duas ou tres vezes acima da cabeça, de um lado para outro.

Direcção – Da posição «attenção» descer o braço estendido até que a mão aberta, pollegar para cima, fique na altura da cabeça, na direcção desejada.

Mudar de direcção – Com o braço estendido na direcção da marcha descrever um arco correspondente á conversão a fazer i indicar vivamente a nova direcção.

A' retaguarda 0 Descrever com a ante-braço duas ciscunferencias acima da cabeça, voltar o cavallo e indicar a nova direcção.

A' vontade – do gesto «attenção» abrir a mão e fazer girar todo o ante-braço, mantido vertical, para a direita e para a esquerda, em torno da articulação do cotovello.

18. As ordens verbaes ou escriptas devem ser claras, simples e precias. O encarregado da transmissão (ou execução) de uma ordem verbal deve repetil-a logo que a receba e esforçar-se por empregar as mesmas palavras quando a transmittir; ao regressar se apresentará dizendo «dada a ordem I» se não tiver outra communicação a fazer.

Nesse sentido serão instruidos os recrutas desde a incorporação.

Em serviço de campanha ou em exercicios o portador de uma ordem não diminue a andadura ao passar por um superior de qualquer graduação, e justiça seu procedimento dizendo em voz alta «ordem a tal unidade ou a fulano».

Todo militar tem o dever de orientar os portadores de ordens, sem os deter, assim que ouvil-os designar simplesmente em voz alta uma unidade ou autoridade.

19. Os toques de corneta ou clarim, quando possam revelar a presença da tropa ao inimigo são expressamente prohibidos

1ª PARTE

INSTRUCÇÃO SEM ATRELLAGEM

Introducção

20. A' aprendizagem do serviço da peça constitue a parte mais importante da instrucção do artilheiro.

Primeiramente tem logar a instrucção individual na peça   

– escola do servente – associada ao ensino da nomenclatura applicada do material, isto é, limitada esta aos conhecimentos indispensaveis ao seu emprego.

Estado os serventes senhores de suas funcções, passasse á instrucção de conjuncto na peça – escola da peça.

Finalmente, ao mais tardar com o quarto mez da instrucção  de recrutas, começa o ensino do conjuncto das peças.

21.Todos os movimentos no serviço da peça serão executados com a maxima presteza compativel com a sua correcção e feitos sem posições constrangidas (3, fim). Mesmo quando fôr commando «levanter» (96) não ficam os serventes na posição «sentido».

22. Todos os artilheiros aprenden as funcções de todos os serventes, exepto as do apontador, forçosamente limitadas aos não analphabetos.

Os mais capazes devem ficar habilitados para substituir o chefe de peça.

Os conductores devem também receber a instrcção das escolas de serventes e de peça, assim como todos os artilheiros devem receber instrucção de euitação.

Todavia, os conductores só recebem, em principio, a instrucção relativa aos postos de municiador, carregador e de conteirador.

Todos os sargentos devem saber estacionar a luneta de bateria e com ella medir angulos.

23. celebridade e precisão na pontaria representem a condicção indispensavel para o rendimento maximo do tiro.

A instrucção dos apontadores deve, portanto, constituir um dos principaes cuidados dos commandantes de baterias.

Em cada bateria um official ou sargento dirige essa instrucção, que deve ser dada a principio a todos os homens que souberem ler, fazendo-se aos poucos a selecção dos mais capazes, aos quaes se dá a instrucção completa da pontaria. A nenhuma praça será dada a graduação de anspeçada ou de cabo sem que tenha mostrado aproveitamento na instrucção de apontador. De cada classe de recrutas formar-se-hão no minimo oito apontadores perfeitos.

24. A instrucção especial de pontaria tem por fim aguçar a vista dos apontadores de modo a tornal0os para ver bem a grandes distancias, mesmo a olho nú, e reconhecer a natureza e extensão dos objectivos semelhantes aos da guerra, assim como manejar com segurança os orgãos de pontaria e apontar com precisão, uniformidade e rapidez.

25. O ensino especial dos apontadores novos começa na Segunda semana da instrucção dos recrutas e deve ter logar nas mesmas horas das escolas de serventes e de peça.

Nesse periodo tal ensino é dado no preparo sobresalente, em lições individuaes bastante curtas de modo que toquem a todos no mesmo dia. Para começar, o instructor chama dous homens das peças (1º e 2º); o 2º serve a conteira, assistente á lição do 1º e o substitue quando este fôr despachado, vindo então um 3º para o logar do 2º. E’ o 1º que, ao voltar para sua peça chama o 3º, por indicação do instructor.

O instructor mostra uma pontaria correcta, em seguida deve desfazel-a e mandar o apontador envolva-a; depois a examine e critica.

Logo que fôr possivel, convém haver exercicios de conjunto nas quatro peças sómente para os apontadores. Isso será especialmente necessario como preparação para os concursos de apontadores (vide annexo).

ESCOLA DO SERVENTE

26. Para a instrucção do servente estará a peça «em acção», isto é, o cargo retrotem da viatura-munição) ao lado esquerdo do canhão (retrotrem da viatura-peça), com intervalo de cerca de meio passo, o eixo do carro recuado até a corôa da roda do canhão. A presença do carro será dispensada quando não houver de ser objecto da licção ensino das funcções dos respectivos serventes.

Os armões ficam reunidos á parte de modo que não pertubem o serviço ou mesmo recolhidos ao parque.

27. o serviço da peça é feito com a seguinte guarnição:

1 chefe de peça (C p) – 2º sargento;

1 apontador C 1) – cabo;

1 atirador (C 2) – soldado;

1 carregador (C 3) – soldado;

1 conteirador (C 4) – soldado;

1 guarda-armão (C 5) – soldado;

1 chefe de carro (C c) – 3º sargento;

1 municiador (M 1) – soldado;

1 guarda-armão (M 2) – soldado.

Na artilharia a cavallo haverá em cada peça mais tres serventes para segurarem as montadas dos outros quando em acção: C 6 e C 7 para o canhão, M 3 para o carro.

Funcções do chefe de peça

28. E’ responsavel pela boa collocação da peça na linha de fogo, auxilia o C 1 e o C 4 na procura do objectivo ou do ponto de pontaria toma nota da deriva de referencia ou da primeira deriva em relação a um ponto de pontaria collectiva, quando não tiver havido necessidade de referencia; fiscaliza o serviço de toda a guarnição, nomeadamente a pontaria (graduações e niveis) e a graduação das espoletas, indicando-a ao respectivo servente quando essa operação tiver de ser feita a chave.

Nas posições cobertas mede o espaço morto (120).

Observa também o funccionamento da peça, especialmente o do mecanismo da culatra e o recuo sobre o berço.

No caso de falta de algum servente designa quaes os que devem desempenhar as respectivas funcções.

Os chefes de peça devem ser munidos de um binoculo provido de escala micrometrica.

Funcções do apontador

29. Abater ou levantar o escudo inferior, desamarrar ou amarrar o canhão; tirar ou collocar a capa as alça; retirar ou collocar a tampa de protecção, a luneta panoramica, eventualmente a haste de alongamento; desengatar ou engatar o detonador da esquerda; fazer a pontaria e, quando necessario, referil-a; fiscalizar a graduação da haste da alça, excepcionalmente dar a alça e detonar; manejar o freio de marcha; auxiliar a armar e desarmar a pá da conteira, pegando no corpo do reparo, ao lado do C 3.

29. a. No material modelo 1905, além de todas essas funcções, da sempre a alça e o serviço de desamarrar ou amarrar o canhão é feito só por elIe.

30. Para obter o escudo inferior basta calçar com a mão direita para a frente e para baixo o punho da respectiva alavanca, adaptada á falca esquerda; si a alavanca cede bem, mas o escudo não a utilisa-se. então, da mão esquerda para calcar no escudo inferior pela alça, pedindo o auxilio do C 2.

Para levantar o escudo o C 1 e o C 2 seguram as respectivas alças e simultaneamente o applicam com força contra o corpo do reparo; si a móla do gancho não funccionar o c 1 prende-o a mão.

31. Para desamarrar o canhão o C 1 puxa pela alça da garra de amarração e prende-a no respectivo gancho.

Para amarrar o canhão põe a zero o indice da escala do volante de direcção, solta a garra de amarração, e, depois que o C 2 tiver feito a parte que lhe compete nesse serviço, move o volante, de elevação, fazendo descer o berço até ficar amarrado; põe a haste da alça a zero por meio de tambor de transmissão rapida, tendo o cuidado de não soltar bruscamente a orelha serrilhada. Quando necessario levanta a culatra pelo volante de elevação para que o C 2 possa baixar o parafuso interior de elevação á alça 56, approximadamente.

32. Para collocar a luneta o C 1 tira a tampa de protecção com a mão direita, voltando com a esquerda o ferrolho para cima e erguendo a tampa; entrega-a ao C 3, de quem recebe a, luneta; volta o ferrolho inteiramente para cima, introduz a luneta de cima para baixo, calcando-a, e solta o ferrolho, que deve ficar completamente voltado para baixo.

Para retirar a luneta procede como para retirar a tampa de protecção, tendo o cuidado de primeiramente pôr suas graduações a zero (excepto quando se tratar do emprego da haste de alongamento) e de não applicar esforço ao tubo porta-occular; uma vez a, luneta fóra do encaixe entrega-a ao C 3, de quem recebe a tampa de protecção, que encaixa, procedendo como foi dito para collocar a luneta.

Para colocar a haste de alongamento, uma vez retirada do encaixe a tampa de protecção ou a luneta, colloca a luneta na haste e esta no encaixe como se fosse a propria luneta. E’ prohibido fazer qualquer esforço na haste de alongamento, quando encaixada.

Para retirar a haste procede como para retirar a tampa de protecção (pondo préviamente as graduações a zero se tiver de ser guardada a luneta); em seguida retira a luneta da haste; para isso a mão esquerda segura a luneta acima do prato, a direita abarca a haste immediatamente abaixo do seu encaixe, de modo que a cabeça do pollegar faça pressão no pé do tubo porta-occular.

Pontaria

(Ver annexo)

33. A pontaria completa comprehende a pontaria em direcção e a pontaria em altura.

34. Apontar em direcção é fazer passar pelo ponto de visada (plano vertical que contém a linha de visada). Empregando a luneta, essa operação consiste em fazer passar por aquelle ponto a vertical do cruzamento dos fios do reticulo.

Quanto ao emprego de collimadores ver o n. 52.

35. O ponto de visada póde ser um ponto do alvo, (caso excepcional), ou um ponto tomado fóra do alvo, situado na frente, do lado ou á retaguarda: um objecto natural, uma balisa, a luneta de bateria, a de uma peça visinha, etc.

O primeiro caso é o da pontaria directa, os outros são os da pontaria indirecta.

No pontaria directa todas as graduações da luneta devem estar o zero, excepto quando se commandar uma deriva para corrigir a influencia do vento laterial ou do movimento lateral do objectivo. Na pontaria directa é indifferente a graduação do reflector porque a pontaria em altura é dada pelo angulo de sitio. Por isso, para direcção da pontaria é preferivel designar linhas verticaes em logar de pontos, do modo que o C 1 possa visar qualquer ponto da, altura da linha; designando-se pontos o C 1 terá que dar ao reflector a graduação compativel com o movimento do sitometro o que retardará a pontaria.

Para apontar em direcção dada ao goniometro a deriva commandada, é preciso primeiramente conteirar o canhão, isto é, dar-lhe a direcção approximada, mediante deslocadamente da conteira, em seguida calar o nivel do eixo das rodas e, finalmente, agir sobre o volume de direcção.

38. Para a primeira pontaria é muito importante, que o indice da escala, de direcção fique o mais proximo possivel do zero.

Na pontaria, directa isso depende principalmente do serviço de C 4 que utilizará das duas massas de mira ou do traço de conteiramento (traço branco de um centimetro do largura e doze de altura, pintado no meio do escudo junto á aresta  superior).

Não conseguindo ver o objectivo de uma dessas duas maneiras o C 4 procurará tomar a direcção approximada olhando por uma das rodas do reparo.

Na pontaria indirecta isto é para conteirar estando commandada uma deriva, o C 1 ou C 2, conforme o caso, visando grosseiramente peIa calha do colIimador da luneta, sem fallar, dará a necessaria indicação ao C 4 com uma das mãos, voltada a palma para o lado para o qual se deve mover a conteira; isso tem applicação tambem na pontaria directa quando do o C 4 não possa ver o ponto de visada ou não tenha apprehendido a sua situação. Durante o conteiramento o e o C 2 erguem-se um pouco dos bancos, e quando o deslocamento tiver que ser grande ou em terreno pesado, ajudam, cada um na sua roda, sem se descobrirem.

Em taes casos o C 3 auxilia na aza da conteira.

A perfeição do conteiramento não deve resultar de demoradas indicações em sentidos oppostos.

39. Depois do primeiro disparo as correcções de direcção serão feitas com o volante, emquanto possivel; si a correcção necessria exceder o limite, da respectiva escala, será preciso pôr seu indice a zero, antes de conteirar de novo canhão.

40. Quando o ponto de visada fica occulto pelo escudo recorre-se á haste de alongamento e, então, concluida a primeira pontaria, é preciso retirar a haste para referir a direcção, pois não se atira estando a luneta na haste. Em tal caso, tratando-se de pontaria directa, é preciso tambem referir a altura, isto é, medir o angulo de sitio (47).

40 bis. Toda vez que o ponto de visada fòr um ponto do alvo (pontaria directa) o apontador deve, logo que for possivel (*), referir em direcção (41) e em altura (47).

41. Referir a direcção de uma peça apontada consiste em dirigir a linha de visada da luneta para o ponto de referencia escolhido, agindo exclusivamente sobre a luneta.

Obtem se assim uma «deriva» que o C 1 communica ao Cp para ser registrada em seu caderno. (28).

Sobre essa deriva fazem-se todas as alterações como si o ponto de referencia fosse o ponto original de visada.

Referindo-se á pontaria o C 2 fecha a janella visada.

Ao commando «inscrever» o C p registra a giz no escudo (em tempo chuvoso na face interna da tampa do cofre, da flecha, face esta que para, isso póde ser pintada de preto), a deriva marcada, neste momento, pelo apparelho de pontaria.

Esta deriva toma, então,  o nome de deriva de referencia

Toda vez que o C p deve inscrever uma nova deriva de referencia, começa por apagar a que foi inscripta precedentemente.

Ao commando «referencia» o apontador marca no apparelho de pontaria a deriva de referencia inscripta: a peça está reapontada em direcção.

42. A escolha do ponto de referencia e sempre da iniciativa do C1, excepto na, pontaria á noite (60); e a referencia é imprescindivel:

1º, sempre que si tiver empregado a haste de alongamento, que para isso é retirada, uma vez dada a direcção a peça;

2º, quando o ponto de visada não for bem visiveI;

3º, quendo elle possa vir a desapparecer ou deslocar-se ou a ficar occulto pela fumaça (48).

As condições a que deve satisfazer o ponto de referencia (tronco de arvore, aresta vertical de edificio, poste, pedra, cartucho vasio, etc.), são: ser bem visivel, não poder ser cofundindo com outro, ficar pelo menos a 50 metros da peça, permittir a visada sem se abrir a janella do escudo.

Só em ultimo caso ser á empregada a balisa, plantando-se-a, então, á retaguarda da peça.

43. Dar a deriva – Ao commando «deriva tanto-tanto» o C1 arma a alavanca do goniometro e move o tambor, de modo a levar primeiramente ao indice do prato o primeiro numero commandado, e depois fazer coincidir com o indice do tambor o segundo numero. Feito isto o C 1 verifica a sua operação pela leitura da deriva, senda que a graduação do prato é lida a esquerda, a do tambor abaixo do indice respectivo.

_________________

(*) Ao mais tardar depois do primeiro tiro.

 

Para poder girar o tambor, é preciso armar inteiramente a alavanca que se acha no lado esquerdo da luneta formando systema com elle. Si a traduação a dar ao prato fica muito distante do zero, estando o tambor a zero, desengrena-se o parafuso da deriva (para o que basta abrir a meio a alavanca e voltal-a para cima) e com a mão direita gira-se o reflector até collocar sob o indice a graduação desejada; em seguida abate-se o abre-se totalmente a alavanca e completa-se a graduação agindo no tambor.

Dada a deriva, feche-se a alavanca.

44. Corrigir a deriva. Feita a somma ou subtracção correspondente ao commando «deriva mais tanto» ou «deriva menos tanto», procede-se como no caso precedente. Em vez do calculo prévio o apontador póde sommar ou subtrahir successivamente as unidades, as dezenas, etc., ou na ordem inversa.

Só se desengrena o parafuso quanto a correcção é maior do que 200 millesimos, collocando-se primeiramente o tambor a zero.

45. Dar o angulo de sitio é dar ao canhão a inclinação correspondente á linha que une a peça ao objectivo.

A pontaria em altura se executa habitualmente com o nivel (pontaria indirecta); excepcionalmente, e para o primeiro tiro, a pontaria em altura póde ser directa.

A pontaria directa em altura está feita quando o cruzamento dos fios do recticulo passa pelo pé do objectivo ou pela crista de sua cobertura, o que se realiza por meio do volante de situação.

Isto feito, refere-se em altura, isto é, deve-se medir o angulo de sitio, para se ficar assim inteiramente habilitado a continuar o tiro por pontaria indirecta.

A pontaria indirecta em altura é obtida pondo-se o sitometro na graduação commandada (sitio tanto) e calando sua bolha com o volante de situação.

46. No canhão M/1905 apontar em altura consiste em dar ao canhão uma inclinação carrespondente ao angulo de tiro corrigido do angulo de sitio, si houver.

A pontaria em altura se executa habitualmente com o nivel (pontaria indirecta); excepcionalmente, e para o primeiro tiro, a pontaria em altura póde ser directa.

A pontaria directa em altura está feita quando, graduada a alça para a distancia commandada, o cruzamento dos fios do reticulo passa pelo pé do objecto ou pela crista de sua cobertura, o que se realiza pôr meio do volante de elevação.

Isto feito, refere-se em altura, isto é, deve-se medir o angulo de sitio para se ficar assim inteiramente habilitado a continuar o tiro por pontaria indirecta.

A pontaria indirecta em altura é obtida pondo-se a alça e o sitometro nas graduações commandadas e calando o nivel do sitometro com o volante de elevação.

Para dar a alça faz-se girar a cabeça serrilhada do parafuso que commanda o movimento da haste da alça, levantando-se ou abaixando-se até que o traço correspondente á graduação commandada venha ficar em coincidencia com a aresta obliqua do encaixe de alça. Si a distancia commandada fica muito longe daquella que indica a alça no momento, desengrena-se o parafuso para o que levanta-se a orelha serrilhada, que fica ao lado esquerdo do parafuso, levanta-se ou abaixa-se a alça á mão de modo a dar-lhe uma graduação approximada, baixa-se novamente a orelha serrilhada e apura-se depois a alça por meio da cabeça serrilhada do parafuso.

47. Para medir o angulo de sitio o C1, uma vez terminada a pontaria, age sobre o botão serrilhado do sitometro até calar a bolha do nive e lê o numero que então coincide com o indice. Essa operação é feita independente de ordem, na pontaria contra objectivos fixos.

48. Quando as operações de apontar em direcção e em altura separadamente estão bem conhecidas, passa-se aos exercicios de pontaria completa.

Para a primeira pontaria as operações se fazem na ordem seguinte:

1ª, guardar o sitometro e dar a deriva (quando fôr o caso);

2ª, conteirar a peça;

3ª, pontaria approximada em altura;

4ª, calar o nivel do eixo das rodas;

5ª, pontaria exacta em direcção;

6ª, pontaria exacta em altura;

7ª, referir a direcção e media o angulo de sitio (quando fôr o caso).

Na pontaria directa as operações 5ª e 6ª são feitas simultaneamente.

Para as pontarias seguintes, depois de cada disparo o C 1 rectifica a direcção e altura, alterando a deriva e o angulo de sitio (no material M/1095 tambem a alça) se tiver sido commandada alguma modificação. Logo que o apontador terminar ou rectificar a pontaria avisa o C p, dizendo em voz alta – Prompto!

49. No fogo ceifante, o C. 2 para começal-o dá no volante de direcção tantas meias voltas para frente (inteiras se fôr ceifante duplo), quantos forem os grupos commandados menos um.

Appós cada disparo dá no volante uma volta, para traz (duas no ceifante duplo) até completar o numero de grupos commandados. A ceifa seguinte começará na posição final da precedencia e será feita indenticamente, em sentido opposto.

50. No material modelo 1905 para a primeira pontaria as operações se fazem na ordem seguinte:

1ª, graduar o sitometro (si fôr o caso);

2ª, dar a alça;

3ª, dar a deriva (se fôr o caso);

4ª, conteirar a peça;

O mais como acima.

51. Pontaria directa sobre objectivos em movimento – Procede-se como se o objectivo fosse fixo, mas o C 1 não refere a direcção nem mede o angulo de sitio. Embora prompta a pontaria o C 1 e o C 4 continuam a acompanhar o objectivo com a visada até que se commande «fogo». E’ prohibido ao C 1 dar desconto na visada para a direita ou para a esquerda do objectivo, para cima ou para baixo: ao commandante da bateria é que compete commandar a deriva para levar em conta o deslocamento lateral ou vertical durante o tempo deccorrido desde a conclusão da pontaria até a chegada do projectil no objectivo.

O C 1 fará em voz alta as communicações sobre o movimento do objectivo, excepto quando fôr commandado «fogo rapido»: Objectivo avança (retira), objectivo desloca-se para a direita (esquerda), objectivo parou (desappareceu).

52. Emprego dos collimadores –  Quando não se possa fazer uso da linha de visada da luneta, seja em virtude de um estrago, ou parque não haja tempo de collocal-a, recorre-se ao seu collimador ou ao da alça (neste ultimo caso só pontaria directa).

Para apontar pelo collimador o C 1 olha á distancia de cerca de10 centimetros. de modo a distinguir perfeitamente o angulo formado pelas duas linhas brancas internas e procura pôr em coincidencia o vertice desse angulo, o do entalhe da calha externa e o ponto de visada.

53. Emprego do quadrante de nivel – Na falta de alça ou quando a distancia de tiro exceder á graduação da alça, recorre-se ao quadrante de nivel: gradua-se esse instrumento, tomando o angulo de tiro na tabella (ou em outra peça) corrigido do angulo de sitio (quando houver), colloca-se sobre a mesa da culatra junto aos tres parafusos para esse fim ahi existentes, voltado o arco do limbo para á retaguarda, cala-se a sua bolha por meio de volante de elevação e retira-se o instrumento (3).

54. O C 1 póde tambem, nas hypotheses do caso precedente, dar a alça por meio do sitometro, augmentando o angulo de sitio do valor do angulo de tiro.

55. Para atirar a distancias superiores á graduação da alça, póde-se, em lugar de empregar o quadrante de nivel augmentar de 66 o angulo de sitio e diminuir de 1.000 metros as alças commandaas (4).

56. Quando por qualquer circumstancia não possa o C 2 dar a alça, cumpre ao C 1 fazel-o, agindo sobre o volante da arvore telescopica do dispositivo da linha de mira, independente. Se esse dispositivo não funccionar o C 1 desengrena a arvore telescopica, puxando para baixo a campanula serrilhada da parte superior da arvore e torcendo-a um pouco para a direita; dá em seguida a aça com auxilio do tambor de tansmissão rapida (os pequenos deslocamentos são feitos por meio da manga serrilhada).

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(3) O quadrante de nivel serve tambem para rectificação do sitometro, operação que deve ter logar pelo menos antes e depois dos periodos de tiro real.

(4) Para a alça 5.800, uma divisão varia o alcance de 15 metros (tabella de tiro):  portanto 66 divisões augmentarão o alcance de 990 metros (approximadamente mil).

Assim, por exemplo: sitio 205! alça 6. 400! é o mesmo que sitios 271! alça 5.400!

 

57. No material modelo 1905 é sempre o C 1 quem dá a alça.

58. Quando o C 2 não conseguir detonar ou o tiro não partir apezar do funccionamento do gatilho, o C 1 immediatamente puxará pelo detonador da esquerda.

Casos especiaes de pontaria

59. Pontaria reciproca de uma peça sobre outra ou sobre a luneta de bateria.

Emprega-se para tomar o plano de tiro de uma peça parallelo ao de uma outra, já apontada, ou ao plano de collimação da luneta de bateria.

Ao commando «pontaria reciproca sobre, tal peça» ou «pontaria á luneta» colloca-se a haste de alongamento (excepto, no segundo caso, se a luneta de bateria estiver á retaguarda) e a peça a apontar é conteirada de modo a ficar visivelmente parallela á peça apontada (peça-base) ou ao plano de collimação. A orientação desse plano é indicada pelo servente da luneta que, ao commando «direcção geral», estende os dous braços no prolongamento um do outro, parallelamente ao plano de collimação. Conteirada a peça, dá-se-lhe o angulo de sitio (nivelamento approximado) e a alça. Feito isto, o C 1 da peça base ou o servente da luneta visa o portareflector da luneta da peça a apontar, lê a deriva, subtrae 32 do prato, se estiver á direita, somma se estiver á esquerda (o servente da luneta fica dispensado desse calculo lendo o prato no indice opposto á occular), e transmitte essa deriva á peça a apontar (5), cujo C 1 dá essa graduação ao goniometro e visa por sua vez o porta-reflector da peça base ou da luneta de bateria.

60. Para fazer pontaria a noite é preciso illuminar o reticulo da luneta. O ponto de visada (tambem o de referencia) é dado por uma lanterna que dê luz só de um lado. Deve-se ter o cuidado de não voltar a luz para o lado do inimigo.

Funcções do atirador

61. Tirar ou collocar a coifa da bocca e a capa da culatra, amarrar ou desamarrar o canhão, ajudar o C 1 a levantar o escudo inferior, ou eventualmente a abatel-o, dar a alça, manejar o mecanismo da culatra, abrir ou fechar a janella de visada ou a do collimador, auxiliar a armar e desarmar a pá da conteira, pegando no corpo do reparo, ao lado do C 4.

62. No material modelo 1905 o C 2 não dá a alça, portento não ajuda tambem a amarrar nem desamarrar o canhão.

63. Para amarrar o canhão, o C 2 põe o prato da alça approximadamente em 56.

Para desamarrar o canhão, com a mão esquerda desengrena a base da alça e com a direita põe o prato da alça a zero (31).

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(5) Na pratica o C 1 da peça base não precisa preoccupar-se com a sua situação á direita ou á esquerda, tomando como regra: sommar só quando não puder subtrahir.

 

64. Para dar a alça, empunha com a mão direita a manivella do prato das distancias, auxiliando-se da mão esquerda si for preciso, e leva o numero commandado a coincidir com o indice.

65. Abrir e fechar a culatra – Para abrir a culatra o C 2, depois de destravado o apparelho de segurança, segura com a mão direita, unhas para cima, o punho da alavanca da cunha, dando uma pequena pancada para cima no momento de empunhal-o, gira-o vivamente para a esquerda e solta o punho.

Para fechar a culatra, os mesmos movimentos na ordem inversa.

66. Quando for preciso descarregar um cartucho completo, a meia volta da alavanca da cunha deve ser feita lentamente para que não se estraguem as garras do extractor e eventualmente o estojo não se desengante do projectil.

Si, abrindo a culatra, não se conseguir a extracção de um estojo, repete-se, uma ou duas vezes, os movimentos de fechar e abrir; não o conseguindo assim, o C 2 abre a culatra e o C 4 mette o escovão pela bocca do canhão.

Si se trata de extrahir desse modo um cartucho completo ou sómente o projecti, é preciso estabelecer cautelosamente o contacto do escovão com a espoleta, baixar a culatra, prender uma corda (tirante) á extremidade livre de escovão, puxando então por ella o C 3 e o C 4, collocados repectivamente á esquerda e á direita, na altura das rodas, emquanto o C 1 e o C 2 manteem a balisa atravessada na bocca de carga para evitar que o projectil caia.

Si o C 2 não consegue abrir a culatra, o C 1, emquanto elle applica seu esforço á alavanca, bate com qualquer objecto de madeira na face semi-cylindrica da cunha; si ainda assim não se o conseguir, será preciso tirar a porca do parafuso director.

67. Para travar o mecanismo da culatra, estando o ferrolho de segurança na posição fogo», o C 2 mette os dedos médio e indicador da mão esquerda, unhas para a direita, na alça do ferrolho, puxa-o e torce-o para a direita. Apparece então a palavra «seguro»: a culatra está travada, isto é, não se póde abril-a nem atirar. Ella deve ser travada toda vez que o canhão tenha que se mover, quer esteja carregado quer não.

Para destravar a culatra, os mesmos movimentos na ordem inversa, começando por enfiar os mesmos dedos, unhas para baixo.

68. Disparar a peça – A culatra estanda fechada e destravada, o C 2 ao commando tal peça empunha o detonador com a mão direita, e ao commando fogo! puxa-o bruscamente com força e abandona-o assim que o percussor tenha funccionado. Em seguida abre a culatra (6).

Para o primeiro tiro, o C 2 detona com a mão esquerda e com a mão direita segura-se na escora do escudo afim de não se desequilibrar, porque tem que levantar os pés do solo, assim como o C 1.

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(6) Deve-se empregar os cartuchos de madeira desde a escola de servente e só utilizar o percussor de guerra quando for imprescindivel.

 

Em caso de nega, o C 1 detona immediatamente; negando ainda, o C 2 conta mentalmente de 1 a 5 e detona de novo. Negada essa terceira vez, o C 2 conta de 1 a 15 e depois abre a culatra devagar, de modo a não extrahir o cartucho e examina a estopilha: si ella não estiver ferida, fecha a culatra, substitue o percussor ou a mola, e detona; si estiver ferida fecha a culatra, extrae o cartucho (66, terceiro periodo e carrega-se outro.

69. Para substituir o percussor, o C 2 segura com a mão direita a alça do ferrolho de segurança como para travar a culatra, applica o pollegar da mão esquerda ao descanço da móla do percussor, calca para dentro com ambas as mãos simultaneamente, torce o ferrolho para a esquerda, puxa-o fóra e retira successivamente o descanso, a móla, o percussor; colloca o novo percussor, a móla, e o descanso, fazendo coincidir o seu traço de referencia com o da face posterior da culatra, introduz o ferrolho, age com as mãos como fez para retiral-o e force-o para a direita.

Funcções do carregador

70. Auxiliar a engatar ou desengatar o canhão, armar ou desarmar a pá da conteira com auxilio do C 4, abrir ou fechar o cofre da flexa para retirar ou guardar a respectiva palamenta, carregar os cartuchos na camara (e aparar os de exercicio ao serem extrahidos), eventualmente graduar as espoletas a mão. Empregando-se á ferramenta de sapa, o C 3 trabalha com a pá (7).

71. Armar a pá da conteira – O C 3, do lado esquerdo da conteira, solta o ferrolho da pá e desloca-o um quarto de volta para a direita; feito isso pega na aza da conteira com a mão esquerda, e auxiliado pelo C 4, que pega com ambas as mãos na aza direita, suspende a conteira e volta a pá para baixo; o C 4 segura então a pá pela aresta inferior a apertal-a contra seu eicaixe, emquanto o C 3 torna a travar o ferrolho; arriam a conteira e o C 3 acaba de prender o ferrolho.

Para desarmar a pá da conteira, movimentos identicos em ordem inversa.

Para voltar a pá da conteira em um sentido ou outro, o C 3 deve auxiliar o C 4, pegando com a mão direita no corpo da pá, ambos de calcanhares unidos emquanto supportam o peso.

72. Retirar a palamenta do cofre da flecha – O C 3 recebe as chaves do C 1 e, armado o leme pelo C 4, abre o cofre, retira o cadeado com as chaves, collocando-o entre os montantes do leme, retira a almotolia, a haste de alongamento  as quaes colloca junto aos montantes do leme, a caixa da luneta que colloca sobre a chapa, abre-a e tira a luneta, que entrega ao C 1, de quem recebe na mesma occasião a tampa de protecção, a qual é posta na caixa da luneta, que fecha e guarda no cofre, tira as duas chaves de graduar espoletas, dando uma ao C c e outra ao C p (em falta daquelle fica com uma) recolhe a haste, a almotolia e o cadeado com as chaves, fecha o cofre. A chave de graduar espoletas será presa pelo fiel ao segundo botão saperior da tunica.

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(7) A pá e a picareta da viatura-peça devem sempre ser transportadas convenientemente acorreadas nas escoras do escudo.

 

Para guardar a palamenta do cofre, procede em ordem inversa, só recebendo do C 1 a luneta depois que estiver a respectiva caixa aberta sobre a chapa de cobertura. Fechado o cofre entrega as chaves ao C 1.

73. Carregar o canhão –  O C 3 recebe o cartucho com a culote na palma da mão direita e a mão esquerda na ogiva e, depois de haver mostrado a espoleta ao C p, faz a introducção na camara com cuidado, sem vacillação e o impelle a fundo.

Nas posições cobertas espera que o C p tenha determinado o espaço morto.

Ao receber o cartucho examina com a mão direita si a estopilha apresenta saliencia; no caso afirmativo recusa-o.

Para o carregamento é essencial que a culatra esteja completamente aberta.

Si ha difficuldade de introduzir completamente o cartucho, pol-o de lado e carregar um outro; na primeira pausa do tiro examinar o cartucho que não póde ser introduzido para ver qual a causa (sujo, deformação do estojo, desengastamento do projectil, etc.); si o damno não puder ser remediado na posição, o cartucho é marcado e posto de lado.

Funcções do conteirador

74. Auxiliar a engatar ou desengatar o canhão, armar ou desarmar a pá da conteira com auxilio do C 3, retirar do armão do canhão as cestas de munição ou recolhel-as, auxiliado pelo C 5, armar ou desarmar o leme, conteirar o canhão, retirar a munição do regulador automatico ou recebel-a do M 1 (percussão) ou do C c (quando graduada a mão), passal-a ao C 3; plantar a balisa de pontaria quando fôr preciso.

Empregando-se a ferramenta de sapa (excessiva differença de nivel das rodas, grande angulo de elevação, etc.) o C 4 maneja a picareta (vide 38 e 39).

Funcções do chefe do carro

75. E’ responsavel pela boa collocação do retrotem de munição junto ao canhão, geralmente á esquerda, eixo das rodas parallelo ao reparo (26); mas, si a situação e exigir, poderá ficar á direita e obliquamente, de modo a dar maior protecção aos serventes.

O C c abre ou fecha o carro auxiliado pelo M 1, maneja o regulador automatico e na faita ou não funccionamento deste recorre á chave de graduar; fiscalisa o serviço do M 1 na munição.

76. Manejar o regulador – Abrir a manivella de manobra até ficar presa pelo retém, mover o botão serrilhado do corrector até que o indice corresponda ao traço ou ponto do numero commandado, agir sobre o punho do disco das distancias calcando-o para baixo e girando – o até marchar a alça commandada; introduzido o projectil pelo M 1, empunhar a manivella com a mão direita, unhas par a baixo, dar-lhe um pequeno movimento para cima e em seguida uma rotação completa pela direita até topar no batente.

O projectil só é introduzido no regulador depois deste graduado em corredor e alça.

Não sendo commandado corrector na abertura do fogo subentende-se que se o deve empregar a 12.

77. Para graduar a espoleta a chave é preciso primeiramente que o C c transforme os commandos de corrector e alça em graduação para a aspoleta, si o corrector não for 12: para cada divisão acima (abaixo) de 12 diminue-se (augmenta-se) 25 metros na graduação da espoleta.

Por exemplo: C 15! Alça 30! A espoleta deve ser graduada em 29.25; C 9! Alça 30! A espoleta deve ser graduada em 30.75.

Funcções do municiador

78. Engatar ou desengatar o carro e armar ou desarmar o descanso auxiliado pelo M 2 (na falta deste pelo C c), manejar o freio de marcha, auxiliar o C c no abrir ou fechar o carro, municiar o regulador no caso de tiro de tempo introduzindo o projectil a prumo e sem choque, ou passal-o ao C c para que este o gradue á mão; no caso de tiro de percussão, passar directamante os projectis ao C 4.

Cumpre-lhe tambem, antes de introduzir o cartucho no regulador ou de passal-o adeante, examinar o seu estado, especialmente si a estopilha e o parafuso da espoleta estão devidamente atarrachados.

Fucções do guarda-armão

79. Como guardas dos armões a C 5 e o M 2 acompanham-nos, isto á, não ficam na linha de fogo. Auxiliam o descarregamento dos armões ou a recolher as cestas, o engatar ou desengatar das viaturas.

No remuniciamento da linha de fogo transportam a munição quando isso não fôr feito directamente pelos armões ou pelas viaturas da columna ligeira de munições.

Durante a acção fazem o serviço de segurança dos armões, e o de ligação com a linha de fogo.

ESCOLA DA PEÇA

80. A escola de peça comprehende o accionamento e o serviço da peça em acção.

Como a instrucção dos serventes tem que ser ministrada pelos chefes de peça, podem estes durante esse periodo abandonar suas posições e attitudes indicadas nesta parte do regulamento toda vez que o exigirem as conveniencias da instrucção.

Accionamento

81. Para o exercicio de metter a peça «em acção» as viaturas estarão engatadas, a viatura-munição (v.-m.),  a 20 x atraz da viatura-peça (v.-p.), contados da bocca do canhão ás rodas do armão. Os conductores (a pé) ficam juntos á laça, o C p e o C c 2 passos á esquerda da extremidade da lança e os serventes sentados nos cofres, na seguinte disposição, da direita para a esquerda:

No armão da v.-p., C 1, C 3, C 4;

No armão da v.-m.. C 2, C 5;

Na carro, M 1, M 2 (fig. 1).

Os serventes podem formar a pé, um passo atrás da viatura que os conduz, na ordem que occupam quando montados, formando o C 2 e C 5 á retaguarda do M 1 e M 2.

82. Serventes nos cofres! O C 3 c C 1 montam no armão da peça pelo lado da mão e o C 4 pelo lado do sóta, servindo-se do estribo do sotroço; o C 2 e C 5 no armão do carro, respectivamente pelo lado do mão e do sóta; o M 1 e M 2 no retrotrem do carro, respectivamente pelo lado do mão e do sóta.

O C. 1 e C 4 seguram-se com as mãos no punho da varanda e do mesmo modo o C 2 e C 5, M 1 e M 2; o C 3 passa os braços sobre os do C 1 e C 4; todos apoiam-se no encosto firmando os pés na borda da concha e mantendo o tronco erecto.

Serventes a pé! Todos apeiam em ordem inversa por salto e vão occupar seus lugares atrás das viaturas que os conduzem.

O subir e descer dos cofres só teem logar com as viaturas completamente paradas.

Para a artilharia a cavallo, vêr n. 342.

Não haverá exercicios especiaes do accionamento a pé; esta instrucção será dada no começo e no fim das lições do serviço em acção, isto é, ao retirar o material do parque e ao recolhel-o.

83. Em acção para a frenfe! – Marche! – Ao primeiro commando os serventes da v.-p. saltam dos cofres e vão collocar-se o C 1 na altura do cofre da flecha, o C 4 e o C 3 junto ás respectivas azas da conteira; o C 3 destrava a pá da conteira e com a mão direita puxa o retém da clavija; a v.-m. avança (8) para a esquerda da v.-p. a um ou dous passos de intervallo, fazendo alto quando o armão estiver na altura do reparo, o C 2 e o C 5 vão collocar-se do lado do C 4, sendo o C 2 em frente ao C 1 e o C 5 na roda, o M 1 e o M 2 nas azas direita e esquerda da flecha do carro.

Ao segundo commando o C 3 e o C 4 desengatam o reparo, o C 1 avisa «prompto» em voz bastante alta para ser ouvida pelos conductores que então conduzem o armão pela esquerda para a retaguarda ao logar indicado (362), a guarnição volta á bocca da peça pela direita para a frente, impellindo o C 5 a roda pelos na dirercção da conteira e agindo o C 1 e C 2 na flecha, o C 3 e o C 4 na conteira; completada a volta, o C 5 vae auxiliar o movimento do carro e o descarregamento do respectivo armãao, no qual se retira, o C 3 e o C 4 armam a pá da conteira (71), o C 4 arma o leme e ajoelha junto delle, á esquerda, até que tenha de conteirar o canhão, feito o que ajoelha á direita do Cc, coberto pelo escudo do carro e ao alcance do regulador automatico e do C 3; este ajoelha junto ao cofre da flecha, retira sua palamenta e fica voltado para a culatra; o C 2 tira a coifa da hocca, cavalga o banco, desamarra o canhão (63), tira a capa da culatra e prende-se na escora do escudo e finalmente abre a culatra (65); o C 1 senta-se no banco, abate o escudo (30), desamarra o canhão (31), tira a capa da alça e prende-a na escora do escudo, colloca a luneta (32), desengata o detonador da esquerda e examina o apparelho de pontaria;

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(8) No accionamento sem parelhas os serventes da v.-m. saltam e collocam-se respectivamente atrás do armão e do carro para auxiliar o movimento da viatura, o qual é iniciado ao aviso «prompto» do C c.

 

Verifica si as graduações estão a zero e não mexe nos volantes.

O M 1 e o M 2 desengatam o carro procedendo como o C 3 e o C 4, o primeiro dá o aviso «carro prompto» aos conductores que então conduzem o armão pela esquerda á altura da conteira, ahi aguardam seu descarregamento e vão depois reunir-se ao armão da peça levando o M 2 e o C 5; auxiliados pelo C 5, o M 1 e o M 2 levam o carro ao seu logar, dirigidos pelo Cc, feito o que armam o descanso; o M 1 trava o freio e depois abre o carro auxiliado pelo Cc; o C 5 e o M 2 descarregam o armão collocando as cestas (9) arrumadas a meio passo da extremidade do leme armado, fecham o armão guardado préviamente o cadeado com as chaves em um de seus compartimentos e sentam-se no cofre; o Cc e o M 1 ajoelham atrás do carro, aquelle junto ao regulador, o M 1 á sua esquerda.

O Cp fiscaliza todo o serviço e, assim que a conteira estiver arriada, ajoelha á esquerda do C 2, isto é, na altura do cofre da flecha.

Nas baterias a cavallo, ao primeiro commando os serventes apeiam-se tirando as rédeas por cima da cabeça do cavallo e entregando-as pelo lado direito aos guias que permanecem a cavallo; o C 1, C 3, e C 4 ao C 6; o C 2, C 5 e Cp ao C7; o M 1 e M 2 e o Cc ao M 3; e procedem em seguida como na artilharia montada.

Para a conducção dos cavallos vide n. 342.

Toda a guarnição ajoelha-se, excepto os C 1 e C 2 sentados nos seus bancos, para bem aproveitar a protecção dos escudos nos seus bancos, para bem aproveitar a protecção dos escudos; e só se levanta quando fôr ordenado ou quando o serviço da peça o exigir.

84. Em acção para a retaguarda! – Marche! – Os serventes da v. p. executam o mesmo que está prescripto no caso precedente, excepto a volta do reparo, e o armão, ao aviso «prompto», segue para a frente ao logar indicado.

A v. m. ao primeiro commando avança para a direita da v. p., fazendo alto quando o carro estiver na altura da conteira; os serventes procedem como no caso precedente, excepto o C 5, que vai pelo seu lado para a roda do carro, afim de auxiliar a voltal-o pela direita e leval-o ao seu logar.

 

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(9) O armão da v. -m. contém só granadas, o carro se shrapnells.

No armão do canhão as quatros cestas superiores conteem granadas, a linha de cestas inferiores shrapnells. Nas cestas de gr. pinta-se uma cinta amarella de quatro centimetros de largura, passando pelo meio da tampa e das duas faces menores.

 

O C e ajuda na outra roda quando fôr preciso.

O armão da v. m., ao aviso «carro prompto», avança dous passos e espera ser descarregado, seguindo depois com o C 5 e o M 2 a reunir-se ao da peça.

85. Em acção para a esquerda! – Marche! – Ao primeiro commando os serventes da v. p. procedem como no n. 83 e ao segundo fazem a conteira descrever um quarto de volta para a direita; ao aviso «prompto» o armão volta á direita e segue para o logar indicado.

A v. m. ao primeiro commando desloca-se para a direita, avançando até ficarem as rodas do armão na altura das do reparo; os serventes procedem como no n. 83, ao segundo commando desengatam o carro e completam o serviço como nos casos precedentes; o armão, ao aviso «carro prompto» volta á direita e espera ser descarregado.

86. Em accção para a direita! – Marche! – Procede-se como no caso anterior, com as differenças correspondentes á mudança de sentido do movimento; a v. m. desloca-se para a esquerda avançando até que as rodas do carro fiquem na altura das do reparo com tres passos de intervallo.

86. bis. Estes dous modos de accionamento (85-86) – accionamento para os flancos – são sempre os mais empregados, por serem os unicos que, geralmente, permittem a occupação coberta de uma posição desenfiada.

87. Uma vez as guarnições bem exercitadas nesse movimentos de «em acção», convém fazer alguns exercicios emittindo o commando «marche» logo em seguida ao primeiro. Então os tres serventes que estão no armão da peça executam todo o serviço sem esperar os que se acham na v. m.

88. Metter armões para a frente! – Marche! – Ao primeiro commando os serventes preparam o canhão e o carro para a marcha, isto é, atracam a palamenta (101) Os C c, M 1 e C 4 fazem o carro recuar até ficar com o eixo na altura da pá da conteira e todos retomam seus postos, abrigados, emquanto não chegam os armões. Ao segundo commando os armões avançam, o da v. p. pela direita passando o mais proximo possivel do reparo até que as rodas cheguem a dous passos adeante da bocca do canhão, o da v. m. pela esquerda até que cheguem suas rodas na altura das do carro, onde pára afim de receber as cestas, feito o que avança o necessario para engatar.

Ao chegarem os armões a seus logares os chefes de viatura commandam «alto». O C 5 e o M 2 saltam dos respectivos armões e todos os serventes collocam-se nas posições indicadas no caso de «em accção para a frente», excepto o M 2 e o M 1 que recolhem as cestas; o reparo faz meia volta pela direita, pião na roda do C 2 e engata; feito isto, o C 2 e o C 5 vão auxiliar o serviço do carro, que só engata depois de guardadas as cestas de munição. Engatadas as viaturas, os serventes sobem immediatamente aos cofres.

A v. m. para pôr-se em movimento espera que possa occupar seu logar atraz da v. p.

Nas baterias a cavallo, terminado o engatar dos trens, os serventes montam a cavallo, á proporção que vão ficando desembaraçados, e tomam a formautra atraz das respectivas viaturas.

Conducção dos cavallos vêr n. 322.

89. Metter armões para a retaguarda! Marche! – E’ o caso mais frequente, por ser o unico que, em geral, permitte a execução do movimento ao abrigo das vistas.

– Ao primeiro commando os serventes procedem como no caso precedente e os C c, M 1 e C 4 collocam as cestas sobre o carro, voltam-n’o pela esquerda, pião na rota esquerda, e o conduzem até 10 passos á retaguarda da pá da conteira. Todos abrigam-se.

Ao segundo commando os armões avançam em direcção a um ponto situado cerca de oito passos á direita da conteira (da flecha do carro) e a oito passos antes desse ponto iniciam a meia volta pela esquerda, collocando-se em posição para engatar, lança no prolongamento da flecha. Os serventes engatam e depois sobem aos cofres, os da v. m. guardando primeiramente as cestas; o C 2 e o C 5, engatado o canhão, auxiliam no carro.

Se o terreno é muito pesado e o carro está carregado póde-se metter armões commandando antes da voz de marche: Carros firmes! Os carros apenas voltam as flechas para a retaguarda. Os armões dos canhões engatam, a viatura-peça avança 20 X e faz alto. Os armões dos carros engatam logo que teem a frente desembaraçada.

90. Metter armões para a direita! (esquerda!) – Mache! – Ao primeiro commando os serventes procedem como no numero 89 e voltam as flechas (conteiras) para o lado commandado. Ao segundo commando os armões avançam em direcção á conteira (flecha do carro) e, ahi chegando, giram á direita (esquerda), devendo os serventes auxiliar nas rodas. Em seguida os serventes engatam os retrotrens e sobem aos cofres, os do carro depois de guardarem as cestas; o C 2 e o C 5, engatado o canhão, auxiliam no carro.

Nas baterias a cavallo, os serventes, depois de montar, tomam a formatura atraz da viatura respectiva logo que esta ganhou a distancia regulamentar sobre a da retaguarda.

Serviço da pela em acção

91. Para a instrucção desse serviço estarão as peças desengatadas com 20 passos de intervallo, carro á esquerda do canhão (26), armões a 20 passos á retaguarda, lança correspondendo á conteira (flecha).

92. As guarnições, com os serventes préviamente designados pelo C p ou pelo instructor, formam 5 X á retaguarda da peça, nas posições indicadas na figura 3 («informar guarnições»). (9)

93. Quando o official instructor quizer fazer observações que devam aproveitar a toda a bateria, mandará: Bateria formar! Os serventes correm a formar com a maxima presteza na ordem de suas peças, os C p na 1ª fileira, tendo cada um á esquerda o respectivo C c, os C 1 a C 5, successivamente cobertos pelo C p, os M 1 e M 2 cobertos pelo C c; o C p da 2ª peça dá o alinhamento, ficando a dous passos na frente do instructor.

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(9) Cada peça deve ter o respectivo numero (1, 2, 3, 4) pintado a tinta branca, 12 em abaixo do traço de conteiramento. Esse algarismo terá 0,m1 de altura.

 

94. Ao commando guarnecer! todos vão rapidamente occupar os seguintes postos: o C 1 e o C 2 nos respectivos bancos; os outros ajoelhados, o C 3 junto ao cofre da flecha, o C 4 junto ao olhal da clavija coberto pelos C 1 e C 3, o C c e o M 1 atrás do carro, este á esquerda daquelle, o C 5 e o M 2 de pé, atrás dos armões, o C p ajoelhado á esquerda do C 2 (Fig. 2).

95. Ao commando pegar na palamenta! Todos executam tudo que está prescripto para entrar «em acção» a partir do momento em que os trens estão desengatados e collocados em posiçã (83).

96. Quando o chão estiver humido, ou para dar algum descanso aos homens sem interromper o exercicio, o instructor póde commandar levantar! (21), o que não se entende com o C 1 e o C 2.

97. Ao commando em acção! executam-se os movimentos de «guarnecer» e «pegar na palamenta».

98. Quando o instructor quizer fazer uma verificação qualquer ou dar alguma explicação sem reunir o pessoal na fórma do n 93, commandará alto! Todos interrompem immediatamente o que estavam fazendo e ficam attentos. A execução do serviço prosegue ao commando – continuar!

99. Para desfazer a parte já executada de um commando ou todo elle, quando tiver havido erro, o instructor commandará – ultima fórma!

100. Querendo afastar os serventes afim de examinar qualquer serviço feito na peça, commanda-se formar guarnições! Todos os serventes formam em accelerado a cinco passos atrás da conteira, o C 3 no prolongamento desta, o C 2 á sua direita, o C 1 á sua esquerda, o C 5 cobrindo o C 2, o C 4 cobrindo o C 1, o C c, á esquerda do C 1, o M 1 á esquerda do C c, e o C p á esquerda do M 1 (Fig. 3). Voltam a seus postos ao commando «em acção».

101. Ao commando atracar a palamenta! (como em qualquer dos casos de «metter armões») os serventes desfazem em ordem inversa os movimentos que executam para «pegar na palamenta», pondo o C 1 todas as graduações da luneta zero (95).

102. Para que todos os serventes sejam instruidos nas diversas funcções (22) o instructor fará algumas vezes trocar postos, commandando p. ex.: C 3 e C 4, C 1 e C 2 trocar postos!

103. A braços para a frente! (rectaguarda!) ou para a direita! (esquerda!) – Marche! – Ao primeiro commando os serventes tomam as seguintes o C 4. cobrindo o C1, o C c, á posições: C c e M 1 nas rodas da peça, C 3 e C 4 nas azas da conteira, C 1 e C 2 na flecha (como para pegar na palamenta ou atracar).

Ao segundo commando o C 3 e o C 4 levantam a conteira auxiliados pelos C 1 e C 2; o C c e o M 1, seguram junto á corôa; dous raios situados approximadamente em angulo recto e impellem as rodas mudando as mãos em cada quarto de volta; o C p auxilia na pá da conteira se fôr necessario.

No movimento «a braços para a retaguarda» o C c e o M 1 agem na face anterior do escudo applicando as mãos abertas em altura correspondente á janella do collimador.

E’ terminantemente prohibido applicar esforços em logares não prescriptos aqui, especialmente no supporte dos bancos, na chapa de protecção, no berço e no canhão.

Uma vez a peça no logar, o C c, o M 1 na direita e o C c na face posterior do cofre ou no olhal da clavija (no caso de recuar; se fôr preciso mais auxilio, o C 3 e o C 2 agem nas rodas.

Si o carro não deve seguir o canhão, isto será indicado pelo commando – «Carros firmes».

Em terrenos muito difficeis os serventes da outra peça da mesma secção prestam auxilio da seguinte fórma: o C 3 e o C 4 puxando cada um por corda (10) que engatam no gancho da arandella e passam sobre o hombro, os outros serventes conduzem o carro ao seu logar. O C p póde ordenar que um servente apoie o leme ao hombro e nas decisões fortes póde mandar voltar a conteira para o lado de cima.

Uma vez a primeira das peças da secção em seu logar, os C p, C 1, C 2 e C c tratam de pôl-a «em acção», emquanto os outros vão auxiliar a segunda peça.

No movimento do carro a braços, é preciso primeiramente fechal-o e, no movimento do canhão, a cunha deve ser travada.

Execução do tiro

104. Os commandos para abertura do fogo devem indicar os elementos de tiro na seguinte ordem: especie de projectil e de modo de funccionamento da espoleta, unidade que atira, objectivo, corrector, e alça. Na pontario indirecta, isto é, no caso geral, commandada-se, em logar do objectivo, o modo de pontaria e o angulo de sitio, e, depois da alça, as derivas. Os commandos subsequentes indicarão apenas os elementos que houverem de ser alterados e na mesma ordem acima estabelecida; para a alça, porém, no caso de não haver alteração, commandar-se-ha «mesma alça».

105. A deriva é commandada designando-se successivamente os numeros para o prato e para o tambor, sem o emprego desses dous vocabulos.

___________________

(10) Essa corda, que póde tambem ser tirante sobresalente, deve ser conduzida em cada reparo enrolada no supporte dos bancos.

 

Não havendo numero para o prato, ou para o tambôr ou sómente para as dezenas deste, é preciso empregar a palavra – zero – no logar correspondente. Exemplos: «deriva, 30-25!» «zero, 60!» «60. zero!» «30. zero 5!».

Identicamente se commanda a alça, dispensado, porém, o emprego da palavra – zero – quando ella importar em um multiplo de 100. Exemplos: «Alça 6!» «Alça 9.50!» «Alça 25.25!» «Alça 50!».

106. O instructor (chefe da peça) deverá préviamente indicar qual a situação da peça na bateria (por exemplo, a peça é a 2ª da direita), para que os homens possam executar as operações de modo adequado.

107. Todos os serventes devem a cada momento saber quaes os elementos do tiro e o instructor deve fazer, frequentes verificações nesse sentido, procedendo com methodo, isto é, começando pelos commandos mais simples e contentando-se com a resposta de um ou dous elementos até chegar a fazer qualquer servente repetir os commandos integralmente. Com este exercicio os homens ficam preparados para desempenhar bem as funcções de repetidores na cadeia de transmissão (129).

108. Ao commando Shrapnell tempo (percussão)! o M 1 toma um cartucho dos alveolos superiores. (No canhão modelo 1905 de uma das cestas superiores) e procede como no n. 78. Si o C 4 ainda está occupado em conteirar o canhão, é o C 3 quem recebe o cartucho preparado.

Ao commando Granada tempo (percussão)! o M 1 puxa para junto de si uma das cestas descarregadas do armão da v. m. e procede como acima.

O C 3 faz o carregamento si é o caso disso (ns. 135 a 142).

A’ indicação do objectivo (ou do ponto de pontaria) os C p, C 1 e C 4 procuram-no e, uma vez apprehendido, o C 1 e C 4 fazem a pontaria.

Ao commando Tal peça – Fogo! o C 2 procede como está dito no n. 68.

109. Terminada a pontaria o C 1 verifica a alça na haste e communica ao C p, «prompto» com elevação de voz bastante para que este o ouça.

O C 2 deve sempre confrontar a graduação do prato das distancias com a da haste da alça, na face para elle voltada; em caso de discordancia é a haste que deve marcar a alça commandada.

No tiro real o C 1 e o C 2 nos primeiros disparos, isto é, emquanto o reparo não estiver ancorado, seguram-se ás escoras do escudo e levantam os pés do sólo (68, periodo segundo).

110. Disparada a peça, o C 2 abre a culatra, apanha com a mão esquerda o estojo extrahindo e joga-o para traz (com o cartucho de manejo, entrega-o ao 3º servente e este ao 4º que o colloca novamente em um cesto ou alveolo), examina o prato das distancias e corrige a alça, si houve novo commando; o C 1 rectifica a pontaria; no caso de pontaria indirecta rectifica a referencia (sitio e deriva) e só então faz a alteração de deriva commandada.

Quando se fizer á mão a graduação das espoletas, preparado um cartucho gradua-se immediatamente outro nas mesmas condições, de modo que ao novo commando bastará fazer uma pequena correcção.

Feito o disparo a peça só carrega depois de um novo commando que indique a continuação dofogo, excepto no fogo rapido ou quando tiver sido commandado mais de um grupo.

111. Para suspender o fogo por algum tempo, ficando-se entretanto «em acção», commanda-se – Alto! Cessar fogo!

As peças carregadas descarregam, e, posta a espoleta cruz na marca, recolhem-se os projectis ao carro ou ás cestas; a culatra fica aberta; o M 1 e o C 4 recolhem os estojos vasios. Essa pausa é aproveitada para limpeza do material e pequenas reparações e, feito isto, os serventes ficam em seus postos, abrigados e á vontade. Si for preciso, aproveita-se o «cessar fogo» para fazer o remuniciamento.

112. Quando se tenha de suspender o fogo para mudar de posição commandar-se-á – Alto! Mudança de posição! A peça descarrega e a guarnição atraca a palamenta.

113. Quando a suspensão do fogo se impõe para deixar passar uma rajada de fogo de artilharia inimiga, commanda-se – Alto! Abrigar!

Todos interrompem o serviço e procuram utilizar o melhor possivel a cobertura proporcionada pelos escudos.

Mudança de modo de funccionamento da espoleta e da especie de projectil

114. Estando o projectil preparado para o tiro, ao commando de outro modo de funccionamento da espoleta, faz-se a alteração commandada. Havendo mudança de projectil, o cartucho preparado é disposto para a marcha (cruz na marca) e recolhido ao alveolo ou á cesta.

115. Estando a peça carregada quando se commanda uma alteração na espoleta ou outro projectil, ella é descarregada para serem executados os commandos, excepto quando, mantido o projectil, se passa do tiro de tempo a de percussão á distancia muito menor.

ESCOLA DE BATERIA

Generalidades

116. A segurança e uniformidade dos artilheiros no serviço da peça, a perfeita harmonia do conjunto da guarnição e a completa disciplina de fogo são as condições basicas para o bom tiro da bateria. As dificuldades inherentes ao tiro de posição coberta devem ser vencidas mediante instrucção meticulosa.

Os exercicios de tiro simulado na bateria devem ter logar o anno inteiro; em falta de serventes promptos, deve-se fazel-os com a guarnição reduzida, trabalhando mesmo só com as viaturas peças. Nesse caso o C 4 desempenha as funcções de C 2, o C 3 faz o conteiramento e o C p a regulação das espoletas.

117. O commandante da bateria, pela resolução prompta, pelo bom commando, pelas disposições acertadas e pelo cuiddo de sua transmissão rapida e exacta, concentra todas as energias da bateria para o combate. O seu exemplo mantém a disciplina de fogo nos momentos decisivos.

Elle póde delegar temporariamente o commando da bateria a um subalterno ou attribuir missão especial a uma secção.

118. Os commandantes de secção apoiam o commandante de bateria, secundando-o intelligentemente em suas disposições, fiscalizam as guarnições, cuidam da rapida apprehensão do objectivo ou do ponto de pontaria e manteem a ordem do serviço no tiro. Elles dão as indicações de detalhe sobre a repartição do fogo e as correcções individuaes de deriva. Quando o processo de pontaria commandado pelo capitão não puder ser empregado em alguma das peças, determinam qual o processo que, no caso, tal peça deve empregar.

Providenciem sobre o remuniciamento opportuno e, no caso de baixas, regula a distribuição dos serventes nas peças de sua secção. Repetem os commandos do capitão, a partir do lado em que elle se achar, do direito si elle estiver no centro, pronunciando-os com a elevação de voz sufficiente para que o outro commandante de secção e o da bateria os ouçam.

Recebido o signal dos chefes de peça (119), os commandantes de secção participam ao da bateria «tal secção – prompta». Estando este fóra do alcance da voz o subalterno mais antigo transmitte-lhe tal participação levantando o braço direito na vertical; nos exercicios de tiro simulado participa que foram feitos os disparos commandados, fazendo o gesto de «fogo». Quando occorrer o caso, participa ao commandante da bateria: «tal peça não atira (não atirou)».

Providenciam para as reparações de urgencia na linha de fogo.

119. Os chefes de peça tratam da conveniente installação dos retrotrens (canhão e carro), auxiliam o apontador e o conteirador na procura do objectivo ou do ponto de pontaria e fiscalizam o serviço dos serventes, especialmente as graduações e niveis, cuidando no caso de pontaria referida que, emquanto o reparo não estiver ancorado, o C 1 após cada disparo rectifique a referencia da direcção antes de fazer qualquer alteração de deriva acaso commandada.

Recebido o aviso «prompto» do apontador (109), o C p verifica se tudo está prompto e depois levanta o braço direito na vertical e assim o conserva até que o commandante da secção lhe faça signal de que está sciente.

Quando por qualquer motivo uma peça não possa atirar, e respectivo C p avisa o commandante da secção.

Observam sua peça, particularmente a culatra e o recuo sobre o reparo; si o canhão não volta inteiramente em bateria, dão aviso immediato ao commandante da secção: todavia, durante o tiro de efficacia não interromperão o fogo, si o afastamento não exceder de 12 centimetros.

Nos movimentos a braços com a peça carregada zelam para que a cunha seja travada.

No caso de baixas regulam a accumulação de funcções.

120. Nas posições cobertas, qualquer que seja o processo empregado para determinar a posição das peças; logo que estas estejam installadas, os chefes de peça determinam o espaço morto correspondente ao angulo de sitio commandado. Para isso, terminada a pontaria, o C p cavalgando a flecha visa pela geratriz inferior da alma do canhão e faz o C 2 baixar ou levantar a culatra pelo volante do prato das distancias até que a visada tangencie a crista da cobertura.

A alça então marcada no prato mede o espaço morto.

Para o canhão M/1905, o C p faz baixar ou levantar a culatra pelo volante de elevação até que a visada tangencie a crista de cobertura; depois o C 1 levanta ou baixa a alça até que o nivel do sitometro fique calado; a distancia marcada na alça é a do espaço morto.

Si o canhão estiver carregado, a visada será feita pelo collimador da alça a zero ou pela luneta com o reflector a 190 ou 195 conforme a distancia á cobertura é inferior ou superior a 50m. O C p communica ao respectivo commandante de secção «espaço morto, tanto» e este, addicionando-lhe a distancia da secção á crista da cobertura, communica ao commandante da bateria ou ao subalterno mais antigo (127, fim) «alca minima, tanto». As peças não poderão atirar a uma distancia inferior á maior das alças minimas, emquanto o angulo de sitio fôr o mesmo, sob pena de incidir o tiro na cobertura.

121. Os serventes devem evidenciar a habilidade e segurança adquiridos na escola de peça mesmo em circumstancias difficeis e ainda que fiquem entregues a si mesmos. A exacta graduação das espoletas é exigencia essencial que não póde ser preterida nem pela maxima rapidez do fogo.

Pela accumulação de funcções de outros serventes elles ficam desembaraçados e preparados para os casos de baixas no combate.

A instrucção deve chegar ao ponto de ser o serviço da peça perfeitamente desempenhado por dous serventes com o C p.

122. O bom exito do tiro depende em grande parte da absoluta segurança dos apontadores.

123. Para tornar a achar facilmente objectivos difficeis de ver ou para não confundil-os com outros, recorre-se a objectos naturaes bem visiveis por meio dos quaes se possa marcar approximadamente a direcção de taes objectivos.

Algumas vezes convém reunir os apontadores ou os chefes de peça para indicar-lhes o objectivo ou o ponto de pontaria, a deriva e o escalonamento (si houver).

124. O commandante da bateria póde ordenar que o armão do canhão tambem seja descarregado, ao entrar a bateria em acção, ou que nem o do carro o seja, conforme a situação.

A munição descarregada dos armões deve ser arrumada a um passo da extremidade do leme armado (83), emquanto não forem construidas as trincheiras (134).

Em caso algum os cartuchos serão collocados directamente sobre o sólo.

125. Na posição, o commandante da bateria póde ordenar o allivio do armamento portatil ou do equipamento dos serventes.

No tiro será permittido aos homens tapar os ouvidos com um pouco de algodão frouxo.

126. O commandante da bateria abriga-se atrás de um dos carros, podendo mudar-se de uma peça para outra quando o serviço o exigir.

127. O commandante da bateria acha-se geralmente em um ponto de onde melhor possa observar e dirigir o fogo de sua unidade. Si esse ponto for na linha de fogo, deverá utilizar-se da cobertura, proporcionada por um dos carros; si não for, deverá aproveitar a cobertura natural do terreno ou mandar construir um abrigo com auxilio da ferramenta de sapa (133).

Si de seu posto não puder commandar a bateria á voz, estabelecerá ligação por telephone, estafetas a pé ou a cavallo, cadeia de transmissão (repetidores), signaleiros. Em taes casos o subalterno mais antigo da linha de fogo assume a sua direcção.

A ligação telephonica é a mais segura.

128. A transmissão de ordens pelo telephone, pelos repetidores e por signaleiros deve ser exercitada desde a instrucção de recrutas na escola de bateria sem atrelagem.

129. A cadeia de transmissão é constituida por serventes, de preferencia guarda-armões. Cada homem installa-se ao alcance da voz do precedente e do seguinte, e abriga-se no terreno, deitado, recorrendo á ferramenta de sapa, si for necessario.

Os commandos devem ser transmittidos por partes, constituindo grupos não muito extensos e cada grupo de commandos só será emittido depois que o repetidor seguinte tenha transmittido o grupo precedente. Cada posto fiscaliza a transmissão feita pelo repetidor seguinte, corrigindo-a immediatamente si houver erro ou falta.

Exemplos de transmissão:

1º grupo: Granada tempo: Só a secção da esquerda!

2º grupo: Pontaria da luneta!

3º grupo: Sitio 192! Corrector 9! Alça 30!

4º grupo: Derivas da esquerda.

5º grupo: 1ª 8.25!

6º grupo: 2ª 9.45!

7º grupo: 3ª 10.70!

8º grupo: 4ª 12.15!

O commando «fogo» não é transmittido pelos repetidores e sim dado directamente pelo proprio capitão, ou por alguem a seu mandado, por meio do gesto correspondente.

A cadeia de repetidores não deve exceder de tres ou quatro homens: caso a distancia exija maior numero deve-se recorrer á ligação por signaleiros.

130. O ensino da signalização, a composição e attribuições dos postos de signaleiros, assim como a organização do material respectivo obedecerão ás «Instrucções para signaleiros» em vigor no Exercito.

Preparo da posição das peças

131. E' de grande importancia que as peças fiquem favoravelmente estacionadas e rapidamente ancoradas. Isto requer, em geral, providencias especiaes que devem ser ultimadas, quanto possivel, antes da abertura do fogo.

E’ preciso evitar o forte desnivelamento das rodas do reparo ou corrigil-o cavando com a picareta debaixo da roda mais alta. Deve-se apoiar a pá da conteira contra um resalto natural do terreno ou enterral-a um pouco, para o que o C 4 calca sobre o punho do leme, emquanto o C 1 e C 2 actuam nas rodas para a retaguarda.

Em terreno duro é preciso cavar um sulco para enterrar a pá da conteira.

Assim que disponham de tempo o C 2, o C 3 e o C 4 lançam aterro contra o escudo inferior até cobrir a abertura existente entre elle e o terreno; depois passam a encher os saccos de aterro (11) para fechar-se o espaço entre o reparo e o carro.

Trabalhos de sapa

132. Em toda posição de fogo, logo que as circumstancias do combate o permittam, deve-se completar tanto quanto possivel, com trabalhos de sapa, o abrigo proporcinado pelo material e pelo terreno.

E’ preciso cuidar principalmente da protecção dos observatorios.

133. Entrincheiramente dos observatorios – E’ preciso entrincheirar o posto de observação utilizando a cobertura natural do terreno, de modo a reduzir ao minimo o trabalho de sapa e prestando a maior attenção tanto na escolha do local quanto na execução do trabalho, que se reduza ao minimo a visibilidade para o inimigo, pois, mórmente nas posições cobertas das baterias, seus observatorios constituem o mais cubiçado objectivo.

No mesmo sentido é preciso o maior cuidado ao estabelecer a ligação com a linha de fogo (telephone, signaleiros, cadeia de transmissão), para que se não denuncie o observatorio.

Empregam-se com vantagem os saccos de aterro.

O observatorio deve ser semi-enterrado: faz-se uma excavação com espaço para estacionar a luneta, para o commandante da bateria (grupo) e o servente da luneta; o aterro é lançado para a frente e para os lados, junto aos bordos da excavação. A cobertura deve ir até um decimetro abaixo da objectiva. A distancia conveniente prepara-se um abrigo para os dous telephonistas, que devem ser tambem signaleiros.

Havendo bastante tempo disponivel antes da abertura do fogo (posição preparada para a defensiva), constroem-se observatorios entrincheirados segundo o typo indicado nas figuras junto. (Figuras 4 e 5.)

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(11) Em cada armão devem ser transportados dez saccos vasios de 40 X 120 cm.

 

134. Entricheiramento feito durante o combate V. figura 6.

Com os primeiros saccos de aterro cavado em M prepara-se, em logar conveniente, uma cobertura provisoria para as cestas de munição. Em seguida excava-se em a lançando o aterro contra o escudo inferior do reparo; essa excavação não deve ultrapassar a linha distante 40 centimentros do escudo e deve guardar a necessaria distancia da pá da conteira. Continúa-se a encher os saccos com o aterro ganho em a e M (12). Atravessam-se quatro ou cinco no espaço existente entre o reparo e o carro, isto é, entre as duas rodas faz-se uma excavação C á retaguarda e por fóra do rectaguarda, a partir do meio da roda exterior do reparo.

Na falta de saccos essas coberturas serão feitas com aterro solto.

Continúa-se a excavação em M, lançando o aterro de modo a formar uma cobertura a partir da roda exterior do carro, em direcção obliqua para a retaguarda. Igualmente faz-se uma excavação C á rectaguarda e por fóra do reparo, de môdo que não seja compromettida a resistencia do sólo na proximidade da pá da conteira; o aterro que dahi sahe é aproveitado para a cobertura a partir da roda exterior do reparo.

Nesses trabalhos toma parte toda a guarnição, revezando-se, excepto o C 1, e sempre sem prejuizo do tiro.

As trincheiras M e C são para os serventes e para a munição; devem attingir a profundidade de um metro pelo menos e estendem-se para a rectaguarda á medida do desenvolvimento da cobertura, a qual deve chegar a um metro de altura. Contra estilhaços de projectis que arrebentem á rectaguarda póde-se dispôr um pára-dorso por trás das trincheiras; as terras para isso são tiradas do exterior.

135. Entricheiramento preparado antes do combate – Dispondo-se de tempo antes de começar o combate, para preparar uma fortificação passageira de artilharia emprega-se o typo representado na figura 7.

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(12) Não é preciso atar a bocca dos saccos; basta voltal-a para a frente ou para o lado onde será prolongada a cobertura.

 

Póde ser necessario executar taes obras á noite; então é preciso ainda de dia marcar o seu traçado, designando as posições das peças e a direcção principal de tiro. A excavação tem a profundida de 70 centimetros (cabo da pá) e comprehende tres secções:

I) a trincheira do material com quatro metros de frente e quatro de largo para o canhão e dous e meio para o carro;

II) a trincheira do pessoal com dous metros de frente, deslocada para a direita; a largura é 1m,60 (dous cabos de picareta) e no meio occupado um terço da largura, ha um fosso de 40 centimetros de profundidade, formando duas banquetas;

III) a rampa de accesso com dous metros de frente e 2m,50 (tres cabos de picareta) de extensão, face direita ao prolongamento da da 1ª secção.

O aterro é lançado em torno das faces anterior e lateraes das trincheiras I e II, deixando na frente a canhoneira no prolongamento do eixo da rampa, com um metro de largura na bocca do canhão e quatro de largura a dous de distancia. A altura do aterro é de 80 centimetros (um cabo de picareta) e sua extensão é de dous metros. Em ultimo logar são construidos os pára-dorsos, com 1m,60 de largura na base, sendo o aterro obtido fóra das trincheiras.

Empregam-se os saccos de aterro nas faces da canhoneira, as quaes, na falta delles, devem ser revestidas de leivas, fachinas, etc., de modo a impedir o levantamento de poeira por occasião dos disparos.

A face anterior da trincheira do material póde ter o talude 1:1, porém todas as outras faces internas da excavação e do aterro devem ter no maximo o talude 2:1; si o terreno a isso não se prestar, será preciso lançar mão dos revestimentos (leivas, fachinas, taboas, saccos de aterro, pedra secca, etc.). E’ preciso dissimular a obra, isto é, dar-lhe o aspecto exterior do terreno que a circumda.

Especies e velocidade de fogo

136. Grupo de tiros – E’ constituido por um disparo de todas as peças da bateria sem intervallos....1 grupo 12 (2, 3 grupos)! Cada peça atira a commando do respectivo C p assim que estiver prompta, fazendo tantos disparos quantos os grupos commandados. Para que os disparos de um grupo de tiros não saiam muito dispersos, convém que o capitão ou o subalterno mais antigo da linha de fogo (127, fim) só dê esse commando quando todas as peças estiverem promptas e é preciso que os C p só commandem «fogo» deois que o segundo commandante de secção tenha repetido o commando.

137. fogo escalonado – Esta especie de fogo só se emprega com sht. Alça 30! Escalonar! 1 grupo! «Escalonar« significa augmentar a alça da direita para a esquerda de 100, de uma peça á seguinte.

Escalonar por secção! Significa que as duas peças da secção da direita atiram com a alça commandada, as duas da outra secção augmentam-na de 100.

O escalonamento póde deixar de ser de 100, devendo então ser indicada sua grandeza no commando...Alça 40! Escalonar de 50! 1 grupo!

138. fogo ceifante. Esta especie de fogo só se emprega no tiro de efficacia com espoleta de tempo e só depois de achada a alça favoravel.

Toda a bat... Ceifante! 3 grupos!

ou Toda a bat... Ceifante duplo! 3 grupos!

A primeira ceifa executa-se da direita para a esquerda, repartidos os tiros de ambos os lados da direcção inicial (49).

Esta especie de fogo é indicada quando a frente do objectivo é maior do que a da bateria, mas não excede de 140 millesimos. A’s distancias de 1.500 metros e inferiores só se emprega o ceifante duplo.

139. Salva – E’ constituida pelos quatro disparos successivos das peças da bateria.

.... Uma salva (2, 3 salvas)!

Da esquerda, uma salva (2, 3 salvas)!

As peças disparam successivamente, a partir da direita (da esquerda), a commando dos respectivos commandantes de secção, com intervallo de 5 a 6 segundos, recomeçando a da direita (da esquerda) depois que a ultima tenha disparado se se houver commando mais de uma salva. Se uma peça não ficou prompta o fogo passa adiante e ella só atirará quando lhe tocar de novo a vez.

O intervallo dos disparos póde ser augmentado ou diminuido. No primeiro caso o capitão commandará;.... – Fogo lento! 1 salva! No segundo caso:... – Fogo vivo!... os disparos succeder-se-ão com intervallo de 1 a 2 segundos. Para voltar á salva com intervallos normaes o commando será:... – Fogo habitual!...

140. fogo por peça... Por peça da direita! (esquerda!) Fogo! O commandante de secção faz disparar a peça que estiver na vez, esperando para cada uma o commando «fogo» dado pelo capitão.

Para proseguir nessa especie de fogo, o commandante da bateria depois de cada quarto disparo commanda – continuar! se os elementos de tiro forem os mesmos, ou commanda novos elementos.

141. Fogo rapido – Cada peça dispara o commando do respectivo C p assim que estiver prompta, fazendo-se todo o serviço com a maxima presteza sem prejuizo da exactidão, especialmente na graduação das espoletas. Para passar desta especie de fogo a uma outra commandar-se-á a-l-t-o! e a nova especie de fogo.

142. Caso particular. Quando, excepcionalmente, o commandante da bateria não quer executar o tiro com toda a bateria, commanda:

Só a secção da direita! (esquerda) ou Só tal peça!

Logo que, em seguida, elle queira restabelecer o tiro com toda a bateria, commandará: «Toda a bateria!»

143. Quaesquer que sejam a especie e velocidade de fogo na bateria, cada peça só atira ao commando: Tal peça – Fogo! dado pelo respectivo chefe de peça depois de completa a pontaria, ou pelo commandante de secção.

Direcção da pontaria e repartição de fogo

Pontaria directa (caso excepcional)

144. No caso excepcional da pontaria directa, sendo designado o objectivo aos apontadores, cada apontador dirige sua peça sobre a parte do objectivo que lhe fica defronte; se fôr uma linha, sobre o meio do quarto correspondente.

Pontaria indirecta (caso geral)

145. I)... Pontaria reciproca sobre tal peça! Sitio 205! Alça 30!

II)... Pontaria á luneta! Direcção geral! Sitio 215! Corrector 11! Alça 28!...

III)... Ponto de pontaria, á direita, chaminé! Sitio 195! Corrector 14! Alça 20! Deriva 12.40! Escalonar de 3!....

Nos casos I e II, conteiradas as peças, (59) são immediatamente apontadas em altura (sitio e alça) e só depois de completa a direcção faz-se a correcção necessaria.

146. No caso de pontaria reciproca e direcção da peça base é dada: por pontaria directa com emprego da haste de alongamento ou orientando-a o capitão a cavallo ou de um ponto elevado á retaguarda; por pontaria indirecta, pela luneta de bateria ou sobre um ponto á frente ou á retaguarda, na linha peça-objectivo (balisamente da direcção).

No caso de pontaria á luneta cada peça recebe sua deriva de bateria (59).

147. Orientar o plano de collimação da luneta de bateria. – Chama-se plano de collimação da luneta de bateria o plano de visada 0 – 32. Orientar esse plano é tornal-o parallelo ao plano de tiro da peça base, determinando-se para isso a deriva inicial com que se há de apoiar a luneta ao objectivo. A grandeza dessa deriva inicial é medida pela parallaxe do objectivo (isto é, do ponto correspondente á peça base) em relação á distancia peça base – luneta de bateria e é positiva ou negativa conforme a luneta se achar á esquerda ou á direita do plano de tiro base.

Essa parallaxe obtem-se pela divisão de duas distancias que teem a origem commum na peça base: numerador, sua distancia á linha luneta-objectivo (seno); denominador, sua distancia ao objectivo (raio).

148. A distancia da peça base á linha luneta-objectivo determina-se: por estimação, pelo percurso a passo ou por meio da luneta de bateria se essa distancia fôr grande e convier maior rigor.

Para medir a distancia por meio da luneta, o commandante da bateria póde mandar marcar uma base junto á linha de fogo: o subalterno que a dirige (127 fim) colloca-se em um ponto conveniente nas proximidades da peça base, volta-se para a luneta de bateria ou para o ponto onde ella há de ser estacionada e manda que se colloquem alinhados por elle á direita e á esquerda os dous C 4 medem, a partir do official, a extensão de cinco balisas (9m) cada um em direcção ao respectivo C p. Ahi plantam as balisas e com os C p aguardam a ordem de retirar transmittida pelos signaes «base, conclusão».

Com a luneta de bateria mede-se a extensão milesimal dessa base de 18 metros repetindo a operação até que duas medições successivas deem o mesmo resultado: dividindo 18.000 pelo numero de milesimos achados tem-se a distancia luneta – peça base, a qual, multiplicada pelo seno do angulo objectivo-luneta-peça base (a luneta dá o decuplo dos senos) dá a distancia procurada, isto é, a perpendicular da peça base á linha luneta-objectivo.

Se o capitão, na escolha da posição para a bateria, notar no terreno dous objectivos que se prestem para extremos de uma base mandará medir a passos a distancia entre elles e operará de modo identico ao acima exposto. Igualmente poderá servir de base uma altura conhecida nas proximidades da linha de fogo (poste, arvore, casa, etc.).

149. No emprego do ponto de pontaria (145, III) tem-se que commandar uma deriva-base e um escalonamento. Todas as peças visam o ponto de pontaria com a deriva já escalonada, isto é, não devem apontar com a deriva-base para só depois fazerem o escalonamento.

Estabelece-se o parallelismo commandando um escalonamento das derivas igual á parallaxe do ponto de pontaria em relação á frente de secção. Elle é additivo se a peça base for a extrema direita, estando o P p na frente da linha de fogo, ou na extrema esquerda, estando o P p na retaguarda; inversamente, elle é subtractivo quando a peça base for a extrema esquerda estando o P p na frente ou a extrema direita estando o P p na retaguarda da bateria.

A grandeza e o sentido do escalonamento, quando não forem commandados pelo capitão, serão determinados pelo subalterno que dirige a linha de fogo. A grandeza do escalonamento, isto é, a parallaxe da frente de secção é determinada do seguinte modo: sejam P1 e P2 as duas peças de uma secção; o official collocado em P2, por exemplo (ou na linha P2 – P p, que dividida pela distancia P1 – P p dá a parallaxe procurada.

Quando o capitão não tiver determinado esse escalonamento commandará Base, tal peça! o que será a indicação bastante para que o subalterno complete a operação.

O commandante da bateria poderá tambem deixar a escolha do P p ao subalterno que dirige a linha de fogo, o qual receberá então sómente a deriva, para a peça base que será apontada pela luneta de bateria (147); em tal caso bastará, depois de designar a peça ou a secção de regulação, commandar.....tal peça, pontaria á luneta..... deriva, tanto – tanto!

150. Em qualquer desses tres processos de pontaria indirecta, quando o fogo tenha de ser repartido sobre uma frente maior (menor) do que a da bateria, bastará fazer um novo escalonamento igual ao terço da differença de frente, que será additivo (subtractivo) se a peça for a extrema direita; subtractivo (additivo) se for a extrema esquerda.

Se de antemão se sabe que existe tal differença de frente deve-se cirrigil-a, isto é, abrir ou fechar convenientemente o feixe de trajectorias, antes do rompimento do fogo.

Este escalonamento é sempre determinado pelo commandante da bateria. No caso do emprego de P p, quando elle delegar ao subalterno que dirige a linha de fogo a determinação das derivas de parallelismo, deverá transmittir-lhe esse escalonamento supplementar commandando..... Escalonar (esc. da esquerda) de tanto! (menos tanto) (13).

151. Quando o feixe, está formado e orientado, o commandante da bateria póde, com vistas a uma utilização ulterior, fazer inscrever as derivas com o commando Inscrever!

A direcção da pontaria e a repartição do fogo podem ser feitas sobre o objectivo ou na ausencia deste, sobre uma frente da zona do terreno que toca á bateria vigiar. Apparecendo um objectivo, transporta-se o tiro sobre elle por um commando adequado de deriva e escalonamento como se se tratasse de uma mudança de objectivo.

152. A deriva-base determina-se por um dos seguintes processos:

a) collimada a luneta de bateria (147) medir a deriva do P p em relação a esse plano de collimação e calcular a parallaxe do ponto de pontaria em relação á distancia luneta – peça base. Chamando c a deriva-base, n a deriva do P p lida na luneta e p a citada parallaxe (que se determina dividindo a distancia da peça base á linha luneta – P p pela distancia peça base P p, ter-se-á:

c = n + p.

Quando a primeira distancia fôr maior do que um quinto da Segunda recorre-se aos processos b ou c, afim de evitar erro consideravel ou um calculo mais complicado para achar p.

O signal que precede p determina-se pela seguinte consideração. O operador na luneta olha o P p: se a luneta assim estiver á direita do plano de visada da peça base o signal de p será mais, se á esquerda será menos.

Póde-se applicar tambem a seguinte regra: p tem signal contrario ao de o quando o P p e o objectivo ficam do mesmo lado da linha luneta – peça – base, ou do seu prolongamento; tem o mesmo signal quando ficam de um e outro lado dessa linha.

b) o capitão procede como para apontar a bateria pela luneta, determinando porém a deriva sómente para a peça seja d essa deriva. O commandante da secção respectiva faz medir com a luneta da peça base o angulo que separa a luneta de bateria do ponto de pontaria; seja n esse angulo. A deriva será:

c = d + m.

O signal será mais quando o commandante da secção, voltado para a luneta, vir o P p á sua direita, menos quando á sua esquerda:

c) o commandante da bateria determina d como no caso precedente: com essa deriva aponta-se a peça base pela luneta de bateria e em seguida refere-se a direcção ao P p. Essa deriva de referencia será a deriva – base para toda a bateria.

__________________

(13) Não haverá confusão porque esse commando terá sido precedido do de «base, tal peça» ou «tal peça, pontaria á luneta» (149).

 

Nota – O outro elemento da pontaria indirecta, o angulo de sitio, é estimado ou determinado na carta ou por meio da luneta de bateria. Si a differença de nivel entre a luneta e a linha de fogo fôr pequena (por exemplo cinco metros para objectivos a distancias médias de combate ou superiores) póde-se desprezal-a, isto é, commandar para a bateria o angulo medido.

Sendo preciso levar em conta a differença de nivel o essencial é o sentido da correcção cuja grandeza póde-se determinar por estimação. Querendo no mesmo caso determinar directamente o angulo de sitio divide-se pela distancia da bateria ao objectivo a differença algebrica das differenças de nivel de cada um destes pontos (bateria e objectivo) em relação á luneta; estas differenças se obteem multiplicando o angulo de sitio de cada um destes pontos pela correspondente distancia á luneta.

Abertura do fogo

153. Exemplos de commando:

1. Shrapnell percussão! Toda a bateria! Ponto de pontaria á retaguarda, canto esquerdo da casa grande da fazenda! Sitio 220! Alça 32! Deriva 30.70! escalonar da esquerda de 5! 1 Salva!

2. Granada tempo! Toda a bateria! Pontaria á luneta! Direcção geral! Sitio 192! Corrector 9! Alça 30! Derivas da esquerda 8.25! 9.25! 10.70! 12.15! Da direita por peça! Fogo!

3. Granada percussão! Toda a bateria! Ponto de pontaria á retaguarda, pára-raio da torre da igreja! Sitio 196! Alça 20! Deriva 28 zero! Escalonar a esquerda de 15! Da esquerda uma salva!

4. Granada percussão! Toda a bateria! Em frente, carro de assalto! Alça 16! 1 Salva!

5. Shrapnell tempo! Toda a bateria! A’ esquerda cavallaria! Corrector 12! Alça 6! 1 Grupo!

6. Shrapnell tempo! Toda a bateria! A’ esquerda, atiradores desembocando do matto! Alça zero! Fogo rapido!

7. Shrapnell percussão! Só a primeira peça da direita! Pontaria reciproca sobre a terceira peça! sitio 204! Alça 28! Fogo!

Mudança de objectivo

154. Na pontaria directa, caso excepcional, procede-se como para abertura do fogo, designando-se o novo objectivo; para ser mais facilmente achado o novo objectivo, póde-se, precedendo á sua designação, fazer o commando:... tantos millesimos á direita! (esquerda!)... indicando approximadamente a distancia angular laterial do novo objectivo ao antigo.

Para esse fim deve-se instruir o pessoal (estalomento da mão) e estalonar a aresta superior do escudo tomando para ponto de vista a extremidade do leme armado. Dous traços de cada lado do de conteiramento, a trinta centimetros de intervallo, marcarão angulos de cem millesimos.

Se as peças estiverem referidas, o prato, o tambor e o reflector da luneta vão a zero.

Na pontaria indirecta, caso geral, todos os elementos de tiro que não forem commandados de novo são conservados; a nova direcção das peças deve ser dada geralmente por um simples commando de deriva; todavia poder-se-á excepcionalmente proceder em relação ao novo objectivo como se fez na primeira pontaria.

Quando, depois de diversas mudanças de direcção por meio de derivas, voltar á direcção correspondente á deriva inscripta, bastará commandar... referencial (41).

155. Se a mudança de direcção fôr muito forte, de modo que a obliquidade dos planos de tiro sobre a linha das peças se approxime de 600 millesimos, o capitão dá a nova direcção a uma das peças e commanda mudar de frente sobre tal peça!

A esse commando as peças, excepção da designada, seguem a braços para o novo alinhamento, cumprindo aos commandantes de secção velar por que os intervallos não fiquem reduzidos.

Para abreviar a operação a mudança de frente deve ser feita sobre uma peça do meio. Os carros só serão deslocados para junto de seus canhões se isso fôr necessario e sem retardar o rompimento do fogo.

Si o commandante da bateria não estiver na visinhança da linha de fogo, cumpre ao subalterno tomar a iniciativa de frente quando necessaria.

Para romper o fogo para a retaguarda, o commando é: Bateria – á retaguarda! Canhões e carros voltam da frente á retaguarda nos logares em que se achem, os armões e cavallos de reserva desembaraçam a nova frente passando para a retaguarda pelos flancos da bateria.

Fogo com cartuchos de festim

156. Empregado-se cartuchos de festim é prohibido haver munições de guerra na linha de fogo.

Aos commandos de «cessar fogo» ou «metter armões» os C p mandam descarregar as peças; os commandantes de secção teem a responsabilidade pela execução dessa medida.

 

ESCOLA DE GRUPO

157. Os exercicios de grupo (6) teem por fim desenvolver a segura conducção do fogo e o entendimento mutuo dos commandantes de grupo e das baterias.

Elles baseiam-se em uma situação de combate e subordinam-se ás prescripções para a conducção dos fogos.

Dar-se-há grande importancia aos serviços de reconhecimento de objectivos, participações e transmissão de ordens, especialmente por telephone e signaleiros.

Obuz Krupp 105 C/14 T. R.

PRIMEIRA PARTE

INSTRUCÇÃO SEM ATRELAGEM

Introducção

158. A aprendizagem do serviço da peça constitue a parte mais importante da instrucção do artilheiro.

Primeiramente tem logar a instrucção individual na peça – escola de servente – associada ao ensino da nomenclatura applicada do material, isto é, limitada esta aos conhecimentos indispensaveis ao seu emprego.

Estando os serventes senhores de suas funcções passa-se á instrucção de conjunto na peça – escola da peça.

Finalmente, ao mais tardar, com o quarto mez da instrucção de recrutas começa o ensino do conjunto das peças.

159. Todos os movimentos no serviço da peça serão executados com a maxima presteza compativel com a sua correcção e feitos sem posições constrangidas (3, fim). Mesmo quando for commandado «levantar» (225) não ficam os serventes na posição «sentido».

160. Todos os artlheiros aprendem as funcções de todos os serventes, excepto as do apontador, forçosamente limitadas aos não analphabetos.

Os mais capazes devem ficar habilitados para substituir o chefe de peça.

Os conductores devem tambem receber a instrucção das escolas de serventes e de peça, assim como todos os artilheiros devem receber instrucção de equitação.

Todavia, os conductores só recebem, em principio, a instrucção relativa aos postos de municiador, carregador e de conteirador.

Todos os sargentos devem saber estacionar a luneta de bateria e com ella medir angulos.

161. Celeridade e precisão na pontaria representam a condição indispesavel para o rendimento maximo do tiro.

A instrucção dos apontadores deve, portanto, constituir um dos principaes cuidados dos commandantes de baterias.

Em cada bateria um official ou sargento dirige essa instrucção, que deve ser dada a principio a todos os homens que souberem ler, fazendo-se aos poucos a selecção dos mais capazes, aos quaes se dá a instrucção completa de pontaria.

A nenhuma praça será dada a graduação de anspeçada ou de cabo sem que tenha mostrado aproveitamento na instrucção de apontador. De cada classe de recrutas formar-se-hão no minimo oito apontadores perfeitos.

162. A instrucção especial de pontaria tem por fim aguçar a vista dos apontadores de moso a tornal-os aptos para ver bem a grandes distancias mesmo a olho nú, e reconhecer a natureza e extensão dos objectivos semelhantes aos da guerra, assim como manejar com segurança os orgãos de pontaria e apontar com precisão, uniformidade e rapidez.

163. O ensino especial dos apontadores novos começa na segunda semana da instrucção do recrutas e deve ter logar nas mesmas horas das escolas do servente e da peça. Nesse periodo tal ensino é dado em uma das peças, em lições individuaes bastante curtas, de modo que toquem a todos no mesmo dia. Para começar, o instructor chama dous homens das peças (1º e 2º); o 2º serve a conteira, assiste á lição 1º e o substitue quando este for despachado, vindo então um 3º para o logar do 2º. E o 1º que ao voltar para sua peça chama o 3º por indicação do instructor.

O instructor mostra uma pontaria correcta, em seguida deve desfazel-a e mandar o apontador renoval – a; depois a examina e critica.

Logo que for possivel, convém haver exercicios de conjunto nas quatro peças sómente para os apontadores. Isso será especialmente necessario como preparação para os concursos de apontadores (V. annexo).

ESCOLA DO SERVENTE

164. Para a instrucção do servente estará a peça «em acção», isto é, o carro (retrotem) da viatura-munição) ao lado esquerdo do obuz (retrotrem da viatura-peça), com intervallo de cerca do meio passo, o eixo do carro no prolongamento do obuz. A presença do carro será dispensada quando não houver de ser objecto da lição o ensino das funcções dos respectivos serventes.

Os armões ficam reunidos á parte de modo que não pertubem o serviço ou mesmo recolhidos ao parque.

165. O serviço da peça é feito com a seguinte guarnição:

1 chefe de peça (C p) – 2º sargento;

1 apontador (G 1) – cabo;

1 atirador (C 2) – soldado;

1 carregador (C 3) – soldado;

1 municiador (C 4) – soldado;

1 conteirador (C 5) – soldado;

1 chefe de carro (C c) – 3º sargento;

1 municiador (M 1) – soldado;

l guarda – armão (M 2) – soldado.

Funcção do chefe de peça

166. E’ responsavel pela boa collocação da peça na linha de fogo; auxilia o C 1 e o C C 5 na procura do objectivo ou do ponto de pontaria, toma nota da deriva de referencia ou da primeira deriva em relação a um ponto de pontaria collectiva, quando não tiver havido necessidade de referencia; fiscaliza o serviço de toda a guarnição, nomeadamente a pontaria (graduações e niveis) e a graduação das espoletas, indicando ao respectivo servente quando essa operação tiver de ser feita a chave.

Nas posições cobertas mede o espaço morto (250).

Observa tambem o funccionamento da peça, especialmente o do mecanismo da culatra e o recuo sobre o berço.

No caso de falta de algum servente designa quaes os que devem desempenhar as respectivas funcções.

Os chefes de peça devem ser munidos de um binoculo provido de escala micrometrica.

Funcção do apontador

167. Desamarrar ou amarrar o obuz; tirar ou collocar a capa da alça; retirar ou collocar a tampa de protecção, a luneta panoramica, eventualmente a haste de alongamento; abrir

ou fechar a janella de visada e a do collimador; dispôr o registro das cargas; dar a alça; fazer a pontaria e, quando necessrio, referil-a.

168. Para desamarrar o obuz, o C 1 vae á frente, puxa o ferrolho da garra de amarração e abate-o prendendo o ferrolho no encaixe inferior.

Para amarrar o obuz, põe a zero o indice da escala de direcção, baixa ou eleva a culatra com o volante de elevação até que coincidam os indices do escudo e da placa de fechamento da canhoneira vae a frente e levanta a garra de amarração prenchendo o ferrolho em posição de marcha.

169. Para collocar a luneta o C 1 tira a tampa de protecção com a mão direita, voltando com a esquerda o ferrolho para cima e erguendo a tampa; entrega-a ao C 3, de quem recebe a luneta; volta o ferrolho inteiramente para cima, introduz a luneta de cima para baixo, calcando-a, e solta o ferrolho, que deve ficar completamente voltado para baixo.

Para retirar a luneta procede-se como para retirar a tampa de protecção, tendo o cuidado de primeiramente pôr suas graduações a zero (excepto quando se tratar do emprego da haste de alongamento) e de não applicar esforço no

tubo porta-occular; uma vez a luneta fóra do encaixe entrega – a ao C 3, de quem recebe a tampa de protecção, que encaixa, procedendo como foi dito para collocar a luneta.

Para colloccar a haste de alongamento, uma vez retirada do encaixe a tampa de protecção ou a luneta, colloca a luneta na haste o esta no encaixe, como, e fosse a propria luneta.

E’ prohibidos  fazer esforço na haste de alongamento quanto encaixada.

Para retirar a haste procede como para retirar a tampa protecção, (pondo préviamente as graduações a zero se tiver de ser guardada a luneta), em seguida, retira a luneta, da haste; para isto a mão esquerda segura a luneta acima do prato, a direita abarca a haste immediatamente abaixo de seu encaixe, de modo que a cabeça do pollegar faça pressão no pé do tubo porta-occular.

170. Para dispôr o registro de cargas, para fóra o botão serrilhado e torce-o ao mesmo tempo até que a aresta marcada com o numero da carga commandada venha ficar perpendicular á escala correspondente; larga o botão, de modo

que seus travadores entrem nos  encaixes e fixem o disco.

171. Para dar a alça, uma vez disposto o registro de cargas, retira ou introduz a haste da alça dentro do encaixe até que a graduação commandada fique em coincidencia com a aresta de leitura do registro de cargas.

Para movimentar a alça, utiliza-se do tambor serrilhado ou, si o deslocamento é grande, desengrena o parafuso sem fim do tambor, torcendo á esquerda a alavanca de desengrenagem e movendo a alça por meio da manivela de movimento rapido. O apuramento da graduação é sempre feito com o tambor serrilhado.

Não se desengrena o parafuso sem fim para deslocamentos da haste da alça menores de 200 metros.

Pontaria

(Vêr annexo I)

172. A pontaria completa comprehende a pontaria em direcção e a pontaria em altura.

Apontar em direcção é fazer passar pelo ponto de visada o plano de visada (plano vertical que contém a linha de visada). Empregando a luneta, essa operação consiste em fazer passar por aquelle ponto vertical do cruzamento dos fios do reticulo. Quanto ao emprego dos collimadores ver o n. 187.

173. O ponto de visada póde ser um ponto do alvo (caso excepcional), ou um ponto tomado fóra do alvo, situado na frente, do aldo ou á retaguarda: um objecto natural, uma balisa, a luneta de bateria a de uma peça visinha, etc.

O primeiro caso é o da pontaria directa, os outros são os da pontaria indirecta.

174. Na pontaria directa todas as graduações da luneta devem estar a zero, excepto quando se commandar uma deriva para corrigir a influencia do vento lateral ou do movimento lateral do objectivo ou quando o apontador tiver de tomar uma contraderivação complementar para as grandes distancias. Na pontaria indirecta é indifferente a graduação do reflector porque a pontaria em altura é dada pelo angulo de sitio. Por isso, para a direcção da pontaria é preferivel designar linhas verticaes em logar de pontos, de modo que o C 1 possa visar qualquer ponto da altura da linha: designando-se pontos, o C 1 terá que dar ao reflector a graduação compativel com o nivelamento do sitometro, o que retardará a pontaria.

175. Para apontar em direcção, dada ao goniometro a deriva commandado, é preciso primeiramente conteirar o obuz, isto é, dar-lhe a direcção approximada, mediante deslocamento da conteira, em seguida calar o nivel do eixo das rodas e, finalmente, agir sobre o volante de direcção.

176. Para a primeira pontaria é muito importante que o indice da escala de direcção fique o mais proximo possivel do zero.

Na pontaria directa isso depende principalmente do serviço do C 5 que se utilizará das duas massas de mira ou do traço de conteiramento (traço branco de um centimetro de largura, pintado no meio do escudo junto á aresta superior e prolongando-se até o meio da placa de fechamento da canhoneira).

Não conseguindo ver o objectivo de uma dessas duas maneiras, o C 5 procurará tomar a direcção approximada, olhando por uma das rodas do reparo.

Na pontaria indirecta, isto é, para conteirar estando commandada uma deriva, o C 1 ou o C 2, conforme o caso, visando grosseiramente pela calha do collimador da luneta, sem falar, dará a necessaria indicação ao C 5 com uma das mãos voltada a palma para o lado para o qual se deve mover a conteira; isso tem applicação tambem na pontaria directa quando o C 5 não possa vêr o ponto de visada ou não tenha apprehendido a sua situação. Durante o conteiramento o C 1 e o C 2 erguem-se um pouco dos bancos, e quando o deslocamento tiver que ser grande ou em terreno pesado, ajudam, cada um na sua roda, sem se descobrirem.

Em taes casos o C 3 e o C 4 auxiliam na aza da conteira.

A perfeição do conteiramento não deve resultar de demoradas indicações em sentidos oppostos.

177. Depois do primeiro disparo as correcções de direcção serão feitas com o volante emquanto possivel; se a correcção necessaria exceder o limite da respectiva escala será preciso por seu indice a zero, antes de conteirar de novo o obuz.

178. Quando o ponto de visada fica occulto pelo escudo, recorre-se á haste de alongamento e então, concluida a primeira pontaria, é preciso retirar a haste para referir a direcção, pois não se atira estando a luneta na haste. Em tal caso, tratando-se de pontaria directa, é preciso tambem referir a altura, isto é, medir o angulo de sitio (184).

178 bis. Toda vez que o ponto de visada fôr um ponto do alvo (pontaria directa) o apontador deve, logo que fôr possivel (14), referir em direcção (179) e em altura (184).

179. Referir a direcção de uma peça apontada consiste em dirigir a linha de visada da luneta para o ponto de referencia escolhido, agindo exclusivamente sobre a luneta. Obtem-se assim uma «deriva» que o C1 communica ao C p para ser registrada em seu caderno (166).

Sobre essa deriva fazem-se todas as alterações como se o ponto de referencia fosse o ponto original de visada.

Referindo-se a pontaria o C 1 fecha a janella de visada.

Ao commando «inscrever» o C p registra a giz no escudo (em tempo chuvoso na parte interna da tampa do cofre da flecha face está que, para isso póde ser pintada de preto), a deriva marcada pelo apparelho de pontaria.

Esta deriva toma, então, o nome de «deriva de referencia».

Toda vez que o C p deve inscrever uma nova deriva de referencia, começa por apagar a que foi inscripta precedentemente.

Ao commando «referencia» o apontador marca no apparelho de pontaria a deriva de referencia inscripta – a peça está apontada em direcção.

180. A escolha do ponto de referencia é sempre da iniciativa do C 1, excepto na pontaria á noite (190), e a referencia é imprescindivel:

1º, sempre que se tiver empregado a haste de alongamento, que para isto é retirada, uma vez dada direcção á peça;

2º, quando o ponto de visada não fôr bem visivel;

3º, quando elle possa vir a desapparecer ou deslocar-se ou a ficar occulto pela fumaça (185).

As condições a que deve satisfazer o ponto de referencia (tronco de arvore, aresta vertical de edificio, poste, pedra, Cartucho vasio, etc.) são: ser bem visivel, não poder ser confundido com outro, ficar pelo menos a 50 metros da peça permittir a visada sem se abrir a janella do escudo. Só em ultimo caso será empregada a balise, plantando-se-a então á retaguarda.

_________________

(14) Ao mais tardar depois do primeiro tiro.

 

181. Dar a deriva – Ao commando «deriva tanto – tanto» o C 1 arma a alavanca do goniometro e move o tambor, de modo a levar primeiramente ao indice do prato o primeiro numero commandado, e depois fazer coincidir com o indice do tambor e segundo numero. Feito isto, o C 1 verifica a sua operação pela leitura da deriva, sendo que a graduação do prato é lida á esquerda, a do tambor abaixo do indice respectivo.

Para poder girar o tambor, é preciso armar inteiramente a alavanca que se acha ao lado esquerdo da luneta formando systema com elle. Se a graduação a dar ao prata fica muito distante do zero, estando o tambor a zero, desengrena-se o parafuso da deriva (para o que basta abrir a meio a alavanca e voltal-a para cima) e com a mão direita gira-se o reflector até collocar sob indice a graduação; em seguida abate-se e abre-se totalmente a alavanca e completa-se a graduação agindo no tambor.

Dada a deriva, fecha-se a alavanca.

182. Corrigir a deriva. Feita a somma ou subtracção correspondente ao commando «deriva mais tanto» ou «deriva menos tanto», procede-se como no caso precedente. Em vez do calculo prévio o apontador póde sommar ou subtrahir successivamente as unidades, as dezenas, etc., ou na ordem inversa.

Só se desengrena o parafuso quando a correcção é maior do que 200 millesimos, collocando-se primeiramente o tambor zero.

183. Apontar em altura consiste em dar ao obuz uma inclinação correspondente ao angulo de tiro corrigido do angulo de sitio, se houver.

⅛ A pontaria em altura se executa habitualmente com o nivel (pontaria indirecta); excepcionalmente, e para o primeiro tiro, a pontaria em altura póde ser directa.

A pontaria directa em altura está feita quando, graduada a alça para a carga e a distancia commandadas, o cruzamento dos fios do reticulo passa pelo pé do objectivo ou pela crista de sua cobertura, o que se realiza por meio do volante de elevação.

Isto feito, refere-se em altura, isto é, deve-se medir o angulo de sitio para se ficar assim inteiramente habilitado a continuar o tiro por pontaria indirecta.

A pontaria indirecta em altura é obtida pondo-se a alça e o sitimetro nas graduações commandadas e calando o nivel do sitometro com o volante de elevação.

184. Para medir o angulo de sitio, o C 1, uma vez terminada a pontaria, age sobre o botão serrilhado do sitometro até calar a bolha do nivel e lê o numero que então coincide com o indice desse tambor: o numero lido é de dezenas e unidades: as centenas são lidas na pequena escala da face esquerda do corpo do sitometro. Essa operação é feita independentemente de ordem na pontaria contra objectivos fixos.

185. Quando as operações de apontar em direcção e em altura, separadamente, estão bem conhecidas, passa-se aos exercicios de pontaria completa.

Para a primeira pontaria as operações se fazem na ordem seguinte:

1ª, graduar o sitometro (quando fôr o caso);

2ª, dar a alça;

3ª, dar a deriva;

4ª, conteirar a peça;

5ª, pontaria approximada em altura;

6ª, calar o nivel do eixo das rodas;

7ª, pontaria exacta em direcção;

8ª, pontaria exacta em altura;

9ª, refletir a direcção e medir o angulo de sitio (quando fôr o caso).

Na pontaria directa as operações 7ª e 8ª são feitas simultaneamente.

Para as pontarias seguintes, depois de cada disparo o C 1 rectifica a direcção e a altura, alterando a alça, a deriva e o angulo de sitio se tiver sido commandada alguma modificação. Logo que o apontador terminar ou rectificar a pontaria avisa o C p, dizendo em voz alta – prompto!

186. Pontaria directa sobre objectivos em movimento – Procede-se como se o objectivo fosse fixo, mas o C 1 não refere a direcção nem mede o angulo de sitio. Embora prompta a pontaria, o C 1 e o C 5 continuam a acompanhar o objectivo com a visada até que se commande «fogo». E’ prohibido ao C 1 dar desconto na visada para a direita ou para a esquerda do objectivo, para cima ou para baixo: ao commandante da bateria é que compete commandar a deriva para levar em conta o deslocamento lateral ou vertical durante o tempo decorrido desde a conclusão da portaria até a chegada do projectil no objectivo.

O C 1 fará em voz alta as communicações sobre o movimento do objectivo, excepto quando fôr commandado «fogo rapido»: Objectivo avança (retira), objetivo parou (desappareceu).

187. Emprego dos collimadores – Quando não se possa fazer uso da linha de visada da luneta seja em virtude de um estrago, ou porque não haja tempo de collocal-a, recorre-se ao seu collimador ou ao da alça (neste ultimo caso só pontaria directa).

Para apontar pelo collimador o C 1 olha á distancia de cerca de 10 centimetros, de modo a distinguir perfeitamente o angulo formado pelas duas linhas brancas internas e procura pôr em coincidencia o vertice desse angulo, o do entalhe da calha externa e o ponto de visada.

188. Emprego do nivel de pontaria – Na falta de alça, recorre-se ao nivel de pontaria: gradua-se esse intrumento, tomando o angulo de tiro na tabella (ou em outra peça) e corrigindo-o no valor do angulo de sitio (quando houver), colloca-se-o sobre a mesa da culatra introduzindo a sapata no encaixe em fórma de cauda de andorinha, o encaixe da luneta para traz, cala-se o nivel da inclinação do eixo das rodas pelo parafuso de orelhas apropriado e em seguida o nivel de inclinação do obuz por meio do volante de elevação. A direcção é dada pela luneta panoramica do mesmo modo que quando ella está na alça.

No caso da pontaria directa só se toma o angulo de tiro (sem a correcção do angulo de sitio) e faz-se uso da haste de alongamento.

Em todos os casos é preciso retirar o instrumento antes de cada disparo (15).

Casos especiaes de pontaria

189. Pontaria reciproca de uma peça sobre outra ou sobre a luneta de bateria.

Emprega-se para tornar o plano de tiro de uma peça parallelo ao de uma outra já apontada ou ao plano de collimação da luneta de bateria.

Ao commando «pontari reciproca sobre tal peça» ou «pontaria á luneta» colloca-se a haste de alongamento (excepto, no segundo caso, se a luneta de bateria estiver á retaguarda) e a peça a apontar é conteirada de modo a ficar visivelmente parallela á peça apontada (peça base) ou ao plano de collimação. A orientação desse plano é indicada pelo servente da luneta que, ao commando «direcção geral», estende os dous braços no prolongamento um do outros parallelamente ao plano de collimação. Conteirada a peça, dá-se-lhe o angulo de sitio (nivelamento approximado) e a alça. Feito isso, o C1 da peça base ou o servente da luneta vis ao porta-reflector da luneta da peça a apontar, lê a deriva, subtrae 32 do prato, se estiver á direita, somma se estiver á esquerda (o servente da luneta fica dispensado desse calculo lendo o prato no indice opposto á ocular) e transmitte essa deriva á peça a apontar (16), cujo C 1 dá essa graduação ao goniometro e visa por sua vez o porta-reflector da peça base ou da luneta de bateria. Na pontaria sobre a peça base é preciso ter cuidado em que pelo conteiramento a luneta não saia da posição em que se acha, isto é, que o conteiramento tenha logar em torno da vertical da luneta, para o que, os serventes agem nas rodas no sentido conveniente.

190. Para fazer pontaria á noite é preciso illuminar o reticulo da luneta. O ponto de visada (tambem o de referencia) é dado por uma lanterna que dê luz só de um lado. Deve-se ter o cuidado de não voltar a luz para o lado do inimigo.

Funcções do atirador

191. Tirar ou collocar a coifa da bocca e a capa da culatra, levantar o escudo inferior, ou abatel-o, manejar o mecanismo da culatra, travar e destravar o freio de marcha.

192. Abrir e fechar a culatra – Para abrir a culatra o C 2, depois de destravado o apparelho de segurança, segura com a mão direita, unhas para a segunda, o punho da alavanca da cunha gira-o vivamente para a esquerda e solta o punho.

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(15) O dispositivo de mira de urgencia serve tambem para rectificação do sitometro, operação que deve ter logar pelo menos antes e depois dos periodos de tiro real.

(16) Na pratica o C 1 da peça base não precidsa preocupar-se com a situação á direita ou á esquerda, tomando como  regra: sommar só quando não puder subtrair.

 

Para fechar a culatra, os mesmos movimento na ordem inversa.

Quando fôr preciso descaregar um cartucho completo, a meia volta da alavanca da cunha deve ser feita lentamente para que não se estraguem as garras do extractor e enventualmente o estojo não se desengaste do projectil.

Se, abrindo a culatra não se conseguir a extracção de um estojo, repetem-se uma ou duas vezes os movimentos de fechar e abrir; não o conseguindo assim, o C 2 abre a culatra e o C 5 mette o escovão pela bocca do obuz.

Se se trata de extrahir desse modo um cartucho completo ou somente o projectil, é preciso estabelecer cautelosamente o contacto do escovão com a espoleta, baixar um pouco a culatra, prender uma corda (tirante) á extremidade livre da haste do escovão, puxando então por ella o C 3 e o C5, collocados respectivmante á esquerda e a direita, na altura das rodas, emquanto o C1 e o C2 manteem a haste de uma outra balisa (ou um pedaço de madeira semelhante), atravessada na bocca de carga para evitar que o projectil caia.

Se o C 2 não consegue abrir a culatra, o C 1, emquanto elle publica, seu esforço á alavanca, bate com qualquer objecto de madeira na face semicylindrica da cunha.

193. Para travar o mecanismo da culatra, estando o registro de segurança na posição «fogo», o C 2 levanta-o pela direita até que a pequena orelha fique completamente para cima. Apparece, então a palavra «seguro»: a culatra está travada, isto é, não se pode abril-a nem atirar. Ella deve ser travada toda vez que o obuz tenha que se mover, quer esteja carregado quer não.

Para destravar a culatra, os mesmos movimentos na ordem inversa.

194. Disparar a peça – A culatra estando fechada e destravada, o C 2 ao commando tal peça empunha o detonador com a mão direita, e ao commando fogo! Puxa-o bruscamente com força e abandona-o assim que o procurador tenha funccionado. Em seguida tiro o C 2 detona com a mão esquerda e com a direita segura-se na escora do escudo afim de não se desequilibrar, porque tem que levantar os pés do sólo, assim como o C 1.

Em caso de nega, o C 2 detona novamente; negando ainda, conta mensalmente de 1 a 5 e detona de novo. Negada essa terceira vez, o C 2 conta de 1 a 15 e depois abre a culatra devagar, de modo a não extrahir o cartucho ou o estojo e examina a estopilha; se ella não estiver ferida, fecha a culatra, substitue o percurssor ou a mola e detona: se estiver ferida, fecha a culatra, extrahe o cartucho ou o estojo (192, terceiro periodo) e carrega-se outro.

195. Para substituir o percussor, o C 2 segura com o indicador e o pollegar da mão direita o contra-apoio da mola do percussor, calca-o para dentro ao mesmo tempo que o torce á direita de um quarto de volta; retira então o contra-apoio, a mola e o percussor; colloca o novo percussor a mola e por ultimo o contra-apoio para dentro ao mesmo tempo que o torce á esquerda de um quarto de volta.

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(17) Deve-se empregar os cartuchos de madeira desde a escola de servente e só utilizar o percussor de guerra quando fôr imprescindivel.

 

Funccções do carregador

196. Auxiliar a engatar ou desengatar o obuz, e a arinar ou desarmar a pá da conteira manejando a alavanca, abrir ou fechar o cofre da flecha para retirar ou guardar a respectiva palamenta, carregar o obuz (e receber os cartuchos ou estojos de exercicios ao serem extrahidos). Empregando-se a ferramenta de sapa o C 3 trabalha com a pá. (18)

197. Manejar a alavanca da pá da conteira – Tendo o C 4 e C 5 levantado a conteira, o C 3 abre a alavanca e levando-a a frente até soltar a pá; mantem-n a nessa posição emquanto os C 4 e C 5 armam ou desarmam a pá e depois prende-a na posição primitiva. Emquanto manobra a alavanca com a mao direita, o C 3 ajuda a manter a conteira no ar segurando com a mão esquerda por baixo da falca.

198. Retirar a palamenta do cofre da flexa – O C 3 recebe as chaves do C 1, abre o cofre, retira o cadeado com as chaves, collocando-o dentro do cofre, retira a caixa da luneta que colloca sobra a chapa, abre-a e tira a luneta, que entrega ao C 1, de quem recebe na mesma occasião a tampa de protecção, a qual é posta na caixa da luneta, que fecha e guarda no cofre; tira a chave de guardar espoletas, que entrega ao C p (em falta daquelle fica com ella) e fecha o cofre. A chave de qualquer espoletas será presa pelo fiel ao segundo botão superior da tunica.

Para guardar a polamenta do cofre, procede em ordem inversa, só recebendo do C 1 a luneta depois que estiver a respectiva caixa aberta sobre a tampa do cofre. Fechado o cofre entrega a chave ao C1.

199. Carregar o obuz – Se o projectil commandado é shrapnell, o C 3 recebe o cartucho com o culote na palma da mão direita, a ogiva descançando no angulo do braço e antebraço, a mão esquerda ao longo do projectil e, depois de haver mostrado a espoleta ao C p, faz a introducção na camara, com cuidado e sem vacillação, e impelle-o a fundo com a mão direita, fazendo-o escorregar sobre o braço esquerdo.

Si se trata de granada elle procede de modo identico recebendo o cartucho já composto pelo C 4, tendo muito cuidado em que o projectil não abandone o estojo, afim de que elle não escorregue ao braço e caia, o que poderia determinar o funccionamento da espoleta e consequente arrebentamento do projectil.

Nas grandes elevações do obuz, o C 3 mantem o cartucho na camara até que o C 2 comece o fechamento da culatra para evitar um possivel escorregamento.

Nas posições cobertas espera que Cp tenha determinado o espaço morto.

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(18) A pá e a picareta da viatura-peça devem sempre ser transportadas convenientemente acorreadas no retrotem do carro. Ao receber o cartucho examina com a mão direita se a estopilha apresenta saliencia; no caso affirmativo recusa-o. Para o carregamento é essencial que a culatra esteja completamente aberta.

 

Se ha dificuldade de introduzir completamente o cartucho, pol-o de lado e carregar um outro; na primeira pausa do tiro examinar o cartucho que não póde ser introduzido para ver qual a causa (sujo, deformação de estojo, desengastamento do projectil, etc.); se o damno não puder ser remediado na posição, o cartucho é marcado e posto do lado.

Funcções do municiador (C 4)

200. Auxiliar a engatar ou desengatar o obuz, armar ou desarmar a pá da conteira com auxilio do C 5 e C 3, fazer o descarregamento eventual da munição do armão auxiliado pelo M 2, receber do C e a munição preparada, para o tiro e passal-a ao C 3.

201. Armar ou desarmar a pá da conteira – O C 4 suspende a conteira pela aza com a mão direita, segurando com a esquerda a parte saliente da pá; o C 5 de seu lado procede modo analogo mudando as mãos; logo que o C 3, manobrando a alavanca, soltar a pá, os C 4 e C 5 rebatem-n’a para a retaguarda até apoial-a contra a concha, mantendo-a nessa posição até que o C 3 tenha prendido novamente a alavanca.

Se a posição da pá da conteira deve ser «baixa», o C 3, depois de haver rebatido a alavanca como para prendel-a, levanta-a novamente um pouco, lentamente, até sentir uma pequena quéda da pá; baixa então a alavanca, prendendo-a.

Para desarmar a pá as operações fazem-se do mesmo modo com a differença de que os C 4 e C 5 rebatem-na para a frente e mantem-na applicada contra as falcas até que o C 3 tenha prendido a alavanca.

Funcções do conteirador

202. Ajudar a engatar e desengatar o obuz, armar e desarmar a pá da conteira; armar e desarmar o leme; conteirar peça; plantar a balisa. Empregando – se a ferramenta de sapa para o preparo da posição de tiro, elle maneja a picareta.

Funcções do chefe de carro

203. E’ responsavel pela boa collocação do retrotrem de munição junto ao obuz, geralmente á esquerda, eixo das rodas parallelo ao do reparo (164); mas, si a situação o exigir, poderá ficar a direita e obliquamente, de modo a dar maior protecção aos serventes.

O C c abre ou fecha o carro auxiliado pelo M 1, maneja o regulador de espoletas e, na falta ou não funccionamento deste, recorre á chave de graduar; fiscaliza o serviço do M 1, na munição.

204. Manejar o regulador – Tomar primeiramente a graduação commandada para o corrector e depois a commandada para a alça. Para tomar a graduação commandada para a alça, girar para a esquerda a pequena alavanca de pressão e mover o matrador á não até por em coincdencia com a linha de fé o traço da graduação commandada; rebater a pequena alavanca á direita para fixar o mostrador.

Retirado o grampo de segurança da espoleta, encaixar o regulador sobre esta movendo-o brandamente á direita até sentir uma primeira parada; fixar com a mão esquerda o corpo do regulador sobre a espada, e fazer girar á direita, com força, o culote superior até sentir uma nova parada, o que indica estar a espolete graduada.

Não sendo commandado correctores na abertura do fogo, subtende-se que se o deve empregar a 12.

205. Para graduar a espoleta á chave, é preciso primeiramente que o C c transforme os commandos de corrector e alça em graduação para espoleta, si o corrector não for 12; para cada divisão acima (abaixo) de 12 diminue-se (aumenta-se) 25 metros na graduação da espoleta.

Por exemplo: c. 15! Aça 30! A espoleta deve ser graduada em 29.25; C. 9! Alça 30! A espoleta dever ser graduada em 30.75.

Funcções do municiador (M1)

206. Engatar ou desengatar o carro e dar-lhe a cambota auxiliado pelo M 2 (na falta deste pelo C c), abater ou suspender a flecha do carro, passar a munição ao C e para que este gradue as espoletas, preparar as cargas do tiro shrapnell a «zero», passar directamente o cartucho ao 4, depois ta-se) 25 metros na graduação da espoleta.

Cumpre-lhe tambem, antes de passar adeante um cartucho, examinar o seu estado, especialmente si a estopilha e o parafuso da espoleta estão devidamente atarrachados.

O miniciamento do obus começa pelos cartuchos ou projectis da linha inferior de alveolos, passando-se depois á linha superior, depois á 2ª linha inferior, em seguida á 2ª linha superior, e assim por deante, para manter sempre o carro mais ou menos equilibrado sobre o eixo. Havendo munição descarregada dos armões, lança-se primeiro não della, si for da especie commandada.

Funcções do guada-armão

207. Como guarda do armão o M 2 acompanha-o, insto é, não fica na linha de fogo. Auxilia o descarregamento ou carregamento dos armões, o engatar ou desengatar das viaturas.

No remuniciamento da linha de fogo transporta a munição, quando isto não fôr feito directamente pelos armões ou pela viaturas da columna ligeira de munições.

Durante a acção faz o serviço de segurança dos armões e o de ligação com a linha de fogo.

ESCOLA DA PEÇA

208. A escola da peça comprehende o accionamento e o serviço da peça em acção.

Como a instrucção dos serventes tem que ser ministrada pelos chefes de peça, podem estes durante esse periodo abandonar suas posições e attitudes indicadas nesta parte do regulamento, toda vez que o exigirem as conveniencias da instrucção.

Accionamento

209. Para o exercicio de mettcr a peça «em ação» as viaturas estarão engatadas, a viatura-munição (v.-m.) a 20 X atrás da viatura – peça (v.-p.), contados da bocca do obuz ás rodas do armão. Os conductores (a pé) ficam junto á lança, o C p e o C e dois passos á esquerda da extremidade da lança, e os serventes sentados nos cofres, na seguinte disposição, da direita para a esquerda:

No armão da v. p., C 1, C 3, C 5;

No armão da v. m., C 2, C 4;

No armão, M 1, M 2 (Fig. 8).

Os serventes podem tambem formar a pé, um passo atrás da viatura que os conduz, na ordem que occupam quando montados, formando o C 2 e C 4 á retaguarda do M 1 e M 2.

210. Serventes aos cofres! O C 3 e C 1 montam no armão da peça pelo lado do mão e o C 5 pelo lado do sóta, servindo-se do estribo do sotroço; o C 2 e C 4 no armão do carro, respectivamente, pelo lado do mão e do sóta; o M 1 e M 2 no retrotrem do carro, respectivamente, pelo lado do mão e do sóta.

O C 1 e C 5 seguram-se com a mão no punho da varanda e do mesmo modo o C 2 e C 4, M 1 e M 2; o C 3 passa os braços por sob os do C 1 e C 5; todos apoiam-se no encosto, firmando os pés na borda da concha e mantendo o tronco erecto.

211. Serventes de pé! Todos apeiam por salto e vão occupar seus logares atrás das viaturas que os conduzem.

O subir o descer dos cofres só teem logar com as viaturas completamente paradas.

Não haverá exercicios especiaes de accionamento a pé; esta instrucção será dada no começo e no fim das lições do serviço em acção, isto é, ao retirar o material do parque e ao recolhel-o.

212. Em acção para a frente – Marche! – Ao primeiro commando os serventes da v. -p. saltam dos cofres e vão coIIocar – se: o C 1 na altura do cubo da roda do lado da alça, o C 3 entre a aza da conteira e o cofre da flecha desse              mesmo lado, o C 5 junto á aza da conteira do lado do leme, todos voltados para a peça; a v.-m. avança (19) para a esquerda da v.-p fazendo alto quando o eixo do armão estiver na altura do do reparo, a um passo deste; o C 2 vae collocar-se na altura do cubo da roda do lado do leme e o C 4 junto á aza da conteira do lado da alça, ambos voltados para a peça; o M 1 e M 2 juntos ás azas da Flecha do carro, do lado em que se acham; o C c atrás do retrotem do carro.

Ao segundo commando, o C 4 e C 5 desengatam o reparo, o C 1 avisa «prompto» em voz bastante alta para ser ouvida pelos conductores que então conduzem o armão pela esquerda para a retaguarda ao logar indicado (362); a guarnição volta a bocca, da peça pela esquerda para a frente, fazendo o C 1 pião (20) na roda direita, impellindo o C 2 a roda esquerda pelos raios no sentido da conteira e agindo o C 4, C 5 e C 3 na conteira; completada a volta, esses serventes armam a pá da conteira (21), o C 4 vae auxiliar o movimento do carro, na roda direita, e o descarregamento do respectivo armão (quando ordenado) e, ajoelha depois a direita do C c por traz do carro; o C 5 arma o leme e ajoelha por trás delle emquanto tenha de conteirar; depois elle vae ajoelhar na altura do cofre da flecha, do lado direito; o C 3 ajoelha junto ao cofre da flecha, retira a luneta que entrega ao C 1, de quem recebe a tampa de ptotecção, e a chave do regular espoletas que entrega ao C p; o C 1 vae á frente, solta a garra de amarração, volta á culatra, tira capa da alça que prende no gancho do escudo, pucha a alça para fóra de modo a pôr o encaixe da luneta mais ou menos na vertical, retira a tampa de protecção que entrega ao               C 3, de quem recebe a luneta, que encaixa na alça, cala o nivel das rodas, abre a janella de visada, senta-se no seu banco, examina o apparelho de pontaria e verifica se as graduações da luneta estão a zero; o C 2 tira a coifa da bocca, cavalga o seu banco, abate o escudo, tira a capa da culatra que prende no gancho do escudo, abre a culatra (para o tiro, uma vez feito o conteiramento da peça, cerra o freio de marcha).

O M 4 e o M 2 desengatam o carro procedendo como o C 4 e C 5; o primeiro dá o aviso «carro prompto» aos conductores que então conduzem o armão pela

(19) No accionamento sem parelhas os serventes da v.-m. saltam e collocam-se, respectivamente, atrás do armão e do carro para auxiliar o movimento da viatura, o qual é iniciado ao aviso «prompto» do C c. esquerda á altura da conteira, ahi aguardam seu descarregamento e vão depois reunir-se ao armão da peça levando o M 2; auxiliados pelo C c e pelo C 4, os M 1 e M 2 levam o carro ao seu logar, dirigidos pelo C c, e dão-lhe a cambota; o C c abre o carro, toma o regulador ou uma chave de regular espoletas que prende pelo fiel ao primeiro botão da tunica e ajoelha atrás do carro; o M 1 ajuda o C c a abrir o carro e ajoelha á sua esquerda coberto pelo escudo; o M 2 ajuda o C 4 a fazer o descarregamento do armão (quando ordenado) e depois monta no armão seguindo para o abrigo. O C p fiscaliza todo o serviço e assim que a conteira estiver assentada no sólo, ajoelha á esquerda do C 3.

A munição porventura descarregado do armão é depositada sobre os coxins do carro, um passo atrás do leme armado (22) (Fig. 9).

Toda a guarnição ojoelha-se excepto os C 1 e C 2 sentados nos seus bancos, para bem aproveitar a protecção dos escudos, e só se levanta quando for ordenado ou quando serviço da peça o exigir.

213. Em acção para a rectaguarda! Marche! Os serventes da v.p. executam o mesmo que está prescripto no caso precedennte, excepto a volta do reparo, e o armão, ao aviso prompto segue para a frente ao logar indicado.

A v.– m. ao primeiro commando avança para a direita da v.-p., fazendo alto quando o carro estiver na altura da conteira; os serventes procedem como no caso precedente, indo, porém, o C c e o C 4, respectivamente, para as rodas direita e esquerda do carro afim de auxiliar a voltal-o pela direita e leval-o ao seu logar.

O armão da v.-m., ao aviso «carro prompto», avança dous passos e espera ser descarregado, seguindo depois com o M 2 a reunir-e ao da peça.

214.Em acção para a esquerda! – Marche! Ao primeiro commando os serventes da v.-p. procedem no numero 212 e ao segundo fazem a conteira descrever um quarto de volta para a direita; ao aviso «prompto» o armão volta á direita e segue para o logar indicado.

A v.-m. ao primeiro commando desloca-se para a direita, avançando até ficarem as rodas do armão na altura das do reparo; os serventes procedem como no n. 212, ao segundo commando desengatam o carro e completam o serviço como nos casos precedentes; o armão, no aviso «carro prompto» volta á direita e espera ser descarregado.

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(20) Para fazer pião o servente pisa com ambos os pés sobre a parte mais baixa da corôa, segura com ambas as mãos, unhas para cima, na parte mais elevada e inclina o corpo para trás estendendo inteiramente os braços.

(21) Em terrenos duros ou pedregosos em exercicios que não de tiro, a operação de armar a pá é seguida da de desarmar, dispondo-se-a para a marcha, com o fim de não estragar o bico.

(22) O armão da peça só contém shrapnells o do carro só granadas; o retrotem do carro shrapnells em tres columnas verticaes de alveolos, sendo as duas lateraes extremas e a e a central da direita, granadas nos demais.

 

215. Em acção pra a direita! – Marche! Procede-se como no caso anterior, com as differenças correspondentes á mudança de sentido do movimento; a v. m. desloca-se para a esquerda avançando até que as rodas do carro fiquem na altura das do reparo com quatro passo de intervallo.

215 bis. Estes dous modos de accionamento (214-215- accionamento para os flancos – são sempre os mais empregados, por serem os unicos que geralmente, permittem a occupação coberta de uma posição desenfiada.

216. Uma vez as guarnições bem exercitadas nesses movimentos de «em acção», convém fazer alguns exercicios emittindo o commando «marcha» logo em seguida ao primeiro. Então os tres serventes que estão no armão da peca, auxiliados pelo C p, executam todo o serviço sem esperar os que se acharem na v.-m.

217. Metter armões para a frente! – Marche! Ao primeiro commando os serventes preparam o obuz e o carropara a marcha, isto é, atracam a palamenta (230) e todos retomam seus postos, abrigados, emquanto nãochegam os armões. Ao segundo commando os armõs avançam, o da v. p. pela direita passando o mais proximo possivel do reparo até que as rodas cheguem a tres passos adeante da bocca do obuz, o da v. m. pela esquerda até que cheguem suas rodas na altura das do carro, onde pára afim de receber a munição, feito o que avança, o necessario para engatar obliquanto á direita e logo depois á esquerda.

Ao chegarem os armões a seus logares, os chefes de viatura commandam «alto». O M 2 salta do respectivo armão e todos os serventes collocam-se nas posições indicadas no caso de «em acção para a frente», excepto o M 2 e o M 1 que recolhem a munição; o reparo faz meia volta pela direita, pião na roda do C 2 e engata; feito isto, o C 2 e o C 4 vão auxiliar o serviço do carro, que só engata depois de guardada a munição. Engatadas as viaturas, os serventes sobem immediatamente aos cofres.

A v. m. para pôr-se em movimento espera que possa occupar seu logar atrás da v. p.

218. Metter armões para a retaguarda! – Marche! E’ o caso mais frequente, por ser o único, que, em geral, permitte a execução do movimento ao abrigo das vistas.

Ao primeiro commando os serventes procedem como no caso precedente e os C c, M 1 e C 4 collocam a munição sobre o carro, voltam-no pela esquerda, pião na roda esquerda, e o conduzem até 10 passos á retaguarda da pá da conteira. Todos abrigam-se.

Ao segundo commando os armões avançam em direcção a um ponto situado cerca de oito passos á direita da conteira (flecha do carro) e a oito passos antes desse ponto iniciam a meia volta pela esquerda, collocando-se em posição para engatar, lança no prolongamento da flecha. Os serventes engatam e depois sobem aos cofres, os da v. m. guadando primeiramente a munição; o C 2 e o C 4, engatado o canhão, auxilio no carro.

Si o terreno é muito pesado e o carro esta carregado, pode-se metter armões commandando antes da vóz de marche: Carros firmes! Os carros apenas voltam as flechas para a retaguarda. Os armões dos canhões – engatam, a viatura-peça avança 20 X e faz alto. Os armões dos carros engatam logo que teem a frente desembaraçada.

219. Metter armões para a direita! (esquerda!) – Marche! Ao primeiro commando os serventes procedem como no n. 218 e voltam as flechas (conteiras) para o lado commandado. Ao segundo commando os armões avançam em direcção á conteira (flecha do carro) e ahi chegando giram a direita (esquerda), devendo os serventes auxiliar nas rodas. Em seguida os serventes engatam os retrotrens e sobem aos cofres, os do carro depois de guardarem a munição; o C 2 e o C 4, engatado o canhão, auxiliam no carro.

Serviço da peça em acção

220. Para a instrucção desse serviço estarão as peças desengatadas com 20 passos de intervallo, carro á esquerda do obuz (164), armões a 20 passos á retaguarda, lança correspondendo á conteira (fIecha).

224. As guarnições, com os serventes préviamente designados pelo C p ou pelo instructor, formam 5 X á retaguarda da peça, nas posições indicadas na figura 10 («formar guarnições») (23).

222. Quando o official instructor quizer fazer observações que devem aproveitar a toda a bateria, mandará: Bateria formar! Os serventes correm a formar com a maxima presteza na ordem de suas peças, os C p na 1ª fileira, tendo cada um á esquerda o respectivo C c, os C 1 a C 5, successivamente cobertos pelo C p, os M 1 e M 2 cobertos pelos C 2; o C p da 2ª peça dá o alinhamento, ficando a dous passos na frente do instructor.

223. Ao commando guarnecer! todos vão rapidamente occupar os seguintes postos: o C 1 e o C 2 nos respectivos bancos; os outros ajoelhados, o C 3 junto ao cofre da flecha, o C 4 junto ao olhal da clavija coberto pelos C 1 e C 3, o C 5 na mesma altura que o C 4, coberto pelo C 2, o C c e o M 1 atraz do carro, este á esquerda daquelle, o M 2 de pé, atraz do armão, o C p ajoelhado á esquerda do C 3 (Figura 9).

224. Ao commando pegar na palamenta! todos executam tudo que está prescripto para entrar «em acção» a partir do momento em que os trens estão desengatados e collocados em posição (212).

225. Quando o chão estiver humido, ou para dar algum descanso aos homens sem interromper o exercicio, o instructor póde commandar levantar! (159) o que não se entende com o C 1 e o C 2.

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(23) Cada peça deve ter o respectivo numero (1, 2, 3 e 4) pintado a tinta branca, 12 cm. abaixo do traço de conteiramento. Este algarismo terá 0m,1 de altura.

 

226. Ao commando em acção! Executam-se os movimentos de «guarnecer» e pegar na palamenta».

227. Quando o instructor quizer fazer uma verificação qualquer ou dar alguma exemplificação sem reunir o pessoal na fórma do n. 222 commandará alto! Todos interrompem immediatamente o que estava fazendo e ficam attentos. A execução do serviço prosegue ao commando continuar!

228. Para desfazer a parte já executada de um commando, ou todo elle, quando tiver havido erro, o instructor commandará ultima fórma!

229. Quando afastar os serventes, afim de examinar qualquer serviço feito na peça, commanda-se formar guarnições! Todos os serventes formam em accelerado a cinco passos atrás da conteira, o C 3 no prolongamento desta, o C 2 á sua direita, o C 1 á sua esquerda, o C 5 cobrindo o C 2, o C 1, o M 1 á esquerda do C c, e o C p á esquerda do M 1 (Fig. 10). Voltam a seus postos ao commando «em acção».

230. Ao commando atacar a palamenta! (como em qualquer dos casos de «meter armões») os serventes desfazem em ordem inversa os movimentos que executaram para «pegar na palamenta», pondo o C 1 todas as graduações da luneta a zero (224).

231. Para que todos os serventes sejam instruidos nas diversas funcções (160) o instructor fará algumas vezes trocar postos, commandando por ex. C 3 e C 4, C 1 e C 2 trocar postos!

232. A braços para frente (retaguarda!) – Marche! Ao primeiro commando os serventes tomam as seguintes posições: C 1 e C 2 nas respectivas rodas, C 5 e C 4 na conteira, C 3 no leme, M 1 e C c respectivamente juntos ao C 5 e C 4, C p junto ao olhal da clavija, quando não tiver de ir á frente (retaguarda) para marcar o ponto em que deve ficar o obuz.

Ao segundo commando o C 3, o C 4 e o C5 levantam a conteira auxiliados pelo C c e M 1; o C 1 e C 2 seguram junto á corôa dous raios situados approximadamente em angulo recto e impellem as rodas mudando as mão em cada quarto de volta; o C p auxilia na pá da conteira si for necessario.

No movimento «a braços para a retaguarda» o C c e o M1 agem na face anterior do escudo applicando as mãos abertas em altura correspondente á janella do collimador. O C c e o M 1 podem tambem ajudar agindo nos tirantes presos as arandellas.

E’ terminantemente prohibido applicar esforços em logares não prescriptos aqui, especialmente no supporte dos bancos, na haste de protecção, berço e no obuz.

Uma vez a peça no logar, o C c, o M 1, o C 4 e o C 5 conduzem o carro agindo o C 4 na aza esquerda, o M 1 na direita e o C c e o C 5 na face posterior do cofre ou no olhal da clavija (no caso de recuar); si for preciso mais auxilio o C 3 e o C 2 agem nas rodas.

Si o carro não deve seguir o obuz, isto será indicado pelo commando «carros firmes».

Em terrenos muito difficeis os serventes da outra peça da mesma secção prestam auxilio da seguinte fórma: o C 5 e o C 4 puxando cada um por uma corda (24) que engatam no rancho da arandella e passam sobre o hombro; os outros serventes conduzem o carro ao seu logar. O C p póde ordenar que o 3º servente apoie o leme ao hombro e nas descidas fortes póde mandar voltar a conteira para o lado de cima.

Uma vez a primeira das peças da secção em seu logar, os C p, C 1, C 2 e C c tratam de pôl-a «em acção», emquando os outros vão auxiliar a segunda peça.

No movimento do carro a braços, é preciso primeiramente rebatel-o e no movimento do obuz carregado, a cunha deve ser travada.

Execução de tiro

233. Os commandos para abertura do fogo devem indicar os elementos de tiro na seguinte ordem: especie de projectil e de modo de funccionamento da espoleta, numero de carga (quando for o caso), unidade que atira, objectivo, corretor e alça. Na pontaria indirecta, isto é, no caso geral, commanda-se, em logar do objectivo, o modo de pontaria e o angulo de sitio, e depois, da alça as derivas. Os commandos subsequentes indicarão apenas os elementos que houverem de ser alterados e na mesma ordem acima estabelecida; para a alça, porém, no caso de não haver alteração, commandar-se-ha «mesma alça».

234. A deriva é commandada designando-se successivamente os numeros para o prato e para o tambor sem o emprego desses dous vocabulos.

Não havendo numero para o prato, ou para o tambor, ou sómente para as dezenas deste, é preciso empregar a palavra zero no logar correspondente. Exemplos: «deriva, 30.25!» «zéro 60!» «60 zéro!» «30. zéro 5!»

Identicamente se commanda a alça, dispensado, porém, o emprego da palavra zéro quando ella importar em um multiplo de 100. Exemplos: «Alça 6!» «Alça 9.50!» «Alça 25.25!» «Alça 50!»

235. O instructor (chefe de peça) deverá préviamente indicar qual a situação da praça na bateria, por exemplo, a peça é a 2ª da direita, para que os homens possam executar as as operações de modo adequado.

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(24) Essa corda, que póde tambem ser tirante sobresalente, deve ser conduzida em cada reparo estendida do lado externo das falcas, do supporte dos bancos ás azas da conteira.

 

236. Todos os serventes devem a cada momento saber quaes os elementos do tiro e o instructor deve fazer frequentes verificações nesse sentido, procedendo com methodo, isto é, começando pelos commandos mais simples e contentando-se com a resposta de um ou dous elementos, até chegar a fazer qualquer servente repetir os commandos integralmente. Com este exercicio os homens ficam preparados para desempenhar bem as funcções de repetidores na cadeia de transmissão (259).

237. Ao commando Shopnell tempo (percursão I) o M I toma um cartucho da linha inferior de alvcolos (havendo munição descarregada do armão da peça lança mão primeiramente delle), retira o grampo de segurança da espoleta e procede como no n. 206.

Ao commando Granada I o C E toma um projectil da linha inferior de alveolos (havendo munição descarregada do armão lança mão primeiramente della, prepara a espoleta, recebe o estojo do M I, prepara o cartucho e passa-o ao C 4.

O C 3, recebendo o cartucho faz o carregamento si é o caso disto (266 a 272). A indicação de objecto (ou do ponto de pontaria) o C p. C 1 e C 5 procuram-n’o e uma vez aprehendido, o C 1 e C 5 fazem a pontaria, depois de graduados os instrumentos, de accôrdo com os commandos de alça, angulo de sitio e deriva.

Ao commando Tal peça –– Fogo, o C 2 procede como está dito no n. 191. Si no tiro granada foi commandada uma carga differente da 5ª, o M 1 compõe a carga commandada antes de passar o estojo ao C e; nos exercicios guarda as partes de carga retiradas nos estojo servidos, calçando-as por cima com panno ou estopa.

238. Terminada a pontaria e C 1 communica ao C p, «prompto» com elevação de vez bastante para que este e ouça.

No tiro real o C 1 e o C 2 nos primeiros disparos isto é emquanto a reparo não estiver ancorado, seguram-se ás escoras do escudo e levantam os pés do sólo (194, periodo segundo) e o C 5 carrega fortemente no leme.

239. Dispara a peça o C 2 abre a culatra apanha com a mão esquerda o estojo extrahido e joga-o para traz (com o cartucho de manejo entrega-o ao 3º servente e este ao 4º: que collaca novamente em um alveolo): o C 1 rectifica a pontaria no caso de pontaria indirecta rectifica a pontaria no caso de ponatria indirecta rectifica a referencia (sitio e deriva) e só então faz a alteração de alça commandada.

Quando se fizer á mão a graduação das espoleta preparado um cartucho gradua-se immediatamente outro nas mesmas condições de modo que ai novo commando, bastará fazer um pequena correcção.

Feito o disparo, a peça só carrega depois de um novo commanda que indique a continuação do fogo, excepto no fogo rapido ou quando tiver sido commandado mais de um grupo. Nos exercicios em geral, não se faz o carregamento com o projectil, bastando apenas simulal-o.

240. Para suspender o fogo por algum tempo, ficando-se entretanto «em acção», commanda-se – Alto! Cessar fogo!

As peças carregadas descarregam e, posta a espoleta do shrapnell zero na, marca e passado o grampo de segurança, a da granada na posição de transporte, recolhem-se os projectis e os estojos com a carga 5 ao carro: a culatra fica aberta, o M 1 e o C 4 recolhem os estojos vasios. Essa pausa é aproveitada para limpeza do material e pequenas reparações e feito isto, os serventes ficam em seus postos, abrigados, e vontade. Si for preciso, aprove aproveita-se o «cressar fogo» gata fazer o remuniciamento (25).

241. Quando se tenha de suspender o fogo para mudar de posição commandar-se – ha – Alto! Mudança de posição! A peça descarregar e a guarnição atraca a palamenta.

242. Quando a suspensão do fogo se impõe para deixar passar uma rajada de fogo da artilharia inimiga, commanda-se – Alto! A brigar!

Todos interrompem n serviço e procuram utilizar o melhor possivel a cobertura proporcionada pelos escudos.

Mudança de modo de funccionamento da espoleta e da especie de projcetil

244. Commandos: Tempo! ou Percussão ou Com retardo! ou Sem retardo!

Mudando-se de projectil: Shrapnell tempo! ou Shrapnell percussão! ou. Granada!

Estando o projectil preparado para o tiro mas não introduzido na camara ao commando de outro modo de funccinamento da espoleta,. faz – se a alteração comandada. Havendo ao mesmo tempo mudança de projectil, o cartucho preparado é disposto para o transporte e recolhido aos alvelos tomamdo-se um outro da especie commandada.

Estando a peça carregada quando se commanda uma alteração na espoleta eu outro projectil, ella só é descarregada para serem executados os commandos quando o projectil é o shrapnell.A peça que nessas condições atira com projectil diverso do commandado ou com a espoleta disposta de outro modo, deve avistar ao commandante da bateria, antes do disparo.

Para passar de tiro de shrapaell de tempo á percussão em distancia muito menor não é preciso descarregar a peça.

Mudança de objectivo

V. ns. 282 e 283.

            Mudança de trajectoria

245. Commando Cargo 1 (2. 3, 4)!

A carga a empregar de accôrdo com a distancia tira-se da primeira pagina da tabella de tiro: para uma dada distancia n carga mais conveniente, para o tiro mergulhante é aquella cujos angulos de tiro e de quéda estão enquadrados em traços pretos.

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(25) Estando a peça carregada com granada, é preferivel disparal-a sobre o objectivo antes de cessar o fogo.

 

Para evitar continuadas mudanças de cargas, convém, quando a distancia do tiro é a do limite superior de uma carga lançar não da carga seguinte:

Ao commando da cargo, o C 1 dispõe o registro de cargas para o numero commandado e toma a alça na escala correspondente: n M 1 procede como no n. 237.

Si um cartucho já está carregado com outra carga, o C 2 extrahe o estojo e passa-o ao C 3 que compõe a carga commandada e carrega novamente, entregando ao M 1 as partes de carga retiradas ou recebendo delle as que faltam para completar a carga.

Para passar do tiro mergulhante ao tiro rasante: carga 5! ou Shrapnell, tempo! (percussão).

ESCOLA DE BATERIA

Generalidades

246. A segurança e uniformidade dos artilheiros no serviço da peça a perfeita harmonia do conjunto da guarnição e a completa disciplina de fogo, são as condições basicas para o bom tiro da bateria; as difficuldades inherentes ao tiro deposição coberta devem ser vencidas mediante instrucção meticulosa.

Os exercicios de tiro simulado na bateria devem ter logar e anno inteiro; tem falta de serventes promptos deve-se fazel-os - com a guarnição reduzida, trabalhando mesmo só com as viaturas peças, Nesse caso o C 5 desempenha as funcções do C 2. e C 3 faz o conteiramento e o C p a regulação das espoletas.

247. O commandante da bateria pela resolução prompta, pelo bom commando pelas disposições acertadas e pelo cuidado de sua transmissão rapida e exacta concentra todas as energias da bateria. para o combate. O seu exemplo mantém a disciplina de fogo nos momentos decisivos.

Elle póde delegar temporariamente o commando da bateria a um subalterno ou attribuir missão especial a uma

248. Os commandantes de secção apoiam o commandante da bateria, secundando-o intelligentemente em suas disposições fiscalizam as guarnições cuidam da rapida apprehensão do objectivo ou do ponto de pontaria e manteem a ordem do serviço no tiro. Elles dão as indicações de delalhe sobre a repartição do fogo e as correcções individuaes de deriva. Quando o processo de pontaria commandado pelo capitão não puder ser empregado em algumas das peças, determinam qual o processo que no caso tal peça deve empregar.

Providenciam sobre o remuniciamento opportuno e, no caso de baixas regulam a distribuição dos serventes nas peças de sua secção. Repetem os commandos do capitão, a partir do lado em que elle se achar, da direita si ella estiver no centro, pronunciando-os com elevação de voz sufficiente para que o outro commandante de secção e o da bateria os ouçam.

Recebido o signal aos chefes de peça (249), os commandantes de secção participam ao da bateria «tal secção – prompta». Estando este fóra do alcance da vóz, o subalterno mais antigo transmitte-lhe tal participação levantando o braço direito na vertical; nos exercicios de tiro simulado participa que foram feitos os disparos commandados, fazendo o gesto de «fogo». Quando occorrer o caso, participa ao commandante da bateria; «tal peça não atira (não atirou)».

Providenciam para as reparações de urgencia na linha de fogo.

249. Os chefes de peça tratam da conveniente installação dos retrotrens (obuz e carro) auxiliam o apontador e o conteirador na procura do objectivo ou do ponto de pontaria e fiscalizam o serviço dos serventes, especialmente as graduações e niveis, cuidando no caso de pontaria referida que, emquanto o reparo não estiver ancorado, o C 1 após cada disparo rectifique a referencia da direcção antes de fazer qualquer alteração de deriva acaso commandada.

Recebido o aviso «prompto» do apontador (238), o C p verifica si tudo está prompto e depois levanta o braço direito na vertical e assim o conserva até que o commandante da secção lhe faça signal de que está sciente.

Quando por qualquer motivo uma peça não possa atirar, o respectivo C p avisa o commandande da secção.

Observam sua peça, particularmente a culatra e o recuo sobre o reparo: si o obuz não volta inteiramente em bateria, dão aviso immediato ao commandante da secção todavia, durante o tiro de efficacia não interromperão o fogo si afastamento não exceder de 12 centimetros.

Nos movimentos a braços com a peça carregada zelam para que a cunha seja travada.

No caso de baixas regulam a accumulação de funcções.

250. Nas posições cobertas qualquer que seja o processo empregado para determinar a posição das peças, logo que estas estejam installadas os chefes de peça determinam o espaço morto correspondente ao angulo de sitio commandado. Para isso, terminado a pontaria o C p agchado-se dentro do espaço das falcas visa pela geratriz inferior da alma do canhão e faz o C 1 baixar e faz e C 1 baixar ou levantar a culatra pelo volante de elevação até que a visada tangencia a crista da cobertura depois o C 1 levanta ou baixa a alça até que o nivel do sitometro o fique calado: a distancia lida na alça é a do espaço morto.

Si o obuz estiver carregado a visada será feita pelo collimador da alça a zero. O C p communica ao respectiva commandante de secção o «espaço morto tanto» e este addiciopando-lhe a distancia da secção á crista da cobertura, communica ao commandante da bateria ou ao subalterno mais antigo (257, fim) «alça minima, tanto». As peças não poderão atirar a uma distancia inferior á maior das alças minimas emquanto o angulo de sitio for o mesmo sob pena de incidir tiro na cobertura.

251. Os serventes devem evidenciar a habilidade e segurança adquiridas na escola peça mesmo em circumstanrias difficeis e ainda que fiquem entregues a si mesmos. A exacta graduação das espoletas é exigencia essencial que não póde ser preterida nem pela maxima rapidez do fogo.

Pela accumulação de funcções de outros serventes elles ficam desemharaçados e peraparados para os casos de baixas no combate.

A instrucção deve chegar ao ponto de ser o serviço da peça perfeitamente desempenhado por dous serventes com c C p.

252. O bom exito do tiro depende em grande parte da absoluta segurança dos apontadores.

253. Para tornar a achar facilmente objectivos difficeis de vêr ou para não confumdil-os com outros, recorre-se ebjectos naturaes bem visiveis por meio dos quaes se possa marcar approximadamente a direcção de taes objectivos.

Algumas vezes convém reunir ou os apontadores ou os chefes de peça para indicar para indicar-lhes o objectivo, ou o ponto de pontaria, a deriva e o escalonamentos (si houver).

254. O commandante da bateria póde ordenar que armão do obuz tambem seja descarregada ao entrar a bateria em acção ou que nem o do carro o seja conforme a situação.

A munição descarregada dos armões deve ser arrumada a um passo da extremidade do leme armado (212) emquanto dão forem construidas as trincheiras (264).

Em caso algum os cartuchos serão collocados directamente. Sobre o sólo. Na posição de tiro convém, logo que haja tempo, retirar as granadas do carro e collocal-as por terra, tres passos á retaguarda do carro com o culote para a frete.

255. Na posição, o commandante da bateria póde ordenar o allivio do armamento portatil ou do equipamento dos serventes.

No tiro será permittido aos homens topar os ouvidos com um pouco de algodão frouxo.

256.O commandante da secção abriga-se atraz de um dos carros podendo mudar-se de uma peça para outra quando e serviço o exigir.

257. O commandante da bateria acha-se geralmente em um ponto de onde melhor possa observar e dirigir o fogo de sua unidade. Si esse ponto fôr na linha de fogo deverá utilizar-se da cobertura proporcionada por um dos carros; si não fôr, deverá aproveitar a cobertura natural do terreno ou mandar construir um abrigo com auxilio da ferramenta de sapa (263).

Si de seu posto não puder commandar a bateria á yoz, estabelecerá ligação por telephone, estafetas a pé, ou a cavallo, cadeia de transmissão (repetidores): signaleiros. Em taes casos, o subalterno mais antigo da linha de fogo assume a sua direcção.

A ligação telephonica é a mais segura.

258. A transmissão de ordene pelo telephone, pelos repetidores e por signaleiros deve ser exercitada desde a instrucção de recrutas na escola de bateria sem atrelagem.

259. A cadeia de transmissão é constituida por serventes, de preferencia guarda-armões. Cada homem installa-se ao alcance da vóz do precedente e do seguinte e abriga – se no terreno, deitado, recorrendo á ferramenta de sapa, si fôr necessario:

Os commandos devem ser transmittidos por partes, con stituindo grupos não muito extensos e cada grupo de commandos só será emittido depois que o repetidor seguinte tenha transmittido o grupo precedente. Cada posto fiscaliza a Transmissão feita pelo repetidor, seguinte, corrigindo-a immediatamente, si houver erro ou falta.

Exemplos de transmissão:

1º grupo: Shrapnell tempo! Só a secção da esquerda!

2º grupo: Pontaria á luneta!

3º grupo: Sitio 192! Corrector 8! Alça 30!

4ºgrupo: Derivas da esquerda.

5º grupo: 1ª peça 8.25!

6º grupo: 2ª peça 9.45!

7º grupo: 3ª peça 10. 70!

8º grupo: 4ª peça 12.15!

O commando «fogo» não é transmittido pelos repetidores e sim dado diractamente pelo proprio capitão, ou por alguem seu mando, por meio do gesto correspondente estabelecido.

A cadeia de repetidores não deve exceder de tres ou quatro o homens; caso a distancia exija maior numero, deve-se recorrer á ligação por signaleiros.

260. O ensino da signalização, a composição e attribuições dos postos de signaleiros, assim como a organização do material respectivo obedecerão as «Instrucções para signaleiro» em vigor no Exercito.

Preparo da posição das peças

261. E de grande importancia que as peças fiquem favoravelmente estacionadas e rapidamente ancoradas. Isto requer em geral providencias especiaes que devem ser ultimadas quanto possivel, antes da abertura do fogo.

E' preciso evitar o forte desnivelamento das rodas do reparo ou corrigil-o cavando com o picareta debaixo da roda mais alta. Deve-se apoiar a pá da conteira contra um resalto natural do terreno ou enterral– a um pouco para o que o C 5 cada sobre o punho o leme emquanto o C 1 e C 2 actuam nas rodas para a retaguarda.

Em terreno duro é preciso cavar um sulco para enterrar a pá da conteira.

Assim que disponham de tempo, o C 2, n C 3 e o C 5 lançam aterro contra o escudo inferior até cobrir a abertura existente entre elle e o terreno; depois passam a encher os seccos de aterro (26) para fechar o espaço entre o reparo e o carro.

Trabalhos de sapa

262. Em toda posição de fogo logo que as circumstancias do combate o permittam, deve-se completar tanto quanto possivel com trabalhos de sapa o obrigo proporcionado pelo material e pelo terreno.

E' preciso cuidar principalmente da protecção dos Observatorios.

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(26) Em cada armão devem ser transportados dez saccos vasios de 40 X 120 cm.

 

263. Entrincheiramento dos observatorios – E’ preciso entrincheirar o posto de observação utilizando a cobertura natural do terreno, de modo a reduzir ao minino o trabalho de sapa e prestando a maior attenção, tanto na escolha do local quanto na execução do trabalho, que se reduza ao minimo a visibilidade para o inimigo, pois, mórmente nas posições cobertas das baterias, seus observatorios constituem o mais cobiçado objectivo.

No mesmo sentido é preciso o preciso o maior cuidado ao estabelecer a ligação com a linha de fogo (Telephone signaleiros, cadeia de transmissão) para que não se denuncie o observatorio.

Emprega-se com vantagem os saccos de aterro.

O observatorio deve ser semi-enterrado: faz-se um excavação com espaço para estacionar a luneta para o commandante da bateria (grupo) e o servente da luneta: o aterro é lançado para a frente e para os lados aos bordos da excavação. A cobertura deve ir até um decimetro abaixo da objectiva. A distancia conveniente prepara-se um abrigo para os dous telephonistas, que devem ser tambem signaleiros.

Havendo bastante tempo disponivel antes da abertura do fogo (posição preparada para a defensiva) constrocem-se observatorios entrincheirados seguido o typo indicado nas figuras 4 e 5.

264. Entrincheiramento feito durante o combate V. figura 6.

Com os primeiros sacos de aterro cavado em M prepara-se em logar convemente, uma cobertura provisoria para as cestas de munições. Em seguida excava-se me a, lancando o aterro contra o escudo inferior do reparo; essa escavação não deve ultrapassar a linha distante 40 centimentros do escudo e deve guardar a necessaria distancia da pá de conteira. Continua-se a encher os saccos com o aterro ganho em a e M (27). Atravessam-se quatro ou cinco no espaço existente entre o reparo e o carro, isto é entre as duas rodas internas; os restantes são dispostos obliquamente para a retaguarda, a partir do meio da roda exterior do reparo.

Na falta de saccos essas coberturas serão feitas com aterro solto.

Continua-se a excavação em M. lançando o aterro de modo a formar uma cobertura a partir da roda exterior do carro em direcção obliqua para a retaguarda. Igualmente fez-se um excavação C á retaguarda e por fóra do reparo de modo que não seja compromettida a resistencia do solo na proximidade da pá conteira: o aterro que dahi sae é aproveitado para a cobertura a partir da roda exterior do reparo.

 Nesses trabalhos toma parte toda a guarnição revezando-se, excepto o C 1. E sempre sem prejuizo do tiro.

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(27) Não é preciso atar a bocca dos saccos; basta voltal-a para a frente ou para o lodo onde será prolongada a cobertura.

 

As trincheiras M e C são para os serventes e para a munição; devem attingir a profundidade de um metro pelo menos e estendem-se para a retaguarda á medida do desenvolvimento da cobertura, a qual deve chegar a um metro de altura. Contra estilhaços de projectis que arrebentam a retaguarda póde-se dispôr um paradorso por traz das trincheiras; as terras para isso são tiradas do exterior.

265. Entrincheiramento preparado antes do combate –– Dispondo-se de tempo antes de começar o combate para preparar uma fortificação passageira de artilharia, emprega-se o typo representado na figura 7.

Póde ser necessario executar taes obras á noite; então é preciso ainda de dia marcar o seu traçado, designando as posições das peças e a direção principal de tiro. A excavação tem a profundidade de 70 centimetros (cabo da pá) e comprehende tres secções.

I) a trincheira do material com quatro metros de frente e quatro de largo para o obuz e dous e meio para o carro;

II) a trincheira do pessoal com dous metros de frente deslocada para a direita; a largura é 1m.60 (dous cabos de picareta) e no meio occupando um terço da largura, há um fosso de 40 centimetros de profundidade, formando duas banquetas;

III) a rampa de accesso com dous metros de frente e 2m, 50 (tres cabos de picareta) de extensão, face direita no prolongamento da 1ª secção.

O aterro é lançado em torno das faces anteriores e lateraes das trincheiras I e II deixando na frente a canhoneira no prolongamento do eixo da rampa, com um metro de largura na bocca do canhão e quatro de largura a dous de distancia. A altura do aterro é de 80 centimetros(um cabo de picareta) e sua extensão é de dous metros. Em ultimo logar são construidos os para-dorsos com 1m, 60 de largura na base sendo o aterro obtido fóra das trincheiras.

Empregam-se os saccos de aterro nas faces da canhoneira as quaes na falta delles devem ser revestidas de leivas fachinas, etc. de modo a impedir o levantamento de poeira por occasião dos disparos.

A face anterior da trincheira do material póde ter o talude 1:1 porém todas as outras faces internas da excavação e do aterro devem Ter no maximo o talude 2:1: se o terreno a isso não se prestar será preciso lançar mão dos revestimentos (leivas fachinas, taboas, saccos de aterro pedra secca etc.). E’ preciso dessimular a obras, isto é dar-lhe o aspecto exterior do terreno que a circumda.

Especies e velocidade de fogo

266. Grupo de tiros – E’ constituido por um disparo de todas as peças da bateria sem intervallos... 1 grupos (2, 3 grupos)! Cada peça atira a commando do respectivo C p assim que estiver prompta, fazendo tantos disparos quantos os grupos commandados. Para que os disparos de um grupo de tiros não sejam muito dispersos convém que o capitão ou o subalterno mais antigo da linha de fogo (257, fim) se de esse commando quando todas as peças estiverem promptas e é preciso que os C p só commandem« fogo» depois que o segundo commandante de secção tenha repetido o commando.

267. Fogo escalonado. Esta especie de fogo só se emprega com sht. Alça 30! Escalonar! 1 grupo! «Escalonar» significa augmentar a alça da direita para a esquerda de 100, de uma peça á seguinte.

Escalonar por secção! Significa que as duas peças da secção da direita atiram com a alça commandata, as duas da outra secção augmentam-na de 100.

O escalonamento póde deixar de ser de 100 devendo então ser indicada sua grandeza no commando... Alça 40! Escalonar de 50! 1 grupo!

268. Salva – E’ constituida pelos quatro disparos successivos das peças de bateria.

....Uma salva (2, 3 salvas)!

Da esquerda, um salva (2, 3 salvas)!

As peças disparam successivamente, a partir da direita (as esquerda), a commando dos respectivos commandantes de secção, com intervallo de cinco a seis segundos, recomeçando a da direita (da esquerda) depois que a ultima tenha disparado se si houver commandado mais de uma salva. Si uma peça não ficou prompta o fogo passa adianta e ella só atirará quando lhe tocar de novo a vez.

O intervallo dos disparos póde ser augmentado ou diminuido. No primeiro caso o capitão commandará:...... – Fogo lento! I salva!. No segundo caso:..... – Fogo vivo!... os disparos succeder-se-hão com intervallos de um a dous segundos. Para voltar á salva com intervalos normaes o commando será:..... – Fogo habitual!............

269. Fogo por peça...... Por peça da direita (esquerda) Fogo! O commandante de secção faz disparar a peça que estiver na vez, esperando para cada uma o commando «fogo» dado pelo capitão.

Para prosseguir nessa especie de fogo, o cammandante da bateria depois de cada quarto disparo commanda continuar! si os elementos de tiro forem os mesmos ou commanda novos elementos.

270. Fogo rapido – Cada peça dispara a commando do respectivo Cp assim que estiver prompta, fazendo-se todo o serviço com a maxima, presteza sem prejuizo da exactidão, especialmente na graduação das espoletas. Para passar desta especie de fogo a uma outra, commandar-se-ha, a-l-t-o! e a nova especie fogo.

271. Caso particular. Quando, exepcionalmente, o commandante de bateria, não quer executar o tiro com toda a bateria commanda:

Só a secção da direita (esquerda) ou Só tal peça!

Logo que, em seguida, elle queira restabelecer o tiro com toda a bateria, commandará: «Toda a bateria!».

272. Qualquer que sejam a especie e a velocidade do fogo na bateria, cada peça só atira ao commaado Tal peça – fogo! dado pelo respectivo chefe de peça, depois de completa a pontaria.

 

Direcção da pontaria e repartição do fogo

Pontaria directa (caso inteiramente excepcional)

273. No caso excepcional da pontaria directa, sendo designado o objectivo aos apontadores, cada apontador dirige sua peça sobre a parte do objectivo que lhe fica defronte; si for uma linha, sobre o meio do quarto correspondente.

Pontaria indirecta (caso geral)

274 I)....Pontaria reciproca sobre, tal peça! Sitio 205! Alça 30!.....

II).....Pontaria á luneta! Direcção geral! Sitio 215! Corrector 12! Alça 28.....

III)....Ponto de pontaria, á direita, chaminé! Sitio 195! Corrector 14! Alça 20! Deriva 12.40! Escalunar de 5!.....

Nos casos I e II, conteiradas as peças (189) são immediatamente apontadas em altura (sitio e alça) o só depois de completada a direcção faz-se a correcção necessaria.

275. No caso de pontaria reciproca a direcção da peça base é dada: por pontaria directa, com emprego da haste de alongamento ou orientando-a o capitão a cavallo ou de um ponto elevado á retaguarda; por pontaria indirecta, pela luneta de bateria ou sobre um ponto á frente ou á retaguarda, na linha peça-objectivo (balisamento da direcção).

No caso de pontaria á luneta cada peça recebe sua deriva da luneta de bateria (189).

276. Orientar o plano de collimação da luneta de bateria – Chama-se plano de collimação da luneta de bateria o plano de visada 0 – 32. Orientar esse plano é tornal-o parallelo ao plano de tiro da peça base, determinando-se para isso a deriva inicial com que se ha de apontar a luneta ao objectivo. A grandeza dessa deriva, inicial é medida pela parallaxe do objectivo (isto é, do ponto correspondente peça base) em relação á distancia peça base – luneta de bateria e é positiva ou negativa conforme a luneta se achar esquerda ou á direita do plano de tiro base.

Essa parallaxe obtem-se pela divisão de duas distancias que teem a origem commum na peça base: numerador, sua distancia á linlia luneta-objectivo (seno); denominador, sua distancia ao objectivo (raio).

277. A distancia da peça base á linha luneta-objectivo determina-se: por estimação, pelo percurso á passo ou por meio da lunta de bateria se essa distancia for grande e convier maior rigor.

Para medir a distancia por meio da luneta, o commandante da bateria póde mandar marcar uma base junto á linha de fogo: o subalterno que a dirige (257, fim) colloca-se em um ponto conveniente nas proximidades da peça base, volta-se para a luneta de bateria ou para o ponto onde ella ha de ser estacionada e manda que se colloquem alinhados por elle á direita e á esquerda os dous C p de sua secção cada um á distancia de 12 passos; os doud C 4 medem a partir do official a extensão de cinco balisas (9 metros) cada um em direcção ao respectivo C p. Ahi plantam as balisas com os C p aguardam a ordem de retirar transmittida pelos signaes «base, conclusão».

Com a luneta de bateria mede-si a extensão millesimal dessa base de 18 metros repetindo a operação até que duas medições successivas deem o mesmo resultado; dividindo 18.000 pelo numero de millesimos achados tem-se a distancia luneta – peça base, a qual, multiplicada pelo seno do angulo objectivo-luneta-peça base (a luneta dá o decuplo dos senos) dá a distancia procurada, isto é, a perpendicular da peça base á linha luneta – objectivo.

Se o capitão, na escolha da posição para a bateria, notar no terreno dous objectos que se prestem para extremos de uma base mandará medir a passos a distancia entre elles e operará de modo identico ao acima exposto. Igualmente poderá servir de base uma altura conhecida nas proximidades da linha de fogo (poste, arvore, casa, etc.).

278. No emprego do ponto de pontaria (274, III) tem-se que commandar uma deriva-base e um escalonamento. Todas as peças visam o ponto de pontaria com a deriva já escalonada, isto é, não devem apontar com a deriva-base para só depois fazerem o escalonamento.

Estabelece o parallelismo commandando um escalonamento das derivas igual á parallaxe do ponto de pontaria em relação á frente de secção. Elle é additivo se a peça base for a extrema direita, estando o P p na frente da linha de fogo ou a extrema esquerda, estando P p na retaguarda; inversamente, elle é subtractivo quando a peça base for a extrema esquerda estando o P p na frente, ou a extrema, direita estando o P p na retaguarda da bateria.

A grandeza e o sentido do escalonamento, quando não forem commandados pelo capitão serão determinados pelo subalderno que dirige a linha de fogo. A grandeza do escalonamento, isto é, a parallaxe da frente de secção é determinada do seguinte modo: sejam P1 e P2 as duas peças de uma secção; o official collocado em P2, por exemplo (ou na linha p2 – P p), volta-se para o P p e avalia a distancia do P1 á linha P2 – P p, que dividida pela distancia P1 – P p dá a parallaxe procurada.

Quando o capitão não tiver determinado esse escalonamento, commandará Buse, tal peça! o que será a indicação bastante para que o subalterno complete a operação.

O commandante da bateria poderá tambem deixar a escolha do P p ao subalterno que dirige a linha de fogo, o qual receberá então sómente a deriva para a peça base que será apontada pela luneta de bateria (276); em tal caso bastará depois de designar peça ou a Secção de regulação, commandar.....tal peça, pontaria á luneta!....... deriva tanto – tanto!

279. Em qualquer desses taes processos de pontaria indirecta, quando o fogo tenha de ser repartido sobre uma frente maior (menor) do que a da bateria, bastará fazer um novo escalonamento igual ao terço da differença de frente, que será additivo (subtractivo) se a peça base for a extrema direita, subtractivo (additivo) se for a extrema esquerda.

Se de antemão se sabe que existe tal differença de frente deve-se corrigil-a, isto é, abrir ou fechar convenientemente o feixe de trajectorias, antes do rompimento do fogo.

___________________

(28) Não haverá confusão porque esse commando terá sido precedido do de «base, tal peça» ou «tal peça, pontaria á luneta» (278).

 

Este escalonamento é sempre determinado pelo commandante da bateria. No caso do emprego de P p, quando elle delegar ao subalterno que dirige a linha de fogo a determinação das derivas de parallelismo, deverá transmittir-lhe esse escalonamento supplementar commandando..... Escalonar (esc. da esquerda) de tanto (menos tanto)!

Quando o feixe está formado e orientado, o commandante da bateria póde, com vistas a uma utilização ulterior, fazer inscrever as derivas com o commando «Inscrever!».

A direcção da pontaria e a repartição do fogo podem ser feitas sobre o objectivo ou, na ausencia deste, sobre frente da zona do terreno que toca á bateria vigiar. Apparecendo um objectivo, transporta-se o tiro sobre elle por um commando adequado de deriva e escatonamento como se se tratasse de uma mudança de objectivo.

280. A deriva-base determina-se por um dos seguintes processos:

a) collimada a luneta de bateria (276), medir a deriva do P p em relação a esse plano de collimação e calcular a parallaxe do ponto de pontaria em relação á distancia luneta – peça base. Chamando e a deriva-base, n a deriva do P p lida na luneta e p a citada parallaxe (que se determina dividindo a distancia da peça á linha luneta – P p pela distancia peça base P p) ter-se-ha: e = n p.

Quando a primeira distancia for maior do que um quinto da segunda, recorre-se aos processos b ou c, afim de evitar erro consideravel ou um calculo mais complicado para achar p.

O signal que precede p determina-se pela seguinte consideração. O operador na luneta olha o P p: si a luneta assim estiver á direita do plano de visada da peça base o sinal de p será mais, si a esquerda, será menos.

Póde-se appplicar tambem a seguinte regra: p tem signal contrario ao de o quando o P p e o objectivo ficam do mesmo lado da linha luneta-peça-base ou do seu prolongamento: tem o mesmo signal quando ficam de um lado dessa linha:

b) capitão procede como para apontar a bateria pela luneta determinando, porém, a deriva sómente para a peça base; seja dessa deriva. O comandante da secção respectiva faz medir com a luneta da peça base o angulo que separa a luneta de bateria do ponto de pontaria; seja m esse angulo. A deriva base será e = d + m.

O signal será mais quando o commandante da secção, voltado para a luneta, vir o P p á sua direita, menos quando á sua esquerda;

c) o commandante da bateria determina d como no caso precedente; com essa deriva apontar-se a peça base pela luneta de bateria e em seguida refere-se á direcção ao P p. Essa deriva de referencia será a deriva-base para toda a bateria.

Nota – O outro elemento da pontaria indirecta, o angulo de sitio é estimado ou determinado na carta ou por meio da luneta de bateria. Se a differença de nivel entre a luneta e a linha de fogo for pequena (por exemplo cinco metros para objectivos a distancias médias de combate ou superiores pode-se desprezal-a, isto é, commandar para a bateria o angulo médio.

Sendo preciso levar em conta a differença de nivel, o essencial é o sentido da correcção cuja grandeza pode-se determinar por estimação. Querendo no mesmo caso determinar directamente o angulo de sitio, divide-se pela distancia da bateria ao objectivo a differença algebrica das differenças de nivel de cada um destes pontos (objectivos e bateria) em relação á luneta; estas differenças se obteem multiplicando o angulo de sitio de cada um destes pontos pela correspondente distancia á luneta.

Abertura do fogo

281. Exemplos de commando:

1. Granada! Carga 5.! Toda a bateria! Ponto de pontaria á retaguarda, canto esquerda da casa grande da fazenda! Sitio 215! Alça 32! Deriva 29.45! Escalonar da esquerda de 15! 1 salva!

2. Shrapnell tempo! Toda a bateria! Pontaria á luneta! Direcção geral! Sitio 192! Corrector 8! Alça 30! Derivas da esquerda! 8.25! 9.25! 10.70! 12.15! Da esquerda por peça! Fogo!

3. Granada! Carga 5! Toda a bateria! Ponto de pontaria á retaguarda, para-raio da torre da igreja! Sitio 196! Alça 20! Deriva 28 zéro! Escalonar da esquerda de 15! Da esquerda uma salva!

4. Shrapnell tempo! Toda a bateria! Pontaria á luneta! Direcção geral! Sitio 200! Corrector 8! Alça 25! Deriva 15.30! Escalonar de 3! 1 Grupo!

5. Granada! Toda a bateria! Em frente carro de assalto! Alça 16! 1 Grupo!

6. Shrapnell percussão! Só a primeira peça da direita! Pontaria reciproca sobre a primeira peça da esquerda! Sitio 185! Alça 20! Fogo!

Exemplos de commandos subsequentes aos de abertura do fogo (continuação do exemplo 1):

Alça 32! 1 salva!

Alça 30! 1 salva!

Carga 3! Alça 31! 1 salva!

Alça 32! 1 salva!

Alça 31.50! 1 salva!

Alça 31.75! 1 Grupo!

Mesma alça! 2 Grupos!

Com retardo! Mesma alça! 1 Grupo!

Mudança de objectivo

382. Na pontaria directa, caso inteiramente excepcional, procede-se como para a abertura do fogo, designando-se o novo objectivo, pode-se, precedendo a sua designação, fazer o commando:...tantos millesimos á direita (esquerda)!... indicando approximadamente a distancia angular lateral do novo objectivo ao antigo.

Para esse fim deva-se instruir o pessoal (estalonamento da mão), estalonar a aresta superior do escudo tomando para ponto de vista a extremidade do leme armado.

Si as peças estiverem referidas, o prato, o tambor e o reflector da luneta vão a zero.

Na pontaria indirecta, caso geral, todos os elementos de tiro que não forem commandados de novo são conservados; a nova direcção das peças deve ser dada geralmente por um simples commando de deriva; todavia, poder-se-ha excepcionalmente proceder em relação ao novo objectivo como se fez na primeira pontaria.

Querendo-se, depois de diversas mudanças de direcção por meio de derivas, voltar á direcção correspondente á deriva inscripta, bastará commandar... referencia! (179).

283. Si a mudança de direcção fôr muito forte, de modo que a obliquidade dos planos de tiro sobre a linha das peças se approxime de 600 millesimos, o capitão dá nova direcção a uma das peças e commanda mudar de frente sobre tal peça!

A esse commando as peças, escepção da designada, seguem a braços para o novo alinhamento, cumprindo aos commandantes de secção velar por que os intervallos não fiquem reduzidos.

Para abreviar a operação, a mudança de frente, deve ser feita sobre uma peça do meio. Os carros só serão deslocados para junto de seus obuzes si isto fôr necessario e sem retardar o rompimento do fogo.

Si o commandante da bateria não estiver nas vizinhanças da linha de fogo cumpre ao subalterno tomar a iniciativa da mudança de frente quando necessario.

Para romper o fogo para a retaguarda, o commando é: Bateria – á retarguarda. Obuzes e carros voltam de frente á retaguarda nos logares em que se acham, os armões e cavallos de reserva desembaraçam a nova frente passando para a retaguarda pelos flancos da bateria.

Fogo com cartucho de festim

284. Empregando-se cartuchos de festim é prohibido haver munição de guerra na linha de fogo.

Aos commandos de «cessar fogo» ou «metter armões» os C p mandam descarregar as peças; os commandantes de secção teem a responsabilidade pela execução dessa medida.

ESCOLA DE GRUPO

285. Os exercicios de grupo (6) teem por fim desenvolver a segura conducção do fogo e o entendimento mutuo dos commandantes de grupo e das baterias. Elles baseam-se em uma situação de combate e subordinam-se ás prescripções para a conducção dos fogos.

Dar-se-ha grande importancia aos serviços de reconhecimento de objectivos, participações, transmissão de ordens, especialmente por telephone e signaleiros.

SEGUNDA PARTE

INSTRUCÇÃO COM ATRELLAGEM

Escola de conductor

Generalidades

286. A escola de conductor tem por objecto:

1º, habituar os conductores de uma mesma viatura a concordar os esforços de suas atrellagens de modo a assegurar, em todas as andaduras, a tracção regular da viatura em uma direcção determinada;

2º, ensinar aos conductores os movimentos individuaes que as viaturas ou os armões tenham que executar na bateria;

3º, ensinar aos conductores a poupar os seus cavallos, regulando a acção de cada um delles de accôrdo com as difficuldades da tracção.

A instrucção sobre a tracção das viaturas é a parte mais importante da escola do conductor; só se deve passar ás evoluções quando os conductores conhecem e applicam bem os principios da tracção em linha recta; aliás, o instructor nunca cessa de aperfeiçoar a sua instrucção sobre este ponto. Logo que é possivel confirmar a instrucção em terreno variado, não se deve hesitar em o fazer; quando isto não fôr possivel, será remediado até certo ponto creando-se, no terreno de manobras, pistas comprehendendo um certo numero de fossos, de perfis variados e traçados em differentes direcções, assim como elevações com rampas mais ou menos ingremes com o perfil, por exemplo, de uma estrada em aterro, mais ou menos elevada em relação ao sólo natural. Tambem exercita-se frequentemente os conductores a trabalhar com o material carregado.

Durante os descansos, o instructor interroga os conductores para se certificar da bôa assimilação dos principios da conducta das atrellagens e da bôa comprehensão da execução dos movimentos.

O instructor deve sempre exigir que o arreiamento esteja perfeitamente ajustado.

Aproveita os descansos para determinar a substituição das partes que se tenham desarranjado durante o trabalho, e interrogar os conductores sobre o ajustamento dos arreios.

Preparo do cavallo para a tracção

287. A instrucção de equitação tem logar segundo o respectivo regulamento, dividida a bateria em categorias distinctas: sargentos, conductores e artilheiros (22); cada uma dellas subdivididas em turmas segundo o R. E. C.

Devem ser empregados todos os esforços para que todos os cavallos sejam educados como animaes de montaria.

288. Os meios a empregar no preparo do animal novo para a tracção e a gradação a seguir dependem principalmente do temperamento delle. E’ necessario empregar toda a calma e paciencia no ensino. Começa-se por habituar o animal ao arreiamento de tracção. Deve-se ter todo o cuidado na applicação da molhelha e em fazer sentir pouco a pouco o contacto dos tirantes. Depois passa-se aos ensaios de tracção na mão, prolongando o par de tirantes por outro par: primeiramente trata-se de habituar o animal sómente ás batidas e á pressão dos tirantes tensos contra a perna; depois, emquanto um homem conduz o animal a mão, outro que segura os tirantes vae com o seu peso augmentando gradualmente a resistencia; depois, ainda augmenta-se o numero de homens nos tirantes. Assim, habituado o animal ao contacto da molhelha e dos tirantes, atrella-se junto de um animal antigo, em uma viatura guiada da boléa.

Por fim constitue-se a parelha com dous animaes novos.

289. Obtem-se uma tracção uniforme e energica, pelo trabalho prolongado ao passo, mesmo em terreno pesado augmentando gradualmente a carga. E’ de grande importancia que a viatura parta sem arranco.

Composição das parelhas

290. As parelhas devem ser constituidas de modo que todas tenham quanto possivel a mesma potencia, sem embargo da diversidade dos pellos. A parelha guia deve ser resistente e agil, pois, é o conductor guia quem mostra o caminho a seguir, e sabe-se pela experiencia, que em geral ella puxa mais que as outras.

Os animaes de maior força e peso vão para o tronco, pois são os que supportam maiores esforços nas partidas e nas paradas.

E’ conveniente atrellar de mão os animaes de temperamento vivo; os animaes novos na tracção devem ir de preferencia na parelha média ou no tronco, de mão.

A igualdade no tamanho dos animaes de cada parelha favorece a uniformidade na tracção.

Rédea do animal de mão

291. A rédea do freio é atada no respectivo gancho existente no cepilho do sellote, a corrediça (passador) dentro do nó. A canna direita da rédea do bridão atravessa a argolla movel da molhelha e é atada (nó falso) em uma alça lateral anterior do sellete. As rédeas devem ficar tensas como se estivessem seguras por um cavalleiro. O conductor segura sómente a canna esquerda da rédea do bridão (rédea de mão). A parelha não é acolheirada.

Segurar e conduzir á parelha a pé

292. A pé firme o conductor está ao lado esquerdo de sua montada, na fórma prescripta no regulamento de equitação; na mão direita elle segura além da rédea do bridão de sua montada, a rédea de mão; na mão esquerda o chicote. Nesta posição tambem elle conduz a parelha a pé.

Si o animal de mão se atraza, o conductor toma a rédea de mão na mão esquerda e fal-o avançar; nas passagens estreitas deixa, da mesma fórma, o animal de mão passar na frente.

Atrellar e desatrellar

293. Formadas as parelhas em linha, na ordem guia, média, tronco, da direita para a esquerda, chefes de viaturas com as respectivas montadas á direita de suas atrellagens, o 1º sargento (em sua falta o C p mais antigo), commanda:

Por parelhas da direita (esquerda), ás peças! – Marche! – Chegadas as parelhas ás viaturas, o conductor tronco faz recuar seus animaes de modo a collocal-os de um e outro lado da lança e os outros conductores collocam suas parelhas em posição.

Ao commando atrellar! os conductores prendem á rédea de mão (nó falso) na argolla da esquerda da molhelha de sua montada, por fóra das respectivas rédeas, penduram o chicote na patilha; o tronqueiro prende os puxadores ao casquilho da lança de modo que esta fique na horizontal ou um ponto abaixo, e em seguida os tres engatam successivamente seus animaes a começar pelo de mão, primeiro o tirante de dentro, depois o de fóra. Os ganchos dos tirantes são engatados de cima para baixo.

Os conductores tomam a posição «sentido». Os C p participam aos commandantes de secção – «tal peça, prompta!» e estes ao da bateria – «tal secção, prompta!»

294. Ao commando desatrellar! dado depois de estar o pessoal a pé, os conductores começam dispondo a rédea de mão e o chicote como para atrellar e em seguida desfazem as operações em ordem inversa; o conductor médio põe a boléa movel a prumo sem desengatal-a; as tres parelhas avançam um comprimento de cavallo e os conductores tomam a posição «sentido».

Participações dos C p e dos commandantes de secção como no numero precedente. Segue-se o commando, retirar por parelhas da direita! (esquerda!) – Marche!

295. Estando as guarnições nas peças, os artilheiros auxiliam o atrellar e desatrellar dos animaes de mão, ficando, porém, os conductores responsaveis pela correcção do serviço.

O C 4 (29) ajuda o tronco, o C 3 na média e o C 1 na guia do canhão; o C 5 (30) no tronco, o C2 na média e o M 1 na guia do carro.

Montar e apear

296. O conductor monta e apêa aos mesmos commandos que o regulamento de equitação consigna para o cavalleiro.

297. Os conductores de cada viatura montam e apeam todos a um tempo, para o que observam o conductor guia. Antes de montar, o tronqueiro desarma o descanso de viatura, auxiliado pelo conductor médio que levanta a lança pela ponta; depois de apear, elle deve armal-o identicamente.

__________________

(29) C 5 nos obuzes.

(30) C 4 nos obuzes.

 

Estando os serventes na peça, é o C 4 quem arma e desarma o descanso da viatura peça e o M 1 o do carro, levantando o tronqueiro a lança pela ponta.

298. Preparar para montar – Desarmado o descanso, os conductores seguram na mão direita, por cima do pescoço do cavallo a rédea de mão, que é alcançada pela mão esquerda e tomam a posição na forma prescripta no regulamento de equitação, segurando tambem a rédea de mão na mão esquerda. O chicote e a ponta da rédea de mão ficam do lado de montar.

299. A cavallo! – O conductor executa o que preceitua o regulamento de equitação, enfia a mão direita na alça de chicote, puxa-o da mão esquerda e o deixa pender entre os dous animaes; em seguida segura a rédea de mão na mão direita, pollegar para cima; a rédea passa entre o dedo minimo e o annullar e sae abaixo do pollegar. A mão direita fica na altura da esquerda e entre os dous animaes.

300. Preparar para apear! – A pé – Desfazer na ordem inversa os movimentos nos ns. 298 e 299.

Ajudas de rédeas e de chicote

301. Ajudas ao animal de montada (sota), segundo o regulamento de equitação.

Para conduzir o animal de mão:

Instigar para a frente – levantar o chicote, e se isto não bastar, bater de traz para a frente, atraz da cilha, no lado direito.

Parar, conter ou recuar – levar a mão para a direita e para traz, distendendo a rédea de mão na direcção da garupa, repetindo essa ajuda até produzir effeito.

Voltar á esquerda – trazer o animal a essa direcção por meio da rédea e, se necessario, instigal-o para a frente.

Voltar á direita – avançar com o sota sobre a espadua do animal de mão e instigal-o para a frente.

Chamar o post-mão – o animal de mão fugindo com o post-mão para fóra da direcção da tracção é preciso tocar-lhe a coxa direita com o chicote, estendendo primeiramente o mais possivel o braço para a direita.

Nas ajudas com a rédea de mão é preciso evitar golpes violentos na bocca.

Toda vez que fôr necessario empregar o chicote, passar a rédea de mão para a mão esquerda.

E’ prohibido bater na cabeça, no pescoço e na garupa.

Se o animal dá couces, é preciso levantar-lhe vivamento a cabeça pela rédea de mão; se elle empina, baixal-a.

Ao commando «á vontade» póde o conductor passar a rédea de mão para a mão esquerda.

Uma ajuda muito importante consiste em fallar aos animaes, incitando-os ou calmando-os.

Marcha do ensino de tracção

302. O ensino das parelhas comprehende o desenvolvimento da tracção uniforme de todos as animaes em todas as andaduras e em qualquer terreno, o augmento da capacidade das parelhas, as conversões e as paradas, a passagem de obstaculos e a conducção no accionamento.

Pari-passu, com estes exercicios vae-se augmentando sua duração.

Tracção nas diversas andaduras

303. A viatura prompta para romper a marcha tem a lança na perpendicular ao eixo das rodas do retrotrem e na horizontal ou a ponta um pouco abaixo, os conductores cobertos pelo guia, os animaes nos tirantes, isto é, os tirantes ligeiramente tensos. O chefe da viatura á esquerda do conductor-guia.

Nos primeiros exercicios de tracção dispensam-se os chefes de viaturas; desde que elles estejam em fórma, os conductores guias subordinam-se a elles.

304. Bateria – marche! E’ preciso que a partida da viatura se faça com a participação de todos os animaes da atrellagem; todos devem avançar sem choque nas molhelhas, isto é, sem arranco brusco nos tirantes. Deve-se instigar a tempo e animal de mão para que a parelha comece a puxar por igual, isto é, para que os dous animaes façam ao mesmo tempo a pressão na molhelha.

O conductor médio e o tronqueiro devem obedecer rigorosamente ao conductor-guia, marchando sempre cobertos por elle e limitando-lhe a cadencia do movimento, sem o que será impossivel ás tres parelhas harmonizarem os seus esforços. Esses dous conductores devem preoccupar-se em que a parelha guia não soffra sobrecarga na tracção, como facilmente acontecerá si não tomarem esse cuidado.

Póde-se diminuir a difficuldade de acertar tres parelhas e tres cnnductores exercitando primeiramente a tracção a duas parelhas.

305. A capacidade de tracção a tres parelhas em linha recta resulta da participação constante de todos os animaes, na tracção, cada um na medida de suas forças.

O animal que puxa arredonda o pescoço, arqueia o dorso e dá a necessaria impulsão com o post-mão. Augmentando o esforço a desenvolver, o antemão torna-se mais baixo, o arqueamento do dorso mais forte e a impulsão mais energica.

Conservando-se correctamente assentado e tranquillo na sella, o conductor facilita o trabalho e a attitude do animal de montada.

306. Convém no começo de cada exercicio fazer a tracção a trote curto, em linha recta e terreno facil. A linha recta offerece a vantagem de poder o instructor inspeccionar ao mesmo tempo todas as viaturas; o mesmo dar-se-ha fazendo a tracção em circulo de raio sufficientemente grande para que não haja sensivel modificação das regras para a tracção rectilinea.

A duração dos exercicios deve ser gradualmente crescente, a principio curta; só depois de visivel adiantamento passar-se-ha aos terrenos variados e difficeis. Pouco a pouco desenvolve-se o trote curto até ao trote normal.

E’ preciso ligar a maior importancia á calma na partida e á tracção uniforme ao passo, em terreno pesado. Gradualmente augmentar-se-ha o peso das viaturas até ao de guerra.

Deve-se praticar tambem a marcha com os conductores a pé, cada um collocado ao lado do seu sota como para a conducção a pé (293); ao lado direito do animal de mão que efferecer difficuldade colloca-se o artilheiro que o ajudou a atrellar (295) e que agora ajuda a conduzir a parelha tomando na mão esquerda a canna direita da rédea do bridão.

Applica-se, p. ex., nas longas marchas ao passo ou em subidas fortes e extensas.

307. Para os primeiros exercicios de trote commanda-se: Bateria – ao trote curto! Para desenvolver o trote média: ao trote!

308. O galope é executado ao commando: ao galope! Convém desenvolvel-o augmentando gradualmente a cadencia do trote. O tronqueiro facilita o inicio do galope, alargando o trote de sua parelha de modo a deixar certa folga nos tirantes das parelhas média e guia. No começo o galope deve ser curto e só após repetidos exercicios dever-se-ha exigir o galope normal. Póde-se ainda passar ao «marche – marche» porém sómente em linha recta.

Parada das viaturas

309. Bateria – alto! (ou andadura inferior). E’ preciso não deter violentamente a parelha tronco para que os animaes se habituem a acceitar a pressão da viatura na retranca e neutralizal-a pela sua massa e força muscular.

O tronqueiro de mão deve receber a ajuda a tempo, de modo que pare ou diminua a andadura com o de montada sem fugir com a garupa. O conductor repete as ajudas de parada até que esteja conseguido o seu fim. Em uma bôa parada a lança não deve ser arremessada para cima. O conductor médio e o guia fazem a parada gradualmente, avançando com os animaes nos tirantes o espaço que o tronqueiro necessita para a sua parada. Este espaço variará com a andadura e o terreno.

Conversões

310. Bateria á direita (esquerda)! ou – obliquar á direita (esquerda)! – ou á retaguarda (pela direita á retaguarda)!

A conversão á retaguarda é feita pela esquerda quando não se commandar pela direita. As conversões são executadas logo que esteja enunciado o respectivo commando e quando se quizer fazel-as mudando de andadura commandar-se-ha a nova andadura antes do commando da conversão. Exemplo (Bateria em marcha, ao passo): Bateria – ao trote á direita.

Havendo espaço bastante, as conversões são feitas de modo que a roda interior do armão percorra um arco de circulo de 8X de raio.

Devendo-se fazer a conversão no inicio da marcha ella só começa depois de percorridos 3X em frente.

As parelhas fazem a conversão successivamente, de modo que todos percorram o mesmo caminho, cada conductor instigando o animal interior a avançar.

O conductor – guia e o médio escolhem o seu caminho attendendo á andadura e ao terreno, de modo que não arranquem o dominio da lança ao tronqueiro. O conductor-médio conduz seu animal interior em direcção ao intervallo dos dous animaes de sua frente e identicamente procede o tronqueiro, forçando sempre a lança para fóra.

O conductor-tronco deve cuidar em conservar a cadencia, fazer correctamente a curva e tomar a nova direcção no mesmo ponto em que o fizeram o médio e o guia.

311. Em terreno pesado e ao passo póde tornar-se necessario que o guia ultrapasse a nova pista e volte a ella depois de assegurada a conversão da viatura.

Em tal caso, para continuar a participar efficazmente na tracção durante a conversão e attendendo ao maior percurso a fazer, elle augmenta a andadura de sua parelha.

Quanto mais duro o chão e mais forte a andadura tanto mais deve o guia apertar a curva; nesses casos raramente elle continuará participando na tracção durante a conversão. Da mesma sorte o conductor-médio.

Em falta de espaço executa-se a conversão mais apertada. Então o guia avança na nova direcção, o médio de accôrdo com o movimento da frente tende para fóra, de modo a evitar que sua parelha pise a parelha guia e se embarace nos tirantes della. O tronqueiro tambem tende para fóra e instiga seu cavallo interior, tanto mais, quanto mais apertada a curva e mais pesado o chão para evitar que a roda do armão toque a falca do reparo. No fim da conversão os tres conductores emparelham de novo seus animaes e o tronqueiro trata de cobrir-se pela frente.

321. Para o primeiro ensino convém fazer executar as curvas com 8 X de raio.

Os exercicios podem ser feitos sobre um grande quadrado ou rectangulo, de preferencia, tendo nos cantos o chão differente. Assim, os conductores perceberão promptamente as differenças na execução das curvas, conforme a natureza do chão. Depois serão objecto de exercicio as curvas mais apertadas.

Finalmente, serão feitos com mais frequencia em terreno pesado e accidentado ou em rampas.

313. Havendo falta de espaço para fazer a conversão retaguarda com as tres parelhas, desengata-se a boléa movel e o tronqueiro executa o movimento só com a sua parelha ou com o auxilio dos serventes. Si nem assim se puder fazel-a, desengata-se o armão e faz-se separadamente a conversão á retaguarda no armão e no retrotem. E póde até ser necessario desengatar a parelha tronco.

Passagem de obstaculos

314. Os exercicios de passagens das viaturas por obstaculos só devem ser feitos depois de obtida a segurança dos conductores e das parelhas na tracção corrente. Podem começar esses exercicios só com os armões. Muitas vezes será necessario augmentar as distancias das viaturas. Si tambem o terreno for pesado, nem sempre convirá que todas as viaturas sigam a mesma pista. Sendo necessario, os artilheiros auxiliarão a braços ou pelo menos apearão dos cofres.

315. As ladeiras ingremes vencem-se melhor obliquamente e, quando muito extensas, em zig-zag.

Na subida é preciso que os conductores evitem qualquer perturbação dos animaes e da uniformidade dos seus esforços; especialmente não empregarão esporas e só com muita cautela o chicote. Si a subida é longa e o chão pesado deve-se vencel-a ao passo: tal seja o terreno reforçar-se-ha o numero de parelhas. Si a subida é ingreme, mas curta e o chão é liso póde-se transpol-a ao galope.

Na descida é preciso que o tronqueiro não escore bruscamente a viatura: elle contém sua parelha na direcção do movimento, isto é, não deixa figir as garupas. O médio e o guia movem-se sem deixar puxar, mas com os animaes nos tirantes. Emprega-se o freio de marcha, de accôrdo com a natureza de chão e o gráo do declive. O effeito do freio de marcha será bastante desde que a viatura desça com os animaes em andadura natural, sem puxar e nos tirantes.

Sendo o chão liso póde o freio de marcha não produzir effeito sufficiente; então será preciso que intervenham os serventes.

316. Ao transpôr um aterro, o guia e o médio devem não commetter o erro de estacar na parte superior, mas tambem não devem arrancar a lança ao tronqueiro. Si os taludes do aterro são curtos e ingremes e o chão pesado póde ser necessario empregar uma andadura viva.

317. Na travessia de fossos o conductor-guia e o médio devem manter os tirantes distendidos para que não seja a ponta da lança arremessada para cima; mas por occasião da descida da viatura não devem impedir ao tronqueiro de sustental-a na retranca. O tronqueiro sustenta a viatura até que as rodas do armão alcancem a soleira do fosso (rodas do retrotrem, si o fosso é muito largo); a partir desse momento elle auxilia energicamente a tracção, sem o que a lança corre risco de partir-se.

E’ preciso evitar os arrancos.

Em geral atravessam-se os fossos perpendicularmente á sua direcção.

318. A passagem dos obstaculos será muitas vezes consideravelmente facilitada mediante ligeiro trabalho de sapa.

Conducção das viaturas no accionamento

319. Commandos – Vs. 1ª parte.

Os percursos, as distancias e os intervallos consignados no regulamento constituem as bases para o ensino, ficando bem comprehendido que não se poderia tratar aqui de um mecanismo rigido e que todos os numeros indicados só teem por objecto dar uma idéa da grandeza das differentes dimensões.

320. O chefe da viatura ao apear entrega seu cavallo ao conductor-médio que o segura pela rédea do bridão tirada do pescoço do animal.

Nos primeiros exercicios não se entrega esse animal ao médio. Durante o ensino os armões movem-se ao passo ou o trote curto, tanto para engatar como depois de desengatados. Fóra disto esses movimentos serão sempre feitos ao trote, quando não for commandado ao passo.

Para facilitar o engatar e o desengatar, o tronqueiro levanta um pouco a lança servindo-se da respectiva correia, cuja ponta é presa ao lado direito de sua sella.

321. Accionamento.

O accionamento póde sempre se approximar de um dos tres typos seguintes:

a) accionamento para os flancos (85, 86);

b) accionamento para frente e para a retaguarda (83, 84);

c) accionamento sobre o chefe de peça.

Na indicação «em acção sobre o chefe de peça» feita pelo instructor, o chefe de peça dirige a sua peça para a posição e pára nas suas proximidades em um ponto escolhido de modo que a peça esteja tanto quanto possivel, ao abrigo das vistas terrestres e aereas; depois, levando em conta, si fôr necessario, as necessidades do desenfiamento, vae reconhecer e escolher o logar dos retrotrens das suas viaturas; colloca-se elle proprio neste logar, indicando com o seu cavallo o sentido final da marcha para se abordar a posição. Faz, então, o gesto «em acção», dando sôcos na direcção do tiro. A esta indicação o C o conduz a viatura de modo que as atrellagens cheguem na direcção marcada pelo cavallo do chefe de peça; os retrotrens param na altura do chefe de peça; o resto do accionamento se executa como nos outros modos de accionamento.

No caso de ser o terreno particularmente difficil, o chefe de peça póde voltar para junto de sua viatura, depois de ter reconhecido o itinerario, fazendo-a o acompanhar.

Em certas circunstancias o accionamento póde se fazer sem a parada preliminar da peça: o chefe de peça avança, na frente da viatura para se collocar á altura dos retrotrens.

O accionarnento para o flanco é muito mais empregado no campo de batalha, porque permitte geralmente a execução do movimento ao abrigo das vistas.

O accionamento para a frente ou para a retaguarda convém particularmente á posição descoberta; portanto, é, por este facto, raramente acceitavel.

O accionamento sobre o chefe de peça, mais flexivel que os dous outros, applica-se a todos os casos. Será empregado todas as vezes que fôr necessario reconhecer ou fixar com precisão o logar da peça ou o itinerario a seguir para a occupação desta posição.

Metter armões para a frente! (retaguarda, direita, esquerda) – Marche! Ao primeiro commando os conductores montam; á voz Marche! executam o prescripto nos numeros 88, 89 e 90.

322. Conducção dos cavallos dos serventes das baterias a cavallo.

Em acção para a frente – Marche!

Recebidos os cavallos (83) o C 6 e o C 7 fazem uma conversão á direita, o M 3 á esquerda e vão ficar cobrindo seus respectivos armões (o C 6 na frente do C 7).

Si os armões vão abrigar-se, os C 6, C 7 e M 3 seguem na frente dos armões respectivos para o abrigo; o commandante dos armões indicar-lhes-ha a collocação que devem tomar.

Em acção para a retaguarda – Marche!

Recebidos os cavallos (83), os C 6 e C 7 pela esquerda do reparo, o M 3 pela direita do carro passam para a frente dos armões e procedem como no caso anterior.

Em acção para a direita (esquerda)! – Marche!

Recebidos os cavallos, os C 6, C 7 e M 3 fazem uma conversão á esquerda (direita) tomam a frente dos respectivos armões e procedem como acima.

Metter armões para a frente! – Marche!

Ao 1º commando os C 6, C 7 e M 3 montam. Ao commando Marche! seguem os armões e fazem, alto 4 x á retaguarda do retrotrem de sua viatura, o C 6 na frente do C 7. Engatados os trens os serventes montam a cavallo e formam as guarnições á retaugarda da viatura correspondente.

Metter armões para a retaguarda! – Marche!

Ao 1º commando como no caso anterior.

Ao 2º commando os cavallos seguem os armões, depois obliquam os C 6 e C 7 para a direita e o M 3 para a esquerda o quanto baste para poderem fazer na altura do olhal da clavija (da flecha) uma conversão á retaguarda, aquelles pela esquerda, este pela direita, e alto na altura das parelhas tronco (o C 7 na altura do eixo do armão).

O mais como no caso anterior.

Metter armões para a direita (esquerda!) – Marche!

Ao 1º commando como no caso anterior.

Ao 2º os C 6, C 7 e M 3 conduzem os cavallos desembaraçando a frente dos armões, tomando para a esquerda (direita) e fazem alto na altura da parelha tronco (o C 7 na altura do eixo do armão).

ESCOLA DE BATERIA

Composição da bateria

323. As baterias de artilharia de campanha teem 4 v.-p., 4 v.-m., 1 v. - observatorio, 1 v.-forja, 1 viatura de bateria, 1 carro de bagagem e archivo, 1 viatura-cozinha, 1 viatura-viveres e 2 viaturas forragens.

324. A bateria articula-se em

                                               Bateria de combate.........

bateria de tiro: 4 v.-p., 4 v.-m., 1 v.-o;                                                                          trem de combate: 1 v.-forja, 1 v.-c e cavallos                                                                         de sella sobresalentes

 

 

Trem de estac.................

1 v.- bagagem, 1v.-v. e 2 v.-forragens.

A bateria de tiro divide-se em:

Commandante e seu sequito com a. v.-o.

1ª secção........................

1ª peça (1ª v. –p. e 1ª v. –m.).                                                                                        2ª peça (2ª v. –p. e 2ª v. –m.).

2ª secção.......................

 

3ª peça (3ª v. –p. e 3ª v. –m.).                                                                                        4ª peça (4ª v. –p. e 4ª v. –m.).

As disposições do regulamento sobre formações e evoluções entendem só com a bateria de tiro; as relativas ao trem de combate acham-se na Parte III deste regulamento. Quanto ao T. E. vêr R. S. C.

Formações e evoluções

Intervallos e distancias

325. Os intervallos das viaturas, contados de lança a lança, chamam-se cerrados quando são de 4 X, abertos quando maiores. Toda vez que se não designar no commando a grandeza dos intervallos entender-se-ha que deve ser de 20 X.

As distancias das viaturas são de 6 X medidas da testa da parelha-guia de cada viatura á bocca da peça ou ao carro antecedente ou á cauda dos cavallos dos serventes na artilharia a cavallo; a primeira fileira destes conservar-se-ha a 1 X atraz da respectiva viatura.

Em exercicios, para simular a presença de viaturas que faltam na columna ou para attenuar os effeitos do grande desenvolvimento de poeira, etc., póde-se ordenar a marcha com distancias maiores.

326. Os commandos por gestos são repetidos sómente pelos commandantes de secção, devendo, porém, os chefes de viatura repetir o gesto de attenção. Estes traduzem os gestos em commando á vóz, de modo que só sejam ouvidos em sua viatura.

Na columna de marcha cada chefe de viatura tem obrigação de passar adeante os commandos á vóz e cumpre-lhe assegurar sua percepção pelo chefe da viatura seguinte; os commandantes de secção fiscalizam essa transmissão.

 

Commandos

327. A execução de um movimento é feita ao commando Marche! se as viaturas estão paradas e o movimento deve ser executado ao passo; pelo commando ao trote (ao galope) se a andadura deve ser alterada; pelo simples commando de movimento se a andadura deve ser mantida.

Para augmentar (diminuir) a velocidade de trote commanda-se a largo (curto) (V. ns. 14 a 17).

Velocidade

328. Em condições normaes a velocidade da artilharia de campanha é:

Em 1 minuto

–– ao passo....................................................................

125 X = 100 m.

 

–– ao trote.......................................................................

250 X = 200 m.

 

–– ao galope...................................................................

425 X = 340 m.

sendo o passo de 80 centimetros.

Em terreno dificil ou em movimento de longa duração, a velocidade em qualquer das andaduras póde ser diminuida.

Sempre que se commandar «ao trote» subentende-se que é ao trote elevado; só por ordem especial e nas marchas em continencia será empregado o trote sentado.

Nas baterias montadas o galope só é empregado excepcionalmente.

Só se passa de uma andadura a outra utilizando as andaduras intermediarias.

Alinhamento

329. A base do alinhamento é a 2ª peça da direita (peça-guia), excepcionalmente o alinhamento poderá ser baseado em uma viatura extrema da linha: guia á direita (esquerda)! Para restabelecer a 2ª paça da direita como guiam o commando será guia ao centro!

Em columna todas as viaturas regulam sua andadura e direcção pelo commandante da secção testa. Em todas as formações e evoluções os chefes de viatura regulam suas distancias e intervallos pelo respectivo commandante da secção.

Conversões

330. As conversões, isto é, mudanças de direcção conservando a formação podem ser á direita (esquerda) oitavo á direita (esquerda)! á retaguarda (pela direita á retagurda)! A amplitude dessas conversões é approximadamente de 90, 45 e 180 gráos.

Quando a conversão deva ser realizada em outra amplitude, o commandante indicará pelo gesto a direcção da marcha ou fará seguir-se ao commandante á direita (esquerda, retaguarda) á voz. Em frente quando a nova direcção for alcançada.

Na conversão de secções é a peça do flanco interior que conserva a andadura ou toma a commandada, a outra augmentando a velocidade de modo que ambas cheguem alinhadas na nova direcção.

Conversão de bateria em linha v. n. 346.

Os intervallos são mantidos sobre a peça interior.

Os carros seguem seus canhões mantendo a distancia.

Depois da conversão a andadura anterior é retomada independentemente de commando.

Descripção e emprego das formações

331. Em linha: as 4 v. p. com 20 X de intervallo cada v. m. a 6X atrás da sua v. p., a v. o. a 6 X atrás da sua v. m. da direita ou da esquerda; o chefe da viatura, sem intervallo, á esquerda do concluctor-guia; os commandantes de secção no meio do intervallo de suas peças e no alinhamento das parelhas guias; o capitão a 30x na frente das parelhas guias, correspondendo ao centro da bateria; o sequito do commandante da bateria (um sargento servente da luneta, dous telephonistas, sinaleiros, uma ordenança portador da luneta, clarins) a 2 X á retaguarda da linha das suas boccas da peça, no centro da bateria em duas fileiras; o 1º sargento (commandante da linha dos armões) a 4X atrás da linha dos retrotrens das v. m., no centro; official excedente a 2X atrás das boccas das peças na secção da direita; sargentos e mais praças excedentes a 2X atrás da do 1º sargento (Figura, 11).

Esta formação serve para movimentos no campo de accão. Reduzindo-se os intervallos a, 4X tem-se a linha cerada que serve para a reunião e desfile em continencia.

332. Columna por secção serve para encurtar a columna de marcha, para a reunião e para movimentos no campo de acção. Intervallos e distancias na secção, como na bateria em linha. Distancia de uma secção á outra – 12X; commandantes de secção no meio do intervallo de suas v. p. alinhadas pelas parelhas, guias; capitão a 6X na frente, seu sequito em duas fileiras a 2X atrás das v. m. da secção desta; o sargento a 4X atrás da secção da cauda; a v. o. atrás de uma das v. m. da cauda; o official excedente, sargentos e mais praças excedentes como na bateria em linha (Fig. 12).

Póde-se tambem empregar a columna cerrada de secção, intervallos de 4X.

333. Columna por peça serve para movimentos no campo da acção, para columna de marcha e para reunião na estrada. Distancia das viaturas 6X, cada v.-m. atrás de sua v.-p.; commandante da secção á esquerda do C p de sua peça testa; o capitão a 6X na frente da peça testa, seu sequito a 2X atrás da ultima v. -m.; a v.-o. a 2X deste; official excedente a 2X atrás da v.-o.; 2X atrás delle o 1º sargento, em seguida sargentos e mais praças excedentes.

334. Columna dupla, cada v.-m., ao lado (préviamente designado) de sua v.-p.; a, v.o. atrás da ultima v.-p.; o sequito do capitão a 6X atrás da ultima v.-m.; o 1º sargento a 2X atrás do sequito do capitão; serve nos mesmos casos da columna por peça e como formação preparatoria do accionamento para um flanco. Intervallos a 4X e distancias de 6X (Fig. 14).

335. O commandante da bateria póde afastar-se dos logares indicados. Nos exercicios de combate, especialmente em terreno coberto, os commandantes de secção tambem podem afastar-se dos logares designados, para assegurarem a regularidade da marcha. Nas passagens estreitas os commandantes de secção e chefes de viatura passam para a frente da parelha guia; os serventes na artilharia a cavallo formam então a dous.

Na columna de marcha se commanda «á vontade», os chefes de viatura marcham atrás de suas viaturas ou de qualquer lado das parelhas, os commandantes de secção em qualquer ponto de sua secção; póde-se mandar apear os serventes, que marcham então em linha atrás de suas viaturas ou a um de frente, do lado que se designar.

Na cauda da bateria marcha um official acompanhado de um clarim.

Nas marchas de paz todos os serventes podem reunir-se na frente da bateria e cantar.

EVOLUÇÕES

Generalidades

336. Logo que a bateria esteja regularmente segura na fracção, passa-se aos exercicios de evolução, primeiramente em terreno plano. E’ indifferente qual a peça que fica na testa ou na direita, comtanto que se não rompam as secções e em ambas tenham as peças a mesma situação relativa.

Assim, designada a peça testa ou a direita, sabe-se a collovação de todas.

337. E’ preciso ligar especial importancia:

aos exercicios de formar rapidamente em linha com qualquer frente;

ao trote prolongado, uniforme, em columna por peça mesmo em terreno variado;

á rapidez no accionamento;

á prompta installação das peças na posição de tiro;

na artilharia a cavallo, ao galope prolongado e uniforme em columna.

Toda vez que se mandar «em acção» é preciso exigir o serviço exacto e calmo das peças e commandar um thema de tiro: si for de pontaria directa escolher objectivos verosimeis consoante á guerra.

338. Com o progresso dessa instrucção passa-se a combinal-a com exercicios de combate, procurando terrenos difficies. Então, deve-se dar grande valor á occupação da posição, obedecendo ao terreno e á rapida promptificação para o rompimento do fogo.

Todas as difficuldades que se podem apresentar á bateria em combate devem ser mostradas e o pessoal ser exercitado em vencel-as.

Especialmente é preciso fazer exercicio de transmissão das ordens por signaleiros, telephone e repetidores.

339. Esses exercicios de combate são feitos primeiramente só com os recursos de pessoal e cavallos da bateria; mas tarde teem elles logar por «bateria de combate» com auxilio de recursos das outras baterias do grupo.

Montar e apear

340. Sentido! Preparar para montar! – A cavallo! Preparar para apear! – A pé! (298, 299 e 300) – Ao commando «preparar para montar» os commandantes de secção e o 1º sargento montam e aquelles ficam de frente para as suas secções até que todos tenham montado.

Na artilharia a cavallo, os serventes antes de apear abrem a partir do centro, tomando intervallos de um passo.

Ao commando «preparar para montar» os serventes sobem rapidamente aos cofres si não fôr ordenado préviamente «serventes a pé».

O commando «preparar para apear» significa para os artilheiros «serventes a pé»: os commandantes de secção ficam de frente para suas secções. Elles só apeiam depois de verificar que o commando «a pé» foi executado em ordem.

341. Posições dos serventes nos cofres – n. 81: os serventes seguram-se nos punhos das varandas, excepto o C 3 que enfia seus braços nos do C 1 e do C 4 (31) mantendo a arma na mão direita. Todos descansam a arma na concha. Especialmente em terreno pedregoso ou muito accidentado os serventes devem apoiar fortemente os pés contra o rebordo anterior da concha.

Ao commando á vontade! os artilheiros são dispensados de conservar-se firmes e erectos; ao commando Sentido! retomam essa posição do corpo.

Para o pessoal montado V. Regulamento de Equitação.

342. Posições dos serventes na artilharia a cavallo (27 fim) da direita para a esquerda:

C 1, C 3, C 4, C 6,

C 2, C 5, C 7

em duas fileiras atraz da v. p.;

M 1, M 2, M 3

em um fileira atraz da v. m.

Marcha de frente em linha

343. Commando: Bateria – Marcha! (andadura!) e Bateria – alto!

O commandante da bateria indica o ponto da direcção da marcha. O commandante da secção direita mantém essa direcção; para maior facilidade elle escolhe pontos intermediarios.

________________

(31) C 5 nos obuzes.

 

O outro commandante de secção guia-se por este, sem voltar constantemente a cabeça para elle; toma a mesma direcção e o intervallo duplo do das peças.

Os chefes de peça manteem-se á devida distancia e intervallo de seu commandante de secção; não devem querer corrigir bruscamente qualquer erro de distancia ou intervallo. Si a linha encontra obstaculos cada peça desvia ou o commandante da secção providencia.

Ao galope os chefes de peça e conductores guias guardam 4 X de distancia da linha dos commandantes de secção, no marche-marche 8 X; nesta ultima andadura o commandante da secção direita deve regular a velocidade pela capacidade das parelhas.

Ao commando «bateria – alto!» os commandantes de secção devem attender ao espaço de que os tronqueiros necessitam para deter as viaturas. O commandante da secção direita, paradas as viaturas, lança um olhar sobre a linha e si for preciso avança um pouco, segundo pelo outro.

As v.m. acompanham sempre suas v.p. á distancias prescripta.

Marcha retrograda em linha

344. Faz-se por conversão da linha cerrada ou por peças na linha com intervallo normaes.

No primeiro caso: commando – Bateria, á retaguarda! ou Bateria, pela direita, á retaguarda!

No segundo caso: commando – Peças á retaguarda! ou Peças, pela direita á retaguarda!

 Neste caso os commandantes de secção seguem immediatamente ao galope para a nova frente.

Todas as v. p. e v. m., fazem a conversão simultaneamente de modo que estas venham a ficar na frente daquellas. O commandante da bateria segue a 30 X atraz da linha das peças.

Para dar commandos póde approximar-se ou mesmo passar a frente.

Querendo passar as v.p. para a frente, dará a vóz Peças á frente! As v.p. tomam a andadura superior e ultrapassam os carros pela esquerda, retomando a andadura primitiva logo que tenham ganho a distancia.

Ao commando – Bateria, frente! ou Bateria, parte direita, frente! restabelecem-se á primitiva frente e formação mediante nova convenção por peças á retaguarda.

Marcha obliqua em linha

345. Commando – Bateria, obliquar á direita (esquerda)! Os commandantes de secção, os chefes de viaturas e conductores tomam a direcção indicada de modo que o alinhamento continue, parallelo ao primitivo. Restabelece-se a frente ao commando Em frente!

Mudanças de direcção em linha

346. As pequenas mudanças de direcção fazem-se simplesmente indicando com o braço (17) o novo ponto de direcção. As conversões de um oitavo, um quarto ou meia volta fazem-se aos commandos estabelecido no n. 330.

Durante a conversão o alinhamento obedece ao commandante da secção interior que escolhe seu percurso tendo em vista o do conductor-guia da 2ª viatura a contar do flanco interior, de modo que a esta tenha em relação a elle a distancia e o intervallo devidos.

E’ esta viatura que conserva a andadura em toma a commandada na occasião da conversão; as do flanco exterior augmentam a andadura ou a cadencia, a interior diminue-na.

Mudança de intervallo em linha

347. Commando – Cercar (abrir) intervallos! ou sobre tal peça, cerrar (abrir) intervallos! ou A tantos passos, cerrar (abrir) intervalos!

Quando não fôr designada a peça, serve de base a 2ª da direita. A peça base marcha em frente com a mesma andadura, as demais ganham os seus intervallos por oitavo á direita (esquerda), augmentando a velocidade proporcionalmente á distancia a percorrer.

Dobramentos

Passar da linha á columna por secção ou por peça

348. Por conversão – Só a linha aberta. Commando: Secções (peças), á direita (esquerda)! Os commandante de secção repetem esse commando. Na formação da columna por secção, as secções procedem como a conversão da bateria em linha. O commandante da secção que há de ficar na testa, commanda para sua secção (peça-testa) a andadura immediatamente superior e nella prosegue até que tenha dado distancia necessaria aos outros elementos da columna.

349. Para formar a columna dupla. Só da linha aberta commando: Columna dupla á direita (esquerda)! As v. p. fazem a conversão e suas v. m. vão em andaduras immediatamente superior collocar-se á direita (esquerda).

350. Na artilharia a cavallo póde-se durante a marcha de flanco fazer os serventes seguirem ao lado das peças, para o que se commandará: Serventes pela, direita (esquerda)! A primeira fileira alinhar-se-ha pela parelha tronco; empregando-se na columna dupla, todos os serventes marcham ao lado da v. m. correspondente, constituindo os desta uma terceira fileira.

351. Por desfile – Commando: Bateria, por secção (peça) da direita (esquerda). A secção. (peça) do lado indicado segue em frente na andadura immediatamente superior; a outra secção (peça) segue obliquamente para a direita (esquerda) assim que puder entrar na columna. Logo que toda a columna esteja formada, a testa retoma a sua andadura.

Da linha cerrada só se passa á columna por desfile.

Na passagem da linha á columna «por peça» póde ser designada qualquer dellas para testa.

Dahi decorre a ordem de marcha (336). Commando: Testa, tal peça! Por peça, marche!

Passagem da columna por secção á columna por peça.

Commando: Por peça o da direita (esquerda)! A peça testa de cada secção segue em frente, as outras obliquam para o lado a tomar seu logar na columna. A partir da testa da bateria, augumentam a andadura até que fique formada a nova columna.

352. Passagem da columna dupla á columna por peça.

Commando: Por peça! A v.-testa segue-se em frente na andadura immediatamente superior e, assim, as outras acompanham-n'a successivamente até que esteja formada toda a columna.

Desdobramento

Passagem da columna por peça á columna por secção

 353. Commando: Bateria, por secção! ou Bateria, pela direita, por secção as peças testas das secções seguem em frente, as outras ganham na andadura immediatamente, superior seu intervallo e alinhamento. A secção da cauda cerra sobre a d frente.

Passagem da columna por peça a columna dupla

 354. Commando: Columna dupla, pela direita (esquerda)! A peça testa segue em frente as demais cerram sobre ella na andadura immediatamente superior e as v. -m. collocam-se ao lado indicado de suas v. -p.

Passagem da columna por peça (secção) á linha

355. Commando: Bateria, em linha (em linha cerrada) ou Bateria, em linha pela direita, (em linha cerrada)! A peça (secção) da testa segui em frente ás outras na andadura immediatamente superior tomam intervallo e alinhamento.

356. Commando: Bateria, em linha á direita! (esquerda)! Cada commandante de secção commanda: Secção á direita (esquerda)! ou Peças á direita (esquerda)! conforme a bateria esteja em columnas por secção ou por peça.

Movimento da columna

357. Marcha de frente – Commando: Bateria, marche! ou Bateria, ao trote (ao galope)! As viaturas marcham cuidadosamente coberta pela frente e no caso de alguma se deter por accidente, as seguintes se desviam de modo que se não propague a interrupção, e continuam a marcha deixando na columna o logar para a viatura detida, salvo ordem de cerrar dada pelo commandante da bateria.

358. Marcha retrograda – Commando: Bateria, á retaguarda (pela direita, á retaguarda), ou Peças, á retaguarda (pela direita, á retaguarda)! No primeiro caso todas as viaturas vão fazer a convenção no mesmo logar em que a fez a viatura testa. No seguinte caso, todas as viaturas fazem si multaneamente a mudança de frente; os commandantes de secção avançam junto de sua peça testa.

359. Marcha obliqua – Commando: Peças, obliquar á direita (esquerda)! Execução simultanea por todas as viaturas. Ao commando «em frente» reconstitue-se a columna, com a direcção de marcha parallela á primitiva.

360. Mudança de direcção – Commando: Bateria, á direita (esquerda) ou Bateria, oitavo á direita, (esquerda)! A testa faz a conversão indicada (196) e todas as outras viaturas fazem-n’a nesse mesmo ponto. Si a mudança fôr pequena basta indicar o novo ponto de direcção.

Accionamentos

361. As condições tacticas e topographicas determinarão em geral modificação dos caminhos descriptos nos ns. 83 a 86 e 321 e 322 para os armões.

362. Bateria marchando em linha – Commando: Bateria, alto! Em acção para a frente! – Marche! Os commandos de «em acção» e «marche» devem ser emttidos em taes condições de tempo e de logar que sejam seguramente percebidos pela bateria. O commandante da bateria póde ficar montado ou apear.

Ao commando «em acção para a frente» as v.-m. avançam para a esquerda das v.-p.; os commandantes de secção apeam e, desengatados os armões, entregam sua montada ao tronqueiro mais proximo, as guarnições fazem o accionamento (83). O 1º sargento apresenta-se ao commandante da bateria e pede, mesmo a cavallo, ordem, para os armões! A formação a dar-lhes no logar que o capitão india é de sua iniciativa. Em regra elles formam em columnas duplas, isto é, os das v.-m. ao lado dos das v.-p., em posição desenfiada atrás da linha de fogo e fóra da direcção de tiro de todas as peças, os conductores ficam a pé, o 1º sargento estabelece a ligação com a linha de fogo.

Na bateria a cavallo os animaes a mão precedem os armões, isto é, retiram logo que os sargentos apearam para o logar indicado pelo 1º sargento.

363. Commando: Bateria, alto! Em acção para a retaguarda! – Marche! si as v.-m. estão atrás de suas v.-p, ao commando «em acção para a retaguarda» ellas avançam para a direita de suas v.-p. O mais como no n. 84.

Para accelerar o accionamento para a frente (retaguarda) póde-se formar préviamente a linha dobrada pela esquerda (direita), isto é, collocar as v.-m. ao lado esquerdo (direito) de suas v.-p.

364. Para entrar em acção para a frente, querendo-se que as v.-p. sejam voltadas pelas parelhas commandar-se-ha em Jogar de «marche»: peças, pela direita á retaguarda! A este commando as v.-m, fazem alto o desengatam os armões e as v.-p. voltam á retaguarda e veem collocar-se á direita dos carros respectivos.

365. Bateria marchando em columna – commando: Bateria, alto! Em acção para a direita (esquerda)! – Marche! Ao commando «em acção para a direita (esquerda)!» todas as v. m. saem pela esquerda (direita) da columna a collocar-se ao lado de suas v.-p., como prescreve o n. 86 (85) ao mesmo tempo que esta cerram sobre a testa. Sendo dado o commando «marche» antes de concluida essa formação de transição todas as peças executam immediatamente o accionamento ao commando do C p.

Nas baterias a cavallo os serventes tomam para o lado opposto ao accionamento e apeam na altura da parelha tronco do carro.

366. Si o commandante da bateria, ao approximar-se da posição e de accôrdo com o accionamento previsto, tive formado columna dupla, então ao primeiro commando do accionamento para o flanco as v.-m. avançam ou diteem-se; um pouco até ficarem da conveniete posição em relação em suas V. -p.

Neste caso o accionamento é sempre simultaneo.

367. Commando: Bateria, alto! Pela direita (esquerda) em acção para a frente! – Marche! Ao commando «em acção para a frente as v.–p. formam a linha em andadura crescente a partir da testa e as v.-m. acompanham-n’as e collocam-se á sua esquerda, como no II. 362. Si o commando «marche» for dado antes de concluida a formação de transição (linha dobrada) só a peça testa executa immediatamento o accionamento; cada uma das outras, executa-o á medida que chegar ao seu logar.

367. bis. Accionamento sobre o chefe de peça – Cada peça age separadamente, de accôrdo com as prescripções do artigo 321.

O movimento se executa individualmente sob as ordens dos chefes de peça segundo as indicações que recebe do commandante de bateria.

367. tri. Em qualquer posição de tiro é preciso não ligar, demasiada importancia ao alinhamento rigoroso das peças, nem á regularidade absoluta dos intervallos.

Póde-se querer fazer o accionamento sem a copartipação dos carros – commandos: Bateria – alto! Sem os carros, em acção para frente (retaguarda direita, esquerda) – Marche!

 As peças fazem os accionamento na direcção indicada; os armões e os carros ficam no logar indicado pelo commandante da bateria.

368. Bateria em acção – Commando: Bateria (ou Mudança de posição), meller armões para a frente (retaguarda direito, esquerda)! – Marche! Ao primeiro commandante atraca-se a palamenta e os conductores montam: ao commando «marche», os armões avançam ao trote. Engatam-se os trens como está prescripto nos ns. 88, 89 e 90.

Si os armões estão abrigados, o commandante da bateria ordena opportunamente que elles se approximem e dá-lhes então a indicação do lado para onde devem ser mettidos.

Reconhecimento do commandante de baterias

368. bis. O commandante de bateria recebeu do commandante do grupo suas instrucções sobre: (Veja-se annexo II):

– A situação geral;

– A missão de cada bateria, seu campo de tiro, sua direcção e vigilancia;

– As posições das baterias do grupo e suas vias de accesso;

– O logar do observatorio do grupo e, eventualmente, a zona onde serão procurados os observatorios da bateria;

– A hora fixada para a abertura do fogo;

– As ligações telephonicas e opticas a realizar, etc.

De accôrdo com estas directivas, o commandante de bateria fixa o logar das peças de sua bateria, reconhece as vias de accesso e envia a ordem de occupação.

Estuda depois o detalhe da posição (desenfiamento (32) direcção e campo de tiro das peças (32), logar do posta de commando, disposições das munições (32), abrigos a construir, cozinhas.), dá suas instrucções (32), com a chegada da baterias aos officiaes, chefes de peça e graduado telephonica completa, si for necessario, as determinações topographicas (32) de official orientador (veja-se annexo II), installa a sua bateria no regimen de vigilancia (32) e vae reconhecer os objetivos segundo as ordens dadas pelo commandante do grupo (este reconhecimento dos objetivos poderá em certo casos, preceder ao accionamento ou, ao menos, á collocação em vigencia).

Occupar e desocupar posição

369. Logo que o commandante da bateria avança para o reconhecimento, o subalterno seu immediato assume o commando e é substituido na secção pelo seu chefe de peça mais antigo. O commandante da bateria vae acompanhado de seu seguinte que se compõe de:

1 sargento servente da luneta;

1 ordenança porta luneta;

2 estafetas (clarins);

2 telephonistas (signaleiros).

Quando a pé, o ordenança segura as montadas do capitão e do sargento: um dos clarins as outras: o capitão ordena onde elles devem se abrigar.

370. Ao entrar na posição o chefe da viatura observatorio adeata-se e pede ao commandante da bateria: ordem para a viatura observatorio

. Em qualquer especie de posição é preciso utilizar a cobertura proporcionando pelo terreno tanto quanto o permitta a missão da bateria.

372. Especie de posição – Posição descoberta (caso excepcional) – Os apontadores podem visar directamente o objetivo (embora se tenha de recorrer á pontaria indirecta. O commandante da bateria dirige o fogo de sua unidade em sua immediata visinhança, abrigado em um dos carros ou no seu observatorio.

Posição coberta – Os apontadores não podem visar o objectivo; as peças ficam inteiramente desenfiadas ás vistas do inimigo. O gráo desse desenfiamento é variavel: do material do homem a pé do cavalleiro e dos clarões, ou maior ainda.

_________________

(32) Para os detalhes de execução das differentes operações ennunciadas, veja-se o novo «regulamento de Instrucção do Tiro».

 

A posição correspondente ao desenfiamento dos clarões determina-se do seguinte modo, quando o declive do terreno é uniforme: procura-se a posição do desenfiamento do cavalleiro, apea-se e avança-se contando os passos até a posição do desenfiamento a pé, dahi toma-se a retaguarda o triplo dessa distancia.

Se a linha de fogo fica proxima da crista da cobertura o comandante da bateria póde dirigir o fogo installado-se perto della. Caso a posição de fogo fique mais afastada é difficil, se não impossivel, o commando a voz: impõe-se então o estabelecimento da ligação seja telephonica, por signaleiros ou cadeia de transmissão.

373. A occupação póde ser coberta ou descoberta. Para occupação descoberta de uma posição, as viaturas são levadas aos seus logares pelas parelhas sem se attender aos desenfiamento ás vistas.

Em tal caso é conveniente, antes de sahir da cobertura, fazer bateria tomar a posição de transição para o accionamento  (linha dobrada), para assim surgirem as peças simutaneamente e entrarem em acção ao mesmo tempo. A rapidez da manobra contribue para diminuir as perdas.

As vezes poder-se-á tambem na posição preparatoria (antes de sahir da cobertura), para se abreviar o rompimento do fogo, prevenir as guarnições dos commandos que vão ser dados na posição, especialmente a natureza e situações do objetivo, e mesmo fazer collocar a luneta.

Na occupação coberta as peças teem que ser levadas á posição sem se descobrirem ás vistas. Muitas vezes será preciso que os conductores aperem no limite do desenfiamento do cavalleiro e prosigam conduzindo as parelhas a pé: póde ainda ser necesario, a partir do desenfiamento a pé, que os retrotrens sejam levados a braços para a frente.

Este ultimo processo impões-se para occupar posição descoberta, utilizando o mascaramento de vegetação rala. Attenua-se assim a situação critica da bateria descoberta durante a occupação da posição e preparação do tiro. No caso figurado commandar-se-á: «posição descoberta, occupação coberta!» Os tirantes sobresalentes só devem então ser utilizados pelos serventes emquanto estes não se descobrirem.

374. Sempre que fôr possivel, as posições cobertas devem ser occupadas de maneira que tirados os armões, as peças estejam no logar de onde deverão atirar.

Para que e o inimigo não perceba a occupação, convém muitas vezes executal-a a passo para evitar o levantamento de poeira.

Nem um homem nem um cavallo deve e mostrar sobre a crista.

375. Diz-se que a bateria está em vigilancia quando está (em acção) occulta ás vistas do inimigo, aguardando o momento opportuno para romper ou retornar o fogo. As vezes convirá deixar os armões na visinhança até que a situação se esclareça. Em regra, as posições cobertas servem como posições de vigilancia. Muitas vezes poder-se á tambem dissimular as peças nas orlas de matto, no meio de cultura elevadas, atraz de construcções, etc.

O commando «vigilancia» significa, além, do que diz o vocabulo, que a bateria deve, evitar com o maximo cuidado tudo quanto possa altrahir a attenção do inimigo. Muitas vezes será especialmente importante que a posição de vigilancia fique coberta contra a exploração aerea; caso isso não se obtenha só com a vegetação do terreno, será necessario cobrir as viaturas com barracas kapi. ramagens etc. Ao approximar-se um dirigivel ou acroplano, as guarnições descobertas devem ficar immoveis.

Uma bateria em vigilancia pode preparar até certo ponto o seu tiro pela direcção da pontaria e repartição do fogo (parallelismo) sobre o centro da zona a vigiar (150), pela medição dos angulos de sitio e das distancias de pontos do terreno onde é provavel o appareciemtno do inimigo, etc.

376. Se a posição apresentar consideraveis difficuldades para o accupação e em geral nas situações em que o commandante da bateria o julgue conveniente, convém fazer exploral-a préviamente pelos commandantes de seção e chefes de peças, cabendo então a cada uma delles conduzir suas viaturas ao logar.

Ficará o 1º sargento com a bateria, mais se a distancia da posição de espera (378) á de fogo fôr muito grande deverá ficar um official.

Em identicas circumstacias, o commandante da bateria poderá ordenar que os ás v. m. não acompanhem as v. p. á posição.

377. E’ recommendavel que se assignalem os limites da frente da bateria ou por meio de bandeirolas ou de entra fórma, comtando que não chame a attenção do inimigo.

378. Se a bateria não deve ainda occupar posição ella ficará obrigada, á espera, armões engatados, formação conforme o terreno e o emprego provavel.

379. A desoccupação da posição deve ser executada, sempre que for possivel, de maneira a ser despercebida: Para esse fim fazendo-se recuar primeiramente os carros (commando: carros, tantos passos á retaguarda!) ainda durante o fogo e em seguida as peças, de modo que os armões sejam engatados seguramente desenfiados ás vistas.

ESCOLA DE GRUPO

Generalidades

380. O objecto principal da instrucão de grupo são os exercicios de combate segundo os principios da parte III. Especial cuidado devem merecer a emissão de ordens e o serviço de esclarecimento, em condições que se approximem da realidade.

381. O commando do grupo é exercido por meio de ordens dadas pessoalmente aos commandantes de bateria ou mandadas verbalmente por officiaes de ordens ou escriptas e por intermedio de estafetas.

O commandante do grupo póde tambem empregar gestos ou, raramente, quando não for incompativel com a situação tactica, signaes de corneta ou clarim.

Para a execução das ordens, os commandantes de bateria, aproveitando devidamente o terreno, escolhem os caminhos mais curtos e maneira mais conveniente.

Descripção das formações

382. Em linha: as baterias em linha, na mesma frente, com intervallo de 30 X de uma a outra. O intervallo póde ser outro se as circumstancias o exigirem.

Em linha cerrada: as baterias em linha cerrada na mesma frente, intervallo de 15 X de uma a outra. E’ formação de reunião, de parada e de desfile.

Columnas por baterias: as baterias em linha cerrada, distancia de 15 X de uma a outra: na artilharia a cavallo 24 X. Empregado como a formação precedente.

Columna por peça: as baterias em columnas por peça, 15 X de distancia de uma a outra. Tambem se póde empregar a columna dupla e a columna por secção.

Linha de columna: as baterias em columna por peça, testa na mesma frente, intervallos de 90 X, podendo variar de accôrdo com a frente disponivel para o desenvolvimento do grupo de conforme o terreno. Esta formação é propria para movimento no campo de acção.

No grupo em linha ou em linha de columnas é pela bateria centro (direita ou testa quando só há duas) que as outras se alinham e regulam a andadura e a direcção da marcha. Em qualquer das formações é indifferente a ordem das baterias.

383. Não há logar fixo para o commandante do grupo: á sua esquerda, meio comprimento de cavallo para traz, vae o ajudante, um comprimento de cavallo atraz deste o estado-menor.

ANNEXO I

INSTRUCÇÕES PARA O CONCURSO DE APONTADORES

Generalidades

1º. O primeiro concurso realiza-se na segunda quinzena após os exames do periodo de instrucção de recrutas.

O segundo concurso tem logar na primeira quinzena depois do exame de bateria.

Realiza-se o terceiro concurso ou campeonato de pontaria no terceiro dia util após o segundo concurso.

2º. Os premios são pagos pelo cofre do corpo, em formatura de todos os apontadores do corpo, ao mais tardar no dia seguinte á terminação do concurso.

3º. Os concursos 1º e 2º, obrigatorio para todas as baterias montadas (canhões e obuzes) e a cavallo, realizam-se entre os apontadores de cada bateria de um grupo.

O campeonato é um concurso entre as baterias do corpo.

4º. O commandante do grupo escolhe a posição a ser occupada pelas baterias e só a torna conhecida no dia do concurso.

Cada bateria só se approxima da posição depois de concluidas as provas da precedente: no 2º concurso as baterias farão, a seguir, a 1ª prova, depois em ordem inversa, tambem a seguir, a 2ª prova.

5º As peças formam sem os carros: no 1º concurso e no 3º ficam a 5 X de intervallo, no 2º a 20. Os serventes formam a 5 X atrás da extremidade do leme armado.

6º A commissão examinadora nos concursos 1º e 2º é constituida pelo commandante do grupo, o ajudante e os subalternos, um de cada bateria, designados pelo respectivo commandante de bateria para darem a instrucção especial para o concurso.

O apontador assim que terminar cada prova annuncia em voz alta «tal (peça) prompto» e fórma atrás da conteira; no 2º concurso o auxiliar do apontador ahi fórma assim que tenha executado a sua parte.

O ajudante annota a ordem em que os apontadores dão o «prompto» e pelo menos tres membros da commissão examinam a pontaria. Para não perturbar os apontadores, a commissão fará o possivel em não lhes deixar perceber qual o julgamento de cada prova.

Qualquer official póde acompanhar a commissão no exame das provas, sem pertubal-a nem mexer nos apparelhos de pontaria; para qualquer observação a fazer porventura dirigir-se-á ao presidente da commissão.

7º Não se levam em conta erros de fracção de millesimo.

8º Os resultados são escripturados em um mappa, segundo o modelo annexo.

9º Nos concursos 1º e 2º o commandante do grupo é responsavel pela fiel execução de todas as dispodições aqui estabelecidas.

Compete-lhe annullar immediatamente e fazer repetir qulquer das provas em caso de infracção, ou todo o concurso da bateria que tiver mais de duas annullações de provas oureprovados mais de metade de seus concurrentes.

Annullado o concurso, a bateria deverá fazel-o novamente, quinze dias depois.

Tornando-se impossivel uma decisão justa sobre algumas das provas, os examinadores o participarão ao commandante do grupo que então fará repetir a prova.

10. Não é permittido a quem quer que seja intervir no serviço dos apontadores, seja para esclarecer-lhe os commandos ou mesmo simplismente repetir-lhos; todos os assistentes devem conservar-se sufficientemente afastados de modo a evitar qualquer pertubação.

11. Durante as provas só devem achar-se nas peças os serventes em concurso.

12. Só serão considerados apontadores, para qualquer effeito ou vantagem, as praças que obtiverem approvação em um destes concurso. Os reprovados pódem entrar novamente nos concursos seguintes.

Primeiro concurso

13. Tomam parte quatro a oito apontadores, cada um em uma peça, que ainda não sejam classificados.

O commandante do grupo providencia sobre o material.

14. O concurso comprehender oito provas, a saber:

1ª, pontaria pelo collimador da alça;

2ª, série de derivas;

3ª e 5ª, pontaria directa com a luneta e referencia da direcção e da altura;

6ª, a partir da 5ª, uma ceifa dupla.

4ª e 7ª, pontaria indirecta sem deriva;

8ª, a partir da 7ª, uma ceifa simples.

15. Os commandos são dados pelo subalterno da bateria, membro da commissão examinadora.

16. Nas provas, 3ª, 4ª e 7ª, designado o ponto de visada, os apontadores conteiram suas peças de modo que a pontaria em direcção possa ser ultimada sómente pelo respectivo volante. Feito o conteiramento, voltam a occupar seu logar atrás do leme e só então é completado o commando.

Na 5ª prova toma-se como objectivo o ponto que serviu para ponto de pontaria na 4ª prova.

17. Erros (7). Para cada erro de direcção ou de altura, graduação ou leiturado tambor do goniometro, marcam-se cinco pontos: para erro de graduação ou leitura da alça do angulo de sitio ou do prato do goniometro, 10 pontos; Bolha do nivel das rodas fóra dos traços extremos, idem; erro de apprehensão do ponto de pontaria, ou do objectivo, 20; na ceifa, cada volta de volante para mais ou para menos, seis pontos.

18. Pontaria pelo collimador (51 da parte I). Installam-se dous alvos de 1m,70 de altura por um metro de largura, tendo a metade superior preta e a inferior branca, em distancia de 400 a 500 metro.

Exemplo de commando: Pelo collimador! Em frente, alça da direita (esquerda) Alça 4! Apontar!

Não se cala o nivel das rodas. A pontaria estará bôa se estiver certa em altura, na linha de separação das dus côres, e se em direcção não sahir do alvo.

19. Série de derivas, Commando: Deriva, tanto, tanto! Já!

Com intervallos de 20 segundos commandam-se tres alterações de derivas, uma dellas maior do que cem millesimos, as outras menores, e não todas no mesmo sentido.

Além de verificar no goniometro, a commissão examinadora deve perguntar a cada apontador qual a deriva final (exame de leitura), sem exigil-a de cór.

20. Pontarias directas. O objectivo deve ser tomado pelo menos a 1.000 metros. Exemplo de commando: Em frente, chaminé! Extremidade superior! Alça 4! Apontar!

E’ necessario designar precisamente a altura do ponto de visada (si não se quizer o pé do objectivo), bem como a direcção, para que possa haver uniformidade das pontarias e rigor na verificação. E’ preciso calar a bolha do sitometro e lêr o angulo; verificar-se tambem a visada ao ponto de referencia, a deriva de referencia e, por fim, a pontaria original.

21. Ceifas. Concluida a verificação da 5ª prova (e a da 7ª) segue-se o commando. Por exemplo: Alça 32! Ceifante 4 grupos ou Alça 12! Ceifante duplo! 3 grupos!

O proprio apontador faz o commando «fogo» para cada disparo.

Interroga-se o apontador e verifica-se a pontaria reconduzindo-a ao ponto de visada.

22. Pontarias indirectas. Exemplo de Commando: Em frente! Ponto de pontaria, casa amarella, canto direito! Sitio tanto! Alça tanto! Deriva zero! Apontar!

23. Premios (2): 1º logar 8$000; 2º logar, 6$000.

São approvados sómente os apontadores que tiverem pelo menos seis provas sem erro, e ficam considerados «apontadores de 2ª classe».

Segundo concurso

24. Tomam parte em cada bateria os quatro melhores apontadores, graduados ou não, que não sejam apontadores distinctos (38); cada um escolhe um servente para seu auxiliar, ao qual cabe conteirar a peça e dar a alça, fiscalizado pelo apontador (29 e 104 da parte I).

25. O concurso comprehende oito provas, a saber:

1ª. Pontaria sobre clarão de tiro.

2ª. Pontaria directa com deriva sobre objectivo em movimento; alça escalonada.

3ª. Pontaria indirecta com escalonamento da deriva.

4ª. a partir da 3ª. Mudança de direcção; escalonamento da deriva e da alça.

5ª. Pontaria directa, com repartição do fogo.

6ª. Pontaria á luneta, installada na frente da bateria.

7ª. Determinação do espaço morto.

8ª. Pontaria á luneta, installada á retaguarda da bateria.

26. Os commandos são feitos pelo commandante da bateria.

27. Nas provas 1ª, 2ª e 5ª, o objectivo deve ser tomado a mais de 2.000 metros.

28. pontaria sobre clarão. Para exercicios previos de seus apontadores nesse genero de pontaria cada bateria receberá quatro cartuchos de festim. Convém antes destes exercicios fazer outros do mesmo genero usando qualquer artificio (bandeirola, espelho).

O commandante do grupo regulará de antemão o modo pelo qual no dia do concurso terá de ser figurado o objectivo por uma peça.

29. A peça objectivo deve tomar posição de modo que o clarão se projecte sobre fundo escuro. Ficará com o material desenfiado ás vistas da bateria e seu serviço será dirigido por um official, munido de binoculo, que intallará seu observatorio de modo a não denunciar a posição da peça (ligação á voz ou signaleiro).

O commandante do grupo, que deve saber precisamente a posição da peça-objectivo, indica ao da bateria os limites de uma zona de 20 a 50 millesimos que abranja essa posição.

O commandante da bateria commanda: Em frente! Entre tal e tal ponto, artilharia! Peça que vae atirar! Alça 24! Apontar! Executados esses commandos, os apontadores ficam observando, pela luneta, a zona designada; os auxiliares no leme. O disparo da peça-objectivo só será feito ao signal do commandante da bateria, que o dará quando vir que todos os serventes estão vigilantes; dez segundos depois a peça dará novo disparo.

30. Depois que os apontadores todos tenham participado «prompto», a novo signal convencionado será installado junto ao córte da bocca da peça-objectivo um quadro brando de 0m,80X0m,60, preso em uma haste de 2 metros de altura.

Erro de direcção: tolerancia de um millesimo; um ponto por millesimo, até cinco; dois pontos por millesimo acima de cinco. A altura deve ser a da crista da cobertura.

31. Objectivo em movimento. Figurará o objectivo o armão da peça que deu o clarão; a um signal convencionado ella marchará ao trote, no fim ao passo, entre dous pontos préviamente escolhidos, que fiquem para a bateria sob um angulo de 50 millesimos mais ou menos, ou que no caso de angulo de 50 millesimos mais ou menos, ou que no caso de terem a mesma direcção distem pelo menos cem metros um do outro. Attingido o ponto combinado com o commandante do grupo, a viatura pára, o commandante da bateria manda «Alto» e os serventes formam atrás da conteira, faz-se a verificação. No commando será incluida uma deriva correspondente ao sentido e á velocidade do objectivo, á sua distancia e á demora do serviço da peça.

Exemplo de commando: A direita! Junto á arvore copada, viatura que segue á esquerda! Alça 22! Escalonar de 150! Deriva, zero, 5! Apontar!

32. Terceira prova. Exemplo de commando: Ponto de pontaria! Á retaguarda, fralda do morro, casa branca isolada, canto esquerdo! Sitio 206! Alça 32! Deriva 31,80, escalonar da esquerda de 20! Apontr!

O ponto de pontaria deve ser escolhido de modo que não seja necessaria a haste de alongamento; o escalonamento da deriva deve ser tal que dê approximadamente feixe parallelo.

33. Quarta prova. A partir da anterior, isto é, conservando o ponto de pontaria e a deriva escalonada. Exemplo de commando: Sitio 215! Alça 22,50, escalonar! Deriva mais 300, escalonar de menos 5! Apontar!

34. Quinta prova. O commandante da bateria commandará (ou chamará os apontadores para lhes indicar) um objecto de extremos bem definidos, de 40 a 200 millesimos de frente. Exemplo de commando: Objectivo indicado! (ou a designação) Repartir o fogo sobre a metade esquerda! Alça 24! Apontar! A pontaria de cada peça estando dentro do quarto da grente que lhe tóca, está boa.

35. Sexta e oitava provas. Exemplo de commando: Pontaria á luneta! Direcção geral! Sitio 195! Alça 30! Dados esses elementos ás peças os serventes formam novamente atrás da conteira. Segue o commando: Derivas da direita (esquerda), tanto, tanto, etc.! Apontar!

36. Setima prova. Exemplo de commando: Sitio 185! Distancia da crista 50 metros! Espaço morto?

A posição deve ter sido escolida de tal modo que esta prova possa ser feita no mesmo local das outras, simplesmente voltando as peças á retaguarda.

Canhão 75, modelo 1908. O apontador, com a alça zero e o sitio commandado, cala bem os niveis: marca no sitometro da luneta 190 (si a distancia da crista fôr maior que 100 metros, marca 195), desengrena a haste da alça pela orelha serrilhada e faz o auxiliar deslocar a culatra pelo volante da alça até que a visada pela luneta tangencie a crista. Os pequenos deslocamentos finaes o proprio apontador os dá servindo-se do valante esquerdo da alça. O prato das distancias indicará o espaço morto.

Verificação: desengrenando a alça, levando o prato a zero, o nivel do sitometro deve ficar calado.

Obuz 103 e canhão 75, modelo 1905. Registrado o sitio nivelado o canhão ou obuz, marcada no sitometro da luneta a deriva vertical 190 ou 195, levantar ou baixar a culatra até que a visada tangencie; em seguida mover a alça no encaixe até calar o nivel do sitio; a haste accusrá, então o espaço morto.

37. Premios. Ao apontador: 1º logar, 10$; 2º, 8$000. Ao auxiliar: 1º logar, quatro dias de dispensa do serviço; 2º dous dias. São approvados sómente os apontadores que tiverem pelo menos seis provas sem erro, e ficam considerados «apontadores de 1ª classe».

38. Publicado em boletim do corpo o resultado do concurso, os apontadores classificados em 1º e 2º logar recebem ainda a designação de «apontadores distinctos» e passam a usar um emblema tres centimetros abaixo do angulo da divisa.

Esse emblema consiste em uma bomba em chamas igual ás regulamentares para o gorro, superposta a uma ellipse de panno garance que exceda de meio centimetro o contorno da bomba.

TERCEIRO CONCURSO

CAMPEONATO DE PONTARIA

39. Tomam parte no campeonato, obrigatoriamente, os apontadores classificados em 1º logar no 2º concurso em todas as baterias do corpo, cada um com um auxiliar de sua escolha.

40. O concurso comprehende tres provas semelhantes ás do 2º concurso e mais uma que exija o emprego da tabella de tiro e quadrante de nivel; serão organizadas pelo fiscal com o ajudante e o secretario, os quaes constituem a commissão examinadora. Os commandos são dados pelo ajudante. O fiscal providencia sobre o material necessario; as peças ficam com 20 X de intervallo.

41. Premio. O apontador classificado em 1º logar será o «campeão de pontaria do anno tal». Seu emblema terá a bomba de metal branco. Ao auxiliar dous dias de dispensa do serviço.

1º GRUPO DE MONTANHA

Campinho, 26-8-916

Primeiro concurso de pontaria

Nomes

Provas

Somma

Observações

 

 

 

 

Numero

Faltas

Numero

Faltas

Numero

Faltas

Numero

Faltas

Numero

Faltas

Numero

Faltas

Numero

Faltas

Total

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1º premio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2º premio.

F...................................

Capitão commandante da bateria.

ANNEXO II

A – RECONHECIMENTO: ATTRIBUIÇÕES DOS DIFFERENTES ESCALÕES DE COMMANDO

Os reconhecimentos preparam a entrada da artilharia em acção, asseguram, sem perda de tempo nem falsos movimentos, a occupação do terreno, aproveitando os recursos que elle apresenta.

Os reconhecimentos comprehendem:

– o estudo ou o reconhecimento dos objectivos;

– o reconhecimento dos observatorios;

– o reconhecimento do terreno a occupar;

– o estudo das transmissões;

– as primeiras operações da preparação do tiro (33).

Os reconhecimentos são executados com tanto maior rapidez, quanto mais repartidas forem as operações.

I – O commandante de grupo executa o seu reconhecimento, depois de ter recebido do commandante de grupamento as indicações seguintes:

1º, missão e zona de acção do grupo;

2º, objectivos a bater pelo grupo;

3º, posição approximativa do grupo e zona em que serão procurados os observatorios.

2. Determina assim:

– quando se apresentar o caso, a repartição, entre baterias, das missões, dos objcetivos ou da zona de acção do grupo;

– os logares que approximadamente serão occupados pelas baterias;

– os logares dos principaes observatorios: a organização do observatorio do grupo;

– o accesso da posição;

– o posto de commando do grupo;

– os logares para os armões, escalões e c. l. m.;

– as linhas tetephonicas a construir pelas baterias pelo estado-menor do grupo;

– o logar para a antenna;

– as condições de occupação da posição;

– a organização do reabastecimento.

O commandante do grupo põe-se em relação com as unidades visinhas (infantaria e artilharia) e com a infantaria de cujo apoio está encarregado.

II – Reconhecimento dos commandantes de bateria (Veja pag. 179, art. 368 bis).

_________________

(33) Veja-se a chamada (1) da pagina 179 do R. E. A.

 

B – FUNCCIONAMENTO DO RECONHECIMENTO NO GRUPO

Não ha um typo invariavel de reconhecimento. Segundo as circumstancias, faz-se participar do reconhecimento um pessoal differente, fraccionado ou não em varios escalões, conforme a rapidez da estrada em linha das baterias, permittindo um estudo preliminar, mais ou menos aprofundado, do terreno.

As operações de reconhecimento do grupo podem se executar geralmente nas condições que se seguem, dadas a titulo de indicação.

O pessoal de reconhecimento comprehende:

– o commandante do grupo;

– o official orientador (34);

– o official telephonista;

– os capitães commandantes de bateria, acompanhados, cada um, de um sargento;

– quatro agentes de transmissão, portadores de instrumentos de reconhecimento, a saber: um do grupo e tres das baterias;

– o agente de transmissão da columna reabastecimento;

– eventualmente, esclarecedores (veja mais longe § C);

Quando ha ordem do cominandante do grupo, este pessoal é seguido das viaturas telephonicas e de T. S F. cujo movimento e estacionamento (definitivo ou de espera, conforme as circumstancias) devem, neste caso, igualmente ser prescriptos pelo commandante do grupo.

Este commandante, segundo as ordens recebidas do commandante de grupamento, define a missão geral do grupo, depois, auxiliado pelos commandantes de bateria, reconhece a posição; depois de ter repartido as missões das tres baterias do grupo (si fôr necessario), divide o terreno nas zonas a attribuir a cada bateria. Fixa as condições de occupação da posição (de dia, de noite, desenfiamento, mascaramento) decide qual o logar do posto de commando do grupo, dos armões, do escalão, indica a hora da abertura do fogo, as ligações telephonicas a cargo das baterias, o logar da antenna, a organização do reabastecimento...

Depois, parte acompanhado do official telephonista e de um agente de transmissão, á procura de obsevatorios que permittam reconhecer os objectivos do grupo.

Em seguida, e eventualmente, vae ter com o commandante da infantaria que deve apoiar, emquanto o official telephonista reconhece o itinerario das linhas de transmissão a estabelecer para o grupo.

O official orientador toma as medidas necessarias afim de que o commandante do grupo possa fixar o logar das baterias. Determina para o conjunto do grupo e, quando o caso exigir; para cada bateria, uma direcção-referencia e as coordenadas de uma ou varias referencias de posição susceptiveis de permittirem uma determinação rapida das coordenadas das peças directrizes (veja o novo «Regulamento de Instrucção do Tiro»).

________________

(34) O papel do official orientador e a instrucção a lhe dar são tratados no «Manual do official orientador de artilharia».

 

Elle precisa exactamente na carta o logar dos observatorios do grupo, determina para cada um delles uma direcção origem e organiza os «crosquis» ou esboços perspectivos.

O commandante de bateria executa o seu reconhecimento nas condições previstas no art. 368 bis.

Observação importante – O typo de reconhecimento ahi dado, a titulo de indicação, se applica a todos os casos onde, não havendo limitação do tempo consagrado ao reconhecimento, pode-se e deve-se executal-o com vagar em todos os seus detalhes (exemplo: o grupo tem ordem de só abrir fogo no dia seguinte á occupação da posição).

Mas, as condições em que as tropas se empenham na acção, as fluctuações do combate, a falta de meios, por vezes as considerações de ordem moral, podem conduzir o commandante do grupo e seus subordinados a reduzir ao minimo a duração do reconhecimento e a apressar a abertura do fogo (exemplo: o grupo acaba de ser chamado como reforço em periodo critico e os seus fogos são esperados impacientemente).

As vantagens do reconhecimento preciso e a opportunidade de uma prompta intervenção são as circumstancias que pesam na balança em cada situação particular. Não se deve, aliás, perder de vista o caracter progressivo das differentes operações de reconhecimento. Procedendo-se a um reconhecimento summario antes da abertura do fogo, elle será completado nas horas que se seguirem, até que se consiga a determinação precisa dos elementos rapidamente avaliados á chegada na posição.

 

C – ESCLARECEDORES, AGENTES DE LIGAÇÃO OU TRANSMISSÃO, OBSERVADORES AUXILIARES, ESCLARECEDORES DE OBJECTIVOS

1. Existe, no grupo, um certo numero de missões especiaes: segurança (em marcha e em estacionamento), ligação, observação auxiliar, transmissão, cuja execução incumbe ao commandante do grupo.

Para isto elle dispõe de um pessoal que toma os nomes seguintes, de accôrdo com a missão que lhe cabe:

– Esclarecedores;

– Agentes de ligação ou transmissão;

– Observadores auxiliares;

– Esclarecedores de objectivo.

Este differennte pessoal (cuja, composição definitiva será fixada ulteriormente na reorganização das unidades de artilharia) comprehende, em principio, um minimo de:

Por bateria:

3 esclarecedores;

1 agente de ligação;

1 agente de transmissão.

Os observadores auxiliares e esclarecedores de objectivos são, quando for preciso, tirados do pessoal acima excepcionalmente, podem concorrer nestes serviços os telephonistas do estado-menor do grupo ou das baterias.

Compete ao commandante do grupo definir as respectivas missões, fixar a duração e o modo de execução. Elle póde, se julgar util, confiar temporariamente ou em principio, o commando deste pessoal ao official orientador.

Por outro lado o official orientador, sob a responsabilidade do commandante do grupo, é sempre encarregado da instrucção deste pessoal, porque seus conhecimentos profissionaes, adquiridos em curso especial (veja o «Manual do official orientador de artilharia») o designam particularmente para isso.

2. Definição – Os esclarecedores são sargentos ou praças, escolhidos e instruidos com cuidado. Fazem a segurança da bateria ou do grupo, em marcha ou em estacionamento, e reconhecem a viabilidade do terreno.

Os agente de transmissão servem para ligar as autoridades ou tropas differentes por uma transmissão, puramente mecanica, de ordens ou de informações.

Os ogentes de ligação (officiaes ou graduados) ligam tambem as autoridades ou tropas differentes; mas póde-se appellar para a sua intelligencia, afim de que, em certos casos, sejam explicadas ou completadas as ordens ou informações de que são portadores.

Os observadores auxiliares são praças escolhidas ou instruidas especialmente, e encarregadas da execução temporaria de uma missão precisa de observação (observação de um tiro de precisão, tiro por tiro, observação bilateral, etc.).

Os esclarecedores de objectivos teem por função:

1º, observar uma parte restricta e limitada do campo de batalha;

2º, assignalar immediatamente todo movimento de tropas, inimigas ou amigas, toda apparição de novos objectivos que observem.

3. A instrucção especial deste pessoal comprehende:

– leitura de cartas e orientação pela carta, determinação de pontos do terreno sobre a carta e vice-versa;

– descoberta rapida de pontos de onde será possivel ganhar vistas sobre o terreno onde se acha o inimigo, attendendo á situação tactica;

– cuidadosa utilização das coberturas;

– descoberta de tropas ou objectivos installados consoante á guerra, tambem utilizando participações de via aerea e esboços, reconhecer sua especie e extensão (fumaça, poeira, fogueiras); ahi mostrar-se-ha como o inimigo póde utilizar o terreno, onde a artilharia inimiga póde tomar posição e onde devem ser procurados seus observatorios;

– encontrar de novo objectivo já vistos de outro ponto;

– confecção de participações (R. S. C.);

– confecção de esboços planimetricos e perspectivos;

– representação de tropas, posições, etc., na carta;

– modo de combater, organização e armamento dos Exercitos dos paizes limitrophes, especialmente de sua artilharia.

Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1920. – João Pandiá Calogeras.