DECRETO N. 17.722 – DE 10 DE MARÇO DE 1927

Modifica os uniformes para os sargentos do Regimento de Fuzileiros Navaes

O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil:

Attendendo ao que lhe expôz o ministro de Estado dos Negocios da Marinha, sobre a conveniencia de ser modificado o plano de uniformes para os sargentos do Regimento de Fuzileiros Navaes, mandado observar pelo decreto n. 2.051, de 22 de julho de 1895 e já modificado por decreto n. 6.954, de 21 de maio de 1908:

Resolve approvar e mandar executar as alterações das peças dos uniformes dos sargentos do Regimento de Fuzileiros Navaes, que a este acompanham; revogadas as disposições em contrario.

Rio do Janeiro, 10 de março de 1927, 106º da Independencia e 39º da Republica.

WASHINGTON LUIS P. DE SOUSA.

Arnaldo Siqueira Pinto da Luz.

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PROJECTO DO NOVO PLANO DE UNIFORME PARA OS SARGENTOS DO REGIMENTO DO FUZILEIROS NAVAES

Primeiro uniforme – Dolman branco, de brim (linho, meio linho ou algodão), folgado. Gola em pé, folgada, fechando direito por meio de tres colchetes, com altura nem maior de 5 centimetros, nem menor de 3. Nella duas ancoras de metal amarello de comprimento de 5 centimetros dispostas como no uniforme das praças. Uma ordem de 5 botões, dourados, – tamanho grande, sendo o inferior na altura da cintura, o superior 3 centimetros abaixo da costura da gola, e os outros com intervallos iguaes. Os botões podem ser dispostos de modo a fingir abotoar e fixados, neste caso, sobre uma pestana, por baixo da qual haverá uma carcella, onde abotoarão botões dissimulados. Costas como as de paletot. Passadeiras de panno do mesmo tecido. Quatro bolsos por fóra com portinhola e machos, fechada cada uma dessas portinholas por um botão de tamanho médio. Junto á costura do bolso inferior esquerdo, por dentro, um córte horizontal para passagem da pernada pequena do talim (isto para os sargentos que usam espada). Abas soltas. Calça da mesma côr e tecido. Bolso como os usualmente empregados, seguindo a direcção da costura. Divisa de galão, de accôrdo com a descripção adeante; bonet, ou gorro com capa branca; luvas brancas de fio de escossia (para os que usam espada) . Borzeguins ou sapatos brancos, ou borzeguins pretos, quando calçados de perneiras.

Usado no serviço interno, externo e como uniforme de passeio, conforme designar a autoridade competente.

Segundo uniforme – Dolman de panno garance, do feitio do das praças, com atterações apenas dos botões, que serão substituidos pelos correspondentes em tamanho dos do 1º uniforme. Calça de panno azul ferrete, tal qual como as das praças; capa de bonet ou gorro da mesma côr da calça com vivos encarnados, conforme descripção adente. Borzeguins de couro preto, typo usual.

Usado no serviço interno, externo, paradas e guardas de honra.

Segundo bis – Dolman e calça de flanella kaki verde-matte ou da côr adoptada para o regimento. Em tudo igual ao feitio do 1º uniforme, já descripto, excepção unica de machos dos bolsos que não os tem. Platinas como as dos officiaes deste regimento, contendo, porém, no meio dellas apenas dous fuzis metralhadores cruzados, como distinctivo do corpo que pertencem. Capa do bonet da mesma côr e tecido; luvas marron de fio de escossia ou de pelle. Borzeguins ou sapatos de verniz, que tenham o cano de um couro qualquer fôsco.

Usado facultativamente como uniforme de passeio.

Terceiro uniforme – Dolman e calça do brim kaki verde-matte. Modelo semelhante ao primeiro, com alteração unicamente nos bolsos do dolman, que são de fóle; e, tambem de botões, que são pretos e de massa em vez de serem dourados como os dos tres anteriores aqui descriptos. Passadeira do mesmo ponno e do actual modelo usado pelos soldados deste regimento. Ancoras na gola dispostas como no 1º uniforme, mas de côr preta feita de panno de lã ou de sêda. Divisas de cadarço preto com fundo kaki, de accôrdo como adeante vae descripto. Borzeguins pretos e lisos, typo usual.

Usado no serviço niterno, externo e licença.

Quarto uniforme – Combinação do 2º com o 1º. Comprehende; – Dolman garance; calça branca; borzeguins pretos, bonet ou gorro com capa branca, ou capacete.

Usado em paradas, formaturas, guardas de honra (não funebres), de conformidade com o que fôr determinado para as praças, como aliás os demais uniformes, excepção feita do 2º bis.

Quinto uniforme – E’ um variante do 2º. Differe apenas delle na côr da capa do gorro ou bonet, que é branca. Em desembarque usa-se tambem o capacete.

Usado nos dias de grande gala ou quando houver ordem das autoridades.

As camisas para os uniformes acima serão brancas, lisas e molles (ou engommadas); os collarinhos brancos, lisos engomados, devendo ficar em pé e fechar direito; os punhos molles ou duros (facultativamente) Quando de serviço interno não é obrigado usal-os.

Gorros – Tal como o das praças deste regimento. Deve ser usado em serviço interno e em campanha. Neste caso, em falta de chapéos apropriados.

Bonet – Armação de couro; pala de couro envernizado, inclinada de 40 a 45º a parte inferior forrada de marroquim preto; capa de panno azul ferrete, tendo por toda extremidade superior da capa um friso, do tecido de lã encarnada de 3 m/m de largura. A esta capa será dada feitio por meio de uma armação interna de crina ou outro material. Capa tambem branca e kaki; esta sem nenhum friso; completamente lisas. Emblema, segundo desenho, fixo em uma fita de sêda preta trançada em quadrinhos, de 35 m/m de largura fiel de couro preto envernizado, de 6 m/m de largura, preso por dous botões dourados de tamanho pequeno.

Usado em serviço externo, apresentações, cerimonias, licenças.

Capote – Como o das praças deste regimento, differindo sómento em ter bolsos, um de cada lado, na altura da cintura, feitos no fôrro; abertura feita na costura laterial, do mesmo feitio que o dos bolsos das calças deste, plano.

E' de posse obrigatoria.

Divisas – Para sargentos-ajudantes – o globo da bandeira da Republica de 3 centimetros de diametro bordado a ouro e collocado no vertice do canhão da manga do braço esquerdo.

Primeiro sargento – Cinco galões dourados finos, applicados sobre o fundo encarnado, de largura de 8 m/m, dispostos com um intervallo de 3 m/m, obedecendo á fórma de um V, ou melhor de um angulo com o vertice para baixo, tendo de abertura, que é voltada para cima, 110º e tendo de extensão cada lado 8 centimetros. São collocadas (divisas) no meio dos dous braços por meio de botões de pressão ou utro dispositivo seguro que seja dissimulado.

Usadas (as divisas) em todos os uniformes o no capote, excepção unica do de brim kaki que, ao invez do galão dourado, é de cadarço preto com fundo Kaki, guardado em tudo mais a semelhança daquellas divisas.

Segundo sargento – Quatro galões ou quatro cadarços pretos (estes no brim Kaki) das mesmas dimensões, do mesmo feitio e collocados nas mesmos posições.

Terceiro sargento – Tres galões ou tres cadarços pretos, do mesmo modo que ficou dito para os segundos sargentos.

Capa – Do panno kaki ou tecido impermeavel da mesma côr. Comprimento até 5 centimetros, abaixo da rotula. Fechamento no pescoço por meio de um colchete grande; capuz; forro marron; bolso no forro.

Perneiras – Como as das praça.

Talim – O adoptado actualmente.

Capacete – Como foi dito para as perneiras.

Fiador – O adoptado actualmente.

Espada – (Para sargentos-ajudamtes e primeiros sargentos). Como a do plano em vigor.

Distinctivos – Idem.

Emblema – De panno azul ferrete, de fórma oval, contendo 6,5 c/m de altura e 5.5 c/m na sua maior largura, com uma ancora de metal prateado, circumdada por vinte e uma estrellas, sendo que a que fica por cima da ancora tem 8 m/m de raio, bordada a fio dourado e as outras vinte formadas de fios prateados.

Acompanhando a fôrma do emblema quatro fios do ouro retorcido, guardando intervallos entre si de 4 m/m, sendo que os dons primeiros (os mais interiores) partem do vertice da estrella maior (dourada) e circumserevem as estrellas menores (prateadas).

Os dous ultimos partem da base da mesma estrella (maior) e, ao invés de conterem estrellas, contêm fios dourados, dispostos de fórma transversa. Rematando tudo isto um vivo do mesmo panno.